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Transcrição:

Psicofarmacologia Antipsicóticos Psicose Variedade de transtornos mentais Delírios (crenças falsas) Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia Vários tipos de alucinações Esquizofrenia: tipo de psicose Psicose Tratamento farmacológico Redução da internação Convivio na sociedade Antipsicóticos - Neurolépticos Tratamento das psicoses Esquizofrenia mais prevalente 1% da população H : 15 a 25 anos M: dois picos-20 a 29 anos e 40 a 45 anos 1

Antipsicóticos - Neurolépticos Antipsicóticos - Neurolépticos Sintomas Positivos Sintomas negativos Sintomas Positivos Delírios crenças distorcidas ou falsas Alucinações percepções anormais (auditivas) Antipsicóticos - Neurolépticos Sintomas negativos Afastamento dos contatos sociais Anulação das respostas emocionais 2

Dopamina e Psicose Antipsicóticos Vias Dopaminérgicas Vias Centrais Dopaminérgicas Hipotálamo projeção hipófise (seta azul): Inibem secreção de prolactina. Substância negra estriado (seta pontilhada): regulam o movimento. Area tegmental ventral sistema límbico e cortex pré frontal (setas pretas): humor e comportamento Doença de Parkinson: Perda acentuada de neurônios dopaminérgicos - substância negra bradicinesia, rigidez, tremor de repouso Antipsicóticos Teoria dopaminérgica Hiperfunção dopaminérgica Eficácia clínica ação antagonista receptores DA Agentes dopaminérgicos (cocaina, anfetaminas) estado esquizofreniforme Antipsicóticos Sintomas Positivos e negativos? Sintomas Positivos: Atividade excessiva de dopamina em receptores D2 no núcleo acúmbens. 3

Antipsicóticos Antipsicóticos Sintomas negativos: redução de ativação dos receptores dopaminérgicos no córtex pré frontal Teoria da serotonina Clozapina e Risperidona Antidopaminérgicos e bloqueadores de receptores 5-HT2 Antipsicóticos Mecanismo de Ação Bloqueio D2 e 5-HT2 Sistema mesolímbico Trato área tegmental nucleus accumbens, estriado sistema límbico Sistema Mesocortical area tegmental ventral cortex pré frontal Mecanismo de Ação Bloqueio D2 Diferente intensidade Bloqueio 5-HT2A Diferente intensidade Bloqueio de D4? Regiões corticais e límbicas 4

Classificação Primeira Geração - Típicos Classificação - Primeira Geração - Típicos Predomínio de bloqueio de receptores D2 Clorpromazina 1950 Clorpromazina Amplictil Haloperidol - Haldol Haloperidol - 1958 Classificação Segunda Geração Atípicos Bloqueio de 5-HT2A Clozapina ocupação de D2 (40 a 50%) Quetiapina - ocupação de D2 (40 a 50%) Olanzapina ocupação de D2 (50-90%) Risperidona ocupação de D2 (50-90%) Classificação Segunda Geração Atípicos Aripiprazol: agonista parcial D2 MECANISMO DE ESTABILIZAÇÃO DOPAMINÉRGICA: antagoniza dopamina em área onde há liberação excessiva ativa receptores D2 em regiões de baixa atividade 5

Usos Terapêuticos Usos Terapêuticos Tratamento das Psicoses (Esquizofrenia) Tradicionais -1ª Geração Sintomas positivos (alucinações e distúrbio das idéias) Atípicos 2ª Geração Sintomas Negativos comprometimento da emoções diminuição da capacidade de relacionamento com pessoas Outros Usos Terapêuticos Transtorno bipolar Transtorno de comportamento Doença de Alzheimer Comportamento violento Autismo Náuseas e vômitos refratários - Efeito antiemético 6

Sistema nervoso central Sistema nervoso autônomo Sistema nervoso central Sistema endócrino Distonias Espasmos músculos da língua, face, pescoço e dorso (torcicolo, caretas, rotação dos olhos) 1 a 5 dias Acatisia Inquietação mental e motora 5 a 60 dias Mecanismo desconhecido Antagonismo agudo da DA 7

Parkinsonismo Rigidez, tremores, bradicinesia, facies inexpressiva, marcha arrastando os pés 5 a 30 dias Sistema nervoso autônomo Antagonismo da Dopamina Bloqueio muscarínico: Xerostomia Bloqueio dos receptores alfa adrenérgicos: Hipotensão ortostática Constipação Perda da acomodação visual 8

Resultado da hiperprolactinemia Sistema endócrino Amenorreia Galactorreia Ganho de peso Outros: Síndrome neuroléptica maligna Síndrome neuroléptica maligna Potencialmente fatal hipertermia, instabilidade de PA, alteração de consciência, aumento de CK, I. renal Tratamento: Dantroleno e agonista dopaminérgico: bromocriptina. 9

Outros: Discinesia tardia após anos de uso movimentos coreiformes rápidos (semelhantes a tiques), involuntários e repetitivos da face, pálpebras, boca (caretas), língua, tronco e extremidades. Efeitos Adversos Atípícos Menor possibilidade de efeitos extrapiramidais Alterações hematológicas agranulocitose e leucopenia - clozapina (leponex ) Ganho de peso - Olanzapina (Zyprexa ) e Risperidona (Risperdal ) Efeitos metabólicos: dislipidemia, hiperglicemia, eventos cardiovasculares - maioria Controle dos níveis de colesterol, triglicérides e glicemia Antipsicóticos - Evidências Antipsicóticos - Evidências Todos os antipsicóticos são igualmente eficazes no controle de sintomas positivos na psicose aguda. Antipsicóticos atípicos têm maiores efeitos em sintomas negativos, em comparação a antipsicóticos convencionais. Não há diferenças consistentes de eficácia entre antipsicóticos atípicos. Em pacientes refratários a tratamento com antipsicóticos convencionais, antipsicóticos atípicos mostram melhores resultados. Antipsicóticos atípicos associam-se a menores taxas de recidivas e menor abandono de tratamento. Antipsicóticos atípicos mostram menor incidência de efeitos Extrapiramidais. 10