HÁBITOS, COMPORTAMENTOS E EXPECTATIVAS DA 3ª IDADE Bloco Vida Financeira

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Transcrição:

HÁBITOS, COMPORTAMENTOS E EXPECTATIVAS DA 3ª IDADE Bloco Vida Financeira Outubro 2014

ÍNDICE INTRODUÇÃO 3 SITUAÇÃO FINANCEIRA 4 ENDIVIDAMENTO 7 CONCLUSÃO 10 METODOLOGIA 13

INTRODUÇÃO SETE EM CADA DEZ CONSUMIDORES DA TERCEIRA IDADE AFIRMAM TER HOJE SITUAÇÃO ECONÔMICA ESTÁVEL 57% não possuem reserva financeira para despesas imprevistas Otimistas, independentes, capazes de encarar o assunto dinheiro de forma positiva e com disposição para aproveitar a vida, além de ajudar amigos e familiares. Esse é o perfil do idoso residente nas capitais brasileiras, de acordo com o mais recente estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz. Ao investigar os hábitos, comportamentos e expectativas do público consumidor da terceira idade em relação à vida financeira, a pesquisa revela que a maioria está satisfeita com sua própria situação econômica. No que diz respeito às finanças, essas pessoas estão confortáveis e não sentem saudade do passado. Mas essa alegada estabilidade não se deve a uma preparação financeira adequada feita com o passar dos anos. Com se verá a seguir, a maior parte dos idosos não fez nenhuma reserva financeira pensando em eventualidades, despesas extras decorrentes de problemas de saúde etc. O estudo também analisa as motivações desses consumidores para poupar, seus objetivos de vida e as razões que levam alguns deles ao endividamento e à restrição ao crédito. 3

SITUAÇÃO FINANCEIRA Menos da metade dos consumidores da terceira idade possui alguma reserva financeira O SPC Brasil e Meu Bolso Feliz procuraram saber o quanto os consumidores da terceira idade estão preparados, financeiramente, para lidar com eventualidades, arcar com as despesas decorrentes de possíveis problemas de saúde e até mesmo para aproveitar mais esta etapa da vida, em atividades de lazer. Os resultados mostram que a maioria (57%) não possui nenhum investimento ou reserva financeira. Essa situação é ainda mais comum entre os entrevistados com baixa escolaridade (68%) e os pertencentes à Classe D/E (77%). Considerando os consumidores que conseguiram se preparar, as modalidades de investimento mais comuns são a poupança (33%) e a compra de imóveis/renda de aluguéis (10%). Observa-se que a maior motivação para manter uma reserva financeira são os fatores imprevistos, entre eles os problemas de saúde: 57% dos entrevistados alegam ser esta a finalidade de suas reservas. Também há aqueles (30%) que pensam em complementar a renda para os gastos básicos do mês e os que desejam aproveitar a vida (17%), fazendo viagens que antes não poderiam, por falta de tempo ou oportunidade. Outros 15% falam em estar preparados para imprevistos relacionados à moradia, e 13% citam o futuro dos filhos e netos como principal agente motivador. A preocupação com os familiares, por sua vez, faz com que muitos entrevistados abram mão de objetivos pessoais. Quase a metade dos consumidores da terceira idade (47%) garante que pensa no futuro da família e acaba deixando de fazer coisas que gostaria para manter uma reserva financeira. 57% não possui nenhum investimento ou reserva financeira 4

72% dos consumidores da terceira idade afirmam ter situação econômica estável/boa Sete em cada dez entrevistados (72%) garantem que sua atual condição econômica é estável/ boa. Essa parcela é ainda mais expressiva entre os consumidores com escolaridade superior (84%) e aqueles que pertencem à Classe A/B. Além disso, a maioria dos entrevistados (66%) encara a própria vida financeira com otimismo, afirmando que ela é melhor, hoje, comparando com a época em que eram jovens. A impressão positiva é mais frequente entre as pessoas de 66 a 70 anos (75%), e também entre as pessoas da Classe A/B (77%). Essa autoavaliação é reforçada por outro resultado encontrado na pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz. Os consumidores da terceira idade revelam ser independentes para tomar as próprias decisões ligadas ao dinheiro: 81% afirmam não depender de ninguém para gerir as próprias contas (85% na Classe A/B). Ou seja, essas pessoas estão no comando de suas ações e, por isso mesmo, ninguém melhor que elas para avaliarem sua condição econômica. E quando são questionadas sobre um possível descontrole em relação às finanças, 74% garantem que não têm perdido mais o controle das contas atualmente. 66% alegam quea vida financeira é melhor hoje do que quando eram jovens 81% afirmam não depender de ninguém para gerir as próprias contas 5

No que diz respeito a conhecimentos específicos para lidar com dinheiro, somente quatro em cada dez entrevistados dizem saber calcular os juros de empréstimos. O percentual aumenta entre os homens (45%), aqueles com escolaridade superior (67%) e os pertencentes à Classe A/B (55%). Já as comodidades do Internet Banking ainda estão longe do público consumidor da terceira idade: apenas 9% afirmam fazer transações bancárias e pagar contas pela web (25% entre aqueles com escolaridade superior). Outro resultado interessante da pesquisa diz respeito aos cuidados tomados pelos idosos para evitar golpes. 33% dos consumidores da terceira idade afirmam que mudaram seus hábitos nos últimos anos para não caírem em golpes. Dentre os que tomam medidas de precaução destaca-se manter os dados pessoais fora do alcance de pessoas que não sejam consideradas confiáveis (13%); não andar com grandes quantias em dinheiro na bolsa (6%); não aceitar ajuda de ninguém (6%); e não atender a ligações de números desconhecidos (4%). Apenas 9% afirmam fazer transações bancárias e pagar contas pela web 6

ENDIVIDAMENTO 32% dos idosos já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao Crédito Três a cada dez consumidores da terceira idade (32%) já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao crédito no último ano. Observa-se que a razão mais comum para a negativação é ter auxiliado outras pessoas: 21% dos que já tiveram o nome sujo no último ano não puderam pagar suas dívidas por que emprestaram o nome a terceiros. Outros 19% afirmam que não planejaram e acabaram gastando mais do que poderiam. 11% alegam problemas de saúde e 8% atribuem o problema à facilidade de crédito, o que permitiu que gastassemalém das possibilidades do seu orçamento. 32% já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao crédito no último ano O indicador de inadimplência calculado a partir das bases do SPC Brasil tem mostrado que a evolução no consumo da terceira idade começa a apresentar reflexo também nas pendências em atraso destes consumidores. De acordo com estimativas do SPC Brasil o número de idosos inadimplentes já chega a 4 milhões de pessoas 1, o que representa cerca de 26% da população acima de 65 anos. 21% dos que já tiveram o nome sujo no último ano não puderam pagar suas dívidas por que emprestaram o nome a terceiros 1 O número se refere à população acima de 65 anos registradas no SPC Brasil e em outros serviços de proteção ao crédito. Dada uma amostra aleatória de CPFs, é feita a consulta no SPC Brasil e nos demais bureaus de crédito para verificar a proporção de inadimplentes em cada uma das bases. A estimativa também leva em conta a população adulta total em 2024 e as suas divisões etárias (projeções feitas pelo IBGE). Por fim é aplicado um redutor com base na estimativa de mortalidade por faixa etária com informações do DataSus. 7

Quando analisamos o número de inadimplentes, o indicador mostra que o total de consumidores acima de 65 anos com compromissos pendentes está crescendo mais do que a média nacional de 5,1% 2 (gráfico 1). Quando se considera a população de 64 a 94 anos, o crescimento é de 8,9%. Crescimento do número de inadimplentes por faixa etária 65 a 94 anos: 8,9% 12,12% 8,81% 5,09% 2,81% 4,04% 4,66% 6,49% -5,94% TOTAL 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 64 anos 65 a 84 anos 85 a 94 anos Por outro lado, é também interessante destacar que 55% da amostra total afirma nunca ter passado pela experiência de negativação. Esse percentual cresce entre os idosos com mais de 76 anos (64%) e com alto nível de escolaridade (62%). Grande parte dos entrevistados (89%) afirma que nunca teve o crédito negado em função da idade. Esse percentual, porém, pode estar subestimado, pois muitas instituições poderiam optar por outra justificativa, a fim de evitar constrangimentos frente ao público. O estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz também questionou os entrevistados sobre os meios utilizados para manter o controle de suas finanças. 38% afirmam fazer algum tipo de controle efetivo, seja em anotações no papel ou em planilhas eletrônicas. Por outro lado, 40% dos entrevistados garantem que fazem tudo de cabeça, e outros 14% admitem não manter controle algum sobre as próprias finanças. Ainda assim, 74% afirmam não perder mais o controle de seu orçamento, atualmente, em comparação com anos anteriores. 2 Dados de agosto de 2014. 8

40% 14% fazem tudo de cabeça admitem não manter controle algum sobre as próprias finanças Pagamento de dívidas é principal motivo para empréstimo consignado em benefício de outras pessoas. Um a cada cinco entrevistados (22%) afirma já ter feito algum empréstimo pessoal ou consignado em benefício de outra pessoa (25% entre os pertencentes à Classe C). O principal destino do dinheiro é o pagamento de dívidas, apontado por 48% da amostra. Logo depois vêm a entrada/ compra da casa própria (12%) e a entrada/compra do automóvel ou motocicleta (10%). Além da parcela expressiva de pessoas que se propõem a emprestar o próprio nome, muitos consumidores da terceira idade também mostram disposição para auxiliar seus familiares e amigos com dinheiro: 35% dos entrevistados dizem que se recebessem, hoje, uma quantia equivalente à renda do ano inteiro, ajudariam o cônjuge/filho/parente/amigo. 30% empregariam o dinheiro numa viagem, enquanto 24% destinariam a quantia a despesas com saúde (plano de saúde, remédios etc.). Comprar coisas das quais precisam, mas que, atualmente, não conseguem, foi uma opção apontada por 24% dos entrevistados. 22% afirmam já ter feito algum empréstimo pessoal ou consignado em benefício de outra pessoa para pagamento de dívidas 9

CONCLUSÃO O estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz demonstra que os consumidores da terceira idade, em sua maioria (72%), enxergam sua condição econômica de maneira favorável. Eles consideram estar no comando de suas decisões financeiras, sem precisar do aval de outras pessoas, e essa postura independente permite que encarem o presente de maneira positiva: 66% acreditam que suas finanças estão melhores, hoje, em relação à época em que eram jovens. Nem sempre os métodos adotados para o controle financeiro são efetivos, e muitos (40%) admitem fazer apenas controle de cabeça. Somente quatro em cada dez entrevistados dizem saber calcular os juros de empréstimos. Apesar disso, 74% garantem que não perdem mais o controle de seu orçamento em comparação com os anos anteriores. Apesar da boa condição econômica atual, a maior parte dos entrevistados diz que não se preparou para lidar com despesas eventuais, por exemplo: 57% afirmam não ter feito nenhum investimento ou reserva financeira. Entre aqueles que dizem ter se preparado, a poupança e a compra de imóveis/ renda de aluguel são os mecanismos mais utilizados. Os imprevistos, por sua vez, são os grandes motivadores daqueles (57%) que garantem ter feito sua reserva financeira. Entre os objetivos de quem poupa também estão a complementação dos gastos do mês, as despesas com lazer (viagens) e gastos eventuais com moradia. 32% já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao crédito no último ano 21% dos que já enfrentaram a negativação não puderam pagar suas dívidas por que emprestaram o nome a terceiros 47% da amostra total admite abdicar de objetivos pessoais, deixando de fazer coisas que gostariam para manter uma reserva financeira em prol do futuro da família O otimismo com que os consumidores da terceira idade avaliam suas finanças não significa que eles estejam livres de problemas com dinheiro. Três a cada quatro entrevistados (32%) já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao crédito no último ano. Algumas vezes isso se deve, claramente, ao fato de que os idosos mostram disposição para ajudar seus amigos e familiares: 21% dos que já enfrentaram a negativação não puderam pagar suas dívidas por que emprestaram o nome a terceiros. Além disso, quase a metade (47%) da amostra total admite abdicar de objetivos pessoais, deixando de fazer coisas que gostariam para manter uma reserva financeira em prol do futuro da família. Fazer empréstimos pessoais ou consignados em benefícios de terceiros e auxiliar amigos e parentes com dinheiro também fazem parte dos hábitos desses consumidores. 10

Apesar do comportamento dos consumidores da terceira idade guardar muitas semelhanças, a classe social e o nível de escolaridade realçam diferenças importantes entre eles. PREPARO PARA O FUTURO Entre os pertencentes à Classe A/B, um percentual consideravelmente elevado (45%) afirmou se preparar para o futuro por meio uma reserva financeira, como a poupança. Entre os respondentes da classe D/E, essa parcela cai para 20%. Do mesmo modo, a instrução formal impõe outra diferença significativa: 45% daqueles com escolaridade superior admitiram se preparar com a poupança, e apenas 24% daqueles com escolaridade primária fizeram o mesmo. LAZER A mesma tendência pode ser observada com relação à disposição para o lazer, em viagens e passeios para os quais os entrevistados não tinham oportunidade antes. A pesquisa mostra que esta é a principal motivação de 25% dos pertencentes à Classe A/B para manter uma reserva financeira. A parcela cai para 5% entre as pessoas da Classe D/E. Neste mesmo quesito, a idade também conta muito: 25% dos respondentes de 60 a 65 anos apontam as viagens de lazer como a maior motivação para a reserva financeira, com percentuais decrescentes à medida que a idade aumenta: 21% entre aqueles com idade entre 66 e 70 anos, chegando a apenas 4% entre os respondentes com mais de 76 anos. 11

SITUAÇÃO FINANCEIRA Ainda com relação à classe social, foram notadas diferenças significativas no que diz respeito à percepção do idoso sobre sua própria situação financeira: 55% dos entrevistados da classe C/D consideram sua condição econômica estável, contra um percentual de 89% na Classe A/B. A situação se repete em relação à educação formal, ou seja: 84% daqueles com escolaridade superior afirmam estar hoje em uma boa condição econômica. Entre aqueles com escolaridade primária, esse percentual cai para 63%. A maneira de encarar o presente também muda conforme a classe social. Os entrevistados da Classe A/B (77%) enxergam mais positivamente sua situação econômica atual, em relação à época em que eram jovens. A pesquisa mostra que esse otimismo cai entre as pessoas da Classe D/E (55%), apesar de ainda dar o tom da maioria das respostas. De todo modo, mesmo levando em conta as diferenças de classe social e escolaridade, o estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz revela que os consumidores da terceira idade são, em sua maioria, pessoas independentes, conscientes de sua situação econômica e dispostas a abrir mão de suas próprias metas para poderem ajudar à família. Ao lado desse desprendimento, a pesquisa também detecta que os idosos residentes nas capitais brasileiras têm um olhar otimista para com o presente e desejam aproveitar mais a vida. Classe A/B Classe C Classe D/E Educação superior/ pós-graduação 1º e 2º graus Escolaridade primária Tenho uma poupança destinada a imprevistos, problemas de saúde etc 45% 31% 20% 45% 35% 24% Viajar/passear é a maior motivação para que eu mantenha uma reserva financeira 25% 10% 5% 33% 13% 7% Considero minha situação econômica atual estável/boa 89% 69% 55% 84% 74% 63% Minha situação financeira, hoje, é melhor do que quando eu era jovem 77% 64% 55% 66% 66% 66% 12

METODOLOGIA Público alvo Método de coleta Tamanho amostral da pesquisa Questionário residentes nas 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 60 anos, ambos os sexos e todas as classes sociais. pesquisa realizada pessoalmente em pontos de fluxo e também em bairros residenciais. 632 casos, gerando margem de erro no geral de 3,9 p.p para um intervalo de confiança a 95%. Foram aplicadas 69 questões. Data de coleta dos dados 10 de julho a 23 de julho de 2014. Por quê 60 anos? Não existe consenso sobre a idade que uma pessoa deve ter para que pertença à terceira idade: 60 anos Corte da Constituição brasileira e estatuto do idoso. 65 anos corte para a política nacional do idoso 70 anos corte para o código civil Classificação Econômica = Faixas de salário mínimo do IBGE, correlacionada com a nova classificação ABEP válida para 2014 1. A/B = Acima de 5 salários mínimos 2. C = De 2 até 5 salários mínimos 3. D/E = Até 2 salários mínimos 13