CINEMA NA EDUCAÇÃO. Ruth Benedita Lopes Fernandes do Amaral Passos(1); Lais Tuliana Martins da Hungria (2); Orientadora: Rubia Naspolini Yatsugafu

Documentos relacionados
Sequência didática Práticas pedagógicas e cinema: contribuições à Educação Ambiental Crítica

Plano Sequência - Quatro minutos na balada 1

Education and Cinema. Valeska Fortes de Oliveira * Fernanda Cielo **

MOSTRAS AUDIOVISUAIS E PRODUÇÃO DE VÍDEOS. Com colaboração da Msc Anna Claudia Thinen

ÍNDICE. A animação é uma maneira de se criar ilusão, dando vida a objetos inanimados. Conheça o projeto... Os motivos... Nossa equipe...

O uso das TICs e novos modos de aprender: o caso do curso ProgramAÍ do Centro Juvenil de Ciência e Cultura

DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR

Artefatos culturais e educação...

A UTILIZAÇÃO DE FILMES COMO REFORÇO DE APRENDIZAGEM NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE ARAÇOIABA PE

Telejornal Unirondon: uma experiência de telejornalismo para o meio digital 1

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

Semestre letivo: 3º Semestre Professor: Período:

Produção Audiovisual RP Kele Martinez de Moura 2 Maria Bernardete Caetano de Paiva Sarmento 3 Universidade Católica de Santos, SP

A PRÁTICA DA LEITURA E DA ESCRITA NOS ANOS INICIAIS. Acadêmica de Pedagogia Andreza de Freitas Mendes. Professora Silandra Badch Rosa

ELEMENTOS ARTÍSTICOS COMO ESTRATÉGIA DE SALA DE AULA PARA A INOVAÇÃO DO USO DO LAPTOP EDUCACIONAL NO CONTEXTO ESCOLAR

Programa Novo Mais Educação. Formadores: Ana Carolina Naca Ferreira Rogério Marques Ribeiro. 08 de março

AÇÕES CULTURAIS E EDUCATIVAS EM INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS ESTADUAIS BRASILEIRAS. Keyla Santos Jussara Borges

COMO SOFTWARES DE JOGOS PODEM INFLUENCIAR NA EDUCAÇÃO

Refletir sobre uma proposta para o letramento digital no ambiente acadêmico; Pensar sobre a necessidade dos alunos de se apropriarem das tecnologias;

As tecnologias de informação e comunicação. jovens. Teresa Kazuko Teruya

A ALFABETIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DE CRIANÇAS LEITORAS E PRODUTURAS DE TEXTOS¹. Aline Serra de Jesus. Graduanda em Pedagogia

Workshop de Escrita de Argumento

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DOCENTE: ALESSANDRA ASSIS DISCENTE: SILVIA ELAINE ALMEIDA LIMA DISCIPLINA: ESTÁGIO 2 QUARTO SEMESTRE PEDAGOGIA

PLANO DE ENSINO 3º TRIMESTRE

SEGREDANDO HISTÓRIAS

RYU X SUPER MARIO - PIXILATION 1

BOOKTUBERS: o que é, quem são, o que fazem?

Embalados a Vácuo: Resíduos Plásticos 1

Laboratório de criação de vídeos de bolso

QUADRO 05- ATIVIDADES REALIZADAS TURMA 2A ENSINO MÉDIO/ EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Fase do objeto abordado. Identificação dos sujeitos

Mosaico TV na Teoria e na Prática Programa experimental das disciplinas de Redação para TV e Telejornalismo 1 1

Espaços educativos no século XXI - Representações midiáticas de professores Por Talita Moretto

YouTube. Sobre a rede e suas potencialidades para videoaulas

OFICINA DE FANFICTION: TRANSFORMANDO HISTÓRIAS EM APRENDIZADO

O USO DO CINEMA COMO RECURSO DIDÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Estudos Independentes: Caminho para criação de estratégias de Aulas Invertidas Prof. Dr. Ronaldo Barbosa (UniMetrocamp)

O HIPERTEXTO E A ESCRITA NO ENSINO SUPERIOR

Coca-Cola: A Escolha¹

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

Aspas Produção Colaborativa

EDUCAÇÃO PELO CINEMA XI: CINEMA CONTEMPORÂNEO E INCLUSÃO SOCIAL 1. Palavras-Chave: Educação, Inclusão social, Educação Especial.

CINE INCLUSÃO: PENSANDO A INCLUSÃO ATRAVÉS DO CINEMA

Fogo (Capital Inicial) 1. Adriane de Oliveira PIRES 2 Simone Caetano 3 Universidade Estadual de Goiás, Goiânia, GO

MUSEU VIRTUAL: Mostra Virtual baseada em realidade aumentada

CRIATIVIDADE E PRODUÇÃO TEXTUAL: PRÁTICAS DE INCENTIVO À LEITURA

CURSO MÍDIA NA EDUCAÇÃO

O CINEMA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM O TEMA TRANSVERSAL ÉTICA E O FILME UP - ALTAS AVENTURAS

JUVENTUDE! EDUCOMUNICAÇÃO: PRA CUTUCAR A. O Projeto Ecoar vai te cutucar!

VOCÊ CONHECE A SUA HISTÓRIA? PRODUÇÃO DE JOGO SOBRE A GUERRA DO CONTESTADO

A TV MBM TV MBM YouTube O CONTEÚDO

COMUNICAÇÃO FEITA À MÃO 1. Mateus CUNHA 2 Thomás TOWNSEND 3 João Arthur HOMRICH 4 Mauricio DENARDIN 5 Janderle RABAIOLLI 6

Objetivos. Desenvolver uma serie de vídeos que abordam as ações desenvolvidas pela escola na promoção da educação no trânsito;

Vídeo de divulgação do FUSCA Bryan José Ferreira de SOUZA 2 Adryan Kaike FORTALEZA 3 Emanuel José Machado DUARTE 4 Laércio Cruz ESTEVES 5

RESUMO. PALAVRAS-CHAVES: animação; stop-motion; audiovisual. 1. INTRODUÇÃO

Multimídia Aplicada à Educação. Prof. Me. Walteno Martins Parreira Júnior

Feira de Fátima Reúne Trabalho e Lixo

Tainah VERAS 1 Maria Eugênia PORÉM 2 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP

Público-alvo: Estudantes ou profissionais com noções técnicas e criativas audiovisuais, e com vocação criativa para imagem em movimento.

Conhecimento Tecnológico. Reinvente o mundo.

O MEIO LÚDICO COMO ESTRATÉGIA EM SALA DE AULA: JOGO EDUCATIVO SOBRE FONTES DE ENERGIA NO COTIDIANO

Uma situação que tenha sido projetada com fins de gerar uma aprendizagem é uma situação didática (SD).

O ENSINO A DISTÂNCIA COMO MODALIDADE DE APRENDIZAGEM PARA ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO EVANGE GUALBERTO

PROPOSTA DE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MEDIADO PELA TV DIGITAL INTERATIVA

Vamos brincar de construir as nossas e outras histórias

As oficinas matemática como modalidade organizativa Tecendo aprendizagens significativa; explorando, investigando e experimentando

INTERVENÇÃO. O que é inclusão e como ela acontece?

Ações de iniciação à docência (PIBID): as primeiras experiências no ensino de Matemática

Relatório Mensal FCTY-RTM-EDA Referência: Programa de Educação Ambiental Meu Primeiro Curta Metragem. Abril/2014

FACULDADE PROJEÇÃO DE CEILÂNDIA INFRAESTRUTURA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Regulamento de Estágio

LABORATÓRIO DE VÍDEOS DIDÁTICOS (LAVID)

TÍTULO: O MISTÉRIO DE SEGUNDO GRAU CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA. SUBÁREA: Matemática

HISTÓRIAS >NA PRAÇA DOCUMENTO ORIENTADOR

Projeto de Extensão SOS Imprensa realiza estudos sobre a mídia na Universidade de Brasília* Palavras-chave: Mídia, Sociedade, Comunicação, Ética

A UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS SCRATCH E KTURTLE NO ENSINO E PRATICA DA INFORMATICA

APRENDENDO E ENSINANDO NO ESTAGIO SUPERVISIONADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Escola Happy Code Lumiar. Férias de Páscoa Happy Code 2018

A Amazing Pixel é uma network no YouTube que conta com diversos canais que são formadores de opinião com os seguintes diferenciais:

AQUI IRÁ ENCONTRAR O QUE SÃO OS BOOTCAMPS DE FÉRIAS DA HAPPY CODE? APRENDER BRINCAR CRIAR. 1. Quais as Datas 2. Cursos Disponíveis 3.

ABORDAGEM HISTÓRICA DA TABELA PERIÓDICA NO 9º ANO: PERCEPÇÔES NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

O USO DO GEOGEBRA COMO INTRODUÇÃO NO ENSINO DE CIRCUNFERÊNCIAS. Virgínia Moreira de Freitas¹ Orientador (a): Liliane Martinez Antonow²

O ensino de Sociologia e a temática Afro-Brasileira: aproximações. Estevão Marcos Armada Firmino SEE/SP

TAPETE DAS LIGAÇÕES: UMA ABORDAGEM LÚDICA SOBRE AS LIGAÇÕES QUÍMICAS E SEUS CONCEITOS

PROGRAMA DA FORMAÇÃO - CÂMARA E ILUMINAÇÃO PARA AUDIOVISUAIS

CINEMATOGRAFIA E FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO PIBID-MATEMÁTICA (UFTM)

uma vez... não era não era uma vez... contos clássicos recontados REcontados clássicos contos projeto pedagógico

Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação PLANO DE ENSINO (2018)

As capacidades lingüísticas da alfabetização

FAZ E GRAVA A TUA MÚ SICA

HAPPY CODE ALTO DOS MOINHOS

Composição do material

CURSO ANO LETIVO PERIODO/ANO Licenciatura em Matemática º Ano CÓDIGO DISCIPLINA CARGA HORÁRIA Estágio Curricular Supervisionado II EMENTA

Existe um falar certo ou errado? Projeto para aula de Língua Portuguesa

FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS VOLTADA PARA PROMOVER ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA. Marcelo Franco Leão (UNEMAT E UNIVATES)

A dona da boate Ponto G. Figura temida, personalidade altiva, arrogante. Rege com mãos de ferro seus negócios e tem domínio total sobre as meninas.

Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos

O CINEMA COMO RECURSO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

RELATO DE EXPERIÊNCIA OS JOGOS NA APRENDIZAGEM DA GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

joão JOÃO BOLÃO PROJETO PEDAGÓGICO RICARDO FILHO Rua Tito, 479 Lapa São Paulo CEP

Transcrição:

CINEMA NA EDUCAÇÃO Ruth Benedita Lopes Fernandes do Amaral Passos(1); Lais Tuliana Martins da Hungria (2); Orientadora: Rubia Naspolini Yatsugafu Universidade Federal do Mato Grosso (ruthblfapassos@live.com) O cinema é hoje uma das mídias mais populares, alcançando os mais diversos públicos, contando e relembrando histórias reais e fictícias, sendo utilizado não só como meio de entretenimento e informação, mas também educativo. Durante nossa vida escolar, acadêmica e Estágio Supervisionado observamos que as escolas o utilizam como uma forma de deixar as aulas mais interessantes e sempre para tratar de um conteúdo específico das disciplinas escolares. Assim, em geral as escolas não exploram o cinema como conteúdo. Portanto, este trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de trabalho com o cinema nas escolas. O primeiro passo foi a realização de uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos online a respeito do cinema e do uso do cinema nas escolas. Após a leitura estruturamos uma oficina para experimentação de nossa proposta. A proposta inicial previa a realização da oficina em escolas da rede pública, porém como as instituições estavam em períodos de férias, desenvolvemos então a oficina com alunos dos cursos de Matemática, Filosofia e Pedagogia da Universidade Federal do Mato Grosso. A escolha dos alunos se deu de forma indireta: divulgamos a oficina em redes sociais e os interessados compareceram no local e horário marcados para o início do trabalho. Esta oficina de cinema traz uma proposta trabalho com o cinema em sala de aula. Falar do cinema, ver filmes, discutir filmes e mais do que isso, produzir filmes. Com a intenção da produção de um curta-metragem, a oficina foi estruturada em 6 etapas: 1. Apresentação; 2. Breve história do cinema; 3. Elementos do cinema; 4. Apresentação do tema da oficina; 5. Gravação; 6. Edição;

7. Apreciação. Iniciamos a oficina nos apresentando ao grupo e logo em seguida cada um dos estudantes se apresentou, pois era importante que todos se conhecessem para iniciar o trabalho. Explicamos nossa proposta de explorar uma outra forma de se utilizar o cinema em sala de aula, diferente da que costumamos vivenciar como professoras e alunos, bem como do que observamos como estagiárias, haja vista nosso interesse de trabalhar o cinema como conteúdo. Contamos então um pouco da história do cinema: apresentamos os irmãos Lumière, falamos do primeiro filme exibido em 1895 L'Arrivée d'un train à gare de la Ciotat, discutimos sobre George Melies, inventor da mágica do cinema, ou como conhecemos hoje, ficção cinematográfica, com a exibição de seu curta mais famoso: Le Voyage dans la Lune (vale lembrar que o curta foi abordado recentemente no longa-metragem dirigido por Martin Scorsese A Invenção de Hugo Cabret ). Como era uma proposta para as escolas, incluímos a apresentação de alguns elementos do cinema apresentados por Rosália Duarte no livro Cinema & Educação, a saber: câmera, escolha do material de gravação, recorte do espaço (plano geral e close), posição da câmera, ângulo de filmagem, movimento da câmera, iluminação, som e montagem/edição. Após a explicação apresentamos o tema tecnologia, disposto em algumas imagens que foram compartilhadas via Bluetooth e discutimos sobre sua importância, avanços e desafios. Separamos os alunos em grupos de quatro pessoas. Eles utilizaram celulares para a realização das gravações que foram feitas em diversos ambientes. Como eram alunos universitários, permitimos que os mesmos pudessem estender o período de gravação, inicialmente planejado para 30 minutos. Deixamos as edições em programas livres para que cada um pudesse se utilizar dos recursos que tivesse. Marcamos naquele dia que o envio do curta seria feito dentro de sete dias em um grupo de WhatsApp para que todos participantes tivessem acesso a todos os vídeos. As imagens utilizadas para oficina envolviam a tecnologia e foram retiradas do Facebook da página MOTT Blog. Trataremos aqui dos filmes criados por dois grupos. Um deles escolheu como enfoque a imagem do homem jogando vídeo-game e o outro escolheu como enfoque a imagem que eles nomearam como O enterro da literatura pelas redes sociais. O filme do primeiro grupo, composto por quatro alunos da matemática que relataram gostar de jogar, foi realizado em um ambiente interno e trouxe a relação dos jogos que prendem as pessoas e dos jogos que possibilitam outras vivências, que são hoje os jogos de realidade virtual. Figura 1 - imagens utilizadas para realização da oficina (https://www.facebook.com/mott.blog/)

O vídeo retrata um personagem amarrado em uma cadeira jogando, mostrando os jogos antigos que deixam o sujeito preso". Entretanto, quando o outro o chama para jogar Pokémon GO!, que é um jogo de realidade virtual, onde o jogador precisa encontrar pequenos monstros escondidos pela cidade, para isso é necessário que se movimente em diversas áreas da cidade. Ao ser chamado, o personagem tenta sair e, em um primeiro momento, não consegue se soltar, retornando ao seu jogo antigo. O segundo personagem joga um Pokémon para cortar suas correntes e ele, então, sai à procura de pokémons com o amigo. Em entrevista o aluno L.A.P relatou que: procuramos mostrar o lado positivo que os jogos atuais estão proporcionando. E com os jogos de realidade virtual você não fica mais preso dentro de casa. Pokémon além de ser divertido para quem é da minha geração, te possibilita sair do sofá ou da cadeira e ir ao mundo. Você joga com os amigos, faz amigos novos. Há uma história que diz que com quanto mais amigos você estiver jogando, mais pokémons você consegue capturar. Eles nos trouxeram, portanto, uma visão contrária a da imagem que nos remete à reflexão de que os jogos deixam as pessoas presas a algo, afinal hoje você precisa sair de casa para poder atingir os objetivos dos games. O segundo grupo, por sua vez, optou por realizar o curta em ambiente externo e escolheu a imagem por ele nomeada de O enterro da literatura pelas redes sociais. O vídeo, também com o mesmo nome dado à imagem, mostra-nos uma criança lendo um livro debaixo de uma árvore quando dois adultos apresentam um celular para ela. O menino a princípio o rejeita, mas depois deixa o livro de lado e pega o celular. Alguns anos depois, no tempo do vídeo, o livro ainda se encontra debaixo da árvore, coberto de folhas. A primeira cena do menino com o livro se passa em preto e branco, a segunda (que retrata o momento em que ele pega o celular) é colorida, e a terceira, finalmente, é monocromática. Uma oficina como essa nas escolas, possibilitam não apenas a apresentação da história do cinema, mas também relevantes discussões sobre o cinema, o mundo, os conteúdos aprendidos na escola e, principalmente, o aprendizado da leitura de uma linguagem diferente. Neste sentido, concordamos com as reflexões de Silva, segundo as quais Saber ver uma imagem, um filme, é tão necessário quanto aprender a ler e escrever nos moldes convencionais, pois os códigos e os processos de produção da comunicação se alteram e, nessas mudanças, buscam receptores aptos para entendê-los [...] A partir do momento em que estamos expostos a um mundo cheio de linguagens diversas, temos de nos preparar para entender criticamente o que elas nos oferecem. (2014). O entendimento da linguagem cinematográfica, portanto, é necessário para que possamos dialogar com outras linguagens, ampliar nossa leitura de mundo e capacidade crítico-reflexiva.

Conclusão Ao final da oficina pudemos observar grande interesse nessa vivência por parte dos acadêmicos e grande interesse na aproximação com a linguagem cinematográfica. As mídias estão cada vez mais presentes no dia a dia e o cinema é uma das mídias que vem se tornando cada dia mais popular na sociedade, portanto, a escola, como formadora de cidadãos críticos, precisa trazer para o trabalho educativo esta linguagem e explorá-la, ampliando as possibilidades de leitura de mundo dos sujeitos. O conhecimento dos elementos de significação do cinema possibilita um entendimento da imagem cinematográfica e dos objetivos imagéticos propostos nos filmes.

Referências DUARTE, Rosália. Cinema & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. SILVA, Salete Therezinha de Almeida. A linguagem cinematográfica na escola: uma leitura d O Rei Leão. In: Citelli Adilson (org.). Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos, informática. São Paulo: Cortez, 2014.