PREFEITURA MUNICIPAL DE UNIÃO DA VITÓRIA SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL ECOCIDADE RECICLAR É BOM, PRESERVAR É PRECISO

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Transcrição:

PREFEITURA MUNICIPAL DE UNIÃO DA VITÓRIA SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL ECOCIDADE RECICLAR É BOM, PRESERVAR É PRECISO PROJETO DE MEIO AMBIENTE E RECICLAGEM Coordenação: Sidnei Cieslak Diretor de Ação Social UNIÃO DA VITÓRIA - PR 2013

1 INTRODUÇÃO Da atividade humana, seja ela de qualquer natureza, resultam sempre materiais diversos. O constante crescimento das populações urbanas, a forte industrialização, a melhoria no poder aquisitivo dos povos de uma forma geral, vêm instrumentalizando a acelerada geração de resíduos sólidos. A geração crescente e diversificada de resíduos sólidos nos meios urbanos e a disposição final dos mesmos estão entre os mais sérios problemas ambientais enfrentados pelos países industrializados e em desenvolvimento. Na maioria dos municípios brasileiros de pequeno e médio porte a administração dos resíduos sólidos se limita a varrer os logradouros e recolher o lixo domiciliar depositando-o em locais sem maiores cuidados sanitários. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), são produzidos cerca de 5 quilos de lixo semanalmente por habitante, chegando a um total de 240 mil toneladas de lixo por dia, e deste total apenas 2% é reciclado. Estima-se que no Brasil são desperdiçados cerca de 4,6 bilhões de reais por ano por não reciclar tudo o que poderia. O município de União da Vitória apresenta uma situação bastante complexa, pois o processo de separação por parte da população é praticamente inexistente, o recolhimento por parte dos catadores é feito de forma desordenada e de maneira precária, pois boa parte deles usa animais para transportar as carroças, criando um transtorno no trânsito e poluindo as ruas com dejetos dos animais que defecam nas vias públicas. A comercialização dos recicláveis é feita na informalidade, criando um grande problema para os próprios catadores, que encontram dificuldades em receber os valores referentes aos produtos que recolhem. Os resíduos sólidos urbanos, nas últimas décadas, têm sido estudados no sentido de se obter técnicas mais eficientes e seguras de dispô-los no ambiente ou torná-los novamente úteis. Como alternativa economicamente viável e ecologicamente sustentável existem as Usinas de Triagem e Compostagem de resíduos urbanos. Nestas usinas ocorre a separação manual dos diversos componentes do lixo, que são divididos em grupos, de acordo com a sua natureza: matéria orgânica, materiais recicláveis, rejeitos e resíduos sólidos específicos. Os

resíduos recicláveis são vendidos para empresas específicas, os resíduos orgânicos são decompostos produzindo adubo orgânico e os rejeitos são encaminhados para o sistema de disposição final do município. Os catadores de materiais recicláveis, que trabalham de maneira informal e em condições de trabalho insalubres, podem fazer parte de cooperativas de trabalho onde todos colaboram para a separação dos resíduos recicláveis e do lixo orgânico de forma organizada e segura, promovendo uma renda justa e uma melhor qualidade de vida para estas pessoas. A implantação destas usinas necessita de ações interligadas, como a coleta seletiva dos materiais previamente separados e a educação ambiental, que aumentam a eficiência do programa. O tema da limpeza urbana ligado à reciclagem e compostagem está assumindo papel de destaque entre as crescentes demandas da sociedade brasileira e das comunidades locais, seja pelos aspectos sanitários, pela abordagem ambiental ou pelas questões sociais ligadas aos catadores. É fato que vários setores governamentais e da sociedade civil começam a se mobilizar para enfrentar o problema, por muito tempo mantido em segundo plano. Esta preocupação com a questão dos resíduos sólidos é também justificada por uma maior pressão exercida pelo Poder Público, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos com a Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010. A Lei tem como objetivo, dentre outros, a gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos, e prevê que os municípios implantem programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos, dando prioridade para que pessoas já relacionadas ao recolhimento de resíduos sólidos e de baixa renda trabalhem nas ações voltadas à reciclagem e compostagem. Todos os dias materiais recicláveis são colocados no mercado para produção de novos produtos. Isso tem conseqüências benéficas para o meio ambiente como: economia de energia na produção industrial, menos corte de árvores para matéria prima do papel, menos uso de recursos minerais (para fabricação de plásticos, ferro e vidro, por exemplo); e menos contaminação do solo e água com o lixo. O município de União da Vitória, assim como outros do estado do Paraná, está gradativamente se adequando à realidade da implantação de projetos voltados à programas de reciclagem e educação ambiental voltados aos resíduos sólidos, visando os benefícios já citados.

União da Vitória é um município localizado no sul do estado do Paraná. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) de 2010, a cidade conta com 52.176 habitantes em uma extensão territorial de 713.565 km².

2 OBJETIVO GERAL Com o intuito de conservar e preservar o meio ambiente e a saúde humana, aliado ao desenvolvimento da cidadania e tendo como princípio base a dignidade da pessoa humana, a Prefeitura Municipal de União da Vitória, através da Secretaria de Ação Social, prevê a criação de um programa que visa o aumento da quantidade de materiais recicláveis coletados no município de União da Vitória. 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Contribuir com a preservação do meio ambiente; b) Promover a sensibilização ambiental da população com programas de educação ambiental voltados à orientação para a correta separação dos materiais recicláveis e orgânicos; c) Fomentar a criação de uma cooperativa de trabalho formada por pessoas envolvidas no processo de coleta de recicláveis, proporcionando melhores condições de trabalho e de vida e gerando novas oportunidades de trabalho para aqueles que hoje vivem de maneira informal e sem renda fixa; d) Viabilizar a coleta seletiva de materiais recicláveis em todos os bairros do município; e) Disponibilizar, para a população, recipientes específicos para auxiliar na correta separação dos materiais; f) Preparar uma área com infra-estrutura adequada para o recebimento e separação dos materiais recicláveis coletados, onde será instalada a cooperativa de trabalho.

3 SITUAÇÃO ATUAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES NO MUNICÍPIO DE UNIÃO DA VITÓRIA Atualmente são coletados, em média, 31 toneladas de lixo ao dia ou 806 toneladas ao mês, conforme pesagem dos resíduos sólidos resultantes da coleta pública terceirizada no município realizada entre os dias 19 e 25 de março de 2013 pela Prefeitura Municipal. Do total coletado, 16.206 quilos por mês correspondem aos resíduos recicláveis recolhidos separadamente. Conforme dados da empresa terceirizada, aproximadamente 98% da população da área urbana (49.983 habitantes) é atendida pelo sistema de coleta pública do município, enquanto que na área rural (2.752 habitantes) este valor atinge aproximadamente 20%, o que indica uma geração per capita de 0,54 quilos por habitante ao dia. Conforme caracterização física dos resíduos sólidos enviados ao aterro sanitário realizada em 2011, a composição gravimétrica do lixo domiciliar é composta pelas porcentagens indicadas na tabela 1. Considerando a quantidade total de lixo coletada no município e utilizando os dados de composição gravimétrica, se obtém os valores estimados para a quantidade de cada tipo de resíduo sólido gerados no município, que estão demonstrados, também, na tabela 1. Tabela 1 - Composição gravimétrica dos resíduos destinados ao aterro sanitário para o município de União da Vitória. Material Papel/papelão Plástico Metal Vidro Orgânico Outros % 9,28 8,00 0,74 5,65 70,02 6,31 Kg por mês 74.796,8 64.480,0 5.964,4 45.539,0 564.361,2 50.858,6 Kg por dia 1 2.876,8 2.480 229,4 1.751,5 21.706,2 1.956,1 1 Considerando 26 dias de recebimento de resíduos no aterro por mês No município os resíduos sólidos urbanos são coletados por uma empresa terceirizada mediante contrato de prestação de serviços com a Prefeitura municipal. A empresa realiza a coleta convencional e a coleta seletiva dos resíduos gerados em residências, comércios, indústrias e outras atividades, desde que os resíduos tenham as mesmas características dos resíduos domiciliares. A coleta seletiva não abrange todos os bairros do município e não existe um sistema eficiente de separação dos mesmos, além disso a separação dos resíduos recicláveis nas

residências é realizada de forma insuficiente, o que pode ser evidenciado na porcentagem de resíduos recolhidos na coleta seletiva, cerca de 8,5% da quantidade total estimada de recicláveis geradas no município. Muitos resíduos recicláveis acabam por ser recolhidos por catadores informais que encontram no lixo a sua fonte de renda. O trabalho é realizado, geralmente, com o auxílio de carroças a tração animal e de forma insalubre, como pode ser observado nas figuras 01 a 04. Figuras 01 e 02 Recolhimento de materiais recicláveis por catadores em União da Vitória Figuras 03 e 04 Recolhimento de materiais recicláveis por catadores em União da Vitória

4 METODOLOGIA DO PROGRAMA 4.1 ORGANIZAÇÃO DO PROJETO As primeiras ações voltadas ao sucesso do funcionamento do projeto estão voltadas à organização da área onde os trabalhadores irão realizar a triagem dos resíduos recolhidos no município, que irá abrigar uma Usina de Triagem de resíduos sólidos urbanos. A área está localizada na Avenida Paula Freitas, Bairro São Sebastião, distrito de São Cristóvão, no município de União da Vitória, e trata-se do antigo terminal de calcário do município (figura 05). Atualmente a área está desocupada e possui instalações físicas necessárias para a operação da cooperativa, como barracão (figuras 06 e 07), recepção (figura 08), balança (figura 08) e áreas de apoio para vestiários, sanitários e refeitório (figuras 09 e 10), sendo necessárias somente adaptações internas nas estruturas no sentido de proporcionar um ambiente adequado para a atividade, e externas voltadas à construção de um pátio de concreto para a compostagem. Além disso, será necessário preparar a estrutura existente com equipamentos utilizados na separação e acondicionamento dos resíduos. Com uma área aproximada de 1.500m 2, a Usina de Triagem terá capacidade de triagem e processamento de 7,3 toneladas de resíduos por dia. A figura 11 apresenta um lay out geral da estrutura já existente no antigo terminal de calcário, com as utilizações previstas para a cooperativa, inclusive com a utilização futura prevista de uma área para compostagem de resíduos orgânicos.

Figura 05 Localização e delimitação da futura área de operação da Usina de Triagem e Compotagem de Cooperativa de Catadores. Figura 06 Barracão do antigo terminal de calcário onde será realizada a triagem e armazenamento dos resíduos.

Figura 07 Vista interna do barracão do antigo terminal de calcário Figura 08 Recepção (com balança para veículos) do antigo terminal de calcário

Figura 09 Áreas de estrutura de apoio para serem implantados vestiários, sanitários, refeitório e cozinha, no antigo terminal de calcário. Figura 10 Vista interna da estrutura de apoio existente no antigo terminal de calcário, que será adaptada e utilizada para a instalação de vestiários, sanitários e refeitório.

Figura 11 Lay out geral da estrutura física existente no antigo terminal de calcário com as futuras utilizações previstas para a usina de triagem e compostagem 4.2 FORMAÇÃO DA COOPERATIVA DE TRABALHADORES Paralelamente à preparação da Usina de Triagem será criada e formalizada a cooperativa de catadores, e para isso todas as pessoas que atualmente trabalham com a coleta informal do lixo serão cadastradas com o auxílio das assistentes sociais do município, a fim de realizar um levantamento dos futuros cooperados. Posteriormente serão realizadas reuniões com os trabalhados interessados em participar da cooperativa e será formado um grupo de aproximadamente 10 pessoas para compor o Conselho da Cooperativa, os quais irão trabalhar, junto aos demais cooperados, na montagem de um estatuto para a cooperativa. Os trabalhadores serão instruídos para o perfeito desempenho de suas funções junto à Cooperativa e terão boas condições de trabalho, como: local adequado, transporte, alimentação, vestuário, equipamentos de segurança (EPI), Seguridade Social (INSS). Além disso, será elaborado um trabalho de desenvolvimento da cidadania aos cooperados, inserindo-os em programas sociais em parceria com as demais secretarias, encaminhando para tratamento os que por

ventura apresentarem problemas relacionados a alcoolismo e dependência química. É importante salientar que os trabalhadores serão instruídos para que desempenhem as suas funções independentemente, sem a intervenção do Poder Público Municipal. 4.3 PREPARAÇÃO DA COLETA SELETIVA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Também concomitante à organização da Usina de Triagem e da formação da cooperativa, serão ordenadas ações voltadas à coleta seletiva a ser implantada no município, a fim de facilitar a colaboração das pessoas com o programa e a coleta do resíduos pelos coletores. Posteriormente às ações descritas, se dará início ao processo educativo da população voltado à sensibilização ambiental e às orientações necessárias à população, no sentido de obter o máximo de colaboração dos geradores de lixo no sentido de separarem os resíduos previamente à coleta. O processo educativo da população para a correta separação dos resíduos será efetuado com base no tipo de solução para a correta separação de coleta dos resíduos, incluindo uma forma de identificação diferenciada (saco de cor laranja) e também através dos PEVs (Postos de Entrega Voluntária), onde serão disponibilizados contêineres em locais estratégicos a serem definidos com a comunidade para depósito dos materiais, os quais serão destinados para a Usina de Triagem. A sensibilização será desenvolvida primeiramente através de reuniões junto às escolas, associações de moradores e igrejas de cada bairro, explicando detalhes e a importância de sua participação para o sucesso do projeto.também será utilizado como base a divisão usada pelo PSF (Programa de Saúde da Família) que é composta de 12 territórios, envolvendo cerca de 4 mil pessoas cada. O início ao trabalho será em um destes territórios e assim sucessivamente até atingir a totalidade. Além disso, está sendo analisada a possibilidade de criação de um programa de incentivo por área definida, como por exemplo: o território que contribuir com a maior quantidade de materiais durante um determinado tempo poderá ter abatimento em impostos municipais. Visando maior divulgação serão entregues folders nas casas da população, os quais serão de fácil entendimento do público e explicarão os benefícios da coleta

seletiva, o destino dos resíduos recolhidos, ações que a população deve realizar para contribuir com o meio ambiente e os dias e horários da coleta seletiva e convencional nas suas casas. Serão convidadas a participarem deste projeto como parceiras as seguintes entidades: SECRETARIAS MUNICIPAIS, CDL, IEPS, ESCOLAS, FACULDADES, LIONS CLUBE DE UNIÃO DA VITÓRIA, ASSOCIAÇÃO DE MORADORES, IGREJAS, EQUIPE DO PSF (AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE), CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE DO COLÉGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA, CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DA UNIUV, CURSOS DE GRADUAÇÃO DA FAFI, PROVOPAR, contando também com os meios de comunicação local. O programa de educação ambiental iniciará a aproximadamente um mês antes do início da operação da cooperativa na Usina de Triagem, e deverá se estender após a sua implantação, sempre de forma contínua, a fim de reforçar o programa. 4.4 IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA E INÍCIO DOS TRABALHOS DA COOPERATIVA Após iniciada a operação da Usina pela cooperativa, os resíduos sólidos serão recolhidos de forma diferenciada (lixo seco em sacos de cor diferenciada e lixo úmido em sacos de lixo comuns). Os resíduos secos (recicláveis) serão recolhidos em caminhões com caçamba sem compactação, visando o não comprometimento da qualidade dos recicláveis, e serão enviados para a Usina. Neste local, os agentes ecológicos trabalharão com o propósito de facilitar a cadeia de reciclagem, ou seja, identificando e separando vidros, plásticos, metais e papeis. No início do programa somente serão enviados para a UTC os resíduos recicláveis, e conforme for ocorrendo a evolução do programa serão aceitos todos os resíduos recolhidos, a fim de realizar a compostagem dos resíduos orgânicos. Não há uma previsão para que isso ocorra, sendo que será necessária uma avaliação da eficiência da coleta seletiva para verificar a viabilidade do início da realização da compostagem. Os materiais devidamente separados serão colocados à disposição do mercado consumidor como fonte de matéria prima ecologicamente correta. Os valores arrecadados com a venda dos mesmos serão revertidos como fonte de renda aos cooperados.

A coleta dos referidos materiais será feita por empresa devidamente licitada através da Prefeitura Municipal de União da Vitória, deixando assim de existir o problema das carrocinhas circulando nas ruas da cidade.

5 CURIOSIDADES Cada 50 quilos de papel usado transformado em papel novo evita que uma árvore seja cortada. Pense na quantidade de papel que você já jogou fora até hoje e imagine quantas arvores você poderia ter ajudado a preservar; Com 1 quilo de vidro quebrado faz-se exatamente 1 quilo de vidro novo, e a grande vantagem do vidro é que ele pode ser reciclado infinitas vezes; Quantas latinhas de refrigerantes você já jogou até hoje? A cada 50 quilos de alumínio usado e reciclado se evita que sejam extraídos do solo cerca de 5 mil quilos de minério, a bauxita.

6 CONCLUSÃO É evidente que somente com a participação maciça da população poderá ser alcançado o êxito na aplicação do projeto ECOCIDADE, pois assim poderá ser facilitado o processo de reciclagem que é importante e necessário, não apenas para diminuir o acúmulo de resíduos em aterros sanitários como também para poupar a natureza da extração inesgotável de recursos, além de gerar fonte de renda para as pessoas envolvidas neste trabalho.