Influência de diferentes níveis de uréia no comportamento da alface, cv. Elba em ambiente protegido. Francisco Rodrigues Leal 1 ; Marivalda Macêdo Veras 2 ; Orlando Cruz Cardoso 2 e Francisco da Chaga da Silva Lira 2 1 Universidade Federal do Piauí, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Fitotecnia, Campus Socopo, CEP 64.049-550, Teresina, Piauí. 2 Formando em Agronomia, Universidade Federal do Piauí. RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de diferentes níveis de uréia no comportamento da alface, CV Elba. O experimento foi conduzido em ambiente protegido com sombrite 50% de redução de luz, no Núcleo de Plantas Aromáticas e Medicinais, localizado no Departamento de fitotecnia da Universidade Federal do Piauí, em Teresina Pi, no período de fevereiro a abril de 2006. O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos ao acaso, com 06 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram constituídos pelos níveis de uréia 0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0 e 2,5%, aplicados semanalmente. As características avaliadas foram: Número médio de folhas; Altura média de plantas; Peso da matéria fresca da parte aérea, Peso médio de plantas e Peso médio de raiz. A aplicação de uréia a 1,5% proporcionou melhor resultado, embora não diferindo dos demais níveis; Palavras-chave: Lactuca sativa, casa-de-vegetação, telado, Sombrite,. ABSTRACT Influence of different urea levels in the behavior of the lettuce, cv. the Elba in protecting environment. The present work had as objective to evaluate the influence of different urea levels in the behavior of the lettuce, c.v. the Elba. The experiment was lead in environment protected with shade 50% of light reduction, in the Nucleus of Aromatical and Medicinal Plants, located in the Department of fitotecnia of the Federal University of the Piauí, in Teresina - Pi, the period of February the April of 2006. The used statistical delineation was of blocks to perhaps, with 06 treatments and 4 repetitions. The treatments had been constituted by the urea levels 0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0 and 2.5%, applied weekly. The evaluated characteristics had been: Average leaf number; Average height of plants; Weight of the cool substance of
the aerial part, average Weight of plants and average Weight of root. The biggest weight of the cool substance of the aerial part was proportionate for the urea level 1,5%. Word-key: Lactuca sativa, greenhouse, cloth, shade INTRODUÇÃO A alface (Lactuca sativa L.) é originária da Ásia e por volta do ano 4.500 a.c já era conhecida no antigo Egito e chegou ao Brasil no século XVI, através dos imigrantes portugueses. Foi uma das primeiras hortaliças a ser cultivada pelo homem há 2.400 anos a.c. Hortaliça tipicamente folhosa, de elevado consumo e de grande aceitação pela população. Contém vitaminas e sais minerais e, ainda um princípio calmante muito eficaz. Consumida na forma de salada e considerada ideal para regimes e dietas do emagrecimento. O clima exerce influência decisiva no desenvolvimento da alface, desde a germinação até a maturação das sementes. Temperatura e fotoperíodo são os fatores climáticos mais importantes. A fase vegetativa é favorecida por temperaturas baixas e fotoperíodo curtos, e a reprodutiva, por temperaturas altas e fotoperíodo longos (Filgueira, 1982). A modernização dos segmentos locais de comercialização evoluindo sempre em função de um consumo crescente e versátil, exigindo qualidade e principalmente regularidade na oferta do produto. Isso tem refletido diretamente nas áreas de produção que, para atender esta nova e importante demanda do mercado, se comprometem a modernizar, sendo esta realidade transformada em importantes introduções tecnológicas, com conseqüente aprimoramento técnico. O parcelamento da adubação nitrogenada, de uma maneira geral, é a forma mais adequada para aumentar a eficiência do uso de nitrogênio pelas culturas, aumentar a produtividade e conseqüentemente, a produção e os lucros. Não adianta aplicar altas doses de nitrogênio por ocasião do plantio e não usar esse nutriente no momento que antecede à maior demanda pelas culturas (CASTELLANE, 1994).
Algumas pesquisas, com o uso de nitrogênio, revelam que a aplicação do produto via foliar tem apresentado melhor resultado do que no solo. Entretanto, a dose a ser aplicada necessita ser melhor definida( CASTELLANE et al, 1986 ). O presente trabalho teve por objetivo avaliar influência de diferentes níveis de uréia, visando determinar níveis que proporcione aumentos de rendimentos e produtos de melhor qualidade para consumo. MATERIAL E MÉTODO A pesquisa foi conduzida em ambiente protegido sob tela com 50% de redução de luz, no Núcleo de Plantas Aromáticas e Medicinais, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, altitude de 72 m, latitude de 5 13 Sul e longitude de 48 41, no período de fevereiro a abril de 2006. Possui clima do tipo AW w AW e, precipitação pluviométrica média anual em torno de 1330 mm, concentrado no período de dezembro a abril. O solo da área experimental foi classificado como sendo Aluvial Eutrófico, textura área franca e relevo plano. Utilizou-se a cultivar Elba por ser uma das mais consumidas em nossa região, apresenta-se com folhas de tamanho médio a grande, enrugada e encrespada, coloração verde clara, resistente ao pendoamento, não forma cabeça, inicia a colheita com 60 70 dias. As mudas foram produzidas em bandejas de polietileno expandido de 200 células. O substrato utilizado foi o esterco bovino peneirado na quantidade de 4 litros por bandeja. O preparo dos canteiros constou das operações de limpeza do terreno, dimensionamento, escavações, nivelamento e divisões em blocos e parcelas. Logo em seguida foram feitas as adubações como composto na dose de 10 l/m² e adubação química com cal na dose de 100g/m², superfosfato simples e cloreto de potássio, nas doses de 100g e 50g/m², respectivamente. As mudas foram transplantadas para o local definitivo com 2 a 3 folhas definitivas, no espaçamento de 0,25 cm entre fileiras e 0,25m entre plantas
.A irrigação foi realizada por micro-aspersão, mantendo sempre o solo próximo da capacidade de campo. A adubação em cobertura foi via foliar, em 04 aplicações tendo como fonte de nitrogênio a uréia. O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos ao acaso, com 04 repetições e 06 tratamentos. Parcelas de 2,0 m de comprimento por 1m de largura, comportando 04 fileiras de plantas, espaçadas de 0,25 m. Os tratamentos foram compostos: Uréia-0%(testemunha); Uréia-0,5%; Uréia-1,0%; Uréia-1,5%; Uréia-2,0% e Uréia-2,5%. As características avaliadas foram: Número médio de folhas; altura média de planta; peso da matéria fresca parte aérea e Peso médio de planta. A coleta das plantas foi realizada 63 dias da semeadura. Os dados após tabulados foram analisados seguindo a metodologia descrita por BANZATTO & KRONKA (1992). RESULTADOS E DISCUSSÃO Observando a tabela 1, percebe-se que houve diferença significativa para algumas características avaliadas, tais como número médio de folhas e peso da matéria fresca da parte aérea. O coeficiente de variação foi muito alto, principalmente, para os parâmetros peso da matéria fresca da parte aérea e peso médio de raiz. TABELA 1.Resultados médios do comportamento da alface, CV Elba, produzidas em diferentes níveis de uréia, em Teresina-PI, 2006. TRATAMENTOS NÚMERO DE FOLHAS ALTURA PLANTA (cm) PESO FRESCO PARTE AÉREA (g/m 2 ) PESO MÉDIO RAIZ (g) Uréia-0% 10,37B 7,47 A 311,90B 3,62 A Uréia-0,5% 13,25AB 9,28 A 586,50AB 4,37 A Uréia-1,0% 14,44AB 9,09 A 645,55AB 4,68 A Uréia-1,5% 15,62 A 9,18A 803,50A 6,93 A Uréia-2,0% 14,00AB 8,37A 569,30AB 5,59 A Uréia-2,5% 14,62AB 11,34A 754,10AB 6,18 A D.M.S(%) 5,17 5,40 486,11 3,33 C.V(%) 16,39 25,74 34,55 27,67 (1) Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade. Embora o número médio de folhas e o peso da matéria fresca da parte aérea não tenham diferenciado estatisticamente com a aplicação de diferentes níveis de uréia, observa-se que o nível de 1,5% proporcionou ligeiro aumento em relação aos demais e foi superior à testemunha. Para altura média de plantas e o peso
médio de raiz não houve influência significativa dos diferentes níveis de uréia em relação à testemunha. É interessante salientar que, quando se compararam os efeitos do fornecimento de nitrogênio no solo e via foliar (uréia a 1%), não houve diferença significativa quanto á produção total, havendo, contudo, maior eficácia para o fornecimento via foliar (CASTELLANE et alii,1986). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANZATTO, D. A.; KRONKA, S. N. Experimentação agrícola. 2º. ed. Jaboticabal: FUNEP, 1992. 247p. CASTELLANE, P.D.; SILVA, E. J.; MARTINS, E. F. Aplicação de uréia via foliar em alface Ground Rapids. Horticultura Brasileira, Brasília, 4:35, 1986 (resumo) FILGUEIRA, F.A.R. Manual de Olericultura: Cultura e Comercialização de Hortaliças. São Paulo, ed.agronômica Ceres,.1982. GARCIA, L.L.; HAAG, H.P.; MINAMI, K.; DECHEN, A. R. Nutrição mineral de hortaliças. XLIX. Concentração e acúmulo de macronutrientes em alface (Lctuca sativa L.) cv. Brasil 48. Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 39:455-84, 1982a