Painel de Conjuntura Macroeconômica julho 2017

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PANORAMA CONJUNTURAL. A Economia Brasileira em Dezembro de 2017 Publicado em Fevereiro de 2018

Transcrição:

Painel de Conjuntura Macroeconômica julho 2017 Semana 2 PIB 2017 Crescimento apontando para zero. Preços e Juros IPCA: A deflação pontual no processo de desinflação. SELIC: Mercado prevê Selic de 8,25% para dezembro. Balança Comercial e Câmbio Balança Comercial Primeira semana de julho/17. Câmbio Novo viés? Mercado de Trabalho Perfil da geração de empregos formais no Paraná. Tecnologia Informação, o novo ouro. Opinião Como roubam tanto, mesmo com Disclosure, Accountability e Compliance? www.isaebrasil.com.br

002 Painel de Conjuntura Macroeconômica Estimativas para encerramento do ano - Brasil Estimativas para Encerramento do Ano - Brasil 2017 2018 PIB (% do crescimento) 0,34 2,00 Produção Industrial (% do crescimento) 0,84 2,30 Inflação - IPCA (%) 3,38 4,24 SELIC 8,25 8,00 Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 51,60 55,10 Taxa de Câmbio - fim do período (R$/US$) 3,35 3,45 Balança Comercial (US$ Bilhões) 59,50 46,50 Investimento Direto no País (US$ Bilhões) 75,00 75,00 Fonte: Bacen Agenda da Semana 10-07 Relatório Focus (Bacen) 10-07 Balança Comercial - Semanal (MDIC) 10-07 IPC(S) - 1ª quadrissemana de Julho-2017 (FGV) 11-07 IGP-M - 1ª prévia de Julho-2017 (FGV) 11-07 Levantamento Sistemático da Produção Agrícola Junho - 2017 (IBGE) 11-07 Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física - Regional Maio-2017 (IBGE) 12-07 IPC - 1ª quadrissemana Julho - 2017 (FIPE) 12-07 Pesquisa Mensal do Comércio - Maio-2017 (IBGE) 12-07 Fluxo Cambial - Semanal (Bacen) 14-07 IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) Maio-2017

Painel de Conjuntura Macroeconômica 003 PIB 2017 crescimento apontando para zero A previsão para o comportamento do PIB brasileiro não está boa. Depois de confirmado razoável crescimento de 1% no 1ºT-2017, bancado pelo agronegócio, as previsões para o PIB 2017 seguem decrescendo. O Boletim Focus de 07 de julho de 2017 aponta nova queda, ficando em 0,34%, o que representa queda de 0,32%. Em janeiro de 2017, a previsão do boletim para o PIB de 2017 era de 0,50%. A previsão do Focus está alinhada à previsão da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na primeira semana de julho/2017. Os economistas da CNI acreditam que o crescimento do PIB brasileiro deverá ser de 0,30% e o PIB da indústria deverá crescer 0,5% em 2017. No começo do ano, a CNI mantinha as previsões em 0,5% e 1,3% respectivamente. Observe que a previsão de queda é bem mais forte para o setor industrial do que para o PIB total. Exatamente como mostraram os números do PIB no 1ºT-2017. Fatores como a elevada ociosidade da indústria, a baixa confiança dos empresários e consumidores, a alta taxa de desemprego, o elevado nível de endividamento das famílias e este dado sobre a inflação negativa em junho não apontam recuperação da economia e sim estabilização. Por outro lado, a baixa da taxa de juros pode trazer benefícios para as famílias endividadas e para algumas oportunidades de investimento, mas os juros continuam altos para o consumidor final. Inflação: A deflação pontual no processo de desinflação Divulgado o IPCA de junho O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho apresentou queda de -0,23% segundo informativo do IBGE. É o resultado mais baixo para um mês de junho desde o início do plano Real e o primeiro resultado mensal negativo para qualquer mês desde junho de 2006, que foi de -0,21%. O acumulado em 12 meses do índice estabeleceu no patamar de 3,00%. No mês de junho os principais grupos de produtos e serviços - alimentação, habitação e transporte - foram os que apresentaram quedas mais intensas, conforme gráfico a seguir:

004 Painel de Conjuntura Macroeconômica O grupo de habitação é o principal destaque na composição na redução do índice, influenciado basicamente por energia elétrica e pela mudança da bandeira tarifária da vermelha para verde. Nos transportes, a redução é reflexo da nova política de preços da Petrobrás e da redução nas tarifas de ônibus interestaduais. Na contramão, as passagens aéreas aumentaram 6,89%, considerando-se os efeitos da nova política de bagagens e o período sazonal de temporada de férias. E nos alimentos, grupo de grande relevância na composição do índice, verificou-se queda de 0,5%, com melhora na oferta de produtos alimentícios pelo aumento das chuvas.

Painel de Conjuntura Macroeconômica 005 Composição do IPCA Maio para Junho/2017 Os termos deflação e desinflação são diferentes. A desinflação é o processo de desaceleração da inflação, por exemplo, onde a inflação saiu de um patamar de 10,7% ao ano e desacelera para 3%, em níveis aceitáveis para padrões internacionais. A deflação é quando a economia apresenta recuo dos preços médios, ou seja, quando o índice de preços torna-se negativo, podendo ser esporádico ou por um período mais amplo. No mês de junho, tecnicamente observou-se deflação em um processo de desinflação. SELIC Mercado prevê Selic de 8,25% para dezembro O boletim Focus de 10 de junho/2017 apresentou redução de 0,25p.p. na expectativa dos juros para fim deste ano, quebrando uma sequência de 12 semanas no patamar de 8,50%. Para o fim de 2018 a expectativa seguiu a mesma dinâmica de 8,25% para 8,00%. A redução está diretamente ligada ao resultado do IPCA de -0,23% reportado no tópico anterior. Na próxima reunião do Copom de 25 e 26 de julho/2017 o ritmo de redução da Selic deverá ser mantido entre 0,75p.p. e 1,00p.p., de acordo com o que já estava anunciado na ata da reunião do ano anterior.

006 Painel de Conjuntura Macroeconômica Para a economia real existe uma dualidade de expectativas: se por um lado, o impacto positivo do aumento da oferta de crédito no mercado viabiliza projetos de investimentos produtivos, e por consequência gera aumento do emprego e renda, há de se considerar também que o ambiente de incertezas no campo político limita as decisões de investimento e de consumo dos agentes econômicos. Na prática, o fim dessa dualidade, que representa a retomada do crédito, depende que as questões em Brasília sejam resolvidas. Balança Comercial Primeira semana de julho/17 Na 1ª semana do mês de julho de 2017 a Balança Comercial apresentou um superávit de US$ 1,045 bilhão. As exportações apresentaram um volume de US$ 4,055 bilhões, 4,3% maior que o mesmo período de 2016. A razão foi o aumento nas vendas de commodities, tais como o minério de ferro, milho, soja e proteínas. As importações atingiram o volume de US$ 3,010 bilhões, 7,6% acima da média de julho/2016. Os maiores volumes se deram em produtos siderúrgicos e combustíveis.

Painel de Conjuntura Macroeconômica Câmbio A semana começa com a cotação do dólar se projetando para o patamar mais baixo das últimas semanas. Encerrou o dia 10 com a cotação de US$/R$ 3,2601 por conta de fatos meramente políticos. A votação do texto da reforma trabalhista fortalecerá o viés de mudança em andamento do cenário político, fato este muito esperado pelos investidores. Os fatos que fortalecem a saída do presidente Michel Temer da liderança do país e que empurram o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia para a cadeira mais importante, são vistos como uma nova oportunidade para o país. São mudanças que agradam o mercado que percebe neste novo cenário maior viabilidade de aprovação das reformas. Além da mudança no viés político, o constante superávit comercial ao longo do ano, resultado da forte exportação de commodities, e a entrada de dólares por oportunidades de aquisições e fusões assim como expectativas de IPO s, têm trazido liquidez ao mercado de câmbio. Dois pontos importantes para o mercado de câmbio e que podem afetar a cotação a qualquer momento são a saída de Henrique Meirelles do cargo de Ministro da Fazenda e a contaminação do setor financeiro pelas denúncias de corrupção. São duas condições importantes para que a economia se mantenha descolada da política. A efetivação de qualquer uma entre as duas situações podem trazer enormes mudanças nas expectativas com elevação considerável da cotação da moeda. Tecnologia Informação, o novo ouro Obter insights sobre oportunidades para novos modelos de negócio é uma necessidade crescente entre os tomadores de decisão de diferentes segmentos. No varejo, nos Estados Unidos, as vendas através do canal e-commerce, em 2018, são estimadas em 8.85% em relação ao total de vendas no varejo, de acordo com o US Census Bureau (http: /bit.ly/2unlldc). Tomando por base exemplos do cotidiano, podemos afirmar que a Geração Z, nascidos em meados de 2000, são em sua maioria adeptos deste canal de vendas, certo? Errado. De acordo com pesquisa realizada pela National Retail Federation (NRF) e a IBM, 98% dos consumidores norte-americanos desta geração compram em lojas físicas (Fonte: http: /bit.ly/2unuvqa). Esse pode ser um motivador interessante para adquirir uma rede de lojas físicas no valor de $ 13.7 bilhões de dólares, como recentemente a Amazon adquiriu a Whole Foods, ou não, pois a grande maioria dos consumidores da Geração Z ainda não possuem idade suficiente para ter um cartão de crédito. Então por que a Amazon realizou este investimento? 007

008 Painel de Conjuntura Macroeconômica De acordo com dados do censo norte americano e a localização das 440 lojas da Whole Foods, 6% de todas as famílias norte americanas residem a uma distância de até 1 milha (1.6 km) de uma Whole Foods, sendo que 40 milhões de famílias residem em até 5 milhas, aproximadamente 8 quilômetros e que um terço das famílias norte americanas com renda superior a $ 100 mil dólares anuais residem em até 3 milhas (Fonte: http: /bit.ly/2ueyxuk ). Assim, além do estratégico posicionamento para distribuição tradicional, as lojas têm um grande potencial de serem pontos de pouso e decolagem para os drones da Amazon, que realizam entregas através do serviço Amazon Prime Air (http: /amzn.to/2ufhabf). Estes insights só foram possíveis após análises em grandes volumes de dados, convertidos em informação, os quais valem ouro no momento de uma decisão estratégica. Opinião Como roubam tanto, mesmo com Disclosure, Accountability e Compliance? A governança corporativa (GC), termo utilizado em um título de livro somente em 1995, visa aportar maior atratividade às organizações. Pelo modelo nipo-germânico, que é o que mais acredito, essa atratividade parte da necessidade de agregar valor a todos os stakeholders, não apenas aos acionistas. Dentre as vantagens trazidas pela governança corporativa, é possível destacar:

Painel de Conjuntura Macroeconômica 009 Alinhar visões estratégicas: alinhar estrutura e pessoas, em todos os níveis hierárquicos, colocando todos os componentes da organização voltados à direção apontada pela estratégia, transformando-a em práticas consolidadas. Separar os papéis: definir claramente os papéis dos acionistas, Conselho de Administração, Diretoria Executiva e demais partes interessadas. Propor códigos de melhores práticas: elaborar manuais, códigos e instrumentos de conformidade para tornar explícito o que se espera em termos de comportamento e atitude na organização. Essas vantagens, por si só, já sinalizam a importância de uma empresa possuir GC, e isso não vale apenas para as empresas de capital aberto (para essas é obrigatório). Há de se considerar, também, os princi onde está amparada a GC, quais sejam: Fairness: senso de justiça, equidade no tratamento dos acionistas, respeito aos direitos dos minoritários, tanto no aumento dos resultados quanto ainda na presença ativa nas assembleias gerais. Disclosure: transparência das informações, especialmente das de alta relevância, que impactam os negócios e que envolvem resultados, oportunidades e riscos. Accountability: prestação responsável de contas, fundamentada nas melhores práticas e de auditoria. Compliance: conformidade no cumprimento de normas reguladoras, expressas nos estatutos sociais, nos regimentos internos e nas instituições legais do país Causa espécie que, mesmo com todos esses elementos de fiscalização e balizamento presentes na governança corporativa, a JBS conseguiu distribuir R$ 1,4 bilhão em propinas no ano de 2016, muitos desses valores transitando nas famigeradas mochilas de dinheiro que, volta e meia, aparecem nos noticiários. Esse fato demonstra que antes das ferramentas de administração deve vir a formação ética dos dirigentes corporativos. É o comportamento humano que continua ditando o ritmo, apesar das amarras de regulação cada vez mais requintadas.

Painel de Conjuntura Macroeconômica Atento ao quadro de instabilidade econômica e com o intuito de auxiliar nas tomadas de decisões do mercado, o ISAE reuniu profissionais das áreas financeira e econômica e criou o Comitê Macroeconômico, com o objetivo de agregar valor à sociedade por meio de pesquisas, análises e interpretações de dados macroeconômicos. O Comitê Macroeconômico é coordenado por Rodrigo Casagrande, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE, e Fabio Alves da Silva, executivo de finanças da Renault. É composto por profissionais que possuem competências complementares, provenientes de diferentes instituições, como ISAE, Banco Central do Brasil, Renault e SEBRAE. O comitê também conta com a participação de alunos do CFO ISAE, programa desenvolvido com o objetivo de capacitar o profissional de finanças em conceitos e temas técnicos específicos da teoria financeira que ajudam na condução estratégica dos negócios, trazendo a visão de pessoas que impulsionam as ações e potencializam resultados, além de alunos do Programa de Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE. EQUIPE TÉCNICA André Alves Adriano Bazzo Christian A. Geronasso Christian Bundt Luciano De Zotti Jefferson Marcondes Patrick Silva COORDENAÇÃO TÉCNICA Fabio Alves da Silva COORDENAÇÃO GERAL Rodrigo Casagrande www.isaebrasil.com.br