UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MESTRADO EM EDUCAÇÃO LIMITES E POSSIBILIDADES DA UTILIZAÇÃO DE SITES E SOFTWARES EDUCATIVOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO



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ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MESTRADO EM EDUCAÇÃO LIMITES E POSSIBILIDADES DA UTILIZAÇÃO DE SITES E SOFTWARES EDUCATIVOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO ALVARO CAETANO PIMENTEL SOBRINHO Rio de Janeiro 2006

II ALVARO CAETANO PIMENTEL SOBRINHO LIMITES E POSSIBILIDADES DA UTILIZAÇÃO DE SITES E SOFTWARES EDUCATIVOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO Dissertação de Mestrado, apresentado ao programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá na área de Tecnologias da Informação e Comunicação nos Processos Educacionais. ORIENTADOR: Profª. Drª. Lina Nunes Rio de Janeiro 2006

III Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) P644 Pimentel Sobrinho, Álvaro Caetano Limites e possibilidades da utilização de sites e softwares educativos na rede pública de ensino / Álvaro Caetano Pimentel Sobrinho. Rio de Janeiro, 2006. 186 f. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado em educação) Universidade Estácio de Sá, 2006. Inclui bibliografia. 1. Tecnologia educacional. 2. Ensino auxiliado por computador. 3. Educação para o trabalho. I. Título. CDD 371.3078

IV

V DEDICATÓRIA Deus é testemunha de que sem meus amores Giuliana, Álvaro Henrique e Marta, principalmente, pela fonte de amor, inspiração e paciência, eu nada teria conquistado.

VI AGRADECIMENTOS À profª Drª Lina Cardoso Nunes por ter me dado um valor e reconhecimento além do que julgo merecer. Às profª Drª Lúcia Goulart Vilarinho e Neise Deluiz meus agradecimentos são pelo incentivo e carinho aos longos desses anos. Agradeço às minhas amigas Ana Paula, Ingrid e Margarida que me deram a base para eu tomar decisões importantes com seus trabalhos de bastidores. Aos ilustres amigos, alunos como eu, que me empurraram e me enriqueceram com suas incontáveis experiências. Aos professores que participaram de minha formação pessoal e profissional sendo, dessa maneira, os principais responsáveis pela minha nova visão de humanidade. A meu saudoso amigo e Pai, Nélio, a quem espero ter honrado pelos valores éticos que apreendi, e a minha Mãe, Alzira, por ensinar-me que se deve lutar sempre, desistir, jamais. A meus filhos Giuliana e Álvaro Henrique, pelos seus exemplos de amor, segurança e compreensão. À minha mulher, Marta, que ao longo de suas conquistas mostrou-me que mesmo diante de hostilidades, com perseverança, se atinge o objetivo desejado. Por fim, a Deus e a seu filho Jesus, meus companheiros de todas as horas, que ouviram meus lamentos noturnos fornecendo-me força, energia, vontade de vencer e muita fé para encerrar este ciclo em minha vida. MUITO OBRIGADO!!! Andá com fé eu vou Que a fé não costuma faiá (Gilberto Gil)

VII (...) E ali logo em frente A esperar pela gente o futuro está E o futuro é uma astronave Que tentamos pilotar Não tem tempo nem piedade Nem tem hora de chegar Sem pedir licença muda nossa vida E depois convida a rir ou chorar Nessa estrada não nos cabe Conhecer ou ver o que virá O fim dela ninguém sabe Bem ao certo onde vai dar (...) (Toquinho e Vinícius de Moraes) Um país que exclui, que não se organiza para propiciar trabalho, emprego, renda para todos os seus habitantes, não é ético; é perverso. Uma economia que não integra todas as pessoas não é ética. Uma sociedade que só oferece possibilidades (...) para uma minoria e que deixa a maioria à margem, à mingua, não é democrática; é imoral. 1 1 RODRIGUES e SOUZA, 1994, p. 40 (Herbert de Souza Betinho foi sociólogo e o idealizador da campanha Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida que tem como ideologia a erradicação da exclusão social e da fome no país.)

VIII RESUMO Este estudo teve como objetivo investigar como são utilizados os sites e softwares educativos nas Salas de Informática do Ensino Fundamental das escolas municipais do Rio de Janeiro. O embasamento teórico tomou por base estudos e pesquisas sobre os avanços tecnológicos, a formação dos professores e a utilização dos sites e softwares no ambiente escolar, com destaque para os autores Alarcão, Belloni, Freire, Hobsbawm, Lévy, Morin, Rosnay e Valente, os quais fundamentaram a análise dos resultados obtidos. Os instrumentos utilizados na pesquisa de campo foram roteiros de observação e questionários abertos. O estudo foi realizado em Salas de Informática dos programas de Salas de Leitura Pólo e do Pólo de Educação pelo Trabalho de duas escolas, pertencentes à 7ª CRE, em Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro. Apesar de os resultados apresentarem contribuições dos sites e softwares para minimizar a exclusão digital na rede municipal de ensino, foram identificadas, em contrapartida, algumas dificuldades, entre as quais se destacam: a) o pouco tempo de utilização das Salas de Informática pelos alunos; b) a formação, ainda insuficiente, oferecida pela Secretaria Municipal de Ensino aos professores e c) os softwares disponibilizados nas Salas de Informática não são acessíveis fora do ambiente escolar. Nas considerações finais são apontadas como resultados relevantes: por um lado, o interesse e entusiasmo dos estudantes, e por outro, da parte de alguns professores, descrédito e temor por tudo o que envolve o computador; as dificuldades apresentadas interferem diretamente no trabalho dos regentes das Salas de Informática, os quais necessitam de apoio técnico e pedagógico efetivo para o êxito do programa analisado. Palavras-chave: Tecnologia de informação e comunicação. Sites e softwares. Sala de Leitura Pólo. Pólo de Educação para o Trabalho. Sala de Informática.

IX ABSTRACT This work describes the behavior beyond the use of an educational sites and software in the informatics room of a Fundamental Teaching in the municipal net of a Rio de Janeiro. The theoretical basis was made in studies and research about technological advances, teacher s formation and the use of a sites and software in the scholar ambience, with distinction to Alarcão, Belloni, Freire, Hobsbawm, Lévy, Morin, Rosnay and Valente, that was a basis to analyze the results found. Were investigate the Salas de Informática, Salas de Leitura Pólo and the Pólo de Educação pelo Trabalho, of a two schools belongs to 7ª CRE at Jacarepaguá in Rio de Janeiro city, between 2004, January and 2006 December. The result presents the contributions of a sites and software to minimize with the digital exclusion at the teaching municipal net and identify the objections founded by educators and students in the scholar s computerization program. The research identifies the real contributions of a sites and software to minimize the digital exclusion in the teaching municipal net but, in the counterpart, some troubles appearing like: a) the small time to use the Informatics Rooms by the students; b) the insufficient formation offering by the Secretaria Municipal de Ensino to the teachers and c) the software offering to the Sala de Informática are not accessible in other ambience. At the final considerations are appointed like important results: by one side, the enthusiasm and interesting that is involving the students observed, and by the professor s side, discredit, fear and respect for all that refer a computer. The observations show that the difficulty interfere directly in the job of an informatics room s teacher, of which is needing of a technical support to validate the purpose of these rooms. Key-words: Communication and information technologies. Sites and software. Sala de Leitura Pólo. Pólo de Educação para o Trabalho. Sala de Informática.

X LISTA DE FIGURAS Figura 1 O mundo informacional 14 Figura 2 Olhar gigante de um satélite 19 Figura 3 O mundo integrado e vigiado 29 Figura 4 Pensamento analógico x digital 35 Figura 5 Relógios 40 Figura 6 Artefatos técnicos 1 43 Figura 7 Artefatos técnicos 2 45 Figura 8 MER 46 Figura 9 Informação com valor de moeda 49 Figura 10 CIO 50 Figura 11 Geração blogada 56 Figura 12 Recruta zero 57 Figura 13 A informática do conhecimento 62 Figura 14 Zé do Boné 71 Figura 15 Nanotecnologia 74 Figura 16 Tíbia Center 77 Figura 17 Diablo 77 Figura 18 Sim city 78 Figura 19 Integração mundial 81 Figura 20 Cibercidade 82 Figura 21 Sala de Informática 86

XI LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Questionários enviados x questionários recebidos 96 Gráfico 2 Freqüência na Sala de Informática ótica professor 111 Gráfico 3 Sites e softwares utilizados pelos professores 116 Gráfico 4 Freqüência na Sala de Informática ótica aluno 125 Gráfico 5 Freqüência mensal 128 Gráfico 6 Preferência por softwares da SME 133 Gráfico 7 Preferência livre escolha 133 Gráfico 8 Rejeição aos softwares da SME 134 Gráfico 9 Computador utilizado 136 Gráfico 10 Importância e contribuições da Sala de Leitura 138 Gráfico 11 Contribuição e interesse dos softwares 139 Gráfico 12 Avaliação de softwares, tempo e treinamento 140

XII LISTA DE QUADROS Quadro 1 Sites e softwares. 95 Quadro 2 Temas e subtemas professores 97 Quadro 3 Temas e subtemas alunos 119 Quadro 4 Atividades oferecidas x preferidas 123

XIII LISTA DE TABELAS Tabela 1 Tipo de Sala 22 Tabela 2 Símbolos de expressões 37 Tabela 3 Emoticons 37 Tabela 4 A linguagem blogada 57 Tabela 5 Medições de bytes

XIV SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1- CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA... 13 1.2- OBJETIVO E QUESTÕES NORTEADAS DE ESTUDO... 18 1.3- JUSTIFICATIVA... 18 1.4- METODOLOGIA... 20 1.4.1- TIPO DE PESQUISA... 20 1.4.2- O LÓCUS DA PESQUISA... 22 1.4.3- OS PARTICIPANTES DO ESTUDO... 23 1.4.4- INSTRUMENTO DE PESQUISA E COLETA DE DADOS... 24 2. AS ALTERAÇÕES NA TECNOLOGIA E NO ENSINO 2.1- OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS... 25 2.2- AS TRANSFORMAÇÕES DO ENSINO... 27 2.2.1- A REFORMA DO PENSAMENTO... 28 2.2.2- OS PENSAMENTO ANALÓGICO E DIGITAL... 35 2.2.3- AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO NO ENSINO... 39 3. A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR 3.1- O QUE É INFORMAÇÃO... 46 3.1.1- A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO... 47 3.2- A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES... 51 3.2.1- A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES: ASPECTOS LEGAIS... 51 3.2.2- O PROFESSOR REFLEXIVO E A GERAÇÃO BLOGADA... 56 3.3- A INFORMÁTICA DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO... 61 3.4- A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES... 66 4. NAVEGAÇÃO NO CIBERESPAÇO: SITES E SOFTWARES 4.1- A INTERNET: HIPERMÍDIA... 68 4.2- A FORMAÇÃO DE PROFESSOR PARA O AMBIENTE VIRTUAL... 72 4.3- SITES E SOFTWARES USADOS NO AMBIENTE ESCOLAR... 79 5. A APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 5.1- ANÁLISE DOS DADOS... 83 5.2- PERÍODO DE OBSERVAÇÃO: DESCRIÇÃO ANALÍTICA... 84 5.2.1- DESCRIÇÃO DA ESCOLA VC... 86 5.2.2- DESCRIÇÃO DA ESCOLA GL... 87 5.2.3- DESCRIÇÃO DA ESCOLA PET... 89 5.2.4- ANÁLISE CRÍTICA DAS OBSERVAÇÕES DAS ESCOLAS... 91 5.2.5- OBSERVAÇÕES QUANTO À FORMAÇÃO DE PROFESSORES... 93 5.3- ANÁLISE DOS DADOS ABERTOS E FECHADOS... 95 5.3.1- AS VOZES DOS PROFESSORES... 97 5.3.2- AS VOZES DOS ALUNOS... 117 5.3.3- DADOS QUANTITATIVOS: DESCRIÇÃO ANALÍTICA... 136

XV REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO ABREVIAÇÕES ANEXOS A- ROTEIRO PARA OBSERVAÇÃO DIRIGIDA B- QUESTIONÁRIOS PROFESSORES C- QUESTIONÁRIOS ALUNOS D- QUESTIONÁRIOS PROFESSORES PET E- QUESTIONÁRIOS ALUNOS PET F- QUESTIONÁRIOS FECHADOS PROFESSORES G- QUESTIONÁRIOS FECHADOS ALUNOS H- DIÁRIO DE CAMPO (EXEMPLO) I - AUTORIZAÇÃO DA SECRETARIA J- TRABALHOS DOS ALUNOS DA ESCOLA GL E DO PET

1. INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA O mundo atual encontra-se, tecnologicamente, modificado. Essa realidade é conseqüência de um longo processo de evolução. Tal desenvolvimento aconteceu em maior relevância com os avanços conquistados na Era de Ouro cerca de 25 ou trinta anos de extraordinário crescimento econômico e de transformação social, que compreende o período entre o fim da Segunda Guerra até 1980 (HOBSBAWM, 1995, p.15), contudo o velho século [XX 2 ] não acabou bem (ibidem, p.26). Dupas (2001) concorda com Hobsbawm (1995), pois fala de uma era de modernidades sociais e tecnológicas. No entanto, alerta que apesar de ter sido um período de excepcionais conquistas, o século XX não terminou bem (DUPAS, 2001, p.13). Foi visualizado por Lévy (2000, p.197) um acelerado desenvolvimento científico, técnico e social, a partir da segunda metade do século passado, e que o entendeu como o início do processo que conduziu à revolução informacional contemporânea em que a mobilidade física é indissociável do aperfeiçoamento das telecomunicações. Observou, também, que o homem atual envolvido nesses sistemas de comunicações vê-se mais exigido a atualizar os conhecimentos tecnológicos dos quais necessita para o seu fazer diário, sob pena de se tornar um excluído. Rosnay (2000), por sua vez, entende que esses avanços técnicos e sociais se inter-relacionam, promovendo grandes transformações na sociedade, e que estão delineando um novo cenário marcado por paradoxos: o homem tornou-se submisso à 2 Grifo meu para observar que o conceito de século XX é baseado nos países de maioria cristã, o que não é observado por países orientais e judaicos que possuem suas próprias comemorações diferenciadas de ano-novo.

14 tecnologia, embora esta tenha surgido para servir de apoio ao seu desenvolvimento. Pode-se notar que o indivíduo está tendendo a abandonar seus valores éticos e profissionais em troca do conhecimento científico (DUPAS, 2001), por estar envolvido diretamente em tal onda tecnológica em que todos os objetos, de uma forma ou de outra, estão baseados em microchips. Os dispositivos midiáticos, notadamente os computadores, que a cada momento estão mais velozes, duplicaram as condições de alcance material a uma proximidade fantástica o mundo está em rede e vigiado por satélites. Assim sendo, frente a essa afirmação, é possível considerar que o espaço virtual é mais importante do que o espaço geográfico e, diante dessa possibilidade, é válido supor que se pode estar virtualmente em vários lugares, estando-se fisicamente em apenas um.

15 Esse processo de interconectividade, na sociedade em rede (CASTELLS, 2003), reduz as fronteiras e integra as culturas, aponta para a globalização do mercado e da economia, ou, como prefere Magnavita (2003, p.32), constitui a planetarização da sociedade. Desse processo interconectivo baseado em redes de computadores e evoluções tecnológicas, houve o surgimento de conglomerados transnacionais com, às vezes gradual, às vezes acentuada, diminuição do poder do Estado para controlar o mercado, o emprego e a movimentação financeira (HOBSBAWM, 1995). Em outras palavras, o Estado teve uma sensível perda de poder influenciador sobre a sociedade devido aos novos tratamentos eletrônicos de informação, principalmente após a Internet, que ilustra perfeitamente essa perda de referencial (ROSNAY, 2000, p.218). O cidadão, inserido no ambiente informacional, ficou mais autônomo, com mais liberdade de decisão e, paradoxalmente, mais dependente das Tecnologias de Informação e Comunicação TIC, permitindo então uma nova forma de se (re) aprender. É como afirma Gatti (2005, p.30), essa perspectiva democratizante da Internet dificulta os mecanismos de controle anteriormente existentes e mesmo que algumas nações restrinjam e controlem com rigor o que sua população está acessando cotidianamente, não é errôneo afirmar o quanto há de possibilidades emancipadoras neste novo meio de comunicação. Assim, os professores, segundo Oliveira Netto (2005, p.80), que se conscientizaram de que o mundo está mudando também entendem que o aprendizado em sala de aula precisa mudar porque neste cenário de avanços e retrocessos, a ciência e a tecnologia, especificamente a informática, estão propiciando uma verdadeira revolução no processo de ensino e aprendizagem (ibidem, p.83). Pode-se afirmar, então, que o momento indica a urgência em diversificar e ampliar a

16 formação profissional para atuar em ambientes de rápidas mudanças como o da Internet. Para que isso ocorra, é necessário que haja disponibilidade de acesso à grande rede nas escolas e uma política voltada para incentivar o professor e os alunos a se adequarem à nova realidade 3 o que implica a utilização de sites 4 e softwares 5 educativos. Maciel e Paiva (apud MACIEL, 2001, p.30) explicam que agora há um benefício para a reconstrução do ofício docente em função da enorme variedade de tecnologias interativas disponíveis no mundo virtual, e que, (...) na esfera da comunicação, a interatividade vem emergindo como uma nova modalidade comunicacional. As tecnologias interativas produzem novas relações do sujeito social com o conhecimento, modificando o papel do(s) emissor(es) e reconfigurando o espaço do(s) receptor(es). Não há como pensar a formação de professores para o uso de sites e softwares educativos, sem pensá-la como parte integrante do processo de uma formação inicial e contínua. Urge entendê-la como autoformação e processo coletivo de troca de experiências e práticas inseridas no espaço cotidiano escolar. Assim sendo, o grande desafio está em reconstruir a profissão docente e não apenas em aprimorá-la. A grande verdade é que nessa teia global, ainda que possibilite uma facilidade maior de autoformação, predomina certa anarquia em que as informações vêm e vão, nascem e morrem, circulam e entrelaçam idéias, sem que se tenha a certeza e a 3 O último censo escolar do MEC, em 1999, apontou que apenas 7.965 (3,5%) das 187.811 escolas públicas brasileiras possuíam conexão com a Internet. Cerca de 64 mil (29,6%) não tinham energia elétrica e menos de 11 em cada 100 dispunham de laboratórios de ciência ou informática. Menos de um quarto (23,1%) possuíam biblioteca. 4 Comp site. posição, lugar (MICHAELIS eletrônico). Em português já é utilizada a palavra sítio para representar o local em que o usuário está em comunicação com a rede Internet. 5 1.As instruções do computador, normalmente modificáveis (a menos que armazenados em alguma forma de memória inalterável tal como a ROM [Read Only Memory memória somente para leitura]) 2.Programas que seguem uma lógica definida pelo programador para executar tarefas prédeterminadas. (Wikipédia, disponível em http://pt.wikipedia.org)

17 veracidade 6 do fato ou da informação disponível. É necessário, portanto, saber selecionar o que se deseja porque: (...) a quantidade de mensagens em circulação jamais foi tão grande, mas dispomos de um número muito reduzido de instrumentos para filtrar a informação pertinente, para efetuar comparações segundo significações e necessidades que continuam sendo subjetivas, para nos orientar no fluxo informacional. (LÉVY, 1999, p. 25) Nessa perspectiva, torna-se necessária uma ação reflexiva do professor para a utilização do computador em que se podem aplicar métodos de caráter técnico, e o uso dos sites e softwares educativos como ferramentas facilitadoras a serem escolhidas de acordo com a natureza de uma situação, em um determinado contexto escolar. A utilização de sites e softwares educativos voltados para o ensino podem ser apreciados com o corpo docente e discente, antes de seu uso direto, sobre os objetivos a serem atingidos e os resultados esperados. Assim sendo, as TIC atuais têm o potencial de gerenciar e gerar múltiplos espaços para a aprendizagem, como acredita Maciel (2001). Tudo leva a crer na efetiva criação e materialização de uma rede de saber para compreender as formas como se tecem os conhecimentos, dentro de teias e redes virtuais, presenciais ou semipresenciais (ibidem p.30). Por essas redes e teias, podem-se iniciar caminhos alternativos de gerar conhecimentos, levando à interação de sujeitos, saberes e práticas que fazem parte deste enredo. Restando saber (...) se os suportes tecnológicos utilizados são os mais adequados para o desenvolvimento dos conteúdos, em identificar a proposta de ensino e a concepção de aprendizagem subjacente e em analisar de que maneira os desafios da distância são tratados entre alunos e docentes e entre os próprios alunos (LITWIN, 2001, p.21). 6 O site http://www.e-farsas.com diz-se especializado em avaliar a veracidade de fotos, correntes, golpes e outras informações que circulam pela rede.

18 Diante deste cenário, formula-se a seguinte situação problemática: como os professores são preparados para a aplicação de sites e softwares no espaço escolar? 1.2 OBJETIVO E QUESTÕES NORTEADORAS DO ESTUDO Este trabalho pretende investigar se os professores estão preparados para utilizar sites e softwares educativos nas salas de Informática do Ensino Fundamental da rede municipal do Rio de Janeiro. Desse objetivo, emergem as seguintes questões norteadoras do estudo: (a) que conhecimentos o professor possui para atuar na Informática Educativa (IE)? (b) como foram adquiridos os conhecimentos de IE pelo professor? (c) como a Secretaria Municipal de Educação (SME) contribuiu para a atuação dos professores nas salas de Informática? (d) que tipos de sites/softwares são mais utilizados pelos professores? (e) como esses professores utilizam os sites e softwares educativos no processo de ensino/aprendizagem? (f) quais as dificuldades dos alunos e professores perante o uso dos sites e softwares educativos? (g) que mudanças se expressam na aprendizagem dos alunos com a utilização dos sites e softwares educativos? 1.3 JUSTIFICATIVA A importância deste trabalho se deve à necessidade de preparar os educadores para a utilização dos sites e softwares educativos nas Salas de Informática e a utilização da Internet como ferramenta no processo de ensino/aprendizagem. Dessa maneira, evidencia-se que, sem uma atualização contínua e adequada, o conhecimento do professor torna-se rapidamente obsoleto diante das novidades tecnológicas que vão chegando a todo o momento.

19 A variedade de informações é grande e estas são exageradamente, diversas e voláteis. Sites e páginas aparecem em quantidades assustadoras, trazendo dúvidas sobre o que fazer com eles e como utilizá-los para tornar o processo de ensinoaprendizagem dinâmico e atual. Essas questões vão aparecendo, e as respostas parecem distantes de uma solução imediata. Fica claro, portanto, que a ausência de habilidade para o uso dessas tecnologias (computador, Internet e IE), que afeta não só o indivíduo, mas a educação, traz atrelado o conceito de exclusão digital, ou infoexclusão, que é uma das formas de manifestação da exclusão social. Diante de tantas inovações tecnológicas, os educadores, freqüentemente, ficam à margem de uma atualização constante e periódica, tornando-se, verdadeiramente, excluídos de um mundo informacional e globalizado. Sendo assim, há que se fornecer a eles os conhecimentos tecnológicos e culturais que lhes permitam interagir com o mundo satelizado, isto é, integrado e vigiado por inúmeros satélites. É como assinala Lévy (1999, p.16) a Terra como uma bola sob o olho gigante de um satélite 7. 7 O site http://earth.google.com/ fornece uma visão, via satélite, dos países, estados, municípios, bairros, ruas e casas de todo o planeta.

20 As informações estão disponíveis nas infovias, e, com uma preparação adequada, o professor poderá captá-las, selecioná-las e, efetivamente, contribuir para uma nova visão dos alunos nesta sociedade informacional. Caso contrário estará, irremediavelmente, inserido no processo de info-exclusão. Essa também é a opinião de Benetti(1995) apud Bittencourt (1999, p.10), ao afirmar que: Agora quem não estudar continuamente vai, a médio prazo, perder seu emprego ou ser colocado à margem do trabalho. E, (...) precisamos cada vez mais educação, porque a quantidade de avanços tecnológicos hoje em dia é fantástica. Não dura muito tempo. O conhecimento está se renovando muito rapidamente... Esse estudo poderá contribuir para a reflexão dos professores sobre a aplicação dos programas oficiais voltados para a inclusão digital. Servirá, ainda, para esclarecer os entraves ainda emergentes na otimização dos programas em questão, com a perspectiva da utilização dos resultados no âmbito das escolas nas quais estão sendo aplicados os programas de Multieducação. Nesse sentido, esta pesquisa se justifica, pois poderá identificar as lacunas encontradas nas comunidades escolares, no que diz respeito à formação do professor, além de aprofundar as questões relacionadas ao uso dos sites e softwares educativos nos processos educacionais. 1.4 METODOLOGIA 1.4.1- TIPO DE PESQUISA O estudo em foco foi realizado no âmbito de pesquisa qualitativa (BOGDAN e BIKLEN, 1994). As características dessa modalidade de investigação são as seguintes: a) Na investigação qualitativa, a fonte directa de dados é o ambiente

21 natural, constituindo o investigador o instrumento principal (ibidem, p.47); b) A investigação qualitativa é descritiva (ibidem, p.48); c) Os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos (ibidem, p.49); d) Os investigadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de forma indutiva (ibidem, p.50); e) O significado é de importância vital na abordagem qualitativa (ibidem, p.50). Considerando as observações de Bogdan e Biklen (1994, p.53), esta investigação busca compreender o significado que os acontecimentos e interacções têm para pessoas vulgares, em situações particulares, o que confirma a abordagem fenomenológica do estudo. Assim, no percurso da investigação, foram privilegiados os pontos de vista dos participantes, o que constitui um problema, visto que os pontos de vista dos sujeitos pode não representar o modo como pensam de si próprios (ibidem, p.54). Contudo, ao afirmarem que esta forma de intrusão do investigador no mundo do sujeito é inevitável na investigação (ibidem, p.54), legitimam a forma como o levantamento das informações foi efetuado. Cabe destacar que Bogdan e Biklen (1994), a partir da opinião de diversos autores (Cronbach et al. 1980; Miles e Huberman, 1984; Reichardt e Cock, 1974; Mercurio, 1979), explicam as possibilidades, dificuldades e cuidados que precisam ser tomados para esse tipo de estudo que integra dados qualitativos e quantitativos, muito embora sejam privilegiados os primeiros. Esta prática de observação dos fatos in loco, bem como o comportamento dos atores envolvidos e seus cenários, é muito valorizada para a pesquisa qualitativa, já que a abordagem é efetuada de forma ampla e adequada para um bom entendimento do comportamento de um fenômeno (ALVES-MAZOTTI, 2004).

22 Sendo assim, pretende-se analisar a formação do docente para a utilização dos sites e softwares educativos nas Salas de Informática e nas Salas Pólo Para o Trabalho, espaço em que os dispositivos estão disponíveis aos professores e alunos. 1.4.2- O LÓCUS DA PESQUISA A pesquisa foi efetuada em duas escolas da rede municipal de ensino da cidade do Rio de Janeiro. Ambas estão localizadas no bairro de Jacarepaguá e apresentam organizações diferentes no envolvimento da IE no projeto pedagógico. As escolas que foram observadas serão denominadas VC e GL e possuem as seguintes salas: As Salas de Leitura constituem salas em que se admite não só o uso de livros, mas todos os dispositivos audiovisuais que podem servir de apoio dinâmico aos alunos. São espaços que privilegiam, o desenvolvimento de práticas voltadas para a promoção da leitura e formação do leitor e para a instalação de estruturas, tecnologias e metodologias mídia educativas 8. O objetivo dessa sala é promover a discussão com vista a ampliar e consolidar um projeto, bem como desenvolver uma Política Pública de Promoção da Leitura e Formação de Leitores nas Unidades Escolares. A Sala de Informática é entendida como o local em que os alunos são alocados para o desenvolvimento de pesquisa com o apoio da Informática Educativa. A sala 8 Todas as informações sobre as Salas estão disponíveis no site da SME http://www.rio.rj.gov.br/sme/index.php. Acesso em 13/09/2005.

23 faz parte do programa de Informatização Escolar que tem como meta democratizar o acesso às TIC pelos alunos da Rede Municipal. O objetivo principal é incorporar, no ambiente escolar, a linguagem dessas tecnologias da mesma maneira que aconteceu com a televisão e o vídeo. Para isso, é necessário que os professores e alunos, ainda que não dominem plenamente os dispositivos tecnológicos, façam uso dos Laboratórios de Informática, partindo de atividades mais simples para projetos mais ousados. As Salas Pólo de Educação pelo Trabalho são Unidades Educacionais em que o atendimento prioritário é dado a alunos regulares da Rede Municipal. Os inscritos no programa, pessoas da comunidade e alunos da escola e/ou de outras, podem participar das oficinas que desejarem, observando apenas que, no caso dos alunos, o turno tem que ser diferente do das escolas em que estiverem matriculados. Os Pólos de Educação pelo Trabalho têm como objetivo principal formar um espaço de reflexão interdisciplinar, tendo o Trabalho como um princípio educativo. As oficinas oferecidas podem ser: Laboratório de Informática, Fotografia e Vídeo, Técnicas Agrícolas, Técnicas Comerciais, entre outras. 1.4.3- OS PARTICIPANTES DO ESTUDO Os participantes envolvidos nesse programa estão assim distribuídos: a) Três Coordenadores das Salas de Informática; b) Seis professores das disciplinas curriculares atuantes ou não nas Salas de Informática; c) Três professores das Salas Pólo de Educação Pelo Trabalho na escola que possuir essa opção e d) Vinte e um alunos de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental integrantes das referidas salas. Complementam esse estudo dezessete professores e cinqüenta e dois alunos que

24 responderam, através envio e recebimento por meio de correio eletrônico, aos oitenta e dois questionários sobre o tema em foco, que compuseram a entrevista dirigida Rizzini (1999). Assim, foram totalizados 102 participantes no processo de investigação. 1.4.4- INSTRUMENTOS DE PESQUISA E COLETA DE DADOS Neste tópico, serão apresentados os instrumentos utilizados para a coleta de dados, a saber: a) roteiro para a observação dirigida (anexo A); b) questionários fechados e mistos (anexos B, C, D, E, F e G) e c) o diário de campo para o registro dos dados coletados (anexo H). Trata-se, nesse caso, dos dados relativos às atividades observadas nas Salas de Informática incluídas nos programas de Salas de Leitura Pólo e Salas Pólo de Educação pelo Trabalho. Assim sendo, entende-se que, em relação à atividade de observar, de acordo com Lüdke (1986, p.25), planejar a observação significa determinar com antecedência o quê e o como observar. Isso é, em outras palavras, definir claramente o foco da observação delimitando o objeto de estudo. Para o armazenamento desses dados obtidos das observações, dos questionários e do diário de campo, foram reunidas as informações, contidas e gravadas em mídias eletrônicas Compact Disk (CD), que formaram, juntamente com os sites e softwares educativos pesquisados, o corpus a ser estudado.