Estruturando o Governo Municipal para construção de uma Cidade Digital



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Transcrição:

Estruturando o Governo Municipal para construção de uma Cidade Digital Ivandro Tochetto Curso de Redes e Segurança de Sistemas Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curitiba, novembro de 2009 Resumo Cidades Digitais são um grande foco para discussões, muito se ouve falar, mas é raro ver uma cidade que esteja pronta para ser classificada como uma.construir uma cidade digital requer um grande investimento financeiro e também um bom projeto. O município de São Lourenço do Oeste localizada no estado de Santa Catarina, busca realizar o sonho de ser uma cidade digital, e para isso dividiu em duas etapas o seu projeto: primeira que será o Governo Eletrônico, o qual visa equipar toda a infra-estrutura tecnológica da prefeitura com equipamentos de informática e telecomunicações, e a segunda chamada Inclusão Digita l, que visa levar tecnologia aos cidadãos. Com esses dois projetos concluídos, São Lourenço do Oeste poderá ser classificada como uma cidade digital. Este artigo relata a experiência da realização da primeira etapa, o Governo Eletrônico. 1. Cidade Digital Construir uma cidade digital ultrapassa limites físicos e territoriais de um município. A Inclusão Digital e o Governo Eletrônico princípios norteadores da Cidade Digital são a base para a construção de uma administração pública inovadora, tecnológica e inclusiva. As transformações e desafios que emergem criam um novo paradigma ao gestor público, que passa a ser o grande interlocutor das inovações necessárias, propondo ações que primam por mudanças que afetam aspectos culturais, educacionais e sociais de um município. Cidade Digital é um projeto ousado e inovador do ponto de vista administrativo e social. No campo administrativo, o projeto tem como grande desafio conscientizar a população da necessidade de investir na informatização do governo, objetivando mais transparência e agilidade no atendimento. Outra barreira administrativa é a drástica mudança que deve passar a cultura organizacional. Os servidores públicos, que em muitos casos trabalham há 10, 20 e até 30 anos de uma mesma maneira, com a implantação do projeto terão que passar por muitas mudanças, criando um grande impacto de gestão, após um longo período de estabilidade. Naturalmente, as pessoas tendem a resistir às mudanças. Para que seja possível atrelar as mudanças tecnológicas às mudanças culturais, o gestor público deverá desenvolver um trabalho contínuo e convincente de conscientização dos funcionários públicos, de modo a demonstrar todos os benefícios e facilidades que os mesmos terão com os resultados esperados. No campo social, espera-se que a Inclusão Digital cause um impacto que seja capaz de implantar na sociedade um novo paradigma, um conceito onde seja possível às pessoas desfrutarem dos benefícios da inovação tecnológica, melhorando desta forma sua qualidade de vida. Para que isto seja possível, se faz necessário trabalhar com um segmento da sociedade que seja mais receptivo às mudanças: os jovens e adolescentes. Ao atingir este público alvo, gradativamente este mesmo conceito se estenderá a toda sociedade,

possibilitando que, no longo prazo, os objetivos do projeto sejam plenamente alcançados. A área da educação terá o maior impacto de resistência perante a população que vive a realidade de ensino no dias atuais. Este será um dos maiores desafios que será apresentado num projeto que visa levar tecnologia para a educação, que acarretará numa mudança de infra-estrutura educacional e também pedagógica. Este projeto foi elaborado na prefeitura de São Lourenço do Oeste - SC, cidade com aproximadamente 25 mil habitantes. O projeto foi elaborado para ser executado em duas etapas, a primeira que foi chamada de Governo Eletrônico, a qual se refere a infra-estrutura no governo municipal, incluindo equipamentos de informática, comunicação e capacitação de pessoas para administrar e manter toda a estrutura como preparação para a implantação da segunda etapa, chamada de Inclusão Digital, a qual levará tecnologia para a sociedade. Com os dois projetos concluídos, então uma cidade poderá ser chamada de Cidade Digital. Este artigo demonstra a tecnologia utilizada na formação da infra-estrutura da Prefeitura Municipal de São Lourenço do Oeste. O atual prefeito municipal de São Lourenço do Oeste sonha em transformar esta cidade numa cidade moderna, por isso pretende com este projeto colocar São Lourenço do Oeste num patamar tecnológico bem avançado em relação a muitos outros municípios. O projeto inicial visa preparar a prefeitura com toda a infra-estrutura tecnológica para suportar um projeto futuro de cidade digital onde será possível fornecer serviços de internet sem custo para a população, onde cada aluno terá o seu computador e poderá levar para casa, pesquisar na internet, fazer as tarefas online, trocando idéias com os coleguinhas e falando com os professores. O projeto de cidade digital que São Lourenço do Oeste está desenvolvendo também contempla a população com diversos serviços online. Será possível, sem sair de casa, realizar grande parte dos serviços que antes só era possível dirigindo-se pessoalmente até o centro administrativo da cidade. Para consolidar uma Cidade Digital, será necessário investir em infra-estrutura tecnológica em todo o município, de forma a promover a inclusão digital em diversos setores da sociedade. É imprescindível que tanto o poder público quanto a iniciativa privada estabeleçam parcerias e somem esforços para acompanhar o avanço tecnológico, permitindo que os serviços de telecomunicações sejam melhorados e ampliados, garantido a toda a população diferentes meios de acesso a estes serviços. Assim, espera-se que através das ações a serem implantadas, crie-se alternativas para a inclusão digital da população, resultando no: acesso gratuito à internet para população; expansão dos serviços de telecomunicações aos cidadãos lourencianos; melhoria na qualidade do ensino, com a inclusão digital nas escolas; ampliação da oferta de tecnologias no município; maior publicidade dos atos do poder público; criação de pontos de acesso descentralizados, permitindo acesso gratuito às informações e serviços da prefeitura. Desta forma, a consolidação de São Lourenço do Oeste como Cidade Digital passará de um projeto de governo para uma realidade. Acredita-se que possibilitar aos cidadãos a inclusão digital sem criar barreiras ou distinções, atende diretamente ao princípio da universalização, oferecendo a todos acesso à evolução tecnológica para qual o mundo está conectado. 2. Governo Eletrônico Com o Governo Eletrônico, pretende-se implementar políticas públicas voltadas à informatização do Governo Municipal, criando soluções para integrar todas unidades

descentralizadas do governo por meio eletrônico e desenvolvendo mecanismos de autoatendimento. As etapas aqui contempladas exigem investimentos em hardwares, softwares e em recursos humanos, de acordo com a escassez destes recursos. A partir do desenvolvimento destas ações, espera-se alcançar resultados como: redução de custos de manutenção dos equipamentos; mobilidade de acesso aos dados e informações; controle de informações sigilosas; controle de acesso à internet; redução de riscos de infecção por vírus, spywares e malwares; agilidade no atendimento; redução do tempo de atendimento, evitando o desperdício de tempo. 2.1 Informatização do Centro Administrativo Municipal O conceito estabelecido como Governo Eletrônico contempla a transformação da prefeitura e demais unidades descentralizadas integrantes do Governo Municipal. O grande objetivo aqui é desenvolver ações que materializem a inovação tecnológica necessária à transformação de São Lourenço do Oeste em uma cidade digital. Para tanto, esta primeira meta contem etapas, dividas por áreas de atuação e que acontecerão simultaneamente e de forma gradativa. Como primeiro passo, o Governo Municipal elegeu como prioridade a informatização da Prefeitura Municipal. Contemplando a centralização da manipulação de dados, esta etapa visa dotar de estrutura física que permita a adoção de soluções tecnológicas de redes, gerando mais segurança e economia ao governo. No diagnóstico realizado em 2007, foi constatado que cada Secretaria, Gerência ou setor, tinha um computador muitas vezes tecnologicamente ultrapassado com alguns aplicativos gerenciais mínimos, necessários ao desenvolvimento de suas atividades. Embora funcionais, os computadores não ofereciam suporte tecnológico para melhor desempenho das atividades. Em suma, a falta de uma estrutura de tecnologia da informação para atender à estrutura administrativa, desencadeava uma série de fatores que prejudicavam o andamento dos serviços e principalmente, causavam altos custos para a administração. Com efeito, era imprescindível desenvolver soluções para aquela situação caótica, onde não havia sequer um mínimo de organização, como pode se observar na foto [1], que retrata o servidor de dados da prefeitura. Foto 1 Servidor de dados da prefeitura antes da reestruturação.

De acordo com as condições relatadas, deu-se início a um estudo aprofundado, visando implantar as melhorias necessárias no paço municipal. Ora, de nada adiantaria implantar um conceito de cidade digital se a prefeitura do município não pudesse ser um exemplo de tecnologia e inovação para os munícipes. Deste modo, no primeiro semestre do ano de 2008, foi iniciado um amplo projeto para modernizar a prefeitura. 2.2 Reestruturação da rede lógica do centro administrativo No primeiro semestre de 2008, foi realizada a reestruturação da rede lógica da prefeitura. Foi substituído todo o cabeamento lógico, criando-se uma rede estruturada, objetivando dar suporte ao uso com telefone e dados. O cabeamento estruturado foi a solução mais adequada encontrada para a realidade da prefeitura, já que com este tipo de tecnologia é possível mudar os pontos de telefones e redes conforme a necessidade. Muitas vezes as funções dos funcionários públicos são redirecionadas de ambiente, e para não criar transtorno com o número do ramal telefônico, é possível mudar o ramal de posição sem dificuldades, acompanhando sempre os funcionários. Isto é um grande problema na troca de mandato, que na grande maioria, muitos funcionários mudam de cargo ou locais de trabalho. A tecnologia de cabeamento estruturado proporcionou aos servidores públicos manter seu ramal mesmo sendo transferido de sala. Também foram instalados diversos pontos de rede em cada sala, permitindo maior mobilidade física, ou seja, a alteração do layout de uma sala, geralmente, independe da instalação de um novo ponto de rede. No projeto de cabeamento foi definido que para cada sala partiria dois pares de cabos até à central de informática. Os cabos formam crimpados em patch painel de vinte e quatro portas que por si estão acomodados num rack de quarenta e quatro unidades exclusivo para cabeamento no CPD. 2.3 Estruturação do Data Center e implantação de soluções de redes A partir da conclusão da rede lógica, passou-se à aquisição de hardwares. Foram adquiridos servidores dedicados da marca IBM e storage da EMC, comportando todas as informações em um só lugar, estruturando desta forma um Data Center na prefeitura municipal, que possibilitou a centralização de dados. A partir de então, com o Data Center instalado, o constante avanço da tecnologia e com a necessidade de manter os equipamentos atualizados, a prefeitura adotou como solução de redes com a tecnologia Thin Clients computadores que tem durabilidade de aproximadamente 10 anos e são gerenciados por um computador central. Desta forma, foi possível diminuir custos com equipamentos e manutenção, proporcionando redução de custos de médio e longo prazos. Com a velocidade que esses equipamentos proporcionam, foi possível também agilizar o atendimento ao cidadão. Outro benefício dos Thin Clients é que estes computadores não precisam de ampliação de capacidade de memórias ou de processador, uma vez que estas melhorias são feitas diretamente no servidor central.

Foto 2 - Estação Thin Client Prevendo que, no decorrer dos anos, seja necessário expandir a quantidade de servidores, e que estes estejam rodando em sistemas operacionais diferentes, foi adotada soluções de virtualização de dados com VMware ESX Infrastructure. Nessa estrutura é possível usar várias plataformas diferentes de sistema operacional com apenas um servidor físico. Desta forma o governo irá economizar com aquisição de vários servidores físicos para atender a esta demanda. Atualmente 90% dos aplicativos rodam em plataforma virtualizada, sendo alguns deles páginas web, servidor de email, terminal server, entre outros. Os servidores da prefeitura irão disponibilizar os serviços de Terminal Server, Banco de Dados, aplicações web, Email, DNS, DHCP, Active Directory, LTSP e Servidor de Arquivos. Os sistemas operacionais para suportar os serviços serão preferencialmente Open Source. Porém, não será possível instalar sistemas open source nos servidores onde estarão os aplicativos de gerenciamento administrativo, e neste caso, será usado o Windows 2003 Server para atender os serviços. É em um servidor com Windows 2003 Server e com o serviço de Terminal Server que os usuários de thin client irão conectar-se remotamente e acessar os aplicativos aos quais as permissões foram concedidas. Foi escolhido este Sistema Operacional pelo fato dos programas de gerenciamento da Betha Sistemas (sistema gerencial utilizado na prefeitura) não rodarem em plataforma Linux ou qualquer outro sistema operacional que não seja compatível com a plataforma Microsoft Windows. Os servidores de banco de dados foram instalados no sistema operacional Linux, na distribuição CentOS. Esse sistema foi escolhido por ser derivado do Red Hat, as engines dos banco de dados serem compatíveis com ele e pelo fato de ser livre de licenças. No servidor de banco de dados foi usado: MySql versão 5 para dar suporte a base de dados das aplicações web, o Firebird 1.5.3 para suporte ao software de gerenciamento das policlínicas e postos de saúde, o SyBase Anyware 9.0.2 para suporte aos aplicativos de gerenciamento da Betha Sistema. O servidor de domínio, arquivos, impressão e o serviço de diretórios (Active Directory) estão em um servidor físico rodando com o sistema operacional Windows 2008 Server x64 Stardand Edition. Todos os arquivos dos usuários da rede estão centralizados neste servidor, que está conectado via cabo de fibra óptica no storage da EMC para armazenar os dados. Para um controle da prefeitura e também por segurança, as políticas de segurança tem permissões para não deixar os usuários gravarem arquivos nas estações, podendo somente usar o servidor para manipular arquivos. No servidor de email o aplicativo usado foi o Postfix. Este foi escolhido por ser open source e rodar sobre a plataforma Linux o que não gera custos de licenças.

O servidor de aplicativos web instalado foi o Apache com sistema operacional Debian, escolhido por ser open source e oferecer uma série de documentação na internet. O servidor de distribuição de IP s foi o DHCPD 3 para Linux, juntamente com esse serviço foi instalado o LTSP no mesmo servidor. Para fazer o controle de distribuição de ips e também o gerenciamento dos thin clients foi usado o sistema operacional Linux na distribuição Debian. O DHCP será responsável por distribuir os IP s na rede quando qualquer máquina seja conectada na rede. Com o LTSP é possível que os terminais reconheçam uma aplicação gráfica e também possam usar aplicativos específicos como, por exemplo, o rdesktop que permite conectar remotamente em outro servidor, no nosso caso em um servidor Windows 2003 Server que é o responsável por gerenciar os aplicativos de todos os thin clients. Foto 3 Data Center instalado no Centro Administrativo Municipal 3 Informatização e Interligação das Unidades Descentralizadas do Governo Municipal Para ser possível a adoção de um sistema de informação em toda a estrutura administrativa do Governo Municipal, era preciso informatizar e interligar todas as unidades descentralizadas. Entre estas unidades estão: Unidades de Saúde, Escolas, Autarquias Municipais, Conselho Tutelar, Parque de Máquinas. A interligação das Unidades Descentralizadas secretarias, escolas, postos de saúde, biblioteca, ginásio de esportes, conselho tutelar com o data center, foi realizada com o objetivo de obter os mesmos benefícios recebidos com as soluções de dados e telefonia implantadas da prefeitura. Para tanto, vários estudos foram realizados, dentre os diversos meios de tecnologia existentes, mostrando-se mais eficiente o cabeamento com fibra óptica. Os Acessos Sem Fio confiáveis existentes tinham altos custos e baixo desempenho de velocidade (em relação a fibra óptica). Assim, observando-se a relação custo VS. benefício, foi optado pelo cabeamento com fibra óptica, por sua eficiência, velocidade, baixa manutenção, durabilidade (que pode chegar a 50 anos), observando também o custo de manutenção que se teria com as redes sem fio. Foram instalados aproximadamente 15.000 metros de fibra óptica no município, de modo a interligar os postos de saúde, escolas e demais unidades externas com o Data Center. Com isso foram cancelados mais de quinze acessos de banda larga ADSL, que estavam sendo utilizadas por estas unidades. Para não perder velocidade e ao mesmo tempo reduzir significativamente o custo mensal com internet banda larga, todas as unidades externas usam a estrutura de serviços do próprio provedor da prefeitura, que mantém um acesso a internet com link de 2MB dedicado com 100% de garantia de banda provido pela OI Telecom por um

cabo de fibra óptica e um ADSL de 8MB fazendo balanceamento nos diferentes serviços de acesso que os servidores públicos necessitem. 4 Informatização da rede municipal de ensino Foram criados laboratórios de informática em cinco escolas municipais, contando com vinte computadores cada sempre utilizando a tecnologia Thin Client. Além disso, em parceria com o Ministério das Comunicações, foi implantado um telecentro junto à biblioteca pública municipal, com dez computadores (doados pelo Ministério) e dezesseis computadores Thin Clients para pesquisa dos usuários da biblioteca. Também foi disponibilizado um HotSpot, para as pessoas que possuem notebooks possam usar a internet para fazer pesquisas gratuitamente. Nesta fase foram investidos aproximadamente R$ 130.0000,00 na implantação dos 5 laboratórios de informática nas escolas municipais. Foto 4 Laboratório de Informática instalado nas escolas 5 Estruturação do sistema de telefonia do Governo Municipal Dedicada à estruturar o sistema de telefonia, esta fase contou com a aquisição de uma central telefônica digital, com recurso de receber ligações diretamente no ramal de cada usuário, com capacidade inicial de 100 ramais, aproveitando-se da rede lógica implantada. Esta mesma central foi prevista com suporte para a tecnogia VoIP, para uso futuro. Para alcançar o objetivo de reduzir custos mensais com telefonia, uma vez mais foi realizado um estudo a fim de encontrar soluções para tal. Com uma central telefônica equipada com tecnologia VoIP, e todas as unidades interligadas com fibra óptica, foi adquirido um segundo tronco DDR, que somado à capacidade da central digital, disponibiliza 200 ramais para a prefeitura. Foram adquiridos gateways VoIP para os postos de saúde, escolas, parque de máquinas e prefeitura, permitindo o uso desta tecnologia em todos os ramais. Com esse recurso implantado, qualquer cidadão pode ligar diretamente no ramal do funcionário de um determinado setor, agilizando o atendimento. Com as unidades externas usando os ramais da prefeitura, foi possível desligar mais de 30 linhas telefônicas, que geravam uma mensalidade de aproximadamente R$ 60,00 cada. A economia foi ainda maior já que todos os usuários utilizam-se de ramais com custo zero para se comunicarem. Para baixar os custos das ligações foi realizada uma parceria com a OI Telecom, que isentou as mensalidades dos DDR e baixou em aproximadamente 30% os valores com chamadas de longa distância. Na telefonia celular, foi contratado um plano de celular com 50 aparelhos, dos quais 5 estão ligados na central telefônica através de uma interface de celular com tarifa zero, ou

seja, possibilita a ligação entre os demais 45 celulares sem custo. Somente esta ação proporcionou uma economicidade mensurada de aproximadamente R$ 7.000,00 por mês. 5.1 Expansão da rede de telefonia rural Devido a pouca demanda de acesso a telefones, a Brasil Telecom não disponibiliza telefonia há algumas comunidades da zona rural do município, onde o número de habitantes é pequeno e a distância entre as propriedades é longa, inviabilizando a iniciativa privada levar uma rede de telefonia até estes cidadãos. Para reverter este processo o governo municipal realizou investimentos para intervir em favor dos moradores. Com 3 distritos na área rural, a opção foi levar a telefonia até a sede do distrito, atendendo a um grande número de moradores. No distrito de São Roque, o cabo de fibra óptica passa próximo à sede, e em mais uma parceria realizada com a Brasil Telecom esse cabo foi aberto para disponibilizar acesso a telefonia e internet ADSL aos moradores. Já nos Distritos de Frederico Wastner e Presidente Juscelino, onde não havia rede de fibra óptica passando nas proximidades, foi adotada uma solução alternativa. Foi instalada na cidade uma torre auto-sustentável central, possibilitando acomodar os equipamentos de rede sem fio para o acesso à telefonia e internet. Nos dois distritos foram instaladas torres receptoras e centrais telefônicas, permitindo receber e enviar o sinal wireless, disponibilizando aos moradores destas comunidades telefonia e acesso à internet, atendendo assim a um antigo anseio da população. 6 Conclusão Estas foram as etapas que permitiram concluir a primeira etapa de construção de uma cidade digital: o projeto de Governo Eletrônico. Ao todo, entre aquisição de equipamentos, instalação da rede lógica, aquisição de materiais e softwares, e terceirização dos serviços foram investidos aproximadamente R$ 850.000,00. Porém, este custo vai tendo retorno através da economia gerada através de um investimento nas tecnologias atuais para baratear o custo mensal. Com a economia gerada pelo uso da tecnologia thin client e as economias com a centralização das Secretarias Municipais com telefones e internet, o projeto de Governo Eletrônico vai pagando-se mensalmente e ainda os funcionários e munícipes podem desfrutar de uma tecnologia de ponta. Este é o modelo de Cidade Digital que se espera implantar: maximizar os recursos públicos de modo a promover de forma universal o acesso a esta tão importante tecnologia dos dias de hoje, a internet. Bibliografia [1] TANENBAUM, Andrew S. Redes de Computadores. Campus. São Paulo. 2003. [2] TERPSTRA, John. Segurança para Linux. Rio de Janeiro. Elsevier. 2005. [3] KUROSE, James F. Redes de computadores e a internet. Addison-Wesley. 2006. [4] COELHO, Paulo Eustaquio. Projetos de redes locais com cabeamento estruturado. Instituto Online. 2003. [5] ELMASRI, Ramez, NAVATHE, Shamkant B. Sistemas de Banco de Dados. São Paulo: Addison Wesley, 2005. [6] Thin Client Computing. (2008). "What are the Real Benefits?". <http://www.thinclient.net/technology/technology_review.htm>.

[7] Smart Union. (2008). "Diminuição de Custo de Propriedade de Hardware e Software Com a utilização de Thin Client, Dot Station ou PC convertido". <http://www.smartunion.com.br/thin_client_dot_station_terminal_linux_dom _Smart_Union.asp>. [8] USP. (2009). Cidade do Conhecimento. http://www.cidade.usp.br/arquivo/artigos/ index1703a.php [9] Guia das Cidades Digitais. (2009). Os muitos benefícios das Cidades Digitais. http://www.guiadascidadesdigitais.com.br/site/pagina/os-muitos-benefcios-das-cidadesdigitais