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SUMÁRI O I. CENÁRIOS DO MERCADO PARA O ENSINO SUPERIOR... 4 1. Fatores Macroeconômicos...4 1.1 Conjuntura Econômica... 4 1.2 Contexto Demográfico... 6 2. Fatores Microeconômicos...6 2.1 Domicílios Urbanos e Classe Social... 6 2.2 Potencial de Consumo Brasil, Goiás e Goiânia... 8 2.3 A Nova Classe C no Ensino Superior... 9 2.4 A Geração Y no Ensino Superior e no Mercado de Trabalho...11 II. PERSPECTIVAS DO ENSINO SUPERIOR PARA O MERCADO... 13 1. Contexto da Educação Básica... 13 1.1 Investimentos Públicos na Educação...13 1.2 Censo da Educação Básica...13 2. Contexto do Ensino Superior Brasil, Goiás e Goiânia... 16 2.1 A ampliação no número de Instituições de Ensino Superior IES...17 2.2 Quantitativo de Cursos...19 2.3 Ampliação no Quantitativo de Vagas...20 2.4 Análise do Quantitativo de Candidatos...21 2.5 Análise do Quantitativo de Ingressantes...23 2.6 Ampliação no Quantitativo de Matrículas...24 2.7 Ampliação no Quantitativo dos Concluintes...25 2.8 Análise dos Processos Seletivos...27 III. CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR... 29 1. A Educação Básica e a sua Relação com o Ensino Superior... 29 1.1 O Contexto Nacional Brasil...29 1.2 O Contexto Estadual Goiás...31 1.3 O Contexto Local Goiânia...34 2. O Contexto das IES Privadas... 36 2.1 O Cenário Nacional Brasil...36 2.2 O Cenário Estadual Goiás...38 2.3 O Cenário Local Goiânia...40 2.4 Analisando a Concorrência...41 IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 42 3

I. CENÁRIOS DO MERCADO PARA O ENSINO SUPERIOR Considerando em especial o município de Goiânia, capital do Estado de Goiás, os indicadores econômicos e sociais em análise no presente estudo, estão correlacionados às principais variáveis sociais e econômicas, tendo presente ainda os dados em relação ao país. Ressalta se que as informações em análise, baseiam se em informações disponíveis nos principais institutos de pesquisas socioeconômicas do país, referendados no documento. 1. Fatores Macroeconômicos 1.1 Conjuntura Econômica Com 75 anos de história desde a sua fundação, o município de Goiânia é marcado pelo pioneirismo de seus desbravadores, seguido de conquistas, resistências e desafios. Sede do primeiro comício realizado no Brasil, Goiânia passou por momentos difíceis como a construção de Brasília, na resistência à ditadura e no lançamento do movimento das Diretas Já! Ainda na década de 1930, as resistências políticas, a escassez de recursos, problemas com infraestrutura e as greves de trabalhadores emperravam o ideal de construção da capital do Estado de Goiás. É do interventor Pedro Ludovico Teixeira, nomeado pelo então presidente Getúlio Vargas a frase: A história não perdoa os fracos. Na década de 1950, a capital mostrou o seu exemplo de resistência às demais capitais brasileiras ao efetivar investimentos em infraestrutura, saneamento e energia elétrica. Na década de 1960, a construção de rodovias como a BR 153, que liga Goiânia a Minas Gerais e a BR 060 entre Anápolis e Brasília e da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram os fatos marcantes da trajetória de crescimento econômico do Estado de Goiás. A capital, Goiânia destaca se pelo setor de prestação de serviços, que movimenta boa parte da economia do município, apesar da participação dos setores da agricultura e pecuária, que sempre estiveram presentes no desenvolvimento da região. Em termos de qualidade de vida, ressalta se que o município apresenta a média de 93 m 2 de área verde por habitante, a segunda maior do mundo e a maior no âmbito nacional. A arborização das principais vias do município encontra se presente em bolsões verdes como o Parque Flamboyant, o Vaca Brava, o Jardim Zoológico e o Bosque dos Buritis. No cenário competitivo tanto de um país, como de um estado, município ou empresa, a utilização de todas as ferramentas disponíveis de gestão são necessárias para que se possa dinamizar o processo produtivo. Da mesma forma, premissas como qualidade, serviço adequado, distribuição, inovação e custo são peças determinantes, para o sucesso de uma organização. No entanto, não basta apenas ter essas commodities para garantir sobrevivência e vultosos lucros. É necessário que um diferencial atue na otimização desses recursos, frente ao interligado e veloz cenário econômico atual, com canais modernos e eficientes de comercialização e distribuição como fatores que fazem a diferença. No Estado de Goiás, a logística é considerada a última fronteira para redução de custos, e o grande diferencial está na localização em relação aos demais estados da federação, ou seja, é centro geográfico do país, pois está localizado no entroncamento de importantes vetores logísticos nacionais rodoviários e ferroviários, rota principal do agronegócio do país e no centro estratégico do continente sul americano. Portanto, a estratégia de investimento das empresas focaliza termos como inteligência logística, convergência agregada e integração de infraestrutura, além dos modos de transporte que fazem parte de um conceito de movimentação e distribuição de mercadorias conhecido como plataformas logísticas multimodais e, o Estado de Goiás apresenta essas condições. A primeira central de inteligência logística a ser implantada no Brasil é a Plataforma Logística 4

Multimodal de Goiás, que será instalada em Anápolis, a 52 quilômetros de Goiânia. O eixo Goiânia Anápolis Brasília é reconhecido pelo crescimento contínuo dos níveis de renda e qualidade de vida. Goiânia e Brasília estão entre as dez melhores cidades para se fazer negócios no País. Num raio de 400 km da plataforma, encontram se os mercados do Estado de Goiás, do Distrito Federal e do Triângulo Mineiro. As bases do desenvolvimento goiano são: 1. Agronegócios: O Estado conta com o quarto rebanho bovino do País, sendo o segundo produtor de leite. Ocupa o quarto lugar na produção em grãos, equivalente a 9,08% do total nacional. As grandes agroindústrias expandem investimentos, tornando o Estado um dos maiores produtores de carnes embutidas, leite pasteurizado, massas, biscoitos e bebidas. As principais empresas são Perdigão, Caramuru, Cargill, Coimbra, Unilever Bestfoods, Cica (Gessy Lever), Braspelco, Frigorífico Bertin, Frigorífico Minerva. 2. Farmacêutico: terceiro pólo farmacêutico do País e o primeiro na fabricação de medicamentos genéricos. Localizado em Anápolis, o pólo abriga 18 empresas e emprega em torno de 5 mil trabalhadores. 3. Vestuário: pólo regional da indústria de confecções, ocupando atualmente o sétimo lugar no ranking brasileiro. Já a indústria de calçados e artefatos do couro reúne cerca de 450 fábricas, distribuídas em 62 municípios goianos. 4. Mineração: terceiro maior produtor nacional de minérios e conta com grandes grupos empresariais: Fosfértil/Ultrafértil, Coperbrás, Votorantim e Codemin, comercializando minérios como amianto, calcário, fosfato, ouro, nióbio e níquel. 5. Automotivo e implementos agrícolas: A instalação da montadora japonesa Mitsubishi no município de Catalão, em 1998, inseriu o Estado de Goiás no seleto grupo de estados brasileiros com indústrias automotivas. Na mesma cidade, a John Deere instalou unidade com capacidade para fabricação de 200 colheitadeiras por ano, tornando esse local base para atendimento das regiões centro oeste, norte e nordeste. Tabela 1. Produto interno bruto Brasil, Goiás e Goiânia em 2006. Localidade / Valor agregado Valor do PI B 2006 (em R$) % Brasil 1.842.252.999 100% Agropecuária 105.163.000 5,7% Indústria 539.315.998 29,3% Serviços 1.197.774.001 65,0% Goiás 44.752.608 2,4% Agropecuária 5.977.907 13,36% Indústria 11.623.682 25,97% Serviços 27.151.019 60,67% Goiânia 13.285.410 29,7% Agropecuária 16.346 0,12% Indústria 2.422.074 18,23% Serviços 10.846.990 81,65% Fonte: IBGE, 2009. 5

1.2 Contexto Demográfico A área de abrangência do Estado de Goiás, perfaz 340.087 Km 2, dos quais o município de Goiânia ocupa 740 km 2 (0,22% do território estadual). Em 2008, a população estimada do Estado foi de 5,79 milhões, dos quais 1,27 milhão de habitantes (22,1%) encontra se na Capital, sobretudo, na área urbana, segundo dados do IPC Target 1. O perfil populacional apresenta o predomínio do sexo feminino, tanto no Estado (51,0%), quanto na capital, Goiânia, ampliado para (53,2%). A faixa etária, em âmbito nacional, estadual e municipal predominante é de pessoas com idades entre 30 e 49 anos. No Estado, a proporção é de 29,2% e na Capital, 30,6%. Nota se que a representatividade das faixas etárias (20 a 29 anos e 30 a 49 anos), representa 46,8% da população municipal. Os principais indicadores apresentados são fatores determinantes para o progresso regional, e se revelam indispensáveis ao desenvolvimento dos municípios do Estado de Goiás, como os índices de alfabetização, que em 2008 abrangeram 81,8% da população do Estado de Goiás. Na Capital, esse índice chegou a 87,9%, superior a média nacional, de 80,3%. Outro aspecto preponderante situa se na densidade demográfica da Capital, que se posiciona ao patamar de 1.727,4 habitantes por km 2. A tabela a seguir, apresenta os dados populacionais do Brasil, Goiás e Goiânia. Tabela 2. População Brasil, Goiás e Goiânia, 2008. População Brasil Goiás Goiânia Dados (% ) Dados (% ) Dados (% ) Área (km 2 ) 8.502.017 340.087 4,0% 740 0,22% População 187.114.369 5.790.815 3,1% 1.277.372 22,1% Urbana 155.968.290 83,4% 5.204.302 89,9% 1.268.957 99,3% Rural 31.146.079 16,6% 586.513 10,1% 8.415 0,7% Gênero Homens 91.517.469 48,9% 2.839.224 49,0% 597.780 46,8% Mulheres 95.596.900 51,1% 2.951.591 51,0% 679.592 53,2% Faixa Etária 0 4 anos 15.562.575 8,3% 493.344 8,5% 105.639 8,3% 5 9 anos 16.714.123 8,9% 520.632 9,0% 101.842 8,0% 10 14 anos 17.072.264 9,1% 526.329 9,1% 101.487 7,9% 15 19 anos 17.217.822 9,2% 528.200 9,1% 117.772 9,2% 20 29 anos 34.043.070 18,2% 1.077.023 18,6% 253.115 19,8% 30 49 anos 52.081.636 27,8% 1.689.501 29,2% 390.728 30,6% Mais de 50 anos 34.422.879 18,4% 955.786 16,5% 206.789 16,2% Alfabetizada 150.239.196 80,3% 4.734.444 81,8% 1.123.331 87,9% Crescimento demográfico (% a.a.) 1,22 1,84 2,13 Densidade demográfica (hab/ km 2 ) 22,01 17,03 1.727,4 Fonte: IPC Target, 2008. 2. Fatores Microeconômicos 2.1 Domicílios Urbanos e Classe Social Segundo o dicionário Houaiss 2, classe social é definida como grupo ou camada de pessoas numa sociedade estratificada, que se caracterizam por seu nível de vida, seus direitos ou privilégios e, em especial, pelo papel que desempenham na produção econômica. A classificação da ABEP 3 Associação Brasileira de Estudos Populacionais segundo o critério padrão de classificação econômica brasileira (CCEB 2008), delimita e subdivide essas classes sociais no padrão alfanumérico: 1 Informações segundo o IPC Target 2008 Brasil em foco. 2 Dicionário eletrônico Houaiss versão 1.0. 3 Critério Padrão de Classificação Econômica Brasil/2008 elaborado em Junho/07, em vigor desde Janeiro/08. 6

Tabela 3. Classes por renda Brasil, 2008. Classes (CCEB2008) Renda Familiar Média Classe A1 R$ 13.680,00 Classe A2 R$ 8.930,00 Classe B1 R$ 4.408,00 Classe B2 R$ 2.470,00 Classe C1 R$ 1.444,00 Classe C2 R$ 912,00 Classe D R$ 608,00 Classe E R$ 342,00 Fonte: TARGET Brasil em Foco 2008. É importante ressaltar que a ABEP levou em consideração algumas variáveis, além do critério econômico, como o número de automóveis, aparelhos de TV em cores, rádios, número de banheiros, quantidade de empregadas domésticas, posse de máquina de lavar roupa, geladeiras e freezers, vídeo cassete ou DVD, além do nível de instrução do chefe de família. Assim, apesar da classificação, a ABEP reconhece que não existem cortes naturais na distribuição de renda, bem como uma única técnica para encontrar os cortes corretos, sendo os critérios de separação, de acordo com a conveniência do usuário. Estes critérios servem apenas para mensuração no estudo econômico de uma determinada localidade. Em análise ao quantitativo de domicílios urbanos do Estado de Goiás e sua correlação com a faixa de renda da população, observa se que a classe C representa 44,7% dos mais de 1,56 milhões de domicílios, que estratificadas representam cada uma a proporção de 24,1%. A diferença aparece nos números brutos. Em seguida, a classe D apresenta maior representatividade. O cenário socioeconômico do município de Goiânia demonstra que dos mais de 388.277 domicílios, a maior representatividade fica por conta da classe social B2 (22,4%), a segunda classe com mais representatividade quanto à renda, é a classe C1. A média brasileira de domicílios urbanos quanto à faixa de renda, enquadra se na classe C1 e em seguida, a classe C2. A tabela a seguir, apresenta detalhadamente os números de domicílios urbanos (Brasil, Goiás e Goiânia) e o enquadramento, segundo a faixa de renda da população. Tabela 4. Domicílios urbanos por classe social Brasil, Goiás e Goiânia, 2008. Faixa de Renda Brasil Goiás Goiânia A1 330.465 0,7% 7.812 0,5% 4.323 1,1% A2 1.771.257 3,9% 45.416 2,9% 21.859 5,6% B1 4.115.531 9,0% 117.762 7,5% 44.044 11,3% B2 8.830.984 19,4% 288.688 18,5% 86.888 22,4% C1 10.474.805 23,0% 376.174 24,1% 81.692 21,0% C2 10.386.036 22,8% 377.356 24,1% 77.914 20,1% D 8.882.620 19,5% 322.730 20,6% 66.637 17,2% E 838.830 1,8% 28.138 1,8% 4.920 1,3% Total 45.630.528 100,0% 1.564.076 100,0% 388.277 100,0% Fonte: IPC Target, 2008. 7

2.2 Potencial de Consumo Brasil, Goiás e Goiânia O índice de potencial de consumo (IPC) do Estado de Goiás e a Capital, em comparação com a média nacional está apresentado a seguir. Considerando que o potencial de consumo nacional em 100%, é possível estabelecer o índice de participação relativo do Estado de Goiás e a capital Goiânia, conforme tabela a seguir que destaca o índice IPC e o consumo per capita do Brasil, Goiás e Goiânia no ano de 2008. Tabela 5. Índice IPC Brasil, Goiás e Goiânia, 2008. CONSUMO Brasil Goiás Goiânia Índice Potencial de Consumo 100 3,17 0,95 Consumo per capita urbano R$ 10.550,79 R$ 10.079,44 R$ 13.001,55 Consumo per capita rural R$ 3.083,87 R$ 4.624,19 R$ 9.182,49 Fonte: IPC Target, 2008. No Estado de Goiás, o IPC chega a 3,17, ou seja, para cada R$100,00 gastos na economia brasileira, R$3,17 são gastos no referido Estado. Já o consumo per capita da população urbana apurado foi de R$10.079,44 ao ano. Estima se que na capital goiana, para cada R$100,00 gastos na economia brasileira, R$0,95 são gastos em Goiânia, que responde pelo consumo per capita de R$13.001,55, acima da média brasileira e estadual. Quanto à análise do percentual de consumo e despesas da população urbana de Goiânia, considerando a faixa de renda, a classe A1 é a que despende maior parte da remuneração com a modalidade outras despesas (47,1%), em seguida a classe E despende maior parte da renda com a modalidade manutenção do lar (31,4%) e alimentação no domicílio (21,0%). Sob a mesma ótica de consumo e despesas, a modalidade matrículas e mensalidades apresenta se na 10ª posição no rol de prioridades da população da capital goiana, que despende 2,4% da renda na modalidade. Comparativamente às demais classes sociais, as classes A1 e A2 são as que despendem maior parte da renda em relação às despesas com matrículas e mensalidades, 4,3% cada uma. Portanto, sob esta mesma ótica, o perfil socioeconômico do município, apresenta se fragmentado e desigual. A tabela a seguir, detalha em percentuais, o consumo e despesas da população, estratificada por classe social. Tabela 6. Consumo e despesas da população urbana Goiânia, 2008. Goiânia Classes A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Alimentação no domicílio 3,9% 6,5% 9,6% 14,1% 17,5% 16,5% 20,0% 21,0% 11,8% Alimentação fora do domicílio 2,2% 3,8% 3,5% 3,1% 4,7% 3,7% 3,2% 2,7% 3,6% Bebidas 0,5% 0,7% 1,1% 1,0% 1,1% 1,4% 1,5% 1,5% 1,0% Manutenção do lar 15,4% 21,6% 24,3% 26,7% 25,1% 29,7% 28,8% 31,4% 24,4% Artigos de limpeza 0,3% 0,4% 0,6% 0,8% 1,0% 0,9% 1,1% 1,3% 0,7% Mobiliários e artigos do lar 3,5% 1,2% 1,4% 2,1% 2,0% 2,1% 2,2% 2,0% 1,9% Eletrodomésticos e equipamentos Total 1,7% 1,9% 1,7% 1,8% 2,2% 2,3% 2,7% 2,2% 1,9% Vestuário confeccionado 2,0% 3,2% 3,5% 3,1% 4,1% 3,5% 3,7% 3,6% 3,3% Calçados 0,8% 1,2% 1,4% 1,6% 1,9% 1,8% 1,7% 1,6% 1,5% Outras despesas com vestuário 0,2% 0,3% 0,4% 0,3% 0,5% 0,4% 0,3% 0,4% 0,4% 8

Goiânia Classes A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Transportes urbanos 0,3% 1,0% 1,6% 2,3% 2,5% 3,2% 2,8% 3,2% 1,9% Gastos com veículo próprio 6,2% 7,7% 7,1% 5,9% 4,3% 4,3% 3,2% 2,2% 6,0% Higiene e cuidados pessoais 1,1% 1,5% 2,0% 2,3% 2,4% 2,4% 2,3% 2,4% 2,0% Gastos com medicamentos 1,5% 1,9% 2,7% 3,0% 3,1% 3,6% 4,4% 4,8% 2,7% Outras despesas com saúde 3,2% 3,8% 3,6% 2,7% 2,0% 2,6% 2,6% 2,0% 3,0% Livros e material escolar 0,4% 0,6% 0,5% 0,6% 0,6% 0,9% 0,7% 0,6% 0,6% Matrículas e mensalidades 4,3% 4,3% 2,6% 1,6% 1,6% 0,7% 0,3% 0,4% 2,4% Despesas com recreação e cultura Total 1,7% 2,1% 2,1% 2,0% 2,1% 1,4% 1,6% 1,0% 1,9% Despesas com viagens 3,6% 4,0% 1,8% 2,5% 2,0% 1,7% 2,1% 1,3% 2,6% Fumo 0,3% 0,3% 0,7% 0,8% 0,8% 1,1% 0,9% 1,4% 0,6% Outras despesas 47,1% 32,1% 27,9% 22,0% 18,5% 15,8% 13,7% 13,0% 25,8% Consumo urbano (em bilhões) 1,26 3,47 3,45 3,71 2,46 1,36 0,75 0,03 16,50 Fonte: IPC Target, 2008. 2.3 A Nova Classe C no Ensino Superior O aumento da participação da classe C no ensino superior, nos últimos anos, ocorreu em consequência não apenas da movimentação das faixas etárias na pirâmide populacional, mas também pelo aumento do poder de compra das famílias nessa faixa de renda. A recente estimativa 4 populacional (2007) do IBGE, defende que o país forma a população aproximada de 184 milhões de pessoas, sendo a população de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos, de aproximadamente 50 milhões. Considerando o crescimento da população idosa até 2025, a distribuição da pirâmide etária brasileira continuará sendo a de um país relativamente jovem. Frente a este cenário e de acordo com dados do MEC em 2007, um terço da população nacional é composto por estudantes, totalizando aproximadamente 60 milhões de alunos matriculados em todos os níveis de ensino, público e privado. É importante destacar que o perfil econômico dos jovens da classe C caracteriza se por possuir menos dinheiro que as classes A e B, mas em alguns casos, se comportam da mesma forma que os mais ricos quando vão às compras. A propensão ao consumo ocorre pela preferência a lançamentos e a marcas famosas. Esta constatação se comprova analisando o site e bit, que hospeda lojas virtuais e revela que quando divulga um produto, um dos principais atributos exigidos pelos brasileiros de 18 a 24 anos, com renda familiar de até R$ 1.000,00 é a novidade. Os jovens mais pobres disponibilizam se a comprometer uma parcela maior da renda para adquirir modelos mais avançados de novos aparelhos, considerando os fatores de inovação e a relevância da marca. Estes procuram bens de valor mais alto, como notebooks, televisores de LCD e home theaters, antes adquiridos apenas pelos jovens mais ricos. Esta realidade analisada no âmbito do cenário do ensino superior é consenso quando se verifica a mudança no perfil dos consumidores de baixa renda, ou seja, quanto mais jovens são os indivíduos desse estrato, maior a importância dada à qualidade e menor relevância a facilidades de pagamento. Estes jovens acabam por elevar o padrão de consumo, passando a procurar ofertas na internet e a comprar em lojas virtuais. Partindo desses pressupostos, é necessário que as IES tenham cada vez mais atenção ao definir propostas de captação de novos alunos, levando em consideração o novo perfil social, influenciado pelas novas tecnologias digitais, sendo que os gastos com essa nova tecnologia não podem comprometer o ensino superior, já que as perspectivas de crescimento 4 Estimativa IBGE, que baseia se no último censo populacional, realizado no ano 2000. 9

no segmento de jovens trabalhadores da classe média e média baixa mostram se cada vez mais positivas. Em suma, a participação da classe C, no ensino superior brasileiro, tem sido favorecida pela continuidade do crescimento do segmento de educação superior para jovens trabalhadores da classe média e média baixa, sustentado não apenas pelas tendências demográficas, mas também pela demanda ainda não atendida, conforme o sugerido pela UNESCO, em relação aos baixos níveis de penetração do ensino superior no Brasil. O aumento de participação da classe C na economia brasileira é apresentado de forma mais clara em recente estudo direcionado da Fundação Getúlio Vargas 5 (FGV), o qual estima que 53,8% da população brasileira pertence à classe média. Esse crescimento ocorre pela diminuição das camadas mais pobres, com redução de 10,8% na classe E, e de 5,9% na classe D, em 2008. Outro indicador da pesquisa refere se à parcela da população que já pertencia à classe C, porém ainda não foi afetada pelos efeitos da crise econômica internacional. O estudo considera o mês de julho de 2007, como a primeira fase da crise e setembro de 2008, como o segundo estágio. A pesquisa realizada prevê ainda, que após o segundo estágio, a classe AB sofrerá mais significativamente o agravamento dessa crise econômica, no último trimestre de 2008. A classe AB sofreu retração de 0,65% e mesmo assim, fechou o ano com crescimento de 4,42%. O movimento é atribuído principalmente à queda nas bolsas de valores, que representou diminuição do capital das classes mais altas. Vale destacar que para efeitos de definição de classes econômicas, a FGV considera que a classe E é composta por famílias com renda mensal de até R$ 804,00 e a classe D integra famílias com renda mensal entre R$ 804,00 e R$ 1.115,00. A classe C, definida como classe média, é composta por famílias com renda entre R$ 1.115,00 e R$ 4.807,00. Por fim, a classe AB (alta) que é composta por famílias com ganho mensal acima de R$ 4.807,00. Estes valores foram atualizados em dezembro de 2008. O estudo revela que a mobilidade ascendente é um fato inédito no Brasil, contribuindo com a criação de um amortecedor para os efeitos da crise econômica nacional. Nunca houve uma mudança tão forte por tanto tempo. A única que se assemelha a essa, é a verificada no chamado milagre econômico que durou entre os anos de 1969 e 1973, sob o regime militar. Mas, àquela época, o bolo cresceu e não foi distribuído; desta vez o fermento está justamente nas classes mais baixas, destaca a pesquisa. A mobilidade social apresentada no estudo evidencia as modificações na classe C, tais como: Nos últimos seis anos, a classe C apresentou crescimento de 21,6%; Nos últimos anos, o aumento real na renda alavancou famílias da classe D para a classe C; A mudança sensível no padrão de vida, possibilitando a compra de mais carnes e chocolates; A partir do programa PROUNI, os jovens estão se inserindo e se mantendo no ensino superior; A preferência pelos pagamentos à vista quanto ao consumo de bens duráveis; Novas possibilidades como a reforma da casa e a compra do primeiro automóvel; A inserção digital (acesso a celulares, mp3, computadores e internet). Do ponto de vista do ensino superior, sob a ótica de crescimento da classe C, observase a expansão de cursos de graduação formatados para atender a demanda das classes C e D, 5 A nova classe média Marcelo Côrtes Neri (FGV/IBRE, CPS), 2008. 10

em especial, em IES que se instalaram em cidades do interior e na periferia dos grandes centros. Esse aumento da demanda pelo ensino superior motivou o oferecimento de cursos de graduação na modalidade EaD (Educação à Distância), o crescimento da graduação tecnológica e a diminuição no valor das mensalidades, considerando os valores praticados nos últimos 10 anos. Atualmente, o ticket médio das mensalidades gira em torno de R$450,00. 2.4 A Geração Y no Ensino Superior e no Mercado de Trabalho A escassez de profissionais adequados às novas exigências do mercado de trabalho acolhe cada vez mais as pessoas com idades próximas aos 40 anos. Essa tendência coloca lado a lado, profissionais de diferentes gerações, com valores e motivações diferentes, em especial os recém chegados ao mercado de trabalho. Observa se que as pessoas nascidas entre os anos de 1960 e início da década de 80, integram a geração X. Estas pessoas vivenciaram momentos históricos como a Guerra Fria e a Perestróica que precipitou a queda do Muro de Berlim. Trata se de um perfil de pessoas céticas e difíceis de serem atingidas pelos meios de comunicação e marketing convencionais. A esta época, efervesciam a MTV, a AIDS, o Nirvana, as Tartarugas Ninjas, o junky food e o movimento punk. No entanto, a geração Y desconhece que as origens ideológicas do ícone Matrix venham diretamente dessa geração. Por outro lado, a geração Y abrange os nascidos nos anos de 1980 e década de 90, chegando atualmente (2009) aos 25 anos de idade. Foram crianças alegres, seguras de si e cheias de energia. É a geração dos power rangers, da internet, da variedade e das mudanças vertiginosas da tecnologia. As diferenças dessas duas gerações são impactantes, enquanto a geração X espanta se com a recusa de trabalho com alto salário por não permitir desfrutar a vida pessoal, a geração Y não apresenta ruptura social evidente. Enquanto os X enfrentam o mundo profissional com relativo ceticismo, os Y são silenciosos e contundentes, parecem saber exatamente o que querem, pois não reivindicam, executam suas decisões a partir de blogs e SMS. Não polemizam, agem. A proximidade com a tecnologia torna os mais decididos e sua atitude diante da hierarquia é cortês, mas não de estrito respeito ou amor/ódio, como das gerações anteriores. Especificamente no Brasil, a geração Y chegou à fase adulta sem presenciar a hiperinflação, a ditadura e o desemprego. Nesta fase, o país saiu da condição de subdesenvolvido para o grupo dos emergentes. É importante salientar que as novas tecnologias surgidas nos últimos dez anos, demandam que as atuais IES conheçam seus alunos e se comuniquem na linguagem deles, compartilhando arquivos de áudio e investigando novas notícias que podem ser comentadas e discutidas em sala de aula. A utilização de novas ferramentas é essencial, pois os alunos acabam por ter um compromisso maior na busca por temas atuais, estando sintonizados com os últimos acontecimentos. O uso de recursos multimídias proporciona a visão mais crítica, despertando também a mobilidade e a formação multicultural. Ferramentas como podcasts aumentam a mobilidade e a flexibilidade dos estudantes para aprender e tornar o aprendizado mais dinâmico, cabendo aos docentes criar aulas mais estimulantes e inovadoras. Exemplificando, nas universidades de Stanford, Duke, Berkeley e Wisconsin Madison, que participam do projeto itunes U, o campus que nunca dorme, são oferecidos gratuitamente conteúdos de aulas, palestras, debates e discursos. É nesse contexto que as possibilidades de inovação das IES são infinitas, o que pode tornar a prestação de serviços educacionais cada vez mais desafiadoras e gratificantes para quem souber usar estas novas tecnologias. As características que diferenciam a geração Y de outros coletivos são: 11

Os jovens conhecem vários idiomas e o nível de educação alto; Esta geração busca pós graduação (especialização e mestrado); A idade é mediana, são cosmopolitas, solteiros ou casados e com poucos filhos; Possuem grande rede de amizades; No mercado de trabalho possuem experiências multinacionais; Estes jovens não se limitam à sua localização geográfica; São adeptos de variados de esportes, artes, leitura e viagens; Manejam as novas tecnologias, tornando as inerentes ao seu cotidiano Buscam carreiras brilhantes, altos salários, adoram headhunters e multinacionais. Em suma, à luz das grandes transformações globais e da nova ordem mundial com conflitos regionais, novas configurações políticas, novos paradigmas econômicos, a diferenciação entre gerações X ou Y precisa ser entendida. Cabe às IES compreenderem os jovens nativos digitais, utilizarem adequadamente as telas de LCD, plasma e touch screen, os atuais celulares, a evolução geométrica da capacidade de processamento dos chips e absorver estas inovações, tendo em vista futuros profissionais que pretendem formar. 12

II. PERSPECTIVAS DO ENSINO SUPERIOR PARA O MERCADO A análise em foco revela a importância do ensino superior para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, sendo a formação profissional via ensino superior, um instrumento de mobilidade e condicionante para minimizar as desigualdades sociais. Assim, a análise dos indicadores educacionais, subsidiada pelos censos da educação básica e superior, não é apenas informativa, mas imprescindível para a construção de tendências do cenário educacional, em especial no ensino superior. Portanto, revisitar as informações de 2007 e conhecer as de 2008, não pode ser visto apenas como um exercício de atualização de conhecimentos sobre o ensino brasileiro, mas como subsídio indispensável para a construção de um modelo de tendência educacional. 1. Contexto da Educação Básica 1.1 Investimentos Públicos na Educação Os investimentos públicos na educação, em 2007, somaram a quantia média de R$2.505,00 por aluno na educação básica, enquanto que o estudante do ensino superior custou ao governo federal R$12.322,00. Este gap chega a aproximadamente seis vezes mais do que o primeiro, em relação ao segundo. A meta do Ministério da Educação (MEC) é reduzir para quatro essa proporção, recomendação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 2000, um aluno do ensino superior chegou a custar 11 vezes mais do que o da educação básica. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), os dados levantados apontam ainda que o investimento público na educação, em 2007, representou 4,6% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Em 2006, esse montante havia sido de 4,4%. O instituto ressalta também que o cálculo inclui investimentos dos governos federal, estaduais e municipais. Esse incremento direcionou se na educação básica, com um aporte de 3,9% em relação ao PIB. Segundo as Nações Unidas para Educação e Cultura (UNESCO), a recomendação baseia se na premissa de que o investimento público em educação deva ser de no mínimo de 6% do PIB. Sob a ótica da UNESCO, o MEC pretende chegar ao patamar de 5% até 2010, e compara que em termos absolutos, 1% do PIB representa algo em torno de R$30 bilhões e destaca o possível crescimento nos investimentos em função dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Outra fonte de recursos pode vir ainda este ano quando for à votação a proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a incidência da Desvinculação de Receita da União (DRU) sobre os recursos da educação e que vai garantir R$ 7 bilhões a mais no orçamento do MEC. Destaca se que de 2000 a 2005, o percentual de investimento em educação mantevese estável, com média de 3,9% em relação ao PIB. Para 2008, a União está investindo, mas o crescimento vai depender do que acontece em cada um dos cinco mil municípios. 1.2 Censo da Educação Básica A divulgação do Censo da Educação Básica 2008 demonstra que as matrículas do ensino básico cresceram 0,4%, frente a 2007, atingindo 53,2 milhões de alunos. É importante observar que o setor de educação profissional, apesar de representar menos de 1,5% do total de matrículas, apresentou o crescimento de 14,7%, frente a 2007. 13

A tabela a seguir, apresenta as matrículas da educação básica no Brasil, entre os anos de 2007 e 2008 e os percentuais de crescimento. Tabela 7. Matrículas da educação básica Brasil, em 2008. Modalidades de Educação Básica Matrículas / Ano 2008 (a) 2007(b) (a/ b) Total Educação Básica 53.232.868 53.028.928 0,40% Educação Infantil 6.719.261 6.509.868 3,20% Creche 1.751.736 1.579.581 10,90% Pré escola 4.967.525 4.930.287 0,80% Ensino Fundamental 32.086.700 32.122.273 0,10% Ensino Médio 8.366.100 8.369.369 0,00% Educação Profissional 795.459 693.610 14,70% Educação Especial 319.924 348.470 8,20% Educação de Jovens e Adultos 4.945.424 4.985.338 0,80% Ensino Fundamental 3.295.240 3.367.032 2,10% Ensino Médio 1.650.184 1.618.306 2,00% Fonte: MEC/Inep/Deed. Outro aspecto a ser avaliado é o número de matrículas nas escolas públicas e privadas. Ressalta se que as escolas privadas apresentaram o crescimento de 11,2% nas matrículas em 2008, com relação a 2007, enquanto que o ensino público apresentou queda de 1,1% no número de matrículas, considerando o mesmo período. A tabela a seguir, apresenta o número de matrículas na educação básica, considerando os setores públicos e privados, no período de 2007 e 2008. Tabela 8. Comparação das matrículas da educação básica setores públicos e privados Brasil, em 2007/2008. Modalidade Educação Básica Matrículas na Educação Básica Total Público Privado 2008 2007 % 2008 2007 % 2008 2007 % 53.232.868 53.028.928 0,40% 46.131.825 46.643.406 1,10% 7.101.043 6.385.522 11,20% Educação Infantil 6.719.261 6.509.868 3,20% 4.993.259 4.948.390 0,90% 1.726.002 1.561.478 10,50% Ensino Fundamental 32.086.700 32.122.273 0,10% 28.468.696 28.928.605 1,60% 3.618.004 3.193.668 13,30% Ensino Médio 8.366.100 8.369.369 0,00% 7.395.577 7.472.301 1,00% 970.523 897.068 8,20% Educação Profissional 795.459 693.610 14,70% 363.808 321.644 13,10% 431.651 371.966 16,00% Educação Especial 319.924 348.470 8,20% 114.449 124.358 8,00% 205.475 224.112 8,30% Educação de Jovens e Adultos 4.945.424 4.985.338 0,80% 4.796.036 4.848.108 1,10% 149.388 137.230 8,90% Fonte: MEC/Inep/Deed. Destaca se que na educação básica, as matrículas do ensino médio e da educação de jovens e adultos (EJA) influenciam diretamente as matrículas do ensino superior. A partir deste cenário, nota se que matrículas do ensino médio se mantiveram estáveis nos anos de 2007 e 2008, ocorrendo apenas um pequeno crescimento de 2% nas matrículas da educação de jovens e adultos. Visando a uma análise comparativa, a tabela a seguir, detalha as matrículas no ensino médio brasileiro, por estado e região, tornando evidente essa estabilidade nos anos de 2007 e 2008, na maioria dos estados e regiões. As regiões sudeste e nordeste destacam se por apresentar maior quantitativo de matrículas e crescimento de 0,7% e 0,4% respectivamente. As regiões centro oeste, norte e sul apresentaram quedas de 2,9%, 2,1% e 0,3%, respectivamente, no quantitativo de matrículas. 14

Tabela 9. Matrículas no ensino médio Brasil, em 2007/2008. Unidade da Federação Matrículas 2008 2007 % Brasil 8.366.100 8.369.369 0,00% Norte 714.883 730.499 2,10% Rondônia 60.428 58.595 3,10% Acre 33.113 30.625 8,10% Amazonas 159.656 149.479 6,80% Roraima 17.146 16.835 1,80% Pará 337.815 368.320 8,30% Amapá 35.733 35.771 0,10% Tocantins 70.992 70.874 0,20% Nordeste 2.537.615 2.526.311 0,40% Maranhão 327.197 316.401 3,40% Piauí 185.688 181.765 2,20% Ceará 408.992 404.240 1,20% R. G. do Norte 155.414 158.115 1,70% Paraíba 154.209 155.277 0,70% Pernambuco 440.247 437.669 0,60% Alagoas 128.931 130.453 1,20% Sergipe 86.858 87.062 0,20% Bahia 650.079 655.329 0,80% Sudeste 3.375.414 3.353.266 0,70% Minas Gerais 834.368 846.225 1,40% Espírito Santo 139.984 140.780 0,60% Rio de Janeiro 656.228 642.769 2,10% São Paulo 1.744.834 1.723.492 1,20% Sul 1.143.534 1.147.062 0,30% Paraná 472.244 469.094 0,70% Santa Catarina 241.941 237.358 1,90% R. G. do Sul 429.349 440.610 2,60% Centro Oeste 594.654 612.231 2,90% Mato Grosso do Sul 91.055 94.566 3,70% Mato Grosso 148.055 146.753 0,90% Goiás 264.267 272.561 3,00% Distrito Federal 91.277 98.351 7,20% Fonte: MEC/Inep/Deed. Ressalta se que a educação de jovens e adultos EJA (ensino fundamental) é destinada à população jovem acima de 15 anos e para o EJA (ensino médio) direciona se a população jovem, com idade acima dos 18 anos. Assim, o número de matrículas no EJA (principalmente no ensino médio), pode ser compreendido como fonte expressiva de matrículas para o ensino superior. Neste sentido, o quantitativo das matrículas da educação de jovens e adultos (EJA) leva em consideração os alunos que pretendem obter o diploma do ensino fundamental e os que desejam o diploma de ensino médio, apresentando queda de 0,8% em 2008, com relação ao ano anterior. Esse declínio é decorrente da baixa de 2,1% no número de matrículas do ensino fundamental, apesar do crescimento de 2,0% nas matrículas do ensino médio. O crescimento de 2,0% nas matrículas do EJA (ensino médio) demonstra o interesse da população em ampliar a qualificação estudantil, podendo a graduação tecnológica se tornar foco das IES, no oferecimento da formação profissional. 15

Tabela 10. Matrículas na educação de jovens e adultos Brasil, 2007/2008. Unidades da Federação Ensino Médio Matrícula Educação de Jovens e Adultos Ensino Fundamental 2008 (a) 2007 (b) (a/b) 2008(c) 2007(d) (c/d) Brasil 1.650.184 1.618.306 2,00% 3.295.240 3.367.032 2,10% Norte 124.849 122.834 1,60% 405.474 435.212 6,80% Rondônia 31.844 30.471 4,50% 41.858 41.936 0,20% Acre 10.315 11.467 10,00% 19.448 22.027 11,70% Amazonas 20.168 20.375 1,00% 76.643 85.797 10,70% Roraima 7.486 8.962 16,50% 7.506 8.251 9,00% Pará 40.067 36.082 11,00% 225.429 236.513 4,70% Amapá 5.467 5.113 6,90% 17.815 18.263 2,50% Tocantins 9.502 10.364 8,30% 16.775 22.425 25,20% Nordeste 342.290 338.707 1,10% 1.427.199 1.474.281 3,20% Maranhão 26.709 21.454 24,50% 178.446 190.142 6,20% Piauí 9.811 9.085 8,00% 98.945 100.080 1,10% Ceará 52.362 71.433 26,70% 177.384 199.495 11,10% R. G. do Norte 13.352 10.534 26,80% 85.039 97.725 13,00% Paraíba 35.856 32.415 10,60% 115.130 116.056 0,80% Pernambuco 36.237 31.982 13,30% 240.925 240.760 0,10% Alagoas 12.357 8.944 38,20% 92.776 93.179 0,40% Sergipe 14.250 13.967 2,00% 51.812 56.944 9,00% Bahia 141.356 138.893 1,80% 386.742 379.900 1,80% Sudeste 828.200 795.574 4,10% 996.909 975.690 2,20% Minas Gerais 155.706 138.218 12,70% 236.227 225.154 4,90% Espírito Santo 32.192 33.392 3,60% 35.933 33.239 8,10% Rio de Janeiro 181.749 144.844 25,50% 272.061 263.759 3,10% São Paulo 458.553 479.120 4,30% 452.688 453.538 0,20% Sul 213.174 225.708 5,60% 277.684 293.457 5,40% Paraná 77.205 84.140 8,20% 107.993 113.012 4,40% Santa Catarina 65.156 67.977 4,10% 62.097 67.147 7,50% R. G. do Sul 70.813 73.591 3,80% 107.594 113.298 5,00% Centro Oeste 141.671 135.483 4,60% 187.974 188.392 0,20% M. G. do Sul 33.635 32.269 4,20% 48.235 45.020 7,10% Espírito Santo 33.847 32.960 2,70% 57.937 58.261 0,60% Goiás 37.088 41.595 10,80% 47.466 51.453 7,70% Distrito Federal 37.101 28.659 29,50% 34.336 33.658 2,00% Fonte: MEC/Inep/Deed. 2. Contexto do Ensino Superior Brasil, Goiás e Goiânia Divulgado pelo INEP, o censo da educação superior 2007, apresentou dados educacionais imprescindíveis para os estudos de mercado e análises de demandas, fornecendo informações quantitativas a serem trabalhadas pelo segmento do ensino superior brasileiro. Observa se que o cenário educacional vem se consolidando ao longo da última década, associado ao aumento do market share educacional, da criação de grandes redes e grupos educacionais, promovendo mudanças expressivas no setor. Ressalta se que a presente análise retrata informações anteriores a 2007, porém estima se que em 2009, o ensino de graduação apresente um quantitativo de matrículas bem mais expressivo, pois os comunicados relevantes 6, divulgados pelas maiores redes de ensino superior, revelam que algumas já ultrapassaram a barreira psicológica de mais de 200 mil matrículas no primeiro semestre de 2009. 6 Anhanguera Educacional, Estácio Participações, Kroton Educacional e SEB Educacional. 16

Os gráficos que seguem apresentam os dados do censo do ensino superior 2007 e uma breve análise, em especial, em relação ao Brasil, o Estado de Goiás e o município de Goiânia, objeto de estudo deste trabalho. 2.1 A ampliação no número de Instituições de Ensino Superior IES As instituições de ensino superior do Estado de Goiás representam 3,3% do total das IES brasileiras, enquanto que as instituições localizadas na capital goiana respondem por 0,9% do total das IES nacionais. Sob este cenário, a concentração das IES na capital goiana torna se evidente, pois as 75 instituições presentes representam 28% do total de IES do Estado de Goiás, ou seja, de cada quatro alunos matriculados no ensino superior em Goiás, mais de um efetivou a matrícula na capital goiana. Destaca se que a evolução no quantitativo de IES em Goiás apresentou desempenho superior ao observado em âmbito nacional, que apresentou a evolução de 93% no período 2000/2007. Em âmbito estadual, a inauguração de 40 novas instituições subsidiou a evolução em 114%. No âmbito municipal, as 14 novas instituições, representaram crescimento de 200% no mesmo período. Com base nessa perspectiva, estima se que a evolução do número de IES no Brasil para o ano 2010, observado o período 2000/2007, poderá chegar a aproximadamente 3.320 instituições. A estimativa em relação ao Estado de Goiás demonstra que para o ano 2010E, poderão existir aproximadamente 118 IES, destas, aproximadamente 45 instituições na capital goiana. O gráfico a seguir, apresenta a evolução do número de IES (2000/2007), a estimativa de evolução (2008/2010) e os percentuais de crescimento no Brasil, Goiás e Goiânia. Gráfico 1. Evolução das IES Brasil, Goiás e Goiânia, 2000/2007. 00 07 BRASIL 93% 00 07 GOIÁS 114% 00 07 GOIÂNIA 200% E: Estimativa A tabela a seguir apresenta a ampliação no número de IES (Brasil, Goiás e Goiânia), considerando a variável localização (capital e interior), bem como a categoria administrativa (pública e privada) no período 2000/2007, que subsidia a estimativa para os anos 2008/2010. Em âmbito nacional, a evolução das IES localizadas nas capitais do país apresentou evolução de 90%, no período 2000/2007. No interior do país, sugere se que a abertura de novas instituições de ensino subsidiou o crescimento de 98%. Este percentual deixa clara a corrida das IES com maior musculatura, aos processos de interiorização. O crescimento das instituições do Estado de Goiás apresentou ampla expansão no período 2000/2007, tanto nas IES públicas, quanto nas IES privadas. Nas IES públicas, a 17

expansão foi de 100%, enquanto que nas IES privadas, a evolução alcançou 217%, ou seja, foram criadas 37 novas IES no período em análise. Tabela 11. Evolução no número de IES Brasil, Goiás e Goiânia, 2000/2007. BRASIL 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008E 2009E 2010E 00 07 CAPITAL 435 510 592 665 719 769 811 825 931 1.050 1.184 90% INTERIOR 735 881 1.045 1.194 1.294 1.396 1.459 1.456 1.660 1.893 2.158 98% PÚBLICA 176 183 195 207 224 231 248 249 264 279 296 41% PRIVADA 1.004 1.208 1.442 1.652 1.789 1.934 2.022 2.032 2.329 2.670 3.060 102% ESTADO DO GOIÁS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008E 2009E 2010E 00 07 ESTADO 35 47 56 61 61 66 69 75 87 101 118 114% PÚBLICA 9 10 10 14 14 8 8 9 9 9 8 0% PRIVADA 26 37 46 49 47 58 61 66 81 98 120 154% MUNICÍPIO DE GOIÂNIA 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008E 2009E 2010E 00 07 CAPITAL 7 9 13 15 15 21 20 21 27 35 45 200% PÚBLICA 1 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 100% PRIVADA 6 7 11 13 13 19 18 19 25 33 43 217% E: Estimativa No município de Goiânia, dada a grande concentração de IES, as instituições privadas apresentaram evolução de 182% no período em análise (2000/2007), passando de 66 IES no ano de 2000 para 186 IES no ano de 2007. Nas IES públicas, essa evolução alcançou 78% no quantitativo de instituições. Para o período 2008 a 2010, considerando o percentual evolutivo do período 2000/2007 é possível estimar que sejam criadas 43 novas IES, desde que mantidos os percentuais de crescimento. Ressalta se que nas IES públicas, conforme o crescimento paulatino observado, a tendência evolutiva sugere que até o ano 2010E, possa ser criada, pelo menos, mais uma Instituição. O gráfico a seguir, ilustra a evolução do número de IES públicas e privadas em Goiânia (capital) e a estimativa (2008/2010), considerando o período em análise: Gráfico 2. Evolução das IES públicas e privadas Goiânia (capital), 2000/2007. 00 07 PRIVADA 217% 00 07 PÚBLICA 100% E: Estimativa 18

2.2 Quantitativo de Cursos Estudos de Mercado Brasil Goiás Goiânia A evolução quantitativa dos cursos de graduação nas IES brasileiras apresenta, de modo geral, um crescimento paulatino e possivelmente consolidador, conforme observado na série histórica da oferta de cursos nas IES brasileiras, no Estado de Goiás e no município de Goiânia. Essa premissa se confirma frente à oferta dos 23.488 cursos de graduação no Brasil (2007), registrada pelo censo do ensino superior de 2000, que apresentou o crescimento de 122%. No Estado de Goiás, o cenário evolutivo se repete, ao confirmar a premissa anterior a partir do crescimento de 174%, quando comparado à oferta de cursos em relação ao registrado no ano 2000, que evoluiu de 296 para 811 cursos. A capital goiana também se apresenta em linha à evolução do quantitativo de cursos observado em âmbito nacional, ao alcançar o crescimento de 142% na oferta dos cursos de graduação, que evoluiu de 107 cursos em 2000, para 259 cursos em 2007. Com base no crescimento entre os anos de 2000 a 2007, a projeção para o ano 2010E sugere que possam ser ofertados cerca de 38.020 cursos no Brasil, destes, 1.578 cursos no Estado de Goiás e 451 na capital goiana. A evolução dos cursos (2000/2007) e a estimativa de crescimento para o período (2008/2010) estão apresentadas no gráfico a seguir: Gráfico 3. Evolução no número de cursos Brasil, Goiás e Goiânia, 2000/2007. 00 07 BRASIL 122% 00 07 GOIÁS 174% 00 07 GOIÂNIA 142% E: Estimativa A oferta nas IES públicas de Goiânia no ano 2000 foi de 41 cursos de graduação, no entanto, esse quantitativo alcançou 73 cursos em 2007, ou seja, apresentou crescimento de 78%. Nas IES privadas o crescimento verificado alcançou 182%, com destaque para cursos direcionados ao mercado de trabalho, com formação mais específica, rápida e que exija menor investimento. Considerando essa perspectiva de evolução, a estimativa do quantitativo de cursos na capital goiana para 2010E, tomando por base o crescimento médio do período 2000 a 2007, propõe se que sejam ofertados 372 cursos nas IES privadas e 100 cursos nas IES públicas. A tabela a seguir, apresenta essa evolução, o percentual de crescimento no período 2000/2007 e a estimativa de crescimento no período 2008/2010. 19

Gráfico 4. Evolução no número de cursos, IES públicas e privadas Goiânia, 2000/2007. 00 07 PRIVADA 182% 00 07 PÚBLICA 78% E: Estimativa 2.3 Ampliação no Quantitativo de Vagas A ampliação do número de vagas no ensino superior brasileiro apresentou o crescimento de 132% no período de 2000/2007. Nota se que foram disponibilizadas 1.216.287 vagas no ano 2000, passando para 2.823.942 vagas em 2007. No âmbito estadual, a ampliação das vagas apresentou positiva expansão em 243%, percentual observado a partir da oferta de 30.618 vagas em 2000, que em 2007 alcançou 105.019 vagas. Na capital Goiânia, a ampliação do quantitativo de vagas não apresentou a mesma evolução, porém foi significativa, chegando a 168%. Este cenário indica a ocorrência de interiorização das IES no Estado. Em números o montante de vagas passou de 18.940 vagas em 2000, para 50.743 vagas em 2007. A estimativa para 2010 é que poderão ser ofertadas aproximadamente 4,7 milhões de vagas pelas IES brasileiras, 256.747 vagas nas IES em âmbito estadual e 96.719 vagas no município de Goiânia. O gráfico a seguir, apresenta a evolução do quantitativo de vagas no Brasil, Goiás e Goiânia, no período 2000/2007 e a estimativa de crescimento entre os anos 2008 e 2010. Gráfico 5. Evolução do número de vagas Brasil, Goiás e Goiânia 2000/2007. 00 07 BRASIL 132% 00 07 GOIÁS 243% 00 07 GOIÂNIA 168% E: Estimativa 20

Especificamente nas IES privadas de Goiânia, no ano 2000 foram ofertadas 16.480 vagas e em 2007, 47.245 vagas, ou seja, 187% de crescimento no período em análise. Nas IES públicas, o crescimento alcançou 42%, passando de 2.460 vagas em 2000, para 3.498 vagas em 2007. Na capital goiana, a perspectiva de crescimento para o ano 2010E, considerando o crescimento médio do período 2000/2007 é de aproximadamente 96.020 vagas pelas IES públicas e 4.169 vagas pelas IES privadas. O gráfico a seguir, ilustra a ampliação de vagas nas IES públicas e privadas, em Goiânia, no período 2000/2007 e a estimativa de oferta entre os anos 2008 e 2010. Gráfico 6. Evolução das vagas IES públicas e privadas Goiânia, 2000/2007. 00 07 PRIVADA 187% 00 07 PÚBLICA 42% E: Estimativa 2.4 Análise do Quantitativo de Candidatos Em âmbito nacional, o censo 2007 aponta a existência de 5.191.760 candidatos às vagas ao ensino superior, o que permite mensurar a evolução em 29%, considerando os 4.039.910 candidatos apresentados no censo educacional do ano 2000. Observa se que no Estado de Goiás, o percentual de crescimento apresentou se acima da evolução observada no país ao alcançar o crescimento de 34%, subsidiado pela evolução de 111.203 alunos no ano 2000 para 148.901 alunos em 2007. Em Goiânia, o registro de 73.620 candidatos no ano 2000 e em 2007, 86.039 candidatos, responderam pelo crescimento de 17% no período em análise. A partir da evolução no período de 2000 a 2007, projeta se para o ano 2010E, aproximadamente 5,7 milhões de candidatos no Brasil, sendo 171.599 candidatos no Estado de Goiás e mais de 92.410 candidatos na capital, Goiânia. O gráfico a seguir, apresenta a evolução do número de candidatos no período 2000/2007 e a estimativa para os anos 2008/2010, no Brasil, Goiás e Goiânia. 21

Gráfico 7. Evolução dos candidatos, Brasil, Goiás e Goiânia, 2000 a 2007. 00 07 BRASIL 29% 00 07 GOIÁS 34% 00 07 GOIÂNIA 17% E: Estimativa A evolução da demanda nas IES privadas de Goiânia, quanto ao número de candidatos, apresentou expansão de 18%, no período em análise. Esse crescimento observado na capital goiana é subsidiado pela ocorrência de 44.008 candidatos no ano 2000 e em 2007, 56.171 candidatos. Nas IES públicas, a evolução histórica manteve crescimento paulatino de 15%, no período 2000/2007. Estima se que para o ano 2010E, mantidos os percentuais de crescimento do período em análise, as IES privadas da capital goiana possam alcançar aproximadamente 56.171 candidatos, enquanto que as IES públicas, 36.249 candidatos. A série histórica tanto nas IES públicas quanto nas privadas, apresenta maior variação entre os anos 2001 e 2005, denotando que o quantitativo de candidatos está diretamente ligado entre as duas categorias administrativas, ou seja, competem diretamente entre si. O gráfico a seguir, apresenta essa evolução do número de candidatos na capital goiana, os percentuais de crescimento (IES públicas e privadas), no período em análise (2000 2007) e a estimativa de crescimento para o período 2008/2010. Gráfico 8. Evolução dos candidatos (2000/2007) e estimativas (2008/2010) IES públicas e privadas, Goiânia. 00 07 PRIVADA 18% 00 07 PÚBLICA 15% E: Estimativa 22