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Transcrição:

Apelação Cível - Turma Espec. II - Tributário Nº CNJ : 0045951-57.2014.4.02.5101 (2014.51.01.045951-8) RELATOR : Desembargador Federal FERREIRA NEVES APELANTE : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO PROCURADOR : PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO - RJ APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL ORIGEM 05ª Vara Federal de Execução Fiscal do Rio de Janeiro : (00459515720144025101) EMENTA TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL (LEI N 6830/80). IPTU. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PROPTER REM. SUCESSÃO TRIBUTÁRIA. SUBSTITUIÇÃO DA CDA. POSSIBILIDADE. 1. A ação acima referenciada foi ajuizada em 15/12/2015 contra o INPS para cobrança de IPTU relativo ao ano de 2010, conforme fls. 01. Ao receber o processo, o MM. Juiz a quo, de pronto, sentenciou sob o entendimento de que, na hipótese, o INPS era extinto e que a Certidão de Dívida Ativa padeceria de nulidade insanável (fls. 04/05). 2. O antigo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), como se sabe, foi criado em 1966 (DL n 72) e, posteriormente, extinto em 1990 (Decreto n 99350) pela junção aos demais órgãos previdenciários para a criação do INSS. Desse modo, houve uma sucessão legal e, nesse caso, é possível a correção da Certidão de Dívida Ativa, devendo a execução fiscal prosseguir em face do atual proprietário/possuidor. Precedentes do STJ. 3. O valor da execução é R$ 2.352,44 (em dezembro de 2015). 4. Recurso provido. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas: Decide a Egrégia Quarta Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2a Região, à unanimidade, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator, que fica fazendo parte integrante do presente julgado. Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2016(data do julgamento). (assinado eletronicamente - art.1º, 2º, inc. III, alínea a, da Lei nº 11.419/2006) FERREIRA NEVES Desembargador Federal Relator 1

Apelação Cível - Turma Espec. II - Tributário Nº CNJ : 0045951-57.2014.4.02.5101 (2014.51.01.045951-8) RELATOR : Desembargador Federal FERREIRA NEVES APELANTE : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO PROCURADOR : PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO - RJ APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL 05ª Vara Federal de Execução Fiscal do Rio de Janeiro ORIGEM : (00459515720144025101) R E L A T Ó R I O Trata-se de apelação cível interposta pelo MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO/RJ, objetivando reformar a r. sentença que, nos autos da execução fiscal nº 0045951-5720144025101, ajuizada contra o INPS, julgou extinto o processo, nos termos do artigo 267, IV e VI, do CPC/73. Argumentou o Município/recorrente, em síntese, que o devedor foi extinto sendo seu sucessor legal o INSS; que a execução fiscal deve prosseguir, eis que a sucessão atinge todos os créditos tributários, assumindo o sucessor a responsabilidade pelo pagamento do tributo. Aduziu, ainda, que, nesses casos, é possível a correção da Certidão de Dívida Ativa. O valor da execução fiscal é R$ 1.237,20 (em dezembro de 2015). É o relatório. Inclua-se em pauta. (assinado eletronicamente - art.1º, 2º, inc. III, alínea a, da Lei nº 11.419/2006) FERREIRA NEVES Desembargador Federal Relator 1

Apelação Cível - Turma Espec. II - Tributário Nº CNJ : 0045951-57.2014.4.02.5101 (2014.51.01.045951-8) RELATOR : Desembargador Federal FERREIRA NEVES APELANTE : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO PROCURADOR : PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO - RJ APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL 05ª Vara Federal de Execução Fiscal do Rio de Janeiro ORIGEM : (00459515720144025101) VOTO Cuida-se, como visto, de apelação cível interposta pelo MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO/RJ, objetivando reformar a r. sentença que, nos autos da execução fiscal nº 0045951-5720144025101, ajuizada contra o INPS, julgou extinto o processo, nos termos do artigo 267, IV e VI, do CPC/73. A ação acima referenciada foi ajuizada em 15/12/2015 contra o INPS para cobrança de IPTU relativo ao ano de 2010, conforme fls. 01. Ao receber o processo, o MM. Juiz a quo, de pronto, sentenciou sob o entendimento de que, na hipótese, o INPS era extinto e que a Certidão de Dívida Ativa padeceria de nulidade insanável (fls. 04/05). O antigo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), como se sabe, foi criado em 1966 (DL n 72) e, posteriormente, extinto em 1990 (Decreto n 99350) pela junção aos demais órgãos previdenciários para a criação do INSS. Desse modo, houve uma sucessão legal e, nesse caso, é possível a correção da Certidão de Dívida Ativa, devendo a execução fiscal prosseguir em face do atual proprietário/possuidor. Veja-se: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. REMESSA OFICIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. SUCESSÃO TRIBUTÁRIA. RESPONSABILIDADE INTEGRAL PELOS TRIBUTOS DEVIDOS. LEGITIMIDADE PASSIVA PARA A CAUSA DO ESTADO DE GOIÁS. MULTA MORATÓRIA. REDUÇÃO. DISPOSIÇÃO MAIS BENÉFICA. 1 - Sem razão o apelante, uma vez que, o Decreto nº 5.315, de 22.11.2000, que regulamenta a Lei Estadual nº 13.550/99, dispõe sobre a liquidação do CRISA - Consórcio Rodoviário Intermunicipal S/A, e determina que o Estado de Goiás assumirá todos os bens, direitos e obrigações decorrentes de lei, decisão judicial, ato administrativo ou contrato da empresa executada (fl.43, art. 1º). Estabelece também que todas as ações judiciais já 1

ajuizadas e as que vierem a sê-lo são de responsabilidade da Procuradoria-Geral do Estado (art 3º). 2 - Patente, no caso, a sucessão tributária regulada pelo artigo 132 do CTN (interpretação extensiva), o qual impõe ao sucessor a responsabilidade integral pelos eventuais tributos devidos. 3 - A multa moratória aplicada em valor igual e superior a 60% (sessenta por cento) do valor do débito deve ser revista, aplicando-se, em razão do disposto no art. 106, II do CTN, o art. 35 da Lei n. 8.212/91, já com a redação que lhe deu a Lei n. 11.941/09, a qual determina que a multa nesses casos deve ser aplicada nos termos do art. 61 da Lei n. 9.430/96, ou seja, no patamar máximo de 20%, disposição, portanto, mais benéfica. Precedentes deste Tribunal e do STJ. 4 - Apelação do Estado de Goiás improvida. 5 - Remessa oficial parcialmente provida. (TRF1, AC20033500010473-0, T5, Rel. Grigório Carlos dos Santos, e-djf1 de 06/06/2013). PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PROPTER REM. INCLUSÃO DO NOVEL PROPRIETÁRIO. SUBSTITUIÇÃO DA CDA. POSSIBILIDADE. 1. A obrigação tributária real é propter rem, por isso que o IPTU incide sobre o imóvel (art. 130 do CTN). 2. Deveras, ainda que alienada a coisa litigiosa, é lícita a substituição das partes (art. 42 do CPC), preceito que se aplica à execução fiscal, em cujo procedimento há regra expressa de alteração da inicial, qual a de que é lícito substituir a CDA antes do advento da sentença. 3. Sob esse enfoque é cediço que: "PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CDA. NULIDADE POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO ATÉ A SENTENÇA DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 219, 5º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. É permitida à Fazenda Pública a substituição da Certidão de 2

Dívida Ativa até a prolação da sentença dos embargos à execução. Inteligência do 8º do art. 2º da Lei nº 6.830/80. 2. Em homenagem ao princípio da celeridade processual, não é razoável manter a sentença que extinguiu o feito antes de citado o executado, sem conferir à exeqüente oportunidade para substituir o título que engloba num único valor a cobrança de diferentes exercícios. (...)" (REsp 745.195/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 15.08.2005) 4. O IPTU tem como contribuinte o novel proprietário (art. 34 do CTN), porquanto consubstanciou-se a responsabilidade tributária por sucessão, em que a relação jurídico-tributária deslocou-se do predecessor ao adquirente do bem. Por isso que impedir a substituição da CDA pode ensejar que as partes dificultem o fisco, até a notícia da alienação, quanto à exigibilidade judicial do crédito sujeito à prescrição. 5. In casu, não houve citação da referida empresa, tendo a Fazenda Pública requerido a substituição da CDA e a citação do atual proprietário do imóvel. 6. Doutrina abalizada comunga do mesmo entendimento, in verbis: "Se a dívida é inscrita em nome de uma pessoa, não pode a Fazenda ir cobrá-la de outra nem tampouco pode a cobrança abranger outras pessoas não constantes do termo e da certidão, salvo, é claro, os sucessores, para quem a transmissão do débito é automática e objetiva, sem reclamar qualquer acertamento judicial ou administrativo". (Humberto Theodoro Junior, in Lei de Execução Fiscal, 7ª ed. Saraiva, 2000, p. 29). 7. Conseqüentemente, descoberto o novel proprietário, ressoa manifesta a possibilidade de que, na forma do art. 2.º, da Lei 6.830/80, possa a Fazenda Pública substituir a CDA antes da sentença de mérito, impedindo que as partes, por negócio privado, infirmem as pretensões tributárias. 8. Recurso Especial provido. (REsp 840623, T1, Rel. Luiz Fux, DJ de 15/10/2007). Do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso para determinar o prosseguimento do feito em face do INSS, oportunidade em que o MM. Juiz a quo 3

deverá verificar se a imunidade tributária insculpida no artigo 150, 2º, CF/88 alcança o bem imóvel sobre o qual recai o tributo. É como voto. (assinado eletronicamente - art.1º, 2º, inc. III, alínea a, da Lei nº 11.419/2006) FERREIRA NEVES Desembargador Federal Relator 4