PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 35 BOAS IDÉIAS + 40 NOVAS FRANQUIAS JANEIRO 2007 N 216 JANEIRO 2007 N 216 R$ 8,90 Reunimos uma superlista de oportunidades para você lucrar alto em www.globo.com/pegn OS NEGÓCIOS QUE ESTÃO BOMBANDO: Butique de flores + Confeitaria + Ensino à distância + Personal chef + Turismo de experiência e muito mais VOCÊ ACREDITA EM ANJOS? Conheça os Angel Investors! Eles podem financiar seu projeto inovador UNIVERSIDADE EM TEMPO RECORDE Cursos de 2 a 3 anos são um jeito bacana de apostar em você e na sua empresa 00216 9 770104 229003
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Por Wagner Roque e Viviane Maia Ilustrações Nik Com a ajuda de nove consultores, reunimos uma superlista de negócios para que você comece o seu. São sugestões em 14 áreas diferentes, que vão do ensino pela internet às lojas de produtos orgânicos, com valores de investimento que variam de 4.000 a 210.000 reais. Agora é com você JANEIRO>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >>27
CAPA Bem-vindo ao ano-novo, hora de colocar projetos em prática, de planejar uma virada na vida, buscar mais dinheiro e tranqüilidade para o futuro, perseguir sonhos. Sabemos que o sucesso de uma empresa depende muito das competências empreendedoras de quem está no comando. Mas é inegável também que, se você conseguir detectar uma oportunidade promissora, o caminho para o sucesso pode ser bem mais curto. Por isso, saímos a campo para pesquisar os setores que oferecem as melhores chances para quem pretende abrir uma empresa. Ouvimos nove consultores para montar nossa superlista de 2007, que traz 35 idéias em 14 áreas diferentes. É o quarto ano consecutivo que publicamos a lista e, nesta edição, há 21 negócios que aparecem pela primeira vez. O que isso significa? Que a atividade ou é fruto dos novos tempos, como o personal chef e a revelação digital ou é uma velha conhecida que anda muito aquecida, como as floriculturas, agora transformadas em Há demanda para negócios que facilitem a vida do consumidor butiques, com arranjos feitos por designers. Negócios que estão há mais tempo na lista são igualmente interessantes: sinal de que o ramo não é um modismo passageiro. Você verá que o setor de serviços é predominante entre as sugestões, uma tendência natural. Existe sempre demanda para negócios que facilitem a vida do consumidor, cada vez mais exigente e com menos tempo disponível, diz o consultor Luiz Fernando Garcia, VEJA MAIS NA TV E NO JORNAL O programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios e o jornal O Globo também vão abordar o tema desta reportagem em janeiro Você poderá saber mais sobre o tema Boas Idéias para lucrar em 2007 no caderno Boa Chance, de O Globo, dia 14 de janeiro, e no Programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, na TV Globo, dias 7, 14, 21 e 28, às 7h30, com reapresentações na Globonews, nos mesmos dias, às 10h05, e no Canal Futura, às segundas-feiras, dias 8, 15, 22 e 29, às 23h30, ou às sextas-feiras, dias 12, 19, 26 e 2 de fevereiro coordenador do Grupo Dirigido de Psicodinâmica Aplicada a Negócios (GD). A área de serviços inclui, também, o atendimento à população da terceira idade, que aumenta ano após ano com a maior expectativa de vida dos brasileiros. Isso se traduz por oportunidades, tanto para quem quer montar uma empresa quanto para quem pretende ampliar uma já existente. É o que acontece nas academias de ginástica e nos salões de estética e beleza, também listados entre as sugestões. Os quadros que acompanham a reportagem trazem uma estimativa de investimento em equipamentos e instalações e também do capital de giro, valor estimado para que o empreendedor possa pagar seus custos nos primeiros meses de operação. São valores que podem mudar conforme a região e o tamanho do empreendimento, mas, mesmo assim, são um bom termômetro do quanto você vai precisar. Para quem vai começar do zero, um conselho: ao escolher, avalie se você tem afinidade com a atividade eleita. Não queremos que você abra uma empresa pensando apenas no lucro, pois gostar do que se faz é fundamental e conta muito para o sucesso pessoal e profissional. Se tem família, certifique-se de que tem o apoio de seu(sua) parceiro(a) e dos filhos, pois é certo que você terá que se dedicar ao novo negócio, sobrando pouco tempo para tudo o mais (sem dizer que a família também tem que maneirar nos gastos). Monte um plano de negócios, estude a concorrência e busque um diferencial, um algo a mais que você terá para oferecer. Quanto mais parecidas são as ofertas, sejam produtos ou serviços, maiores serão as dificuldades para se conquistar clientes, diz o professor Rafael Pascoarelli, do departamento de Finanças da Universiade de São Paulo (USP). Para criar esses diferenciais, inspire-se nas sugestões que acompanham esta reportagem, nas laterais das páginas. São idéias já testadas na prática por empreendedores, mas ainda pouco usadas pelas empresas. Nós aqui ficaremos na torcida, para que você tire o seu sonho do papel. Boa sorte! * CONSULTORES OUVIDOS: ANA VECHI (VECHI & ANCONA), GISELA KAS- SOY (GISELA KASSOY INOVAÇÃO CONTÍNUA), LUIZ FERNANDO GARCIA (RENDER CAPACITAÇÃO), MARCELO CHERTO (GRUPO CHERTO), MARCO AURÉLIO BEDÊ (SEBRAE-SP), MAURO PERES (IDC), RAFAEL PASCOARELLI (USP), RUY QUINTÃO (IBMEC), TALES ANDREASSI (EASP-FVG). 28>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >> JANEIRO
um cozinheiro e um ajudante como funcionários fixos e recorrer a cooperativas de garçons para o caso de eventos maiores. É uma forma de contar com mão-de-obra de confiança, sem ter custos fixos muito altos, diz Elaine. R$ 35.000 (cozinha com equipamentos semi-industriais, como fogão, geladeira, freezer, bancada de inox, pia com duas cubas, além de reforma do espaço) CAPITAL DE GIRO: R$ 12.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (o dono, um cozinheiro e um ajudante) R$ 10.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses DIVULGAÇÃO >> O doce Pérolas de Champagne é assinado por Rafael Barros, em uma confeitaria sofisticada ALIMENTAÇÃO R$ 47.000 1. Personal chef O hábito de receber amigos em casa para um jantar na lista aconchegante ganhou um novo ingrediente nos últimos tempos: o personal chef. Esse profissional, normalmente formado em cursos de gastronomia e muitas vezes dono de um restaurante, passou a ser contratado como cozinheiro de luxo por pessoas que querem oferecer bons pratos e, mais do que isso, impressionar os convidados. Em geral, o chef leva para a casa do cliente as comidas quase prontas e finaliza os pratos na hora. Cobra preços altos, típicos dos serviços personalizados voltados para clientes de alta renda. Profissionais de renome chegam a cobrar 10.000 reais por um jantar para 50 pessoas, com caviar e trufas. Isso fora a bebida e os utensílios, que podem ser alugados à parte, caso o cliente não os tenha. Já os chefs menos conhecidos chegam a cobrar metade desse valor. É um negócio lucrativo, segundo a chef Elaine do Nascimento, que criou a Elaine Gastronomia. A empresária diz que, embora se trate de um negócio possível de se iniciar em casa, ela preferiu formalizar a empresa, já que alguns clientes exigem nota fiscal. Ela diz que fez curso de gastronomia em 2000 e no ano passado começou a trabalhar como personal chef, usando a cozinha da própria casa. Agora, estou construindo uma cozinha industrial, azulejada, com equipamentos adequados e piso antiderrapante, como manda a lei. Elaine acredita que o ideal é manter apenas R$ 62.000 2. Confeitaria sofisticada Doces feitos artesanalmente, na lista com ingredientes da melhor qualidade e acabamento artístico. Basicamente são estas as características dos produtos que compõem a confeitaria sofisticada. Quem pretende ingressar no ramo deve, primeiro, definir o leque de produtos. Não basta copiar receitas que já fazem sucesso por aí. É preciso imprimir toques especiais ao sabor e ao visual dos doces. O empreendedor iniciante pode montar um ponto-de-venda para atender o consumidor final, mas isso demandará um bom investimento e uma escolha cuidadosa do local. Outra opção é manter uma cozinha semi-industrial acoplada a um escritório e sala para receber clientes, sem a necessidade de ter porta aberta para a rua. É assim JANEIRO>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >>29
CAPA que funciona a Ópera Ganache, localizada no bairro do Jabaquara, região sul de São Paulo. Vendemos para docerias, restaurantes, cafés e também noivos, diz Rafael Barros, sócio de Cecília Moraes na empresa. Entre as iguarias da Ópera Ganache estão o Macaron, um biscoito francês com recheio especial carro-chefe da casa e o doce conhecido como Pérolas de Champagne, cuja receita é assinada por Barros. Formado em gastronomia, Barros diz que lança coleções de doces de tempos em tempos, como acontece no mundo da moda, variando as opções. Uma vez por semana Barros e Cecília recebem no escritório da Ópera Ganache noivos interessados em encomendar doces para suas festas de casamento. Atendemos com hora marcada, diz Cecília. Pelo menos 90% das pessoas que vêm até a empresa fecham negócio. Eles pegam o cliente pelo estômago: Além de os doces da marca custarem 20% mais barato do que produtos do mesmo padrão, os clientes que visitam a empresa têm direito à degustação, afirma Barros. R$ 50.000 (reforma do ponto, balcões, freezer, geladeira, bancada, fogão, forno e utensílios de cozinha) CAPITAL DE GIRO: R$ 12.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono, dois confeiteiros e um auxiliar) R$ 12.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses R$ 80.000 3. Loja de orgânicos Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 4 DE 4 O consumo de alimentos orgânicos (sem agrotóxicos) continua em alta, o que significa uma boa oportunidade tanto para quem produz quanto para quem vende. A variedade de itens no mercado é cada vez maior e, com isso, há espaço para lojas especializadas. Para driblar a concorrência dos supermercados, que também estão apostando nesses produtos, você pode montar um negócio que combine loja e restaurante. Um exemplo desse formato é o Chauá Comida Orgânica, de Curitiba, que tem 120 m 2 e espaço para servir 50 pessoas, além de uma loja com mais de 300 produtos, de geléias a sabonetes. Os alimentos vendidos in natura para os clientes levarem para casa são os mesmos usados na cozinha do restaurante, de acordo com Rogério Chimionato, que montou o negócio em 2003 em sociedade com Marcelo Suguimati. Chimionato afirma que o movimento do Chauá triplicou em três anos e que o estabelecimento é um dos poucos a ter pratos prontos certificados por institutos internacionais. O cardápio inclui sopas, massas e feijoada. Mas nem só de comida vive uma loja de orgânicos. Recentemente, o Chauá passou a vender também xampu. Outra tática adotada foi a implantação do sistema de entrega em domicílio, com acesso por telefone e pela internet. R$ 60.000 (reforma do ponto, balcões, geladeiras, freezers, prateleiras, mesas, cadeiras e utensílios de cozinha CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (o dono, dois atendentes, um cozinheiro e um ajudante) R$ 20.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses BRINDES E PRESENTES R$ 20.000 4. Brindes corporativos Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 4 DE 4 A produção de brindes para empresas tem demanda o ano todo, com picos em novembro e dezembro, quando os clientes compram peças diversas para presentear seus parceiros e colaboradores. É possível começar no ramo oferecendo peças convencionais, como bonés, canetas, agendas, chaveiros e camisetas. Para não investir em muitos equipamentos logo no começo, a saída é terceirizar parte da produção. A alternativa foi adotada por Danilo Marques, dono da Bena Brindes, de São Paulo. Para produzir agendas, por exemplo, a empresa define com o cliente o tipo de material a ser utilizado, o visual do produto e recorre a gráficas com as quais tem parceria. Mesmo terceirizando a produção, segundo Marques, é fundamental contar com pelo menos um vendedor e um desenhista na equipe. Eles serão os responsáveis pela captação de clientes e pelo desenvolvimento de projetos personalizados. A internet pode funcionar como uma boa ferramenta, já que permite atender clientes de cidades distantes. A Bena Brindes mantém um mostruário em seu site para que o interessado faça a escolha e, por e-mail, envie o logotipo a ser impresso no brinde. Feito isso, a imagem de um protótipo é enviada, também por e-mail, para que o cliente aprove. Só então é dado o sinal verde para iniciar a produção. Supervisiono cada etapa e controlo rigorosamente 30>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS
FOTOS: DIVULGAÇÃO os prazos, afirma Marques. Um cuidado fundamental, segundo o empresário, refere-se à quantidade mínima de cada encomenda. Além disso, o dono da empresa de brindes precisa tomar cuidados em relação à inadimplência, muito comum no setor. Ao receber grandes pedidos, principalmente de novos clientes, é recomendável exigir parte do pagamento antecipada. R$ 15.000 (material de silkscreen, seladora, primeiro estoque de produtos) CAPITAL DE GIRO: R$ 5.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (o dono e dois auxiliares) FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 10.000 PRAZO DE RETORNO: 6 meses R$ 200.000 5. Brinquedos customizados Foi-se o tempo em que os consumidores queriam produtos na lista feitos em série, massificados. Hoje, o que se nota é o fenômeno da personalização, no qual as pessoas tendem a procurar por presentes e artigos customizados, feitos sob medida. Um negócio de grande sucesso nos Estados Unidos e que chegou recentemente ao Brasil é a customização de brinquedos. A idéia começou com os bichinhos de pelúcia, mas pode migrar para outras áreas, como a de bonecas, brinquedos que levem chips sonoros ou lembrancinhas de festa. A empresa Happy Town, que nasceu em 2004 como um site, transformouse em um quiosque, presente atualmente em dois shoppings paulistanos o Market Place e o Pátio Higienópolis. No quiosque, a criança escolhe na tela de um computador como será o seu amiguinho. Decide o tipo de animal, as roupas e acessórios, o nome, as características da personalidade e até a altura e o peso, que são impressos na certidão de nascimento do bicho. É possível, ainda, gravar melodias com a voz da criança em chips, inseridos no brinquedo para que ele converse com seu dono. Os monitores da Happy Town montam o bichinho em dez minutos, em média. Os preços variam de 120 a 130 reais, segundo Felício Borzani, sócio da Happy Town. Em datas como Dia das Mães e dos Namorados, os adultos também compram bichinhos personalizados para dar de presente. R$ 150.000 (adaptação do ponto, computador com programa específico, balança eletrônica, máquina de encher bichinhos de pelúcia e primeiro estoque) CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (o dono e quatro atendentes) R$ 60.000 PRAZO DE RETORNO: 24 meses CASA & DECORAÇÃO R$ 11.000 6. Instalação de telhados O mercado de construção civil na lista está numa boa fase. As lojas do ramo devem movimentar 37,3 bilhões de reais este ano, um crescimento de 8% em relação ao ano passado. É um ótimo índice, de acordo com a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), já que a evolução de 2004 para 2005 foi de apenas 3%. Com o aquecimento do setor, crescem também as oportunidades para diferentes tipos de negócios, como os serviços de reformas e construção de telhados. Embora muitos profissionais do ramo trabalhem informalmente, a regularização do negócio tem suas vantagens, segundo Marcos Costa, sócio da Montalvu, de São Paulo. Uma delas é poder atender empresas, escolas e hospitais, que normalmente exigem notas fiscais. Ele recomenda que os novos empresários comecem contratando apenas um ajudante e, na medida em que os chamados forem aumentando, ampliem a equipe. É possível formar um quadro de profissionais que atuem como free-lancers e acioná-los conforme a demanda. O ideal é dividi-los em equipes para que a empresa possa atender a vários chamados. Em geral, esse pessoal tem suas próprias ferramentas. O volume de serviço na WI-FI PARA ATRAIR O CLIENTE Receitas diferentes e cardápios que mudam com freqüência costumam seduzir a clientela. Mas dá para fazer mais: Se você tem um restaurante e quer se diferenciar da concorrência, pode oferecer o sistema de internet sem fio. Assim, o cliente navega pela web enquanto espera pelo prato ou pela conta. Com cerca de 4.000 reais é possível comprar um notebook. Já o equipamento para transmissão custa a partir de 200 reais. Além disso, há que se pagar a mensalidade de um provedor, como o Terra, o BR Turbo ou o Speedy. O restaurante Baby Beef Morumbi, em São Paulo, oferece o serviço. Cerca de 30% dos 600 clientes que almoçam ali costumam acessar a web. PLAYGROUND NA PIZZARIA A Paulista 10, pizzaria de São Paulo, tem um balão pula-pula e uma piscina de bolinha no meio do salão. Os pimpolhos se esbaldam enquanto os pais comem suas pizzas sossegados. A estratégia é ideal para casas freqüentadas por famílias com crianças. Ela evita que os pequenos fiquem correndo entre as mesas, atrapalhando os demais clientes e correndo risco de machucar-se. Outra vantagem: os pais ficam mais tempo no restaurante. E consomem mais, claro. 31
CAPA CABELEIREIRO FAZ A FESTA Tem um salão de beleza? Experimente usá-lo como espaço para uma festa infantil. A novidade já comprovou que dá bom resultado no Glitz Mania, um salão infantil de São Paulo que realiza em média 16 festas por mês. A idéia também foi adotada na rede Jacques Janine. Os salões oferecem guloseimas e serviços de beleza para a aniversariante e suas convidadas. As meninas pintam as unhas, lavam os cabelos, fazem escova. Assim como acontece nos bufês, os preços cobrados podem variar conforme o número de convidados. É uma boa alternativa para equilibrar as contas nos dias de menor movimento no salão. FARMÁCIA COM MASSAGEM Quanto mais serviços agregados à venda de um produto, maiores as chances de conquistar clientes, dizem os consultores. Em algumas farmácias, o ensinamento foi colocado em prática. Elas deixaram de ser simples pontos-de-venda de remédios e passaram a oferecer consultoria de beleza, massagem e cafezinho. A Farmaserv Megastore dispõe de atendimento ao diabético, spa e uma área para palestras. Se você já tem uma farmácia, pode adotar algumas dessas idéias. Montalvu tem crescido nos últimos anos e hoje a empresa atende a uma média de 15 chamados por mês, de acordo com Costa. O tamanho dos telhados varia de 50 a 300 m 2. Para cumprir os serviços no prazo, o empresário acredita que é preciso planejar bem, definindo os roteiros a serem percorridos e o tempo de duração de cada serviço. Além disso, oferecemos garantia de um a três anos sobre os serviços, o que ajuda a fidelizar a clientela. R$ 5.000 (computador, telefone e ferramentas) CAPITAL DE GIRO: R$ 6.000 FUNCIONÁRIOS: 2 (o dono e um auxiliar) R$ 6.000 PRAZO DE RETORNO: 6 meses R$ 50.000 7. Aplicação de gesso Quem quer na lista aproveitar o crescimento do setor de construção civil pode abrir uma empresa especializada em colocação de gesso. A aceitação do produto vem crescendo entre consumidores de diferentes classes sociais, segundo empresários do ramo. Isso porque a qualidade do material melhorou muito nos últimos anos e, com isso, o gesso passou a ser utilizado em diferentes aplicações. Uma delas é o revestimento de paredes. Além disso, surgiram novidades, como é o caso do chamado dry wall, placas de gesso mais resistentes que se transformam em paredes internas, sem muita sujeira e a custos baixos. O profissional conhecido como gesseiro, portanto, agora pode oferecer uma gama de serviços maior e não somente produzir molduras, sancas e colunas falsas, como antes, de acordo com William Macial, dono da Decor Gesso, de Jundiaí, no interior de São Paulo. Ele diz que de janeiro a outubro deste ano as suas vendas cresceram 30% em relação ao mesmo período do ano passado, o que o obrigou a contratar mais sete empregados. Hoje ele conta com 25 funcionários fixos. Macial afirma que, justamente por ter crescido o leque se serviços, o empresário do ramo precisa conhecer bem todos os custos para oferecer um preço competitivo, sem risco de ficar no prejuízo. Além da equipe que faz o atendimento externo, é preciso contar com um bom fundidor, profissional que fica na empresa e prepara as peças conforme os pedidos. Como o gesso solta pó, o espaço para produção deve ser bem ventilado e os funcionários precisam usar máscaras de proteção durante o trabalho. >> Arranjos do Galpão das Flores: bom gosto e criatividade R$ 30.000 (moldes, prateleiras, mesas para fundição e ferramentas) CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (o dono, um colocador de gesso e um ajudante) R$ 20.000 R$ 95.000 8. Butique de flores O comércio de na lista flores mudou muito nos últimos anos. Os supermercados começaram a vender o produto a preços baixos e as lojas especializadas tiveram que reagir para sobreviver à concorrência. Surgiram, assim, as floriculturas de luxo, que não vendem apenas arranjos prontos, mas sim verdadeiras esculturas com flores e folhagens. Tudo feito com muita criatividade. Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), ainda há espaço a ser explorado no setor. O consumo doméstico anual no Brasil gira em torno de 10 dólares per capita, enquanto na Alemanha é de 137 dólares (293 reais) e nos EUA, 36 dólares (77 reais). 32
FOTOS: DIVULGAÇÃO >> Banco com desenho moderno da loja Andréa Arruda Os donos das butiques costumam criar arranjos diferenciados, usando vasos feitos de material reciclado, cerâmica e vidro, entre outros. Também oferecem serviços de decoração de ambientes. Em geral, atendem consumidores de classe média alta e empresas de diferentes setores, como acontece no Galpão das Flores, das empresárias Daniela Salles e Sabrina Winter. Elas abriram o negócio em São Paulo, em janeiro de 2005. Daniela diz criar arranjos personalizados para acompanhar presentes como garrafas de vinho e até jóias. A entrega é terceirizada, exceto no caso dos arranjos mais delicados, para os quais ela utiliza um veículo próprio. A melhor divulgação da nossa empresa é o próprio produto que vendemos, diz Daniela. Todos os arranjos levam sempre uma etiqueta com o nome da loja e o telefone. R$ 80.000 (reforma do espaço, balcões, bancos, prateleiras e primeiro estoque) CAPITAL DE GIRO: R$ 15.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono, dois floristas e um assistente) R$ 15.000 PRAZO DE RETORNO: 24 meses R$ 150.000 9. Loja de objetos de design Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 2 DE 4 Ficar em casa nas horas de descanso tem se tornado um hábito muito comum, principalmente nos grandes centros urbanos. Uma das explicações é a preocupação da população em relação à violência nas ruas. A tendência estimula os negócios capazes de tornar mais charmosa e aconchegante a vida das pessoas dentro de casa. Nesse cenário, a venda de objetos de design, como móveis e peças de decoração, é uma das atividades promissoras para novos empreendedores. Bom gosto na escolha dos produtos é requisito básico para quem pretende ingressar no ramo. Tudo deve ficar disposto cuidadosamente dentro da loja, de forma a sugerir combinações de peças. A escolha do ponto comercial também pesa no sucesso do negócio, segundo a empresária Andréa Arruda, dona da loja que leva o seu nome na alameda Gabriel Monteiro da Silva, um corredor paulistano que reúne lojas de decoração. Ela diz que trabalhou durante anos como funcionária no ramo, tornou-se sócia de um antigo patrão numa loja de decoração e, ao perceber que o setor tinha grande demanda, decidiu abrir o próprio negócio. No começo, eu vendia muitos produtos para presente e utilidades domésticas. Aos poucos, diz, foi percebendo que muitos arquitetos e decoradores procuravam peças diferentes em sua loja. Passou então a vender almofadas, revisteiros, poltronas, mesas, aparadores, bancos, entre outros objetos, todos com design diferenciado. Agora, quero aproveitar uma área externa existente nos fundos da loja e colocar à venda mais peças de jardim, diz, sempre de olho em tendências. R$ 100.000 (reforma do ponto, computador, balcões, prateleiras e primeiro estoque) CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono, dois vendedores e um auxiliar) R$ 50.000 CORPO & MENTE R$ 40.000 10. Spa e clínica estética Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 4 DE 4 Não há dúvida de que a procura por serviços ligados ao bem-estar vem crescendo nos últimos anos. Agora tem aumentado também a demanda por locais que ofereçam não só massagens terapêuticas e técnicas de relaxamento como também serviços de estética: drenagem linfática, limpeza de pele e peeling, entre outros. Atentas à tendência, as empresárias Kelly Marinheiro e Adriana Machado montaram a Clínica Keldri, em São Paulo. Kelly é psicoterapeuta e tem cursos nas áreas de terapia floral, holística e massagem relaxante. Adriana é esteticista. Os primeiros clientes da clínica eram pessoas que já atendíamos em domicílio, diz Kelly. Para montar o negócio, elas alugaram um sobrado, no qual montaram duas salas separadas para que cada uma atenda na sua especialidade. Em geral, segundo as empresárias, os clientes marcam hora para receber os serviços de bemestar e de estética seguidos, para aproveitar o tempo. Elas afirmam que estão planejando criar pacotes de serviços especiais para pessoas da terceira idade, já que o número de clientes com mais de 60 anos vem aumentando. É também para atender melhor esse público que o Espaço Mizuki está construindo uma unidade, com acesso mais fácil, segundo Yuri Gondo, diretora da empresa. Instalado em um amplo prédio de dois andares no bairro do Itaim, em São Paulo, o Mizuki reúne clínica terapêutica, JANEIRO>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >>33
CAPA >> Academia Clini Fit: atendimento personalizado academia de ginástica e serviços de estética. Com 50 anos de existência, o local procura se adequar às tendências do mercado, segundo Yuri. As salas de RPG, podologia e de ofurô foram criadas nos últimos anos, diz. R$ 30.000 (macas, artigos para estética e relaxamento, móveis de escritório e para sala de espera, geladeira e televisão) CAPITAL DE GIRO: R$ 10.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (um profissional de bem-estar, um de estética e um atendente) R$ 6.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses R$ 120.000 11. Ginástica expressa Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 2 DE 4 Quem disse que com a correria do dia-a-dia as pessoas não têm mais tempo de fazer ginástica? A opção para esse público são as academias expressas, que oferecem aulas rápidas em horários variados e personal trainer, para acompanhamento individual de cada aluno. A modalidade, que surgiu nos Estados Unidos, chegou ao Brasil nos últimos anos e acabou conquistando uma legião de adeptos. O público normalmente é de classe média alta e prefere atendimento exclusivo ou ambiente com pouca gente, segundo Luciano da Silveira, dono da Clini Fit, de São Paulo. Silveira diz que decidiu montar o negócio depois que voltou dos Estados Unidos, onde morou durante 18 anos. Sua academia funciona a portas fechadas e só abre para quem está com horário marcado ou telefona avisando que vem. Preocupo-me com a privacidade dos meus alunos, diz. Recebo no máximo quatro alunos de cada vez, cada um acompanhado por um personal trainer, embora tenha espaço para atender muito mais gente. O preço da hora/aula varia de 80 a 100 reais, incluindo o trabalho do professor individual. Sai bem mais barato do que pagar um personal trainer e ainda a mensalidade de uma academia, de acordo com Silveira. A Clini Fit funciona das seis horas da manhã às dez da noite, para que os alunos consigam adequar os horários de ginástica com o corre-corre de suas rotinas. Se o aluno quiser, pode consultar nutricionista, endocrinologista e até psicólogo, diz o empresário. Tudo sem sair da academia. R$ 100.000 (aparelhos de condicionamento cardiorrespiratório, de musculação e de avaliação física, computador) CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono, um atendente e dois professores) R$ 20.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses EDUCAÇÃO R$ 40.000 12. Cursos de capacitação Os cursos de capacitação, nas na lista mais diferentes áreas, têm demanda crescente em todo o Brasil. De acordo com consultores, um dos principais motivos é o aumento do número de vagas em setores como telemarketing, informática e turismo, que exigem qualificação específica. Além disso, existe um grande número de pessoas desempregadas (potenciais alunos) em busca de oportunidades para que possam se encaixar no mercado de trabalho. O empreendedor Renato Medeiros, um dos fundadores da MarcApoio Consultoria e Treinamento, do Rio de Janeiro, não tem dúvida de que está num mercado em alta. Sua empresa começou na década de 80 como representante de vendas de serviços de hotéis e restaurantes cariocas para turistas. No fim daquela década, a MarcApoio passou a oferecer aulas de guia de turismo e não parou mais de implementar cursos, sempre com base nas necessidades do mercado. O mais recente foi criado há dois anos na área de eventos, ele diz. Atualmente a MarcApoio tem 25 cursos e ainda oferece consultorias em gestão para empresas. O primeiro cuidado a ser tomado por quem vai montar um negócio na área deve ser em relação à competência dos professores. O ideal é contratar profissionais experientes e ainda na ativa, o que facilita as aulas práticas. Eles não precisam ser registrados em carteira, podem ser remunerados por hora/aula. A escola deve ficar em região de fácil acesso, ter salas confortáveis, além de equipamentos e materiais de apoio adequados. Quem optar pelo setor de turismo e hotelaria deve se credenciar no Ministério do Turismo. R$ 30.000 (sala com carteiras para 40 pessoas, mesas, quadro branco, retroprojetor, datashow, dois computadores, uma multifuncional, ar-condicionado, frigobar, balcão de atendimento e dois telefones) CAPITAL DE GIRO: R$ 10.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (o dono e dois atendentes) R$ 10.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses FOTOS: DIVULGAÇÃO 34>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >> JANEIRO
R$ 55.000 13. Ensino à distância A educação corporativa à distância, conhecida na lista como e-learning (por utilizar a internet), tem evoluído significativamente. Segundo o Ministério da Educação, em 2000, eram apenas dez os cursos online no país, com cerca de 1.600 estudantes. Em 2004, foram registrados 107 cursos, com 59.600 matriculados. Estes são os dados mais recentes do setor. Estima-se que hoje existam no Brasil centenas de cursos que atendem centenas de milhares de alunos. Segundo especialistas, o avanço acontece porque as empresas, bancos e outras organizações descobriram que o e-learning permite treinar pessoas rapidamente nas mais diferentes modalidades. E independe da localização. Que tal aproveitar a oportunidade e montar um negócio no ramo? Para isso você precisa ter conhecimento de tecnologia, investir em equipamentos de última geração e contar com pessoal capacitado, segundo José León, sócio da Livronline.com, que atua na área e hoje tem sede em São Paulo e em Madri. A empresa pode desenvolver os cursos sob encomenda ou então criar os chamados cursos de prateleira, geralmente em disciplinas básicas, como matemática financeira. Esses são muito lucrativos, diz León. Para que o aluno tenha acesso às aulas, a empresa desenvolvedora do curso instala uma plataforma no micro do cliente. As aulas podem ser síncronas (com aluno e professor interagindo) ou assíncronas (o aluno entra no circuito independentemente do professor). Os direitos de uso dos cursos variam de um caso para o outro. Pode incluir contrato de licenciamento por determinado período ou ter liberação de uso à vontade. R$ 40.000 (seis computadores de última geração com programas específicos e móveis de escritório) CAPITAL DE GIRO: R$ 15.000 FUNCIONÁRIOS: 6 (o dono, um webdesigner, dois programadores, um atendente e um vendedor) R$ 15.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses R$ 150.000 14. Ensino lúdico Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 2 DE 4 Até alguns anos atrás, os professores levavam os alunos para passeios educativos apenas como atividade complementar. Aos poucos, os profissionais da área de educação foram percebendo que o ensino ao ar livre tem grande aceitação. Surgiram >> Curso de empreendedorismo da Somma ao ar livre assim os mais diferentes cursos nesse formato. As aulas de idiomas são as mais comuns. Há escolas que levam alunos para treinar o aprendizado em hotéis, restaurantes e shoppings, entre outros locais. É o caso da English Camp, que possui escritório em São Paulo e área de acampamento em Itapetininga, interior de São Paulo. O local recebe crianças com idades entre 5 e 16 anos. O acampamento possui placas indicativas em inglês e conta com monitores que coordenam atividades de entretenimento. O negócio é comandado em sociedade pelas irmãs Sandra, Silvia e Solange Pizzo. O acampamento comporta 200 crianças, mas o número máximo de cada turma é de 120, com um monitor para cada grupo de oito crianças, no caso das maiores, e um para cada três crianças menores. O empreendedorismo também se aprende fora da sala de aula, segundo Flavio Littieri, sócio da Somma, de São Paulo. Sua empresa não tem espaço próprio, uma boa idéia para quem vai iniciar no ramo sem muito capital. Levamos os jovens para hotéisfazenda ou acampamentos e contratamos os serviços de alimentação, diz Littieri. Os alunos vêm de escolas particulares com as quais a Somma firma parceria e têm interesse em montar negócios próprios. Eles participam de jogos que lhes permitem avaliar o seu lado empreendedor. Começamos em 2004 com alguns alunos e vamos chegar a 2007 com milhares, diz o empresário. R$ 100.000 (reforma do espaço, fogões, camas, mesas, cadeiras, freezer, geladeira, utensílios de cozinha, roupas de cama, mesa e banho, brinquedos, acessórios para esportes, computador e dois telefones) CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (o dono, dois auxiliares administrativos, uma cozinheira e um faxineiro) R$ 20.000 PRAZO DE RETORNO: 36 meses FESTAS R$ 26.000 15. Casamentos & debutantes O mercado de festas movimenta na lista uma lista enorme de negócios e está em alta, principalmente agora que os bailes de debutantes voltaram à moda. Da decoração do ambiente às viagens, passando pelo aluguel de roupas e 35
CAPA produção de alimentos, não faltam idéias rentáveis quando o assunto é evento social, bar mitzvah, casamento ou aniversário de 15 anos. Muitos clientes querem a diversão da festa, mas não a dor de cabeça de organizá-la. Negócios em torno da montagem de eventos, portanto, estão em alta. Eles se encarregam de encomendar alimentos, músicos, seguranças, decoração, manobristas e o que mais for necessário para garantir a diversão. Lisiane Buchabkui, de Porto Alegre, há dez anos no ramo, diz que sua empresa, a LisEventos & Cia., chega a realizar cinco festas em um único dia. Mas o normal são três por dia, diz. Ela afirma que tem parcerias com empresas de diferentes setores, que atuam como seus fornecedores, selecionados cuidadosamente. Para garantir a qualidade, porém, ela diz percorrer as festas para ver se está tudo em ordem. Segundo a empresária, o perfil do cliente mudou nos últimos anos. Hoje atendo muitas pessoas na faixa dos 30 anos de idade que já estão separadas e se casam novamente, além de viúvos e divorciados que partem para o segundo ou terceiro matrimônio. No começo, ela conta, mantinha um espaço no qual funcionava apenas um showroom para mostrar aos clientes alguns produtos e serviços, como fotografia, filmagem, decoração e os doces e salgados, com direito a degustação. Ao perceber que o bufê também é uma parte bastante lucrativa no ramo, ela ampliou o showroom e inaugurou um espaço no qual também realiza as festas. R$ 20.000 (showroom, computador, dois telefones e sala de reuniões) CAPITAL DE GIRO: R$ 6.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono, um profissional para planejamento, um atendente e um relaçõespúblicas) R$ 6.000 INCLUSÃO SOCIAL R$ 38.000 16. Adaptação de ambientes Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 2 DE 4 Um mercado ainda pouco explorado, mas com muito potencial, é o de adaptação de ambientes para deficientes físicos. Trata-se de uma parcela significativa da população. De acordo com o IBGE, o Brasil tem cerca de 24,5 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência (14,5% da população). Algumas cidades do país, como São Paulo, têm leis segundo as quais os estabelecimentos públicos e comerciais com capacidade para mais de 100 pessoas devem oferecer facilidades de acesso aos deficientes. Outro dado em favor desse mercado é que as empresas têm cotas para contratação de deficientes físicos e precisam se adequar para recebê-los. É possível criar um negócio que ofereça a adaptação de ambientes. A Crismoe, fabricante de acessórios para banheiros, localizada em Cotia, São Paulo, tem 19 anos de existência, mas só em 2003 começou a investir na produção de barras de apoio para idosos e deficientes. Desde então, as vendas desses itens aumentaram 40%, de acordo com Virgínia Gaeta, da área de marketing da empresa. A Crismoe criou um showroom em forma de banheiro para que os clientes possam conhecer as aplicações de seus produtos dentro das normas técnicas. Os novos empresários do ramo podem adotar a mesma estratégia. Uma dica: a resistência das peças e a forma como elas são fixadas são importantes, já que precisam oferecer total segurança aos usuários. R$ 30.000 (reforma do ponto, showroom, ferramentas básicas, computador e telefone) CAPITAL DE GIRO: R$ 8.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (o dono, um atendente e um consultor) R$ 8.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses MODA R$ 135.000 17. Tamanhos grandes Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 2 DE 4 A obesidade é um problema de muitos países, inclusive do Brasil. Hábitos sedentários, comidas gordurosas e a ingestão excessiva de calorias fazem com que o número de pessoas com peso acima do recomendável aumente a cada dia. Questões de saúde à parte, o fato é que essa parcela crescente da população muitas vezes tem dificuldades de encontrar roupas adequadas para as diferentes ocasiões. Afinal, os gordinhos também têm o direito de ser elegantes. Uma loja voltada para esse público deve contar com fornecedores que garantam produtos de qualidade e saibam fazer peças com cores, estampas e cortes adequados. Afinal, não se trata apenas de ampliar uma roupa usada pelas pessoas magras. É preciso ter bom senso e noções de moda, diz Denise Nagi, dona da GG Stores, de São Paulo. Ela conta que, mesmo não sendo uma pessoa acima do peso, tinha amigos que se enquadravam no perfil e enfrentavam dificuldades na hora de comprar roupas. Em 2001 ela 36>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >> JANEIRO
DIVULGAÇÃO abriu a primeira unidade na Vila Mariana, bairro de classe média paulistano. O sucesso do negócio levou a empresária a inaugurar a segunda unidade no ano passado no Tatuapé, também em São Paulo. Vendo roupas para homens e mulheres nos tamanhos 48 a 64, afirma. Provadores amplos e serviços de personal stylist são alguns dos diferenciais que a GG Stores adotou. Os funcionários também devem ser bem treinados, segundo a dona. É preciso oferecer atendimento cordial e saber dizer sutilmente para uma pessoa que determinada roupa não lhe caiu bem, diz. Devido ao sucesso de suas duas lojas, Denise faz planos de abrir novas unidades e, quem sabe, franquear sua marca. R$ 100.000 (reforma da loja, balcões, prateleiras, computador e primeiro estoque) CAPITAL DE GIRO: R$ 35.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono e três vendedores) R$ 35.000 PRAZO DE RETORNO: 24 meses PRODUTOS RELIGIOSOS R$ 21.000 18. Bijuterias, terços, etc. O Brasil é um campo fértil para a na lista proliferação do mercado de produtos religiosos cristãos. Segundo o Censo 2000, são 125 milhões de católicos e 26 milhões de evangélicos que podem chegar a 100 milhões em 20 anos, segundo Eduardo Berzine, organizador da feira de negócios ExpoCristã. Uma opção para lucrar nesse universo pode ser a produção de terços e bijuterias com motivos religiosos. Qualidade e boa apresentação dos produtos são requisitos, segundo Remy de Andrade Filho, da empresa Vilma Artigos Religiosos, de Itajubá, Minas Gerais. O empresário diz acompanhar as tendências de comportamento e até mesmo os modismos lançados pelas novelas para criar as bijuterias, que em geral têm detalhes com mensagens cristãs ou imagens de santos. Quando montamos o negócio, a produção era totalmente artesanal e informal, diz. Com o aumento da demanda, tivemos que investir em máquinas para padronizar e agilizar o processo produtivo. A formalização do negócio foi uma necessidade, já que a intenção era vender para paróquias e lojas. Hoje, a empresa atende esse tipo de cliente em todo o Brasil, segundo Andrade Filho. Nos mantemos atentos aos calendários religiosos de diferentes regiões do país para programar a produção anual, diz. Segundo o empresário, a Vilma produz cerca de 1.200 bijuterias diferentes e exporta para 20 países. Muitos clientes escolhem as peças pelo site da empresa. Uma das vantagens é que nesse ramo praticamente não existe inadimplência, afirma Andrade Filho. R$ 15.000 (impressora a laser, plotter, ferramentas, mesas e cadeiras) CAPITAL DE GIRO: R$ 6.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono e três auxiliares) R$ 6.000 SERVIÇOS CORPORATIVOS R$ 30.000 19. Sistemas de segurança Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 3 DE 4 Nos últimos anos, muitos condomínios e empresas vêm apostando em sistemas de proteção contra ladrões, vários deles baseados em vídeo digital. Um sistema deste tipo funciona com câmeras IP, instaladas no local que se quer proteger. Elas disponibilizam imagens via web e o cliente as acessa através de um computador conectado à banda larga. Alguns usuários aproveitam o sistema para controlar, também, o movimento de lojas ou até mesmo dos funcionários. A tendência é que cada vez mais haja convergência entre os áreas de telecomunicações, segurança eletrônica e informática, segundo PET SHOP COM ALGO A MAIS O mercado dos pet shops é concorrido. Mas é possível adotar idéias simples que ajudem a aumentar a clientela. Se tiver um automóvel do tipo picape, implante o serviço conhecido como táxi dog. O dog walker é outra opção. Pode ser oferecida àqueles clientes que não dispõem de tempo para o passeio diário dos cães. SEGURO CONTRA A CHUVA DE VERÃO Quem nunca ficou irritado por ter lavado o carro de manhã e vê-lo, à tarde, sob um temporal? Muita gente prefere deixar o veículo sujo a correr o risco de perder o dinheiro da lavagem. O empresário Alex Bonifácio e sua mulher, Daiana Almeida, usam a estratégia do seguro contra a chuva no lava-rápido Car Wash, em São Paulo. O cliente lava o automóvel e, se chover, pode voltar para repetir o trabalho sem pagar nada a mais. Com faturamento médio de 15.000 reais, o casal diz que a estratégia dá certo, pois encoraja a lavagem e nem todo mundo volta se acaso chover. De 30% a 40% dos proprietários retornam com os veículos depois de um dia chuvoso, diz Daiana. Nesse caso, o custo de uma nova lavagem é bem menor para o dono do lava-rápido, já que ele dá apenas uma ducha rápida, sem ter que limpar o interior do automóvel. 37
CAPA Oswaldo Oggian, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Segurança Eletrônica (Abese). A BNT Postos e Informatização, de São Paulo, atua há 20 anos na área de automação comercial. Desde 2000, oferece monitoramento por vídeo digital. De acordo com Luiz Martins, um dos sócios da empresa, a BNT começou a atender cerca de dez clientes e, hoje, contabiliza 220, sendo cerca de 90% deles formados por empresas. Como o mercado é bastante competitivo, o empresário diz que é importante tentar parcerias com as empresas de segurança tradicionais, que já oferecem o serviço em grandes condomínios, ou em locais completamente inusitados, como berçários e escolas infantis. Com o sistema, os pais podem espiar seus filhos, via internet, enquanto estão no trabalho. R$ 20.000 (sensor de quebra de vidro, câmeras, botões de pânico, monitores, sensor de infravermelho, central de alarme, interfone, ferramentas, computador e telefone CAPITAL DE GIRO: R$ 10.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (o dono, dois instaladores e dois auxiliares) R$ 20.000 R$ 50.000 20. Organização de eventos Nº DE ANOS NA NOSSA LISTA: 2 DE 4 Uma das estratégias de marketing mais eficazes para se aproximar de potenciais clientes ou fidelizar consumidores são os eventos corporativos. Por este motivo, o número de festas, shows e outros espetáculos envolvendo grandes empresas e marcas famosas multiplicam-se constantemente. Por trás desses acontecimentos estão, normalmente, empreendedores que decidiram atuar num ramo muito lucrativo. Que o digam os empresários Carlos Balma e Ricardo Buckup, de São Paulo, que montaram em 2002 a B2Eventos. A empresa atua em três setores: formatura, universitário e corporativo. Este último é o carro-chefe do negócio, segundo Balma. O empresário afirma que desde o início a B2 registrou uma receita crescente e fechou o ano de 2006 com faturamento de 2 milhões de reais. O primeiro contato para vender os serviços é sempre >> Evento realizado pela KSR para a Bosch feito com a área de marketing ou de recursos humanos de uma empresa, que pode ser um futuro cliente. É uma tática eficaz que os donos da B2 adotaram depois de observar como trabalham outras empresas do ramo. Normalmente, os clientes pedem para organizarmos convenções, workshops, reuniões e lançamentos de produtos, diz Balma. Há ainda as empresas do mundo dos eventos corporativos que preferem se encarregar também da locação de som, luz, telões, montagem de palcos, como faz a KSR Eventos, também de São Paulo. Entre os clientes da KSR estão grandes companhias, como a Renault e a Bosch, além de agências de publicidade. R$ 30.000 (computadores, sala de reuniões e sala de espera) CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (o dono, três profissionais para planejamento e um auxiliar) R$ 20.000 R$ 95.000 21. Aluguel de equipamentos A teleconferência e a videoconferência, na lista que permitem aos usuários conversar mesmo estando em lugares diferentes, já não faz parte somente da vida das grandes empresas. Também as médias e pequenas já usam as ferramentas, que facilitam a vida de quem quer participar de reuniões sem se desolocar de um lado para o outro. Como muitos dos usuários não querem empatar dinheiro nesses equipamentos, há espaço para quem se especializa no aluguel dos mesmos. Pode-se começar um negócio do zero ou então incrementar uma empresa que já atue na locação de telões, datashows, retroprojetores. Neste último perfil se encaixa a Bicca Produções, de Campinas, no interior de São Paulo. Há nove anos no mercado, a empresa tem registrado aumento na procura por esse tipo de produto, de acordo com Jorge Venotto, coordenador dessa área na Bicca. Além de levar nossos equipamentos até o cliente e fazer a instalação, nós mantemos uma equipe de técnicos no local para prestar assistência em caso de eventuais problemas técnicos. A empresa, segundo ele, tem parceria com profissionais que prestam serviço de tradução simultânea, para o caso de o cliente solicitar. O ideal é começar com uma quantidade mínima e investir em equipamentos na medida em que cresce a demanda. Além disso, é fundamental estar atento às inovações, 38>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >> JANEIRO
DIVULGAÇÃO segundo Pierre Rodriguez, diretor da Polycom, indústria americana de equipamentos para videoconferência. A tendência agora são os terminais de vídeo de alta definição. R$ 80.000 (estoque inicial de CPUs, datashows, telões, retroprojetores, microfones, notebooks, mesa de som, caixas de som, computador e telefone) CAPITAL DE GIRO: R$ 15.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (o dono, um atendente e dois técnicos) R$ 15.000 PRAZO DE RETORNO: 18 meses R$ 210.000 22. Transporte e logística Houve um tempo em que as empresas na lista buscavam apenas um serviço de entrega rápida. Mais do que fazer com que a encomenda chegue a seu destino na hora certa, os clientes corporativos agora querem pagar barato pelo transporte, ter a opção de armazenar o produto com segurança (no caso de entrega programada) e ainda poder rastreá-lo durante todo o trajeto. Essas exigências criaram oportunidades para novas empresas no ramo de transporte e logística em nichos específicos. A Endereço Certo, por exemplo, surgiu em 2000 com a proposta de oferecer soluções em transporte e logística para ações de marketing. Com um depósito, um escritório e uma pequena equipe de operadores, a empresa, que tem sede em Porto Alegre, especializou-se em atender lojas, supermercados e outros clientes corporativos de diferentes áreas. Cuida de toda a logística de operações, como sorteios de produtos para os consumidores. Nesses casos, a Endereço Certo se encarrega de juntar, guardar e transportar os cupons dos inscritos até a data em que será escolhido o nome do ganhador. A entrega dos prêmios também fica por conta da empresa, que hoje tem depósitos próprios espalhados pelo Brasil. Mas o empreendedor que vai iniciar no ramo pode recorrer a terceiros para reduzir os gastos iniciais e investir, aos poucos, em estrutura própria. Antes de fecharmos contrato com um cliente, estudamos detalhadamente a operação e procuramos utilizar a sua própria estrutura, caso ele tenha frota própria de veículos e filiais distribuidas pelo país. É uma excelente alternativa para baratear os custos do serviço, diz Vera Moura, diretora da Endereço Certo. R$ 150.000 (depósito, escritório com computadores de última geração e softwares específicos, uniformes e utilitário) CAPITAL DE GIRO: R$ 60.000 FUNCIONÁRIOS: 20 (o dono, gerentes, operadores de logística, ajudantes e auxiliares administrativos) R$ 60.000 TECNOLOGIA R$ 4.000 23. Corretor online na lista O comércio eletrônico movimentou 4,3 bilhões de reais em 2006, cerca de 43% a mais do que o faturamento de 2005. Para este ano, de acordo com o estudo realizado pela administradora de cartões de crédito Visa International, a taxa de crescimento das vendas pela internet deve ser, no mínimo, de 40%. Mas algumas pequenas empresas ainda têm dificuldade de vender pela internet, por falta de condições, conhecimento ou mesmo tempo. É aí que entra o trabalho do corretor online. Ele faz o papel de intermediador entre quem compra e quem vende no mundo do varejo da web. É ele quem cuida dos processos de divulgação, desde a escolha da foto, do texto e até mesmo da logística do produto. O empresário Antonio Borba atua no ramo e, com sua empresa Vendas a Jato (www.vendasajato.com.br), consegue uma comissão de 22% a 40% do preço da mercadoria. A empresa de corretagem virtual participa das transações de itens novos e usados por meio do site MercadoLivre.com, parceiro do e-bay na América Latina. Nós pensamos em estratégias para que o produto desperte a atenção dos internautas, afirma o empresário. Borba diz que investiu cerca de 100.000 reais para montar um local para armazenar as mercadorias, centro de logística, escritório administrativo e estúdio profissional de fotografia. Mas é possível investir bem menos para começar um negócio de corretagem online, cerca de 3.500 reais, para a compra de um computador de última geração com acesso à internet, uma câmera digital e para pagar anúncios em sites de leilão e em sites de busca. É fundamental também conhecer bem as plataformas de compra e venda online, afirma Borba. R$ 3.500 (computador de última geração conectado à internet banda larga, câmera digital e embalagens) CAPITAL DE GIRO: R$ 500 FUNCIONÁRIOS: 1 (o dono) R$ 1.000 PRAZO DE RETORNO: 6 meses R$ 12.000 24. Loja virtual Passada a euforia da primeira geração dos negócios na lista da internet, hoje é possível encontrar empresas totalmente virtuais e mais bem estruturadas. Mais conscientes, os empreendedores da internet estão cada vez mais maduros e mostram que a web é uma boa alternativa para quem quer montar uma loja sem a necessidade de ponto comercial. A Naturais da Amazônia é um exemplo. Especializada na fabricação de cosméticos feitos com produtos da Amazônia, a empresa só vende pela rede. De acordo com um dos sócios, Arnoldo Luchtenberg, a idéia de vender pela internet se deu em função da redução de custos e por se tratar de uma opção acessível para chegar até o cliente. Com a JANEIRO>> PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS >>39