ESTUDO DO PROCESSO DE ADSORÇÃO DOS CORANTES- ALARANJADO DE METILA E RODAMINA B - POR ARGILAS ESMECTITICAS DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA, PARAÍBA.

Documentos relacionados
Processo adsortivo de corantes por argilas esmectíticas do município de Boa Vista Paraíba

Adsorção em interfaces sólido/solução

O EFEITO DA ADIÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO NO COMPORTAMENTO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE CORANTE AZUL REATIVO BF-5G EM CARVÃO ATIVADO DE OSSO

Processos de adsorção de corantes em argilas esmectíticas: uma revisão

SÍNTESE DE CARBONIZADO MAGNÉTICO DE AÇÚCAR MASCAVO EM UMA ETAPA PARA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO.

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE INDÚSTRIA DE CUIA COMO UM ADSORVENTE PARA A REMOÇÃO DE CORANTE ORGÂNICO EM SOLUÇÃO AQUOSA

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1Comprimento de onda do corante Telon Violet

ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO POR PALHA DE AZEVÉM (Lolium multiflorum Lam.) TRATADA COM NaOH

ESTUDO EXPERIMENTAL SOBRE O COMPORTAMENTO ADSORTIVO DOS CORANTES REATIVOS VERMELHO BF-4B, AMARELO BF-35 E AZUL BF- 5G NA ARGILA CHOCOBOFE

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

INFLUÊNCIA DO ph NA SORÇÃO DE ÍONS METÁLICOS EM SÍLICA GEL

PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL DA REMOÇÃO DE CORANTE AMARELO REATIVO ATRAVÉS DE ARGILA ESMECTITA

Patricia Cunico, Carina P. Magdalena, Terezinha E. M. de Carvalho,

Cinética e Equilíbrio da Sorção de Corante Direto Preto Krom KJR em Carvão Ativado de Ossos

UTILIZAÇÃO DE ADSORVENTE ALTERNATIVO DE BAIXO CUSTO PARA REMOÇÃO DO CORANTE TARTRAZINA

INFLUÊNCIA DO ph, TRATAMENTO TÉRMICO E ÁCIDO DA ARGILA ESMECTITA NO PROCESSO DE ADSORÇÃO DA SULFANILAMIDA EM SOLUÇÃO AQUOSA

ADSORÇÃO DE AZUL DE METILENO SOBRE CARVÃO ATIVO

REMOÇÃO DE DICLOFENACO DE POTÁSSIO USANDO CARVÃO ATIVADO COMERCIAL COM ALTA ÁREA DE SUPERFÍCIE

PALIGORSQUITA ATIVADA TERMICAMENTE VISANDO A ADSORÇÃO DE Pb +2. Ministro Petrônio Portela - Bairro: Ininga, CEP /Teresina PI

II CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DO CORANTE REATIVO AZUL 5G EM CASCA DE ARROZ E CASCA DE SOJA COMO BIOSSORVENTES

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DA CASCA DE ARROZ

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DE BTEX POR NANOESTRUTURA ADSORVENTE CONFECCIONADA COM ARGILA ESMECTITA DE ORIGEM BRASILEIRA

ESTUDO DA REMOÇÃO DE CORANTES REATIVOS PELO PROCESSO DE ADSORÇÃO USANDO ARGILA CHOCOBOFE IN NATURA

REMOÇÃO DE CÁTIONS METÁLICOS UTILIZANDO ZEÓLITA HBEA

REMOÇÃO DE CORANTE AMARELO BF-3R UTILIZANDO ARGILA VERDE-LODO COMO ADSORVENTE

CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE CARBONO ATIVADO NA REMOÇÃO DE CORANTES ANIÔNICOS.

Utilização de lama vermelha tratada com peróxido de BLUE 19

UTILIZAÇÃO DO PÓ DE SERRAGEM COMO ADSORVENTE ALTERNATIVO NA REMOÇÃO DE VERDE DE MALAQUITA

AVALIAÇÃO DE CARVÃO ATIVADO DE BABAÇU PARA A ADSORÇÃO SELETIVA DE CORANTE REATIVO BF-5G

Adsorção do corante Rodamina B de soluções aquosas por zeólita sintética de cinzas pesadas de carvão


VIABILIDADE DO USO DA CASCA DE BANANA COMO ADSORVENTE DE ÍONS DE URÂNIO

Eixo Temático ET Tratamento de Efluentes Sanitários e Industriais

ANÁLISE ESTATÍSTICA DA ADSORÇÃO DO TEOR DE CHUMBO EM EFLUENTE SINTÉTICO UTILIZANDO ARGILA CHOCOBOFE

O uso de Lama Vermelha ativada a diferentes temperaturas como meio adsorvedor de baixo custo para corante reativo

ESTUDO TERMODINÂMICO DA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL 5G POR ARGILA BENTONITA SÓDICA NATURAL

INVESTIGAÇÃO DA ADSORÇÃO DO CORANTE VERMELHO PONCEAU SOBRE CARVÃO COMERCIAL DE ORIGEM ANIMAL

Estudo da adsorção do corante azul de metileno em caulinita rosa

Uso de vermiculita revestida com quitosana como agente adsorvente dos íons sintéticos de chumbo (Pb ++ )

ADSORÇÃO DO CORANTE RODAMINA B UTILIZANDO CARVÃO ATIVO.

ADSORÇÃO DOS CORANTES AZUL REATIVO CI 222 E AZUL ÁCIDO CI 260 COM RESÍDUOS SÓLIDOS AGRÍCOLAS E LODO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES.

CELULOSE FOSFATADA COM ÁCIDO METAFOSFÓRICO PARA REMOÇÃO DE CORANTES

Adsorção de Rodamina B em Argilas Montmorillonitas Paraibanas beneficiadas por moagem e peneiramento.

Estudo Termodinâmico da Adsorção de Zinco em Argila Bentonita Bofe Calcinada

SORÇÃO DE NI E AZUL DE METILENO EM ESMECTITA DE RIO BRANCO ACRE SOB TRATAMENTO COM CÁTION ORGÂNICO

II ADSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL REATIVO AZUL 5G PELO BIOSSORVENTE MACRÓFITA AQUÁTICA SALVINIA SP

PÓ DE ACIARIA MODIFICADO UTILIZADO EM PROCESSO DE DESCONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS CINÉTICOS DE ADSORÇÃO DE ÍONS DOS METAIS DE TRANSIÇÃO UTILIZANDO O MODELO DE AVRAMI

REMOÇÃO DO CORANTE VERDE MALAQUITA EM ARGILA BENTONITA ATIVADA EM MEIO ÁCIDO E MAGNETITA

ADSORÇÃO DE CORANTE ALIMENTÍCIO ARTIFICIAL AMARANTO POR FARELO DE SOJA.

FUNCIONALIZAÇÃO DA CELULOSE COM CISTEAMINA: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E ADSORÇÃO

INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE SAIS NA ADSORÇÃO DO CORANTE VERMELHO PROCION UTILIZANDO ALUMINA ATIVADA

Albert Frederico Barbosa Bittencourt (PIBIC/CNPq/FA/UEM), Maria Angélica Simões Dornellas de Barros (Orientadora),

Adsorção de corante direto preto Krom KJR pelo adsorvente macrófita aquática Pistia stratiote

Remoção do Corante Têxtil Azul 5G Empregando Casca de Soja como Biossorvente

ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CARBENDAZIM EM BANANA.

INTERFACE SÓLIDO - LÍQUIDO

REMOÇÃO DO CORANTE REATIVO REMAZOL VERMELHO EMPREGANDO O PROCESSO DE ADSORÇÃO

Adsorção do corante têxtil turquesa remazol utilizando a eichornia azurea (raiz, caule e folha) como bioadsorvente

SÍNTESE DE BIODIESEL UTILIZANDO ARGILA BENTONÍTICA NATURAL E IMPREGNADA COMO CATALISADOR

Adsorção de íons Zn 2+ pelo bagaço da uva Isabel em meio aquoso

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DA ARGILA ORGANOFILICA

TRATAMENTO DE EFLUENTES (CORANTE REATIVO AZUL BF-5G) UTILIZANDO ARGILA BRASGEL COMO ADSORVENTE

USO DE RESÍDUOS TRATADOS PARA ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL BRILHANTE REMAZOL EM EFLUENTE SINTÉTICO

ESTUDO DA ADSORÇÃO E DESSORÇÃO DO CORANTE AZUL REATIVO BF-5G EM CARVÃO ATIVADO DE OSSO

Adsorção de Ácido Laranja 8 de solução aquosa sobre zeólitas sintetizadas a partir de cinzas leves de carvão modificadas por surfactante

Avaliação da Argila Chocolate B (natural e modificada ácida e termicamente) na descontaminação de efluentes têxteis.

TRATAMENTO DE EMULSÕES ÓLEO/ÁGUA UTILIZANDO A ARGILA VERMICULITA HIDROFOBIZADA

UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE ERVA-MATE COMO MATERIAL ADSORVENTE DO CORANTE AZUL DE METILENO. Jardim La Salle, CEP: Toledo, PR, Brasil

CINÉTICA DE ADSORÇÃO DO PARACETAMOL EM CARBONO ATIVADO COMERCIAL.

ADSORÇÃO DO CORANTE VERMELHO DO CONGO SOBRE TERRRA DE BRANQUEAMENTO RECICLADA DO PROCESSO DE CLARIFICAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS.

ADSORÇÃO DE ÍNDIGO DE CARMIM EM BIOMASSA SECA DE Pistia stratiotes

CORANTE REATIVO VERMELHO REMAZOL RGB EM CARVÃO ATIVADO COMERCIAL E LODO GASEIFICADO PROVENIENTE DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL

Obtenção das curvas de ruptura de adsorção do corante reativo Azul 5G utilizando escamas do peixe Oreochromis niloticus

REMOÇÃO DO CORANTE REMAZOL VERMELHO RB UTILIZANDO CASCA DE AMENDOIM COMO ADSORVENTE.

REJEITO DE XISTO COMO ADSORVENTE PARA REMOÇÃO DE FENOL EM ÁGUAS PRODUZIDAS NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO.

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO CLORÍDRICO NA ATIVAÇÃO ÁCIDA DA ARGILA BENTONÍTICA BRASGEL

DESSORÇÃO DO CORANTE COMERCIAL AZUL 5G A PARTIR DO ADSORVENTE CASCA DE SOJA

AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL BF-5G UTILIZANDO ARGILA CHOCOBOFE NATURAL

ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE RODAMINA B EM ARGILA NATURAL

ESTUDO DA REMOÇÃO DE CONTAMINANTE INORGÂNICO (ZINCO) DE EFLUENTE SINTÉTICO UTILIZANDO ARGILA CINZA

REMOÇÃO DE TOLUENO POR ADSORÇÃO USANDO UMA ARGILA ESMECTÍTICA ORGANOFÍLICA

MECANISMO DE ADSORÇÃO DE PARACETAMOL EM CARVÕES DE ORIGEM NACIONAL

PALIGORSQUITA E SEPIOLITA ORGANOFUNCIONALIZADAS APLICADAS A ADSORCÃO DE CORANTES ANIÔNICOS OU CATIÔNICOS

ESTUDO DA VIABILIDADE DE USO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA COMO ADSORVENTE ALTERNATIVO

UTILIZAÇÃO DA FARINHA DA CASCA DE LARANJA COMO BIOADSORVENTE EM EFLUENTES TÊXTEIS

CARGAS ELÉTRICAS DO SOLO. Atributos físicos e químicos do solo -Aula 12- Prof. Alexandre Paiva da Silva INTRODUÇÃO CARGAS ELÉTRICAS E FOTOSSÍNTESE:

UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS: MEMBRANA INORGÂNICA Y E ARGILA CHOCOBOFE PARA AVALIAÇÃO DAS SUAS CAPACIDADES ADSORTIVAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

Synergismus scyentifica UTFPR

ESTUDO DO APROVEITAMENTO DO BAGAÇO DE CAJU RESIDUAL DA PRODUÇÃO DE XILITOL COMO ADSORVENTE DO CORANTE REATIVO AZUL BF-R

ESTUDO DE ADSORÇÃO DO CORANTE ALIMENTÍCIO SINTÉTICO, AMARELO CREPÚSCULO, DE SOLUÇÕES AQUOSAS COM O USO DE MATERIAIS DE BAIXO CUSTO

BIOSSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL AZUL 5G UTILIZANDO O BAGAÇO DE MALTE

ADSORÇÃO E DESSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO UTILIZANDO O PALITO DE ERVA-MATE

Uso de Vermiculita Revestida com Quitosana como Agente Adsorvente dos Íons Sintéticos de Chumbo (Pb ++ )

ESTUDO DA CINÉTICA E EQUILÍBRIO DA ADSORÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA DO PETRÓLEO NA REMOÇÃO DE CARBONO ORGÂNICO

5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS E DISCUSSÃO

ADSORÇÃO DO AZUL DE METILENO POR REJEITO DE CAULIM QUIMICAMENTE TRATADO VISANDO SEU USO NA REMOÇÃO DE CORANTE EM SOLUÇÃO AQUOSA*

Física Aplicada 2016/17 MICF FFUP ADSORÇÃO DE LÍQUIDOS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS

SCIENTIA PLENA VOL. 6, NUM

Avaliação do processo adsortivo utilizando bagaço de cana-de- açúcar como material adsorvente na remoção do corante azul de metileno

Transcrição:

STUDO DO PROCSSO D ADSORÇÃO DOS CORANTS- ALARANJADO D MTILA RODAMINA B - POR ARGILAS SMCTITICAS DO MUNICÍPIO D BOA VISTA, PARAÍBA. J. F. Duarte-neto 1,R. R. Menezes 2, G. A. Neves 2, S. M. L. Silva 2. Avenida Aprígio Veloso, 882, CP 5819-97, Campina Grande Paraíba. e-mail: jfernandesdneto@gmail.com 1 Programa de Pós-Graduação em Ciência e ngenharia de Materiais Universidade Federal de Campina Grande. 2 Unidade Acadêmica de ngenharia de Materiais Universidade Federal de Campina Grande RSUMO ste estudo teve como objetivo à verificação do equilíbrio e cinética de adsorção de argilas esmectíticas da Paraíba usando os corantes alaranjado de metila (AM) e rodamina B (RB). A interação corante-argila foi realizada em solução aquosa. A adsorção desses corantes foi observada fazendo o controle dos seguintes parâmetros experimentais: concentração do adsorvente, tempo de contato e ph. O efeito do tempo de contato não foi significativo, uma vez que a adsorção ocorreu em 6 minutos para todas as soluções. A variação da concentração do adsorvente influenciou a capacidade adsortiva, observando-se que a capacidade foi maior na menor concentração de adsorvente. Com a variação do ph os corantes tiveram comportamentos semelhantes em meio ácido, onde adsorveram-se em maior quantidade em ambas as argilas. Os dados ajustaram-se melhor ao modelo de Freundlich e ao modelo cinético de pseudo-segunda ordem. Palavras chaves: smectitas, quilibrio, Cinética, Adsorção. INTRODUÇÃO As argilas possuem aplicações em diversas áreas, dentre suas várias aplicações têm-se destacado nos últimos anos seu uso como adsorventes (1). ntre essas se destacam as argilas esmectíticas. Sua larga aplicabilidade esta associada 1918

a sua elevada área superficial, grande capacidade de troca de iônica e baixo custo (2). A capacidade de troca iônica dos argilominerais é uma propriedade que influencia muito suas características físico-químicas e é provocada pelo desequilíbrio das cargas resultantes das substituições isomórficas, da dissociação de grupos OH- e das ligações incompletas nas arestas dos argilominerais (3). O comportamento de adsorção das esmectitas vem sendo produto de diversas pesquisas em todo o mundo, em virtude do potencial econômico e industrial dos sistemas argila-composto orgânico, principalmente a estabilização de complexos pesticidas-argila, análise do comportamento dos herbicidas catiônicos e das moléculas de corantes orgânicos, e a modificação hidrofóbica das superfícies das argilas (4,5). Deste modo, este estudo tem por objetivo observar o mecanismo de adsorção dessas argilas com corantes de comportamentos químicos distintos, para que sirva de modelos em futuras interações com compostos orgânicos. MATRIAIS MÉTODOS No desenvolvimento desta pesquisa foram utilizadas duas argilas oriundas do município de Boa Vista-PB, denominadas por: Bentonita-Chocolate (AM1) e Bentonita-Chocobofe (AM2). As composições químicas das argilas foram determinadas por fluorescência de raio X (Shimadzu DX-72) e a identificação cristalográfica realizada por difração de raio X (Shimadzu XRD-6). Como adsorbatos foram utilizados dois corantes: alaranjado de metila (VTC, P.A.) e rodamina B (VTC, P.A.). O alaranjado de metila é um corante aniônico e a rodamina B é um corante básico catiônico. Os experimentos para avaliar os processos de adsorção foram realizados em sistema de bateladas e cada ensaio dependeu de diferentes condições experimentais, tais como, o controle de temperatura e de tempo, a modificação do ph e a concentração do adsorbato e do adsorvente. As condições experimentais de temperatura e tempo de contato foram controladas com o uso do agitador orbital com incubação (IKA KS 4i CONTROL). Todos os ensaios foram realizados com velocidade de agitação de 225 RPM. Após as interações corante + argila todos os ensaios foram centrifugados por 5 minutos a 3.6 RPM. Logo após a centrifugação eram medidas as absorbâncias referentes às diferentes interações para se determinar essas 1919

Intensidade (u.a.) Intensidade (u.a.) 21º CBCIMAT - Congresso Brasileiro de ngenharia e Ciência dos Materiais absorbâncias utilizou-se um espectrofotômetro UV-Vis (Perkinlmer UV-VIS Lambda-35), empregando-se uma cubeta de quartzo de caminho óptico de 1, cm. RSULTADOS DISCURSSÃO A Tab. 1 apresenta a composição química de cada argila utilizada no trabalho. Tabela 1 - Composição química das argilas. Amostras SiO 2 Al 2 O 3 Fe 2 O 3 CaO MgO K 2 O TiO 2 PR* AM1 47,48% 15,35% 9,23% 3,21% 2,35%,52%,83% 2,6% AM2 59,92% 12,15% 6,8% 1,69%,9%,22%,58% 19,3% PR* = Perda ao rubro Já a identificação cristalográfica foi realizada através de interpretações dos difratogramas obtidos (Fig. 1), que juntos com as análises das composições químicas das amostras indicam que essas argilas contêm como principal argilomineral as esmectitas (6). 1 75 5 25 Q (a) Q C Q AM1 - smectita Q - Quartzo C - Calcita 6 45 3 15 Cr Q (b) Cr AM2 - smectita Cr - Cristobalita Q - Quartzo 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 2 Theta 2 Theta Figura 1 - Difratogramas: (a) da AM1 e (b) da AM2. Para determinar a quantidade adsorvida do corante no adsorvente é necessário seguir a seguinte equação (q. 1): q. 1 onde Q(mg/g) representa à quantidade adsorvida, C (mg/l) é a concentração inicial do adsorbato, Ce(mg/l) é a concentração de equilíbrio na solução, V (l) é o volume da solução e m (g) é a massa do adsorvente (7,8). Avaliando o tempo de contato e as quantidades adsorvidas nas argilas (Fig. 2), para as interações com rodamina B (AM2-RB e AM1-RB), verificou-se que houve aumento de adsorbato adsorvido na argila com o passar do tempo. 192

Quantidade adsorvida (mg/g) Quantidade adsorvida (mg/g) 21º CBCIMAT - Congresso Brasileiro de ngenharia e Ciência dos Materiais 1 8 6 4 2 AM2-RB AM1-RB AM2-AL AM1-AL 2 4 6 8 1 12 14 16 18 Tempo (min.) Figura 2 feito de tempo de contato no processo de adsorção Observou-se que a quantidade adsorvida do corante até os 6 minutos iniciais do experimento foi crescente, a partir deste tempo houve uma diminuição na taxa de adsorção (9). Analisando a interação das argilas com o alaranjado de metila (AM2- AL e AM2-AL) foi observado que ocorrem pequenas quantidades adsorvidas, esse comportamento é devido à característica dos argilominerais esmectíticos por possuírem cargas negativas na superfície e as moléculas do corante ter natureza aniônica (1,11). A observação da variação de quantidade de adsorvente tanto da AM1 como da AM2 no processo de adsorção da RB (Figura 3), indica que ocorre diminuição na capacidade de adsorção com o aumento da quantidade de adsorvente, esse fato se deu devido aos sítios de adsorção das argilas permanecerem em sua maior parte insaturadas (12). No caso do alaranjado de metila houve baixa variação na concentração inicial, ou seja, adsorveu pouco adsorbato com as diferentes quantidades de adsorvente. 9 AM2-RB AM1-RB AM2-AL AM1-AL 6 3 1 2 Quantidade do adsorvente (mg/l). Figura 3 feito da quantidade de adsorvente no processo de adsorção. 1921

Quantidade adsorvida (mg/g) 21º CBCIMAT - Congresso Brasileiro de ngenharia e Ciência dos Materiais A Figura 4, descreve o efeito da mudança de ph na remoção do AL e da RB, para as amostras dos dois adsorventes. A remoção do AL e do RB diminui drasticamente com o aumento dos valores de ph no intervalo de 3 a 11, para os dois adsorventes. 1 8 AM2-RB AM1-RB AM1-AL AM2-AL 6 4 2 3 6 9 12 ph Figura 4 feito do ph no processo de adsorção. A eficiência dos adsorventes foi avaliada para a RB, pois o AL adsorveu muito pouco nas argilas estudadas. Os mecanismos de controle foram examinados com o auxílio de dois modelos de isotermas e um cinético. Os modelos de isotermas de Langmuir (13) e Freundlich (14) (q. 1 e 2, respectivamente) foram escolhidos no estudo do equilíbrio da adsorção. q.1 Onde Q max (mg/g) é a capacidade máxima adsorvida e K1(L/mg) é a constante de afinidade. q.2 Onde K2 constante de Freundlich, e representa a capacidade de adsorção do sólido ( mg 1-1/n.kg -1.L 1/n ), e n é um parâmetro da equação de Freundlich relacionado a intensidade de adsorção. A Tab. 2 traz as constantes do processo de adsorção de isotermas. No que diz respeito ao estudo cinético, o modelo de equação pseudosegunda ordem (q.3) foi utilizado para examinar e descobrir o mecanismo de adsorção dos corantes (15). 1922

Tabela 2 Parametros dos isotermas de Lagmuir e Freundlich para adsorçã de RB. Amostras Langmuir Freundlich Qmax. (mg.g -1 ) K1 (L.mg -1 ) R 2 1/n K2 (mg 1-1/n.kg -1.L 1/n ) AM1-RB 113,64,17,94,54 2,13,98 AM2-RB 117,65 1,2,98,26 61,79,97 R 2 q.3 Os resultados da Tab.3 sugerem que a adsorção estudada obedeceu o modelo cinético, sugerindo que o mecanismo de adsorção é dependente da concentração do adsorbato. Tabela 3 Constantes cinéticas do processo de adsorção da RB. Amostras Pseudo-segunda ordem Qe (mg/g) K3 (g.mg -1.min. -1 ) R 2 AM1-RB 61,34 2,38. 1-3,99 AM2-RB 11,1 1,6. 1-3,99 Os resultados do fator de correlação (R 2 ), próximo a 1, nos diz que a interação corante e argila ocorre através da quimissorção ou adsorção química (16). CONCLUSÃO As argilas esmectíticas estudadas exibem uma excelente eficiência em adsorver o corante rodamina B, porém para o corante alaranjado de metila apresentaram-se pouco eficiente na adsorção. A adsorção é altamente dependente da concentração do adsorvente e do ph da solução. O ph afeta o comportamento do adsorvente e o grau de ionização dos adsorbatos. A isoterma de Freundlich foi a que apresentou melhor fator de correlação. O modelo cinético de pseudo-segunda ordem foi bem ajustado e afirmou que o tipo de adsorção que ocorre na interação dos corantes com as argilas são adsorções químicas. RFRÊNCIAS 1923

1. HARVY, C. C., LAGALY, G. Conventional Applications. In: Bergaya, F.; Theng, B. K. G., Lagaly, G. (eds). Handbook of Clay Science. lsevier, Amsterdam. Developments in Clay Science, vol 1, p. 51-54, 26. 2. BRIGATTI, M. F.; GALAN,.; THNG, B. K. G. Structures and Mineralogy of Clay Minerals. In: Bergaya, F.; Theng, B. K. G., Lagaly, G. (eds). Handbook of Clay Science. lsevier, Amsterdam. Developments in Clay Science, v. 1, 16-84. 26. 3. SCHOONHYDT, R. A.; JOHNSTON, C. T. Surface and interface chemistry of clayminerals. In: Bergaya, F.; Theng, B. K. G., Lagaly, G. (eds). Handbook of Clay Science. lsevier, Amsterdam. Developments in Clay Science, v. 1, p 87-113,26. 4. YAGUB, M. T.; SN, T. K.; AFROZ, S.; ANG, H. M. Dye and its removal from aqueous solution by adsorption: A review. Advances in Colloidand Interface Science, v.29, p. 172-184, 214. 5. NUMANN, M.G.; GSSNR, F.; CION, A. P. P.; ARTORI, R. A.; CAVALHIRO, C. C. S. Interações entre Corantes e Argilas em Suspensão Aquosa. Química Nova, v. 23, nº6, 2. 6. SANTOS, P. S. Ciência e Tecnologia das Argilas. 2ª ed. São Paulo: dgar Blücher, vol.1, 1989. 7. VIMONSS, V.; LI, S.; JIN, B.; CHOW, C. W. K.; SAINT, C. Kinetic study and equilibrium isotherm analysis of congo red adsorption by clay materials. Chemical ngineering Journal, v.148, p.354-364, 29. 8. ALMIDA, C. A. P.; DBACHR, N. A.; DOWNS, A. J.; COTTT, L.; MLLO, C. A. D. Removal of methylene blue from colored effluents by adsorption on montmorillonite clay. Journal of Colloid and Interface Science, v. 332, p. 46-53, 29. 9. GRAUR, Z.; MALTR, A. B.; YARIV, S.; AVNIR, D. Sorption of rhodamine B by montmorillonite and laponite. Colloids and Surfaces, v. 25, p. 41-65, 1987. 1. BASKARALINGAMP.;PULIKSI, M.;LANGO, D.;RAMAMURTHI, V.;SIVANSAN S. Adsorption of acid dye onto organobentonite.journal Hazardous Materials,v.128,p. 138 144, 26. 11. CRINI, G. Non-conventional low-cost adsorbents for dye removal: a review, Bioresource Technology, v. 97, p 161 185, 26. 12. HONYMAN, B.D., SANTSCHI, A.H. Metals in aquatic systems.nvironmental Science Technology, v. 22, 862 869, 1988. 1924

13. LANGMUIR, I. The constitution and fundamental properties of solids and liquids.part I. Journal of the American Chemical Society, v.38, p. 2221-2295, 1916. 14. FRUNDLICH, H. Concerning adsorption in solutions. Zeitschrift fur Physikalische Chemie-Stochiometrie und Verwandtschaftslehre, v.57, p. 385-47, 196. 15. HO, Y.S.; MCKAY, G. Pseudo-Second Order Model for Sorption Processes. Process Biochemistry, v. 34, p. 451-465, 1999. 16. ALKAN, M.; DMIRBAS, O.; DOGAN, M. Adsorption kinetics and thermodynamics of an anionic dye onto sepiolite. Microporous and Mesoporous Materials, v.11, p. 388-396, 27. ABSTRACT ADSORPTION STUDY OF DYS MTHYL ORANG AND RHODAMIN B ON BNTONITS FROM BOA VISTA, PARAIBA. This study aimed to check the equilibrium and adsorption kinetics of smectite using the dyes - methyl orange (AM) and rhodamine B (RB). The interaction (dye-clay) was performed in aqueous solution. The adsorption of these dyes was observed analyzing the control of the following experimental parameters: initial concentration of the adsorbate and the adsorbent; contact time; ph and temperature. The effect of contact time was not significant, since the adsorption occurred within 6 minutes for all dispersions. Through the isotherm was observed that the amount of adsorbed RB increased with decreasing temperature and increasing the initial concentration of the adsorbent. The dyes had similar behavior in acidic medium, where it was adsorbed in greater amounts in both clays. The data were best fitted to Freundlich model and the kinetic model of pseudo-second order. Key-words: Smectite, Kinetic, quilibrium, Adsorption. 1925