DIREITO DO TRABALHO p/ TRT 11ª Região

Documentos relacionados
Direito do Trabalho. Salário e Remuneração

1.2. Remuneração das férias:

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário. Equiparação salarial e salário isonômico. Prof. Cláudio Freitas

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário. Complexo salarial Parte 3. Prof. Guilherme de Luca

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário. Prof. Hermes Cramacon

EQUIPARAÇÃO SALARIAL NA REFORMA TRABALHISTA

Legislação Social Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p REMUNERAÇÃO

REMUNERAÇÃO E SALÁRIO REFERÊNCIA LEGAL: ARTIGOS 457 AO 467 DA CLT

SALÁRIOS E ADICIONAIS

Curso de Orientação Jurisprudencial prof. Homero Batista Mateus da Silva. Tema: Remuneração, salário e benefícios.

1.7. Intervalo: Intervalo intrajornada: Intervalo interjornada:

Súmula 354 do TST: GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário. Complexo salarial Parte 2. Prof. Guilherme de Luca

DIREITO CONSTITUCIONAL

Ensaio sobre a nova Lei dos Empregados Domésticos

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho no contrato de emprego. Descanso no trabalho: repouso anual (férias) e semanal.

NIVELAMENTO PARA PÓS GRADUAÇÃO. - Direito Individual do Trabalho - (aula 04/11)

AULA 4. Sistema de proteção da remuneração Equiparação salarial

Da Equiparação Salarial

Curso Êxito e Prof. Bruno Creado

REMUNERAÇÃO E ADICIONAIS LEGAIS

Folha de Pagamento. Folha de Pagamento. Sistemas de Pagamentos. Folha de Pagamento. Sistemas de Pagamentos. Folha de Pagamento 20/05/2011

Aula de Sexta-Feira(06/05/2011)

Disciplina: Direito e Processo do Trabalho I 3º Semestre 2011 Professor Donizete Aparecido Gaeta Resumo de Aula. 10º Ponto Equiparação Salarial

Aula 04 Pacote de exercícios FCC Direito do Trabalho

REFORMA TRABALHISTA JORNADA DE TRABALHO

DIREITO DO TRABALHO. Das relações laborais. Trabalho doméstico. Parte II. Prof. CláudioFreitas

REFORMA TRABALHISTA (Lei nº , de ) Data de início de vigência: 11/11/2017

1) O que caracteriza a utilidade com natureza salarial e a utilidade com natureza indenizatória?

DIREITO DO TRABALHO. Das relações laborais. Trabalho doméstico. Parte III. Prof. CláudioFreitas

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho nos contratos de emprego. Jornadas Especiais. Prof. Guilherme de Luca

Legislação societária

Dr. Leandro Villela Cezimbra Analista Técnico FIERGS.

V - para o dirigente sindical na qualidade de trabalhador avulso: a remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical.

DIREITOS SOCIAIS Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, lazer, segurança, previdência social,

DIREITO Previdenciário

REFORMA TRABALHISTA. Alteração da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e aplicação no âmbito da Unesp

6ª Aula Direito do Trabalho (Teoria e Questões FCC)

DIREITO DO TRABALHO II. Profa. EleniceRibeiro

Sumário. Introdução, 1

As principais dúvidas jurídicas dos síndicos (trabalhista) Carlos Alexandre Cabral. Realização:

PROVENTOS DA FOLHA DE PAGAMENTO. Conceitos e Complementos

DIREITO DO TRABALHO. Das relações laborais. Trabalho doméstico. Parte I. Prof. CláudioFreitas

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

Orientações Consultoria De Segmentos Apuração Horas e DSR para empregado Horista

Principais Alterações da Reforma Trabalhista

REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

Justa causa : Requisitos (para ambas as partes): Formas de rescisão do contrato de trabalho Estabilidades Remuneração Formas de pagamento

S u m á r i o. Capítulo 1 Direito do Trabalho Capítulo 2 Princípios de Direito do Trabalho Trabalho...1

Auditor-Fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego Direito do Trabalho e Processo do Trabalho

Professor: Rogerio Neiva Contatos: -Blog:

DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II PROFESSOR: EMERSON SPIGOSSO AULA: REPOUSO SEMANAL REMUNERADO

JORNADA DE TRABALHO & SISTEMA DE COMPENSAÇÃO

Sumário. Introdução, 1

DIREITO Previdenciário

ADICIONAIS PROFESSOR LEANDRO ANTUNES

Jornada de trabalho.

DIREITO DO TRABALHO I Prof. Emerson Spigosso 2016 EQUIPARAÇÃO SALARIAL

SALÁRIO / 13º SALÁRIO. Direitos trabalhistas e previdenciários

ESAF 2010: Considerando a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, assinale a opção correta.

DIREITO DO TRABALHO MÓDULO II Matutino Prof. André Luiz Paes de Almeida Aula: 3

REFORMA TRABALHISTA Prof. Antonio Daud

DIREITO DO TRABALHO. EFEITOS E DURAÇÃO DO TRABALHO NOS CONTRATOS DE EMPREGO Descanso no Trabalho: Repouso Anual Férias e Semanal. Prof ª.

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e Salário Caracterização e distinções. Parte III. Prof. Cláudio Freitas

CONCEITO salário in natura artigo 458 da CLT

TABELA DE INCIDÊNCIA DE ENCARGOS TRABALHISTAS (INSS, FGTS e IRRF)

Jornada de trabalho LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA

Reflexos, repercussões, incidências e integrações nas parcelas trabalhistas pleiteadas na petição inicial e deferidas na sentença

1. NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO Constituição Federal Legislação Trabalhista Legislação Previdenciária...

DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II PROFESSOR: EMERSON SPIGOSSO AULA: INTERVALO PARA DESCANSO

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário. Adicionais. Parte II. Prof. Cláudio Freitas

DIREITO DO TRABALHO. JORNADA DE TRABALHO. (Material complementar do dia 30/05/2017) Prof. Antero Arantes Martins


UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE DIREITO, TURISMO E MUSEOLOGIA DEPARTAMENTO DE DIREITO

S UMÁRIO. Capítulo 1 Direito do Trabalho... 1

13/08/2014. Disciplina: GESTÃO EMPRESARIAL. Prof. Fábio Ibanhez Bertuchi PROVENTOS. = Folha de Pagamento =

Novos tipos de contrato de trabalho:

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e Salário Caracterização e distinções. Parte II. Prof. Cláudio Freitas

DIREITO DO TRABALHO. Das relações laborais. Direitos Sociais dos trabalhadores. Parte III. Prof. Cláudio Freitas

Direito Constitucional

Aula Demonstrativa. Para aqueles que não me conhecem, irei apresentar um pouco do meu currículo!

ASSUNTOS TRABALHISTAS

ASPECTOS DA REFORMA TRABALHISTA

Curso de 13 Salário. Capacitação e Treinamento

Prática em Perícia Perícia Trabalhista Conceitos e Prática

Direitos Trabalhistas Justiça do Trabalho e Recursos Humanos

CAPÍTULO II DA DURAÇÃO DO TRABALHO SEÇÃO I DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

DIREITO DO TRABALHO. Direito do Trabalho. Princípios do Direito do Trabalho. Parte II. Prof. Cláudio Freitas

ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 2012/2013

Participação nos Lucros e Resultados da Empresa

Tabela de incidência de INSS, FGTS e Imposto de Renda e legislação correlata

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho nos contratos de emprego. Trabalho Extraordinário. Prof. Guilherme de Luca

O IMPACTO DAS MUDANÇAS NA REFORMA TRABALHISTA NO DIA A DIA DAS RELAÇÕES DE TRABALHO DOS CLUBES

A REFORMA TRABALHISTA

DIREITO DO TRABALHO II. Profa. Graciane Saliba

SIMULADO DE DIREITO DO TRABALHO - Professora: Carla Andrade

Direito Constitucional

Aviso Prévio indenizado OBS: o posicionamento do STJ não há a incidência de INSS sobre o aviso prévio indenizado, devendo o verificado o posicionament

Reforma Trabalhista. Conteúdos do Direito do Trabalho I. Professora Cláudia Glênia S de Freitas

Transcrição:

06 DIREITO DO TRABALHO p/ TRT 11ª Região REVISÃO e BATERIA INSANA DE QUESTÕES (BIQ) PROF. KLEBER PETEÁ (KLEBÃO) 1

1. APRESENTAÇÃO CURRÍCULO DO PROFESSOR Kleber Peteá (Klebão) é Auditor-Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (AFT-MTE). Foi Auditor Federal de Finanças e Controle da CGU (AFFC-CGU), Técnico Administrativo da ANVISA e Técnico do Ministério Público da União (MPU). Também foi aprovado nos concursos de Agente de Polícia Federal e Analista Legislativo da Assembleia de SP. Foi oficial de carreira do Exército Brasileiro, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), com ênfase em Logística e Administração. É Pós-Graduado em Controle Externo pela FIAVEC e em Gestão Pública pela FAEL; Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching. 2

2. PALAVRAS INICIAIS Futuros colegas de funcionalismo público, tenho certeza que em breve estaremos todos comemorando tomando um belo chopp e uma pinguinha sabor banana com rapadura! Hoje trataremos dos seguintes assuntos: Do salário-mínimo: irredutibilidade e garantia. Do salário e da remuneração: conceito e distinções; composição do salário; modalidades de salário; formas e meios de pagamento do salário; 13º salário. Da equiparação salarial; do princípio da igualdade de salário; do desvio de função. Focaremos naquilo que importa para a sua prova!!! Bons estudos! 3

3. REVISÃO BIZURADA Salário e Remuneração 1.1) Diretrizes gerais CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência. XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos 1.2) Salário ou Piso Normativo: Valor mínimo que se pode pagar a uma categoria profissional. É definido por SENTENÇA NORMATIVA. 4

1.3) Salário Convencional ou Piso Salarial: Valor mínimo que se pode pagar a uma categoria profissional. É definido por CONVENÇÃO ou ACORDO Coletivo de Trabalho. 1.4) Salário ou Piso Profissional: Valor mínimo que se pode pagar a uma categoria profissional. É definido por LEI. 1.5) Atenção! Na prática é usada a expressão genérica piso salarial" como significado de: piso salarial municipal, estadual, piso salarial da profissão fixado em lei, piso normativo ou convencional. 2) Salário Mínimo 2.1) CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 2.2) Súmula Vinculante 4 STF: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como 5

indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. 2.3) CLT, Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. 2.4) CLT, Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona. Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário-mínimo, vedado qualquer desconto em mês subseqüente a título de compensação. 2.5) CLT, Art. 117 - Será nulo de pleno direito, sujeitando o empregador às sanções do art. 120, qualquer contrato ou convenção que estipule remuneração inferior ao salário mínimo estabelecido na região, zona ou subzona, em que tiver de ser cumprido. 6

2.6) CLT, Art. 120 - Aquele que infringir qualquer dispositivo concernente ao salário mínimo será passível da multa de cinquenta e dois mil cruzeiros, elevada ao dobro na reincidência. 3) Remuneração 3.1) Art. 457, CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. ***Atenção! Não confunda com o valor do Programa de Integração Social (PIS), parcela de natureza não salarial, chamado de abano na Lei 7.998/90. O PIS foi criado pela LC nº 7/1970*** O abano do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) criado pela LC 8/1970 também não possui natureza salarial.*** 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado. ***Essas verbas tem natureza indenizatória***. 7

3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos empregados. 3.2) Súmula 101 TST: Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% (cinqüenta por cento) do salário do empregado, enquanto perdurarem as viagens. 3.3) IN MTE nº 8/1991 (Dispõe sobre diárias de viagens): Art. 1.º Consideram-se como de natureza salarial as diárias de viagem quando, não sujeitas a prestação de contas, exceder em a 50% (cinqüenta por cento) do salário mensal do empregado, no mês em que forem pagas. Parágrafo único. Não serão consideradas de natureza salarial as diárias de viagem quando sujeitas a prestação de contas, mesmo se o total dos gastos efetivamente incorridos exceder a 50% (cinqüenta por cento) do salário do empregado, no mês respectivo. 3.4) Súmula 354 TST: As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. 8

***Atenção! Perceba que gorjetas não se confundem com salário: Remuneração = Salário + Gorjetas 3.5) Súmula 91 TST - SALÁRIO COMPLESSIVO: Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador. 4) Pagamento de salário 4.1) CLT, Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. 4.2) CLT, Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. 9

1º Os valôres atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82). 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; III transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; IV assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; V seguros de vida e de acidentes pessoais; VI previdência privada; VII (VETADO) VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salárioutilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. 10

4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salárioutilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família. 4.3) Súmula 241 TST: O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. 4.4) OJ 133-SDI1: A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal. 4.5) CLT, Art. 460 - Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante. 4.6) Atenção! Se a prestação fornecida é PARA o trabalho, a mesma NAO possui natureza salarial. Já se a prestação fornecida é PELO trabalho, considera-se SALÁRIO-UTILIDADE. Cumpre lembrar que se a prestação for fornecida com habitualidade e com gratuidade pelo empregador, terá natureza salarial, portanto será considerado salário in natura. 11

4.7) Cabe ressaltar, ainda, que o salário não pode ser pago totalmente em utilidades. Pelo menos 30% deverá ser pago em dinheiro: Art. 82, CLT: - Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salário mínimo, o salário em dinheiro será determinado pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na região, zona ou subzona. Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona. 4.8) Súmula 431 TST: Para os empregados a que alude o art. 58, caput, da CLT, quando sujeitos a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora. 4.9) Súmula 258 TST: Os percentuais fixados em lei relativos ao salário "in natura" apenas se referem às hipóteses em que o empregado percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade. 4.10) Súmula 367 TST: UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO: 12

I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. 4.11) Art. 463, CLT - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País. Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como não feito. 4.12) Art. 464, CLT - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo. Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho. 4.13) Comissões: Art. 466, CLT - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem. 13

1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação. 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo. 4.14) Menores: Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida. 4.15) OJ-SDI1-235. HORAS EXTRAS. SALÁRIO POR PRODUÇÃO: O empregado que recebe salário por produção e trabalha em sobrejornada tem direito à percepção apenas do adicional de horas extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem é devido o pagamento das horas extras e do adicional respectivo. 4.16) ATENÇÃO!! NATUREZA JURÍDICA DA PARCELA "PRÊMIO KM RODADO". O Regional consignou expressamente que a parcela denominada "prêmio por Km rodado" possui natureza de salário por produção, ou seja, comissão, visto que de "' prêmio' não se tratava, pois o seu pagamento não era associado à 14

concessão de qualquer estímulo, mas sim a remunerar à produção dos motoristas diante da quilometragem percorrida", de modo que aplicou o entendimento consubstanciado na Orientação Jurisprudencial nº 235 da SBDI-1 e na Súmula nº 340, ambas do TST, não sendo possível falar em conflito com esses verbetes na decisão recorrida. Qualquer entendimento contrário a este exposto pela Corte de origem ensejaria o revolvimento das provas que levaram aquela Corte a essa conclusão, o que é vedado a esta instância de natureza extraordinária pela sua Súmula nº 126. (TST: Processo Nº AIRR- 0000133-21.2013.5.15.0074) 4.17) OJ-SDI1-397: O empregado que recebe remuneração mista, ou seja, uma parte fixa e outra variável, tem direito a horas extras pelo trabalho em sobrejornada. Em relação à parte fixa, são devidas as horas simples acrescidas do adicional de horas extras. Em relação à parte variável, é devido somente o adicional de horas extras, aplicando-se à hipótese o disposto na Súmula n.º 340 do TST. 4.18) Súmula 381 TST: O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1º. 5) Repouso Semanal Remunerado (RSR): 15

5.1) Lei 605/49 (RSR): Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local. Art. 2º Entre os empregados a que se refere esta lei, incluem-se os trabalhos rurais, salvo os que operem em qualquer regime de parceria, meação, ou forma semelhante de participação na produção. Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. 1º São motivos justificados: a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento; c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho; d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento; 16

e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho; f) a doença do empregado, devidamente comprovada Art. 7º A remuneração do repouso semanal corresponderá: a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês, à de um dia de serviço, computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas; b) para os que trabalham por hora, à sua jornada norma de trabalho, computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas; c) para os que trabalham por tarefa ou peça, o equivalente ao salário correspondente às tarefas ou peças feitas durante a semana, no horário normal de trabalho, dividido pelos dias de serviço efetivamente prestados ao empregador; d) para o empregado em domicílio, o equivalente ao quociente da divisão por 6 (seis) da importância total da sua produção na semana. 1º Os empregados cujos salários não sofram descontos por motivo de feriados civis ou religiosos são considerados já remunerados nesses mesmos dias de repouso, conquanto tenham direito à remuneração dominical. 2º Consideram-se já remunerados os dias de repouso semanal do empregado mensalista ou quinzenalista cujo cálculo de salário mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejam efetuados na base do número de dias do mês ou de 30 (trinta) e 15 (quinze) diárias, respectivamente. 17

5.2) Decreto nº 27.048/49 (Regulamenta a Lei 605/1949 sobre RSR). Art 1º Todo empregado tem direito a repouso remunerado, num dia de cada semana, perfeitamente aos domingos, nos feriados civis e nos religiosos, de acôrdo com a tradição local, salvo as exceções previstas neste Regulamento. Art 4º O repouso semanal remunerado será de vinte horas consecutivas. Art 10. A remuneração dos dias de repouso obrigatório, tanto o do repouso obrigatório, tanto o do repouso semanal como aquêles correspondentes aos feriados, integrará o salário para todos os efeitos legais e com êle deverá ser paga. 1º A remuneração do dia de repouso corresponderá, qualquer que seja a forma de pagamento do salário: a) para os contratados por semana, dia ou hora à de um dia normal de trabalho não computadas as horas extraordinárias; ***Atenção! Finalzinho revogado!! Veja Lei 605/49, Art. 7º A remuneração do repouso semanal corresponderá: a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês, à de um dia de serviço, computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas; Redação dada pela Lei 7.415/85*** Veja também a Súmula 172 TST: Súmula 172 TST: Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas. 18

b); c) (...) 2º A remuneração prevista na alínea a será devida aos empregados contratados por mês ou quinzena, cujo cálculo de salário mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por faltas ao serviço sejam efetuados em base inferior a trinta (30) ou quinze (15) dias respectivamente. Art 11. Perderá a remuneração do dia de repouso o trabalhador que, sem motivo justificado ou em virtude de punição disciplinar, não tiver trabalhado durante tôda a semana, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. 1º Nas emprêsas em que vigorar regime de trabalho reduzido, a freqüência exigida corresponderá ao número de dias em que houver trabalho. 2º Não prejudicarão a freqüência exigida as ausências decorrentes de férias. 3º Não serão acumuladas a remuneração do repouso semanal e a do feriado civil ou religioso, que recaírem no mesmo dia. 4º Para os efeitos do pagamento da remuneração, entende-se como semana o período da segunda-feira a domingo, anterior à semana em que recair o dia de repouso definido no art. 1º. Art 12. Constituem motivos justificados: a) os previstos no art. 473, e seu parágrafo da Consolidação das Leis do Trabalho; 19

b) a ausência do empregado, justificada, a critério da administração do estabelecimento, mediante documento por esta fornecido; c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho; d) a falta ao serviço, com fundamento na Lei de Acidentes do Trabalho; e) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude de seu casamento; f) a doença do empregado devidamente comprovada, até 15 dias, caso em que a remuneração corresponderá a dois terços da fixada no art. 10. 5.3) Súmula 225 TST: As gratificações por tempo de serviço e produtividade, pagas mensalmente, não repercutem no cálculo do repouso semanal remunerado. 6) Horas Extras: Assim como o adicional noturno é espécie de salário condição (paga-se sob a condição de se fazer hora extra). 6.1) Súmula 291 TST: A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para 20

cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. 6.2) Súmula 340 TST: O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas. 7) Natureza não salarial de verbas importantes: 7.1) Participação nos lucros ou resultados (PLR): Não possui natureza salarial. CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 7.2) Lei 10.101/00 (Dispõe sobre a PLR): Art. 3º A participação de que trata o art. 2º (PLR) não substitui ou complementa a 21

remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. 7.3) Salário-Família: Não possui natureza salarial. Trata-se de benefício previdenciário que não tem nada a ver com o conceito de salário do Direito do Trabalho. CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei. 7.4) Lei 8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência): Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos termos do 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66. 7.5) Abonos PIS e PASEP: Não possuem natureza salarial: Atenção! O abono do Programa de Integração Social (PIS) não possui natureza salarial. É chamado de abano pela Lei 7.998/90. O PIS foi criado pela LC nº 7/1970 22

O abano do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) criado pela LC 8/1970 também não possui natureza salarial. 8) Cálculo da remuneração de férias: CLT, Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. (...) 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias. 9) Descansos e Intervalos Remunerados e Não Remunerados 9.1) Remunerados: CF, Art. 7º. XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; CLT, Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho. 23

CLT, Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e viceversa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. CLT, Art. 298 - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo. CLT, Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. 9.2) Não Remunerados: CLT, Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. CLT, Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um 24

intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. CLT, Art. 71. 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. 10) Descontos salariais 10.1) Art. 462, CLT - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 2º - É vedado à emprêsa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações " in natura " exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. 3º - Sempre que não fôr possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela Emprêsa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os 25

serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício das empregados. 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às emprêsas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispôr do seu salário. 10.2) Súmula 342 TST: Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativoassociativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. 10.3) Súmula 155 TST: As horas em que o empregado falta ao serviço para comparecimento necessário, como parte, à Justiça do Trabalho não serão descontadas de seus salários. 10.4) OJ-SDI1-251: É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo. 26

10.5) Contribuição Sindical legal (obrigatória): Devida por sindicalizados ou não) CF, Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; *** A contribuição sindical obrigatória está na parte final. A primeira parte trata-se da contribuição confederativa facultativa, devida somente por sindicalizados *** CLT, Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. 1º Considera-se um dia de trabalho, para efeito de determinação da importância a que alude o item I do Art. 580, o equivalente: a) a uma jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por unidade de tempo; b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão. 2º Quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a 27

contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social. 10.6) Contribuição Confederativa (Facultativa): Devida somente por sindicalizados. CF, Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; ***Esse finalzinho que fala da contribuição prevista em lei trata-se da contribuição sindical obrigatória. A primeira parte trata-se da contribuição confederativa facultativa*** 10.7) Precedente Normativo nº 119 SDC/TST - CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS. INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS. A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações 28

que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados. 10.8) LC 150/2015 (Lei dos Domésticos): Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. 1º É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário. 2º Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. 3º As despesas referidas no caput deste artigo não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos. 11) Gratificação Natalina (13º Salário) 29

11.1) CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. 11.2) Súmula 50 TST: A gratificação natalina, instituída pela Lei nº 4.090, de 13.07.1962, é devida pela empresa cessionária ao servidor público cedido enquanto durar a cessão. 11.3) Súmula 157 TST: A gratificação instituída pela Lei nº 4.090, de 13.07.1962, é devida na resilição contratual de iniciativa do empregado (Pedido de demissão). 11.4) Lei nº 4.090/62 (Institui a Gratificação Natalina): Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer jus. 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente. 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior. 3º - A gratificação será proporcional: 30

I - na extinção dos contratos a prazo, entre estes incluídos os de safra, ainda que a relação de emprego haja findado antes de dezembro; e II - na cessação da relação de emprego resultante da aposentadoria do trabalhador, ainda que verificada antes de dezembro. Art. 2º - As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins previstos no 1º do art. 1º desta Lei. Art. 3º - Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do contrato de trabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termos dos parágrafos 1º e 2º do art. 1º desta Lei, calculada sobre a remuneração do mês da rescisão. 11.5) Decreto 57.155/1965: Art. 2º Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer título, a gratificação será calculada na base de 1/11 (um onze avos) da soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até novembro de cada ano. A esta gratificação se somará a que corresponder à parte do salário contratual fixo. 11.6) Lei nº 4.749/65 (Dispõe sobre o pagamento da Gratificação Natalina): Art. 1º - A gratificação salarial instituída pela Lei número 4.090, de 13 de julho de 1962, será paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano, 31

compensada a importância que, a título de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do artigo seguinte. Art. 2º - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior. 1º - O empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo mês, a todos os seus empregados. 2º - O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano. Art. 4º - As contribuições devidas ao Instituto Nacional de Previdência Social, que incidem sobre a gratificação salarial referida nesta Lei, ficam sujeitas ao limite estabelecido na legislação da Previdência Social. 11.7) Súmula 253 TST: A gratificação semestral não repercute no cálculo das horas extras, das férias e do aviso prévio, ainda que indenizados. Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na indenização por antigüidade e na gratificação natalina. 12) Adicional de Periculosidade 32

12.1) Art. 193, CLT. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. 12.2) OJ-SDI1-279: O adicional de periculosidade dos eletricitários deverá ser calculado sobre o conjunto de parcelas de natureza salarial. 12.3) OJ-SDI1-280: O contato eventual com o agente perigoso, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, se dá por 33

tempo extremamente reduzido, não dá direito ao empregado a perceber o adicional respectivo 12.4) Súmula 191 TST: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO I O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. II O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico. III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o 1º do art. 193 da CLT. 13) Insalubridade: 13.1) Súmula 139 TST: Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais. 34

14) Equiparação salarial 14.1) Art. 461, CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. (Ver OJ-SDI1-418 e Súmula 6 TST). 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antingüidade, dentro de cada categoria profissional. 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. 14.2) OJ-SDI1-418: Não constitui óbice à equiparação salarial a existência de plano de cargos e salários que, referendado por norma coletiva, prevê critério de promoção apenas por merecimento ou antiguidade, não atendendo, portanto, o 35

requisito de alternância dos critérios, previsto no art. 461, 2º, da CLT. 14.3) Súmula 6 TST: EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT I - Para os fins previstos no 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em 36

decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto: a) se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior; b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos entre o reclamante e os empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória, à exceção do paradigma imediato. VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. 14.4) OJ-SDI1-296: Sendo regulamentada a profissão de auxiliar de enfermagem, cujo exercício pressupõe habilitação técnica, 37

realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem, impossível a equiparação salarial do simples atendente com o auxiliar de enfermagem. 14.5) Súmula 127 TST: Quadro de pessoal organizado em carreira, aprovado pelo órgão competente, excluída a hipótese de equiparação salarial, não obsta reclamação fundada em preterição, enquadramento ou reclassificação. 14.6) Súmula 455 TST: À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da CLT, equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, 1º, II, da CF/1988. 14.7) Súmula 22 TST: É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. 14.8) Em resumo os principais requisitos da equiparação salarial são: a) Identidade de funções, não importando a denominação do cargo; b) Trabalho de igual valor: mesma produtividade e igual perfeição técnica; c) Mesmo empregador; d) Mesma localidade: município ou região metropolitana; e) Simultaneidade na prestação de serviços; f) Inexistência de quadro organizado em 38

carreira; g) Contemporaneidade na prestação de serviços; h) Diferença de tempo de serviço na função não superior a dois anos entre o paradigma e equiparando; e, i) O paradigma não poderá ser empregado readaptado. 14.9) Desvio de função: OJ SDI1 125: O simples desvio funcional do empregado não gera direito a novo enquadramento, mas apenas às diferenças salariais respectivas, mesmo que o desvio de função haja iniciado antes da vigência da CF/1988. Súmula 275 TST: PRESCRIÇÃO. DESVIO DE FUNÇÃO E REENQUADRAMENTO I - Na ação que objetive corrigir desvio funcional, a prescrição só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. II - Em se tratando de pedido de reenquadramento, a prescrição é total, contada da data do enquadramento do empregado. Vamos agora à nossa Bateria Insana de Questões (BIQ)!! 39

4. BATERIA INSANA DE QUESTÕES (BIQ) 1) (FCC TRT2 - Analista Judiciário - 2014) Como decorrência do princípio constitucional da não discriminação salarial (art. 7º, XXX e XXXI da CF), a garantia da isonomia salarial fundamenta-se na ideia básica de que a todo trabalho de igual valor deve corresponder salário igual. Para caracterização do trabalho de igual valor, gerando o direito à equiparação salarial, é necessário que sejam preenchidos concomitantemente alguns requisitos, entre os quais NÃO se inclui (A) trabalho para o mesmo empregador. (B) trabalho na mesma localidade. (C) mesma produtividade. (D) mesma perfeição técnica. (E) existência de quadro organizado de carreira. Gabarito: E. Art. 461, CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, 40

hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. Lembre-se que esse quadro organizado de carreira deve ser homologado pelo Ministério do Trabalho: Súmula 6 TST: I - Para os fins previstos no 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. 2) (FCC TRT3 - Analista Judiciário - 2015) Sobre equiparação salarial, considere: I. É viável a equiparação salarial entre reclamante e paradigma que prestam serviços ao mesmo empregador, mas em municípios diversos que não integram a mesma região metropolitana. II. O fato de a empresa possuir quadro organizado de carreira exclui, por si só o direito à equiparado salarial. III. A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responder pelos salários do paradigma e do reclamante. IV. A equiparação salarial não é possível quando o desnível salarial decorre de decisão judicial que beneficiou o paradigma. 41

V. Desde que preenchidos os requisitos previstos em lei, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição teré critérios objetivos. Está correto o que consta APENAS em (A) II e IV. (B) III e IV (C) I, II e III. (D) III e V. (E) I e IV Gabarito: D. Apenas os itens III e V estão corretos. Vejamos item a item. Item I errado: A equiparação só é possível quando o empregado que busca essa equiparação (reclamante ou equiparando) labora na mesma localidade do paradigma ou espelho. Paradigma é o empregado ou mesmo o valor do salário de empregado, em determinada função, que serve de equiparação para outro trabalhador (reclamante ou equiparando), na mesma função. Súmula 6 TST: X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. 42

Item II errado: Não basta a simples existência do quadro de carreira para impedir a equiparação. Esse quadro de carreira ou plano de cargos e salários deve ainda: 1) Ser homologado pelo Ministério do Trabalho; e, 2) Atender obrigatoriamente o requisito da alternância dos critérios de promoção por antiguidade e merecimento. Vejamos os dispositivos: Art. 461, CLT, 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. Súmula 6 TST: I - Para os fins previstos no 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. OJ-SDI1-418: Não constitui óbice à equiparação salarial a existência de plano de cargos e salários que, referendado por norma coletiva, prevê critério de promoção apenas por merecimento ou antiguidade, não atendendo, portanto, o requisito de alternância dos critérios, previsto no art. 461, 2º, da CLT. Item III certo: Súmula 6 TST: V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. 43

Item IV errado: É possível sim a equiparação salarial quando o desnível salarial tenha decorrido de decisão judicial que beneficiou o paradigma: Súmula 6 TST: VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto: a) se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior; b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos entre o reclamante e os empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória, à exceção do paradigma imediato. Item V certo: Súmula 6 TST: VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. 3) (FCC TRT23 - Analista Judiciário - 2016) Em relação à equiparação salarial, (A) a existência na empresa de quadro de pessoal organizado em carreira, aprovado pelo órgão competente, não impede que empregado que preencha os requisitos para promoção por 44

merecimento ajuíze reclamação fundada em preterição, enquadramento ou reclassificação. (B) Nair, contratada como atendente de enfermagem, pode pleitear equiparação salarial com Janete, auxiliar de enfermagem, tendo em vista que as atividades pelas mesmas exercidas são as mesmas. (C) a equiparação salarial entre servidores públicos contratados pelo regime da CLT somente é possível se houver lei própria autorizando a aplicação do art. 461 da CLT ao ente público específico. (D) plano de cargos e salários que prevê critério de promoção apenas por merecimento ou antiguidade, ainda que referendado por norma coletiva, impede a equiparação salarial, tendo em vista que não respeita o requisito de alternância de critérios previsto por lei. (E) a cessão de empregados, ainda que preenchidos os requisitos legais, exclui a equiparação salarial, pois exercida a função em órgão governamental estranho ao empregador Gabarito: A. Súmula 127 TST: Quadro de pessoal organizado em carreira, aprovado pelo órgão competente, excluída a hipótese de equiparação salarial, não obsta reclamação fundada em preterição, enquadramento ou reclassificação. Letra B errada: OJ-SDI1-296: Sendo regulamentada a profissão de auxiliar de enfermagem, cujo exercício pressupõe habilitação técnica, realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem, 45