ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DA MATA CILIAR DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LAJEADO TUNAS, NA REGIÃO DO ALTO URUGUAI, RS

Documentos relacionados
TERMO DE COOPERAÇÃO. C Não é necessário ser uma muda de árvore, pode-se adotar uma já existente na calçada em frente a sua casa.

Resultados Preliminares das Unidades Amostrais medidas em Palma Sola. Inventário Florístico Florestal dos Remanescentes Florestais

Eixo Temático: Inovação e Sustentabilidade em Diferentes Setores

Anais do II Seminário de Atualização Florestal e XI Semana de Estudos Florestais

CAPÍTULO VII CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

ESTRUTURA E DIVERSIDADE ARBÓREA EM FRAGMENTO FLORESTAL NO SALTO DO RIO CHOPIM, SÃO JORGE D OESTE - PARANÁ, BRASIL

Análise fitossociológica de um fragmento de Floresta Estacional Decidual: Parque Estadual do Turvo, RS

Resumo. Abstract. Geniane Schneider 1 * Fernando Souza Rocha 2

Análise fitossociológica de um fragmento de floresta estacional decidual no município de Jaguari, RS

Palavras-chave: regeneração natural, biodiversidade, plantios florestais, fitossociologia, classes de altura, aspectos ecológicos

ANACARDIACEAE Lithraea brasiliensis (aroeira-brava) ANACARDIACEAE Schinus molle (aroeira-salso) ANACARDIACEAE Schinus polygamus (assobiadeira)

FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DA REGENERAÇÃO NATURAL EM UM REMANESCENTE DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NO RIO GRANDE DO SUL

Análise florística e estrutura fitossociológica de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no município de Sertão - RS

Espécies lenhosas em uma área de contato entre a floresta ombrófila mista e a floresta estacional semidecidual no município de Cantagalo PR

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E MAPEAMENTO DO ARBORETO DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, CÂMPUS DOIS VIZINHOS

Caderno de Pesquisa, série Biologia, Volume 26, número 1 FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA NO MORRO DO BOTUCARAÍ, MUNICÍPIO DE CANDELÁRIA, RS BRASIL

PRODUÇÃO EM UMA FLORESTA NATURAL EM SANTA MARIA, RS YIELD OF A NATIVE FOREST IN SANTA MARIA, RS STATE

CONHECER PARA CONSERVAR: UMA PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE E A SOCIEDADE

ANÁLISE ESTRUTURAL DA COMUNIDADE ARBÓREA DA MATA CILIAR DE TRÊS CURSOS D ÁGUA EM PROPRIEDADES PRODUTORAS DE LEITE DO VALE DO TAQUARI, RS

CAPACIDADE REGENERATIVA DE UM REMANESCENTE FLORESTAL LOCALIZADO NA ÁREA URBANA DE CAMPO MOURÃO - PR. Janaina de Melo Franco 1

POTENCIAL DE Eucalyptus grandis COMO FACILITADORA DA REGENERAÇÃO NATURAL

ANÁLISE FITOSSOCIOLÓGICA DE ALGUMAS ÁREAS REMANESCENTES DA FLORESTA DO ALTO URUGUAI, ENTRE OS RIOS IJUÍ E TURVO, NO RIO GRANDE DO SUL

REGENERAÇÃO NATURAL DE UM FRAGMENTO DA FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL NA RESERVA BIOLÓGICA DO IBICUÍ- MIRIM (RS)

Regeneração natural de Floresta Ombrófila Mista em Sistema Faxinal no Município de Rebouças-PR Jey Marinho de Albuquerque 1

REGENERAÇÃO NATURAL DO COMPONENTE ARBÓREO E ARBUSTIVO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO-RS

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA PRAIA ARTIFICIAL DO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO IGUAÇU-PR

BIODIVERSIDADE E ESTRUTURA ARBÓREA DO ESTRATO REGENERANTE EM UM POVOAMENTO DE Eucalyptus spp - COLINA, SP

ESTRUTURA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS ESPÉCIES DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ALUVIAL EM REGENERAÇÃO

Ciência Florestal, Santa Maria, v.9, n.1, p ISSN

ASPECTOS FLORíSTICOS E SíNDROMES DE DISPERSÃO DAS ESPÉCIES ARBÓREAS DO MORRO DE SANTO ANT ÃO, SANTA MARIA-RS 1

DISPERSÃO DE DIÁSPOROS DE Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez EM FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL¹

FITOSSOCIOLOGIA EM FRAGMENTO FLORESTAL NO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Florística arbórea e arbustiva de um fragmento de Mata Ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil

Fitossociologia e estrutura de um fragmento de Floresta Estacional Decidual Aluvial em Santa Maria - RS

LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO ARBÓREA EM UM FRAGMENTO DE MATA CILIAR DA GLEBA AZUL, MUNICÍPIO DE IVINHEMA-MS

Gabriela Leyser 1 Márcia Viniski 1 André Luís Donida 1 Elisabete Maria Zanin 2 Jean Carlos Budke 2

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO, SANTO ÂNGELO, RS

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E DA ESTRUTURA HORIZONTAL DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA, MUNICÍPIO DE IRATI, PR BRASIL

Florística do Estado de Santa Catarina, baseado nos dados do IFFSC um olhar geral

Análise dos padrões florísticos e estruturais da comunidade arbórea-arbustiva em gradientes de solo e relevo no rebordo da Serra Geral

ANÁLISE DA ESTRUTURA HORIZONTAL DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM FAZENDA RIO GRANDE-PR, NO PERÍODO DE 2000 A 2009

REGENERAÇÃO NATURAL DE UMA FLORESTA MISTA LATI-ACICULIFOLIADA SUBTROPICAL NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Ciência Florestal, Santa Maria, v. 10, n. 2, p ISSN

Revista Brasileira de Ciências Agrárias ISSN: Universidade Federal Rural de Pernambuco.

LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE PRUDENTÓPOLIS

Ciência Florestal ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA MICROBACIA DO CÓRREGO MAMANGABA, MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO/MS.

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DE UM REMANESCENTE DE MATA CILIAR NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL

Efeitos de prioridade como ferramenta potencial de metodologias de restauração de ecossistemas brasileiros

Ciência e Natura ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

FITOSSOCIOLOGIA DE FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL NO ESTADO DE SANTA CATARINA BRASIL

Pregão Eletrônico nº 15/ OBJETO: ADM. CENTRAL - Aquisição de mudas de espécies nativas.

Woody species richness and abundance in a reforestation of Pinus taeda L. and an Araucaria Forest in the Center East Region of Paraná State, Brazil

ESTRUTURA DA REGENERAÇÃO NATURAL SUJEITA À PECUÁRIA EXTENSIVA NA REGIÃO DE CAÇADOR-SC

TERMO DE REFERÊNCIA ANEXO III INFORMAÇÕES, ESPECIFICAÇÕES E CRITÉRIOS TÉCNICOS REFERENTES A ETAPA 3. REVEGETAÇÃO DE FAIXA MARGINAL DE PROTEÇÃO

DINÂMICA DA CHUVA DE SEMENTES EM REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL SUBTROPICAL

FITOSSOCIOLOGIA DO SUB-BOSQUE DO PARQUE AMBIENTAL RUBENS DALLEGRAVE, IRATI, PR

Localização do Programa na cidade de Vera Cruz- RS

Estrutura populacional e distribuição espacial de Qualea grandiflora Mart., em área de transição no Piauí

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE

A FAMÍLIA FABACEAE NAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS DO TRIÂNGULO MINEIRO

Brazilian Journal of Biosystems Engineering v. 10(2): , 2016

Avaliação da regeneração/rebrota em uma clareira que sofrera exploração ilegal de madeira nativa no município de Segredo, Rio Grande do Sul

CONCORRÊNCIA COPEL SAF/ DPQM 003 / 2013

Anexo 19. Nome aceito, Nome correto Astronium graveolens Jacq. Sementes Não Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi

CARACTERIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA, NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO (PR)

Recebido para publicação em 8/03/2007 e aceito em 6/05/2009.

9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

Abstract. Resumo. Rodrigo Scarton Bergamin * Cláudio Augusto Mondin **

Perspectivas da Restauração Ecológica no Corredor de Biodiversidade do NE

Iheringia Série Botânica

Revista de Ciências Agroambientais

FLORÍSTICA ARBÓREA DE UMA PORÇÃO DE MATA DE ENCOSTA DO MORRO DA HARMONIA, TEUTÔNIA, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.

Inventário florestal de uma pequena central hidrelétrica em Pinhal Grande, Rio Grande do Sul

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DE UM REMANESCENTE DE MATA CILIAR NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL (dados preliminares)

LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DOS REMANESCENTES NATURAIS DA ARAUPEL S/A, QUEDAS DO IGUAÇU-PR

FITOSSOCIOLOGIA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS DE DIFERENTES IDADES EM DOIS VIZINHOS, PR, BRASIL

campus foi agravada, com a barragem do Arroio Geografia para a construção de um açude.

FLORISTIC COMPOSITION AND FITOSSOCIOLOGICAL STRUCTURE OF CAPÃO OF Podocarpus lambertii Klotz., ON RIO GRANDE DO SUL

Caracterização florística e estrutura fitossociológica das espécies arbóreas da Floresta Nacional do Açungui, Campo Largo - PR

FITOSSOCIOLOGIA DO COMPONENTE ARBÓREO DO ENTORNO DA NASCENTE NO ARROIO CLARIMUNDO, AFLUENTE DO RIO IJUÍ- RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Recebido para publicação em 5/06/2006 e aceito em 22/11/2007.

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DE UMA FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL NA REGIÃO DE SANTA MARIA, RS

ANÁLISE FLORÍSTICA DO ESTRATO ARBUSTIVO-ARBÓREO DA VEGETAÇÃO DE UMA ÁREA DE CERRADO SENSU STRICTO, GURUPI-TO

DINÂMICA ESTRUTURAL ARBÓREA DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM CAMPO BELO DO SUL, SC

Estrutura e composição florística de cinco áreas de caíva no Planalto Norte de Santa Catarina

Necessidade de Conservação de Alelos em Matrizes Florestais para atividades de restauração florestal. 2 FUNDAÇÃO RENOVA fundacaorenova.

O conhecimento etnobotânico associado aos recursos vegetais das matas ciliares no oeste catarinense

CAMBARÁ. Grosso do Sul até Rio Grande do Sul. Informações ecológicas: semidecídua ou decídua,

SALVAMENTO DO GERMOPLASMA NO VALE DO RIO ARAGUARI, MINAS GERAIS

Análise da Vegetação Florestal Ciliar na Bacia do Rio Passo Fundo, RS bases para a restauração ecológica

Distrito do Ipiranga, São Paulo, SP - BRASIL ÁRVORES do Parque da Independência, São Paulo

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DE UM TRECHO DA MATA RIBEIRINHA DO CÓRREGO FUNDO, AQUIDAUANA-MS.

FITOSSOCIOLOGIA E FLORÍSTICA DE UM TRECHO DA MATA CILIAR DO RIO MIRANDA, MIRANDA, MS, BRASIL.

GUAJUVIRA. e schwarzhertz, palavra derivada de schwarz=preto ehertz=coração. Ou seja: coração preto, em alusão ao cerne de cor escura da madeira

Ciência Florestal ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

Aspectos fitossociológicos de um fragmento da floresta natural de Astronium balansae engl., no município de Bossoroca, RS 1

COMPONENTE ARBÓREO E ARBUSTIVO DE UM REMANESCENTE DE CERRADÃO EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL

Revista Eletrônica de Biologia

ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS EM REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL

Transcrição:

BIODIVERSIDADE PAMPEANA ISSN 1679-6179 PUCRS, Uruguaiana, 8(1): 1-6, dez. 2010 ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DA MATA CILIAR DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LAJEADO TUNAS, NA REGIÃO DO ALTO URUGUAI, RS Fábio André Facco JACOMASSA 1 1 Laboratório de Ornitologia e Animais Marinhos, Bloco D, Centro 2, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Avenida Unisinos, 950 B, CEP 93.022-000, São Leopoldo RS, Brasil. E-mail: fabioafj@gmail.com. ABSTRACT - NATIVE ARBOREAL SPECIES FROM THE RIPARIN WOODS OF THE WATERSHED OF THE LAJEADO TUNAS RIVER, IN THE ALTO URUGUAI REGION, RS. The riparian woods have influence on the water bodies in several ways and the removal of these woods causes harm to both human beings and nature. With the objective to know the arboreal species from the Riparian Woods of the watershed of the Lajeado Tunas River in Frederico Westphalen (27º18 87 S and 53º21 72 W), a study was conducted in order to identify and list the vegetation found there between August 2002 and June 2006, by using the method called Caminhamento. There were 89 arboreal species identified at the, sorted into 30 families. The most representative family was the Fabaceae with 15 species, followed by the Myrtaceae with 10, the Euphorbiaceae and the Rutaceae with seven each and the Sapindaceae with six. Size of the watershed is 649,63ha, being 86,52 ha Permanent Preservation Areas (PPAs). In 48,45ha from these PPAs there are riparian woods. The farming activities associated to burning and forest cutting are pointed out as the main causes of the forest fragmentation and the degradation of the ecosystems associated to the watershed. This list generates information about the species that can be used to recover the Riparian Woods of the watershed of the Lajeado Tunas River, it provides information on the Riparian Woods of the Alto Uruguai, and besides that it also may be useful as a database for further studies. Key words: Seasonal Deciduous Forest, Frederico Westphalen e Caminhamento. RESUMO - A Mata Ciliar influência de vários modos os corpos de água, e sua remoção causa prejuízos para o homem e para a natureza. Com o objetivo de conhecer as espécies arbóreas da Mata Ciliar da Bacia hidrográfica do Rio Lajeado Tunas em Frederico Westphalen (27º18 87 S e 53º21 72 W) foi realizado um levantamento de sua vegetação entre agosto de 2002 e junho de 2006 utilizando-se o método do Caminhamento. Foram identificadas 89 espécies arbóreas nativas na mata ciliar distribuídas em 30 famílias. A família mais representativa foi Fabaceae com 15 espécies, seguida de Myrtaceae com 10, Euphorbiaceae e Rutaceae com 7 cada e Sapindaceae com 6. A Bacia, possui 649,63 ha, onde 86,52 ha são APPs. Em 48,45ha dessas APPs, há mata ciliar presente. As atividades agropecuárias associadas ao uso de queimadas e extrativismo florestal são apontadas como as principais causas da fragmentação florestal e degradação dos ecossistemas associados às bacias hidrográficas. Esta lista gera informação sobre quais espécies podem ser usadas para recuperação da mata ciliar da bacia Hidrográfica do Rio Lajeado Tunas, traz informações da mata ciliar do Alto Uruguai além de poder servir de base para trabalhos futuros. Palavras-chave: Floresta Estacional Decidual, Frederico Westphalen e Caminhamento. BIODIVERS. PAMPEANA, v. 6, n. 2, 2008 http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/biodiversidadepampeana Recebido em 05/03/2010. Aceito em 18/09/2010.

INTRODUÇÃO Ao longo do Rio Uruguai e seus afluentes se estende uma densa floresta, caracterizada por um estrato arbóreo superior formado por árvores altas e emergentes, na sua maioria deciduais. Durante o inverno, quando as árvores emergentes na sua maioria, perdem as suas folhas, apresenta-se a floresta como estacional (REITZ et al. 1988). As florestas estacionais são as formações com maior área de cobertura entre as ocorrentes no estado, predominando no Alto Uruguai, ao longo das encostas da Serra Geral e leste do Planalto Sul-Rio-Grandense ou Serra do Sudeste (RAMBO, 1961). RAMBO (2005) coloca que não há quadro que se possa comparar, em beleza virgem, com o das suas matas ribeirinhas. No entanto elas sofreram grande impacto, pois o desenvolvimento econômico da região do Alto Uruguai foi inicialmente baseado na exploração das espécies de madeira nobres pelas empresas madeireiras (RUSCHEL et al., 2003) e também pelos colonos que lá se instalaram para cultivarem a terra. A importância de preservar ou restaurar as matas ciliares dos rios e ao redor dos lagos e reservatórios é ressaltada pelos benefícios que este tipo de vegetação traz ao ecossistema, exercendo função protetora sobre os recursos naturais bióticos e abióticos (JACOMASSA, 2005). CARPANEZZI (2000) descreve a vegetação ciliar, ripária ou ripícula como sendo aquela que margeia aos corpos de água, como riachos, rios e lagoas, tendo comumente porte arbóreo ou arbustivo em ambientes não perturbados. Ainda o mesmo autor coloca que a vegetação ciliar influência de vários modos os corpos de água, e sua remoção causa prejuízos para o homem e para a natureza. A composição florística implica na produção de uma lista com os nomes das espécies presentes na área de estudo (MARTINS, 1990). O objetivo deste trabalho foi conhecer as espécies arbóreas nativas da Mata Ciliar da Bacia Hidrográfica do Rio Lajeado Tunas (BHRLT). O levantamento florístico em área demarcada abre perspectivas para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à fitossociologia, à fenologia e à dinâmica das populações ali instaladas (WEISER & GODOY, 2001), além de gerar informação para a recuperação e preservação da sua Mata Riparia. MATERIAL E MÉTODOS O Município de Frederico Westphalen (27º18 87 S e 53º21 72 W), localiza-se, geograficamente no Médio Alto Uruguai. O trabalho foi realizado na BHRLT, ela possui 649,63 ha, onde 86,52 ha são áreas de preservação permanente (APPs), e em 48,45 ha (56%) dessas APPs há Mata Riparia presente, o rio Tunas e seus afluentes têm 14,5 Km de extensão (ZANELLA dados não publicados) (Fig. 1). Para o levantamento qualitativo da vegetação realizado entre agosto de 2002 e junho de 2006, utilizouse o método do Caminhamento (FILGUEIRAS, 1994) que consiste basicamente na descrição sumária da JACOMASSA ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS vegetação da área amostrada, elaborando a listagem das espécies encontradas nas margens ciliares do Rio Lajeado Tunas e de seus afluentes, organizando os dados em forma de lista. Foi considerado como margens ciliares a faixa até 30 metros dos corpos d água, já que estes em nenhum momento tinham mais de 10 metros de largura. As espécies de Angiospermae foram agrupadas nas famílias reconhecidas pelo Angiosperm Phylogeny Group - APG II (SOUZA & LORENZI, 2005). As categorias sucessionais seguem VACCARO et al. (1999), FONSECA & RODRIGUES (2000), LORENZI (2002) e RUCHEL et al. (2007). As formas de dispersão seguem PIJL (1972) e RUCHEL et al. (2007). Figura 1. Bacia Hidrográfica do Rio Lajeado Tunas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram identificadas 89 espécies arbóreas nativas na Mata Ciliar do BHRLT, distribuídas em 30 famílias (também foram identificadas sete espécies exóticas). A família mais representativa foi Fabaceae (Leguminosae) com 15 espécies (16,8%), seguida de Myrtaceae com 10 (11,2%), Euphorbiaceae e Rutaceae com sete (7,9%) cada e Sapindaceae com seis (6,7%) (Tab. I). Dessas 89 espécies, quando a sua categoria sucessional, 35 (39,3%) são secundárias iniciais, 30 (33,7%) secundárias tardias, 22 (24,7%) são pioneiras e somente duas (2,3%) são de sub-bosque. Quanto à forma de dispersão de suas sementes 58 (65,4%) delas apresentam dispersão zoocórica, enquanto 23 (25,8%) são anemocóricas, e somente oito (9%) delas são autocóricas. Não foram encontradas espécies clímax características de ambientes mais estáveis (VACCARO et al., 1999). JACOMASSA (2005) em levantamento da flora arbórea Ciliar do Rio Lajeado Tunas no Parque Municipal de Turismo e Lazer da Faguense inserido na BHRLT usando o método de parcelas, amostrando 0,1 ha, registrou 29 espécies nativas e 12 famílias, sendo as 2

espécies mais abundantes Sebastiana brasiliensis, S. commersoniana, Diatenopteryx sorbifolia, Eugenia uniflora, Allophylus edulis e Campomanesia xantocarpa plantas pioneiras, JACOMASSA et al. (2007) também fazendo um levantamento por parcelas em 0,5 ha da Mata Riparia da bacia encontraram 40 espécies nativas pertencentes a 16 famílias, onde 5 (E. uniflora, Sebastiana brasiliensis, Helietta apiculata, D. sorbifolia e C. xantocarpa) das 6 espécies mais abundantes eram também plantas pioneiras. Esses trabalhos indicam estágio sucessional na Mata Riparia da bacia, caracterizando-a como uma mata secundária avançada, em que houve ação antrópica como retirada seletiva e total de espécies arbóreas, o que pode ser observado em ao longo da mesma. BUDKE et al. (2005) fazendo levantamento por parcelas em 1 ha de uma floresta ribeirinha em Santa Maria, Rio Grande do Sul, nos domínios da Floresta Estacional Decidual encontraram 54 espécies arbóreas pertencentes a 26 famílias, destas 75,9% eram zoocóricas, 18,5% anemocóricas e 5,6% autocóricas, sendo Myrtaceae a espécie com maior número de espécies arbóreas (16), seguido de Fabaceae (5), Euphorbiaceae, Sapindaceae e Flacourtiaceae (3), sendo Gymnantes concolor, Eugenia uniflora, Sebastiana commersoniana, e S. brasiliensis as espécies mais abundantes, já ARAUJO et al. (2004) fazendo levantamento por transectos em 0,7 ha de uma floresta ribeirinha na bacia do Rio Jacuí em Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul, também nos domínios da Floresta Estacional Decidual encontraram 49 espécies arbóreas pertencentes à 21 famílias, sendo Myrtaceae a família com maior número de espécies (11), seguida de Fabaceae (7), Rubiaceae (4), Euphorbiaceae, Sapindaceae e Sapotaceae (3). Os resultados de BUDKE et al. (2005) e ARAUJO et al. (2004), foram muito semelhantes com os dados aqui apresentados mostrando que Myrtaceae e Fabaceae sempre estão entre as famílias com maior número de espécies nas matas ribeirinhas das Florestas Estacionais Deciduais do Rio Grande do Sul. O trabalho de BUDKE et al. (2005) foi semelhante aos trabalhos de JACOMASSA (2005) e JACOMASSA et al. (2007) realizados na BHRLT, mostrando que as espécies mais abundantes são sempre pioneiras. Os dados deste trabalho, reforçado pelos de BUDKE et al. (2005) mostram que a maioria das espécies encontradas nas matas ribeirinhas das Florestas Estacionais Deciduais possui dispersão zoocórica mostrando o grande potencial de recuperação e regeneração dessas áreas, já que é a dispersão de sementes feita pelos frugívoros que inicia o processo de sucessão vegetal (GRIFFITH et al., 1996). Apesar de protegida pela legislação ambiental (Lei n.º4.777/65) a Mata Ciliar da BHRLT continua sendo alterada, restando 56% da sua cobertura original em área de APP. As atividades agropecuárias associadas ao uso de queimadas e extrativismo florestal são apontadas como as principais causas da fragmentação florestal e degradação dos ecossistemas associados às bacias hidrográficas (PAINE & RIBIC, 2002; CORBACHO et al., 2003; BATTILANI et al. 2005). A lista de espécies aqui apresentada traz JACOMASSA ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS informação sobre quais espécies podem ser usadas para recuperação da mata ciliar da bacia Hidrográfica do Rio Lajeado Tunas e outras matas ciliares de Florestas Estacionais Deciduais no Rio Grande do Sul, traz ainda informações da mata ciliar do Alto Uruguai além de poder servir de base para trabalhos futuros. AGRADECIMENTOS O Autor agradece a Lisiane Zanella pelos dados cedidos sobre a bacia, a Juliane Bruxel pela confirmação da espécie de Cactaceae, aos moradores ribeirinhos e por fim aos revisores anônimos pelas sugestões. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, M.M.; LONGHI, S.J.; BRENA, D.A.; BARROS, P.L.C.; FRANCO, S. Análise de agrupamento da vegetação de um fragmento da Floresta Estacional Decidual Aluvial, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. Ciência Florestal, v. 14, n. 1, p. 133-147, 2004. BATTILANI, J.L.; SCREMIN-DIAS, E.; SOUZA, A.L.T. Fitossociologia de um trecho de mata ciliar do rio da Prata, Jardim, MS, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.19, n.3, p. 597-608, 2005. BUDKE, J.C.; ATHAYDE, E.A.; GIEHL, E.L.H.; ZÁCHIA, R.A.; ESINGER, S.M. Composição florística e estratégias de dispersão de espécies lenhosas em uma floresta ribeirinha, arroio Passo das Tropas, Santa Maria, RS, Brasil. Iheringia, Série Botânica, v. 60, n. 1, p. 17-24, 2005. CARPANEZZI, A. A. Benefícios Indiretos da Floresta. In: Galvão, A. P. M. (ed.) Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais: Um guia para ações municipais e regionais. EMBRAPA. Brasília - DF, p. 19-55. 2000. CORBACHO, C.; SANCHEZ, J.M.; COSTILLO, E. Patterns of structural complexity and human disturbance of riparian vegetation in agricultural landscapes of a Mediterranean area. Agriculture, Ecosystems & Environment, v.95, n.1, p. 495-507, 2003. FILGUEIRAS, T. S. Caminhamento - Um Metodo Expedito Para Levantamentos Florísticos Qualitativos. Caderno de Geociencias, n. 12, p. 39-43, 1994. FONSECA, R.C.B.; RODRIGUES, R.R. Análise estrutural e aspectos do mosaico sucessional de uma floresta semidecídua em Botucatu, SP. Scientia Forestalis, v. 57, p. 27-43, 2000. GRIFFITH, J. J.; DIAS, L. E.; JUCKSCH, I. Recuperação de áreas degradadas usando vegetação nativa. Saneamento Ambiental, v. 37, p. 28-37, 1996. JACOMASSA, F.A.F. 2005. Levantamento da Flora Arbórea Ciliar do Rio Lajeado Tunas no Parque Municipal de Turismo e Lazer da Faguense, Frederico Westphalen, RS. In: I SIMPÓSIO SUL 3

BRASILEIRO DE GESTÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL, 2001, Erechim. Anais, 2005, p. 441-449. JACOMASSA, F.A.F.; RODRIGUES, L.S.; MARTINS, J.F.; PAZINI, K.C.; SIQUEIRA, L.J.; PIZETTA, R.; DAVID, A.; BACHINSKI, E. Análise da vegetação arbórea em fragmento de floresta secundária no município de Frederico Westphalen RS. In: II Fórum Regional e I Fórum Estadual de Conservação e Biodiversidade. Anais. Passo Fundo, 2007. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. v 1. Nova Odessa, SP: Plantarum, 384p. 2002. MARTINS, F.R. Atributos das comunidades vegetais. Quid, v. 9, n. 1/2, p.12-17, 1990. PAINE, L.K.; RIBIC, C.A. Comparison of riparian plant communities under four land managment system in southwestern Wisconsin. Agriculture, Ecosystems & Environment, v.92, n.1, p.93-105, 2002. PIJL, L. van der. Principles of Dispersal in Higher Plants. 2ª ed. Springer-Verlag Berlin, Heidelberg, New York, 161 p. 1972. RAMBO, B. Migration routes of the south brasilian rain florest. Pesquisas, botânica, 12:1-54. 1961. RAMBO, B. A Fisionomia do Rio Grande do Sul. 3ª ed. Unisinos: São Leopoldo-RS, 456 p. 2005. REITZ, R.; KLEIN, R. M.; REIS, A. Projeto Madeira do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: SUDESUL- GERS-IBDF, 525 p. 1988. RUSCHEL, A. R.; NODARI, E. S.; GUERRA, M. P.; NODARI, R. O. Evolução do Uso e Valorização das Espécies Madeiráveis da Floresta Estacional Decidual do Alto-Uruguai-SC. Ciência Florestal, Santa Maria-RS, v. 13, n. 1, p. 153-166, 2003. JACOMASSA ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS RUCHEL, R.A.; NODARI, R. O.; MOERSCHBACHER, B.M. Woody plant species richness in the Turvo State park, a large remnant of deciduous Atlantic forest, Brazil. Biodiversity and Conservation, v. 16, p. 1699-1714, 2007. SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Plantarum: Nova Odessa, SP, 640 p. 2005. TEIXEIRA, E.M.; JACOMASSA, F.A.F. Aspectos da frugivoria por aves em Cupania vernalis Camb. no Médio Alto Uruguai, Sul do Brasil. In: II SIMPÓSIO SUL BRASILEIRO DE GESTÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL, 2001, Erechim. Anais, 2006, p. 169-176. VACCARO, S.; LONGHI, S.J.; BRENA, D.A. Aspestos da composição florística e categogias sucessionais do estrato arbóreo de três subseres de uma Floresta Estacional Decidual, no Município de santa Tereza, RS. Ciência Florestal, Santa Maria, v.9, n.1, p.1-18, 1999. WEISER, V. L.; GODOY, S. A. P. Florística em um hectare de cerrado stricto sensu na ARIE - Cerrado Pé-de-Gigante, Santa Rita do Passa Quatro, SP. Acta Botanica Brasilica, v. 15, n. 2, p. 201-212, 2001. Tabela I. Lista de espécies Arbóreas nativas da mata ciliar da Bacia Hidrográfica do Rio Lajeado Tunas. Famílias/espécies Categoria Sucessional Forma de Dispersão Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze PI ZO Lauraceae Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr. ST ZO Nectandra lanceolata Nees & Mart. ST ZO Nectandra megapotamica (Spreng.) ST ZO Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez SI ZO Ocotea puberula (Reich.) Nees SI ZO Annonaceae Rollinia salicifolia Schlecht. ST ZO Rollinia silvatica Mart. ST ZO Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm. SI ZO Phytolacaceae Phytolacca dioica Linn. SI ZO Cactaceae Cereus hildmannianus K.Schumann PI ZO Myrtaceae Campomanesia guazumifolia (Camb.) Berg. ST ZO 4

JACOMASSA ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS 5 Campomanesia xantocarpa Berg. PI ZO Eugenia involucrata DC. ST ZO Eugenia pyriformis Camb. ST ZO Eugenia schuechiana O. Berg ST ZO Eugenia rostrifolia D.Legrand ST ZO Eugenia uniflora Linn. PI ZO Myrcia selloi (Spreng) N.J.E. SI ZO Myrcianthes pungens (Berg) Legr. ST ZO Plinia trunciflora (Berg) Kausel ST ZO Fabaceae (Leguminosae) Albizia niopoides (Benth.) Burk. SB AN Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbride SI AN Gleditsia amorphoides (Gris.) Taub. SI AN Holocalix balansae Mich. ST ZO Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. SI AU Bauhinia forficata Link PI AU Ateleia glazioviana Baill. PI AN Dalbergia frutescens (Vell.Conc.)Britton SI AN Erythrina falcata Bemth. ST AN Myrocarpus frondosus Allem SI AN Myroxylon peruiferum L.f. ST AN Enterolobium conturtisiliquum (Vel.) Morong SI ZO Inga marginata Willd. SI ZO Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan SI AN Lonchocarpus campestris Mart. ex Benth. PI AN Salicaceae Banara tomentosa Clos ST ZO Casearia decandra Jacq. SI ZO Casearia silvestris Sw. SI ZO Euphorbiaceae Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg. SI AU Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. SI ZO Alchornea triplinervia (Spreng.) SI ZO Sapium glandulatum (Vellozo) Pax PI ZO Sebastiana brasiliensis Spreng. PI AU Sebastiana commersoniana (Baill.) L.B. Smith & R.J.Downs PI AU Tetrorchidium rubrivenium Poepp. & Endl. SI AU Rosaceae Prunus sellowii Koehne SI ZO Cannabaceae Trema micrantha (Linn.) Blume PI ZO Moraceae Ficus insipida Willd. ST ZO Maclura tinctoria D. Don ex Steud. SI ZO Sorocea bonplandii (Baillon) Burg. SI ZO Caricaceae Carica quercifolia Benth. & Hook. F. ex Hieron PI ZO Malvaceae Ceiba speciosa Rabean SI AN Luehea divaricata Mart. SI AN Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. ST AN Esenbeckia febrifuga (A. St. Hil.) A. Juss. SI AU Esenbeckia grandiflora Mart. ST AU Helietta apiculata Benth. PI AN Pilocarpus pennatifolius Lem. SB AN

JACOMASSA ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS 6 Zanthoxyllum hyemale A.St. Hil. SI ZO Zanthoxylum rhoifolium Lam. SI ZO Meliaceae Cabralea canjeraja (Vell.) Mart. ST ZO Cedrela fissilis Vell. SI AN Guarea macrophylla Vahl ST ZO Trichilia claussenii C. DC. ST ZO Trichilia elegans A. Juss. ST ZO Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi PI ZO Sapindaceae Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. PI ZO Allophylus guaraniticus (A. St.-Hil.) Radlk. PI ZO Allophylus puberulus (Cambess.) Radlk. PI ZO Cupania vernalis Camb. ST ZO Diatenopteryx sorbifolia Radlk. PI AN Matayba elaegnoides Radlk. ST ZO Myrsinaceae Rapanea ferruginea (Ruiz et Pav.) SI ZO Rapanea umbellata (Mart. ex DC.) SI ZO Sapotaceae Chysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichl.) Engl. ST ZO Styracaceae Styrax leprosus Hook. & Arn. ST ZO Boraginiaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arrabida ex Steudel SI AN Cordia americana Linn. SI AN Loganiaceae Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. PI ZO Bignoniaceae Jacaranda micrantha Cham. SI AN Tabebuia alba (Cham.) Sandwith SI AN Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo ST AN Lamiaceae Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke ST ZO Solanaceae Solanum granulosoleprosum Dunal PI ZO Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin PI ZO Aquifoliaceae Ilex brevicuspis Reiss. SI ZO Ilex paraguarienses A.St.Hil ST ZO Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera PI AN Legenda: Categoria Sucessional: PI = Pioneira, SI = Secundária Inicial, ST = Secundária Tardia, SB = Sub-bosque. Forma de Dispersão: ZO = Zoocórica, AN = Anemocórica, AU = Autocórica.