A Utopia de Thomas Morus PROFESSOR UILSON FERNANDES INTENSIVO ENEM

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Transcrição:

A Utopia de Thomas Morus PROFESSOR UILSON FERNANDES INTENSIVO ENEM

8. Thomas Morus Utopia - cidade ideal em que não existe violência, busca por dinheiro, ou falsidades e problemas morais. É um diálogo ( um primor da literatura filosófica, inspirado livremente em Platão e Erasmo de Roterdã) entre Morus e um naufrago (Rafael) que conta os costumes de um povo das costas da Pérsia onde vivera um tempo como hóspede

Thomas Morus A sensibilidade à sociedade de seu tempo faz com que Tomas Morus crie antagonismos. A uma sociedade em que se evidencia o vício, ele apresenta o modelo de uma sociedade virtuosa. (1478 1535) A um privilégio direcionado a poucos, ele constrói uma sociedade em que todos têm acesso aos mesmos direitos e cumprimento dos deveres recíprocos.

Thomas Morus O filósofo alemão Immanuel Kant definia as Utopias como um ideal regulador que apesar de alimentar o debate político, não possuía a menor possibilidade de realização humana. Podemos concordar com tal assertiva se nos detivermos, como Kant, na construção da Cidade-Estado ideal preconizada por Platão na República e nas Leis. Entretanto, ao incluirmos a obra de Morus ao debate, certamente abriremos novos horizontes para pensar o sentido das Utopias.

Thomas Morus A Utopia é uma Ilha imaginária cujos vizinhos são os alaopolites, cidadãos sem cidades e, os achorianos, homens sem país. Aqui o jogo de representações do espaço implica em assinalações dos não Utopianos como seres desprovidos de suas condições de existência social plena: a cidade e o país. Metáforas que aludem às transformações do espaço social na Inglaterra do século XVI, sobretudo àquelas que impulsionavam o cercamento dos campos e a desterritorialização do campesinato. Uma Utopia histórica contra o período medieval e confiante no Renascimento! Tradução literal de Utopia: não-lugar, nenhum lugar, algures, nenhures, lugar algum. O futuro como negação do presente.

Thomas Morus A compreensão analógica do vivido se faz acompanhar de uma construção metonímica que desloca para um lugar fictício -A Utopia - o direito dos homens à cidade e ao país. Portanto, a Utopia emerge como crítica do presente e possibilidade instituinte da (re)apropriação do espaço como condição de uma nova experiência humana. Morus convoca a necessária construção de uma comunidade política através da qual os vícios sejam deixados de lado, a partir dos princípios renascentistas e humanistas vivenciados por ele em seu período histórico.

Thomas Morus O fim das instituições sociais na Utopia é de prover antes de tudo às necessidades do consumo público e individual: e deixar a cada um maior tempo possível para libertar-se da servidão do corpo, cultivar livremente o espírito, desenvolvendo suas faculdades intelectuais e pelo estudo das ciências e das letras. É nesse desenvolvimento completo que eles põem a verdadeira felicidade (MORUS, 1997: p.7 1).

(Uff) Dentre os temas desenvolvidos pela cultura renascentista há um que se mantém presente até hoje - a utopia - despertando atenção, principalmente, em finais de século. Assinale a opção que se refere à ideia de utopia defendida no século XVI. a) A ideia de utopia como tema central dos manuais de escolástica que se transformou no valor político mais importante da Igreja romana. b) A ideia de utopia expressa por São Francisco de Assis, nas suas lições sobre a natureza dos homens e dos animais. c) A ideia de utopia que revelava o caráter de oposição da Igreja ao novo tempo mundano e secular da renascença. d) A ideia de utopia apresentada por Maquiavel em sua obra, O Príncipe, na qual defendeu o republicanismo. e) A ideia de utopia exposta por Thomas Morus, na qual criticava os humanistas que reivindicavam a autoridade soberana do Príncipe.

ALTERNATIVA E

"Estas riquezas são destinadas a engajar e a pagar copiosamente as tropas estrangeiras; porque o governo da Utopia prefere expor à morte os estrangeiros que os seus cidadãos". "o ouro e a prata são destinados aos usos mais vis, tanto nas residências comuns, como nas casas particulares; são feitos com eles até os vasos noturnos. Forjam-se cadeias e correntes para os escravos, e marcas de opróbrio para os condenados que cometeram crimes infames. Estes últimos levam anéis de ouro nos dedos e nas orelhas, um colar de ouro no pescoço, um freio de ouro na cabeça. Assim, tudo concorre para manter o ouro e a prata na ignominia". SOCIALISMO UTÓPICO...

Em tempos de uma política conturbada... Rogai por nós São Thomas Morus.