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Transcrição:

1 PARECER CRM/MS N 2/2017 PROCESSO CONSULTA CRM/MS N. 026/2016. INTERESSADO: A.I.DE L. Diretor Clinico do HU-UFGD/EBSERH ASSUNTO: Fornecimento de informações contidas nos prontuários de pacientes/ sigilo Médico. PARECERISTA: Cons. José Antonio de Carvalho Ferreira I- EMENTA: O Prontuário Médico e as informações nele contidas são protegidos por sigilo devendo ser fornecidas somente com autorização expressa do paciente ou por ordem judicial. Resguardados os ditames da resolução CFM nº1605/2000. II- DA CONSULTA: O Dr. A.I.L. Diretor Clínico do HU-UFGD solicita parecer deste conselho referente a frequentes ofícios dos Juízes, Promotores, Delegados, Defensores Públicos requisitando informações contidas nos prontuários de pacientes atendidos na Instituição (HU). Solicita qual e o entendimento do conselho de como devem proceder nesta situação: III- FUNDAMENTACÃO: CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: O artigo 73: é vedado ao médico- Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento escrito do paciente. O Parágrafo Único, do mesmo artigo, complementa que permanece essa proibição: a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido; b) quando do seu depoimento como testemunha, nessa hipótese, declarará perante autoridade do seu impedimento; c) na investigação de crime o médico estará impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal. O artigo 88: é vedado ao médico: Negar ao paciente acesso a seu prontuário, deixar de fornecer cópias quando solicitada, bem como deixar de dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros.

2 O artigo 89: é vedado ao médico: Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado por escrito pelo paciente, para atender ordem judicial ou para sua própria defesa. CONSTITUIÇÃO FEDERAL De acordo com o art. 5º, inciso X da Constituição Federal é vedada a transmissão de direitos da personalidade, ou seja, direito à privacidade, intimidade, honra e imagem das pessoas. Assim, a lei maior dispõe primariamente, sobre o sigilo médico em favor do paciente. CÓDIGO PENAL O artigo 154 do Código Penal, que trata do sigilo profissional, conduz a algumas possibilidades da quebra do segredo quando houver justa causa, dever legal e autorização expressa do paciente ou de representantes legais dos absolutamente ou relativamente incapazes. O art. 269 do Código Penal, dispõe que o dever legal se restringe à ocorrência de doenças de comunicação obrigatória ou da ocorrência de crime de ação penal pública incondicionada, cuja comunicação não exponha o paciente a procedimento criminal (incisos I e II do art. 66 da Lei de Contravenções Penais). No entanto convém observar que a lei se refere a comunicação e não a cópia de documentação médica. CÓDIGO CIVIL: O Código Civil, no art. 12, que se refere à reclamação de perdas e danos enuncia em seu parágrafo Único Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau. MINISTÉRIO PÚBLICO: Retém o poder de requisitar informações e documentos de órgãos e entidades da Administração Pública, eis que no art. 26, inc. I, alínea "b", da Lei 8.625/93, temos: Art. 26- No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá:

3 I. Instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos administrativos pertinentes e, para instruí-los: a- requisitar informações, exames periciais e documentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e entidades da administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 2º - O membro do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais do sigilo. RESOLUÇÃO CFM nº 1.605/2000: CONSIDERANDO O decidido em Sessão Plenária de 15/9/00 RESOLVE: Art. 1º-O médico não pode, sem o consentimento do paciente, revelar o conteúdo do prontuário ou ficha médica. Art. 2º - Nos casos do art. 269 do Código Penal, onde a comunicação de doença é compulsória, o dever do médico restringe-se exclusivamente a comunicar tal fato à autoridade competente, sendo proibida a remessa do prontuário médico do paciente. Art. 3º - Na investigação da hipótese de cometimento de crime o médico está impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo criminal. Art. 4º-Se na instrução de processo criminal for requisitada, por autoridade judiciária competente, a apresentação do conteúdo do prontuário ou da ficha médica, o médico disponibilizará os documentos ao perito nomeado pelo juiz, para que neles seja realizada perícia restrita aos fatos em questionamento. Art. 5º-Se houver autorização expressa do paciente, tanto na solicitação como em documento diverso, o médico poderá encaminhar a ficha ou prontuário médico diretamente à autoridade requisitante. Art. 6º-O médico deverá fornecer cópia da ficha ou do prontuário médico desde que solicitado pelo paciente ou requisitado pelos Conselhos Federal ou Regional de Medicina. Art. 7º-Para sua defesa judicial, o médico poderá apresentar a ficha ou prontuário médico à autoridade competente, solicitando que a matéria seja mantida em segredo de justiça.

4 Art. 8º-Nos casos não previstos nesta resolução e sempre que houver conflito no tocante à remessa ou não dos documentos à autoridade requisitante, o médico deverá consultar o Conselho de Medicina, onde mantém sua inscrição, quanto ao procedimento a ser adotado. PARECER CFM Nº. 6/10, em sua Ementa, enuncia: O prontuário médico de paciente falecido não deve ser liberado diretamente aos parentes do de cujus, sucessores ou não. O direito ao sigilo, garantido por lei ao paciente vivo, tem efeitos projetados para além da morte. A liberação do prontuário só deve ocorrer ante decisão judicial ou requisição do CFM ou de CRM. RESOLUÇÃO Nº 326/2012 (CREMEP): Dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelos médicos e unidades de saúde na prestação de informações às autoridades públicas sobre pacientes vítimas de ato violento. RESOLVE: Art. 1º - Em razão do interesse do Poder Público pelo restabelecimento da ordem jurídica, que dá origem às ações penais públicas incondicionadas, poderão ser fornecidas pelas unidades de saúde e pelos médicos às autoridades públicas (Delegado de Polícia, Juiz e Promotor do Ministério Público), sem que isso configure quebra de sigilo médico, informações sobre pacientes vítimas de ato violento. Art. 2º - Tais informações devem restringir-se à qualificação do paciente e ao que possa contribuir tão somente para apuração dos fatos, com o tipo de lesão sofrida, período de internação, incluindo o local onde foi encontrado,no caso de atendimento pré-hospitalar; não sendo de modo algum permitidas outras informações que comprometam a intimidade da vítima, a relação de confiança médico/paciente, o dever de sigilo ético-profissional que norteia a Medicina. Art.3º - Nos casos em que o paciente, vítima de ato violento, vier a óbito, somente as informações elencadas no artigo 2º desta Resolução poderão ser fornecidas. Art.4º - Constitui motivo justo para a quebra do sigilo médico solicitação formulada pela autoridade Policial, Judicial ou Ministério Público quando o paciente, atendido na unidade hospitalar, figurar como vítima de crime de ação penal pública, cujo processo independe de representação.

5 Art.5ª Não constitui violação ética o fornecimento de informações pelos médicos e unidades de saúde às autoridades policiais, judiciais e ao Ministério Público, exceto aquelas que exorbitem as delimitações contidas no artigo 2º. Nesta hipótese, será imprescindível autorização expressa do paciente ou seu responsável legal, em documento que, obrigatoriamente, deverá constar do prontuário medico. RESOLUÇÃO Nº. 05/84 CRM-PR,(O que seria o dever legal e a justa causa). 1) São casos constitutivos do dever legal, as seguintes circunstâncias: a) Os casos de doenças infecto-contagiosas de notificação compulsória ou de outras de declaração obrigatória (doenças profissionais, toxicomania, etc); b) As perícias jurídicas; c) Quando o médico está revestido de função em que tenha de se pronunciar sobre o estado do examinado (serviços biométricos, junta de saúde, serviços de companhias de seguros, etc.), devendo os laudos e pareceres ser nesses casos limitados ao mínimo indispensável, sem desvendar, se possível, o diagnóstico; d) Os atestados de óbito; e) Quando se tratando de menores, nos casos de sevícias, castigos corporais, atentados ao pudor, supressão intencional de alimentos; f) Os casos de crime, quando houver inocente condenado e o cliente, culpado, não se apresentar à justiça, apesar dos conselhos e solicitações do médico; g) Os casos de abortamento criminoso, desde que ressalvados os interesses do cliente; - É aconselhável o uso, em código da nomenclatura internacional de doenças e causas de morte. 2) São casos constitutivos de "justa causa": a) Quando o paciente for menor e se tratar de lesão ou enfermidade que exija assistência ou medida profilática por parte da família ou envolva responsabilidade de terceiros, cabendo ao médico revelar o fato aos pais, tutores ou outras pessoas sob cuja guarda ou dependência estiver o paciente; b) Para evitar o casamento de portador de defeito físico irremediável ou moléstia grave transmissível por contágio ou herança, capaz de por em risco a saúde do futuro cônjuge ou

6 de sua descendência, casos suscetíveis de motivar anulação de casamento, em que o médico esgotará primeiro, todos os meios idôneos para evitar a quebra do sigilo; c) Quando se tratar de fato delituoso previsto em lei ou a gravidade de suas consequências sobre terceiros, crie para o médico o imperativo de consciência para revelá-lo a autoridade competente." IV-CONCLUSÃO: São Documentos Médicos os prontuários, atestados, declarações, boletins, solicitações e resultados de exames, relatórios e laudos periciais elaborados em processos judiciais. O prontuário médico é constituído por um conjunto de informações, geradas a partir de fatos, acontecimentos, situações sobre a saúde do paciente e a assistência prestada. É documento de caráter legal, sigiloso, científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da atenção prestada ao indivíduo. Pode-se perceber da leitura da legislação vigente, dos artigos, resoluções, pareceres e das Notas Técnicas, que a liberação do prontuário médico ou qualquer documento médico envolve o sigilo profissional. De acordo com a legislação, constitui quebra do dever do sigilo médico a liberação de documento de responsabilidade médica, sob a guarda de profissional ou instituição de saúde exceto nas seguintes situações: a) Autorização expressa do paciente; b) Existência de justa causa; c) Dever legal; d) Decisão judicial (ao perito oficial); e) Requisição dos Conselhos Federal e Regional de Medicina. Este é o parecer S.M.J. Naviraí//MS 12 de fevereiro de2017 Dr. José Antônio de Carvalho Ferreira Parecerista Parecer aprovado na Sessão Plenária do dia 17.02.2017 Dr. Celso Rafael Gonçalves Codorniz Presidente