INTERNAÇÕES DE IDOSOS NO BRASIL POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO NO PERÍODO DE 1998 A 2015

Documentos relacionados
diferenciação adotados foram as variáveis: gênero, faixa etária, caráter do atendimento e óbitos.

CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM DOENÇAS CEREBROVASCULARES HC-UFG

Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006.

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA HIPERDIA EM HIPERTENSOS NO DISTRITO DE ITAIACOCA

PERFIL DOS PACIENTES ACIMA DE 60 ANOS CADASTRADOS NO HIPERDIA NO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA-PB

MORBIDADE HOSPITALAR E MORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS: RECIFE, 2016 e 2017

CARACTERIZAÇÃO DA MORBIMORTALIDADE DE IDOSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

DOENÇAS CRÔNICAS: Câncer de Mama e Colo do Útero, Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.

PREVALÊNCIAS COMPARADAS DOS INTERNAMENTOS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA ENTRE MARINGÁ, PARANÁ E BRASIL

Indicadores de Doença Cardiovascular no Estado do Rio de Janeiro com Relevo para a Insuficiência Cardíaca

SITUAÇÃO CADASTRAL DE IDOSOS DO RIO GRANDE DO NORTE NO SIS/HIPERDIA

INCIDÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM IDOSOS NA REGIÃO CENTRO-OESTE NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

Ações de prevenção e controle da doença renal crônica no Estado de Mato Grosso

PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA

J. Health Biol Sci. 2016; 4(2):82-87 doi: / jhbs.v4i2.659.p

PREVALENCIA DAS DOENÇAS CRONICAS NÃO-TRANSMISSIVEIS EM IDOSOS NO ESTADO DA PARAIBA

Avaliação da glicemia e pressão arterial dos idosos da UNATI da UEG-GO

COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL EM PACIENTES QUE ADERIRAM A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA O CONTROLE DA HIPERTENSÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

ANÁLISE DO PERFIL DOS HIPERTENSOS DE JOÃO PESSOA/PB

Atraso na admissão hospitalar de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico: quais fatores podem interferir?

FATORES DE ADESÃO MEDICAMENTOSA EM IDOSOS HIPERTENSOS. Nilda Maria de Medeiros Brito Farias. Contexto. População mundial envelhece

ÓBITOS DE IDOSOS POR DEMÊNCIAS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL: PANORAMA DE UMA DÉCADA

PERFIL DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

(83)

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

CUIDADOS FARMACÊUTICOS NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA DO PET-FARMÁCIA/UEPB COM PACIENTES HIPERTENSOS

Diferenciais sociodemográficos na prevalência de complicações decorrentes do diabetes mellitus entre idosos brasileiros

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

PERFIL SOCIO DEMOGRAFICO E ARRANJO DOMICILIAR DE IDOSOS CADASTRADOS NO HIPERDIA

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HIPERTENSOS E HIPERTENSO/DIABÉTICOS

ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA FARMÁCIA DE UMA COMUNIDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE RELATO DE EXPERIÊNCIA.

HORÁRIO DE APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS CIENTIFICOS APROVADOS NA MODALIDADE PÔSTER.

DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÃO ATENDIDA DURANTE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR

FATORES DE RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES HIPERTENSOS E DIABETICOS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE TRATAMENTO EM RIO VERDE/GO.

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO E MEDICAÇÕES UTILIZADAS PELOS IDOSOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Seminário Preparatório da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde 5 de agosto de 2011

PERFIL FUNCIONAL E CLÍNICO DE INDIVÍDUOS ACOMETIDOS COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

MORBIMORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSA DE JOÃO PESSOA- PB

CONTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA HIPERDIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE DOENÇAS CRÔNICAS À PESSOA IDOSA INTRODUÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Faculdade de Medicina Departamento de Medicina Social. Curso de Especialização em Saúde Pública

Transições epidemiológica e demográfica

A inserção da liga de neurociências no projeto nacional de prevenção do AVC

MORBIDADE E MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA E PRÓSTATA NO RECIFE

Análise da demanda de assistência de enfermagem aos pacientes internados em uma unidade de Clinica Médica

HIPERDIA EM SÃO LUÍS DOS MONTES BELOS: SITUAÇÃO ATUAL E INTERVENÇÕES DO PET-SAÚDE.

MORBIDADE POR PNEUMONIA EM IDOSOS NA PARAÍBA

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: ANÁLISE DA MORTALIDADE NO PIAUÍ EM COMPARAÇÃO COM O PERFIL NORDESTINO E BRASILEIRO EM UM PERÍODO DE 5 ANOS

Prevalência de Doenças Cardiovasculares e Respiratórias em Idosos da Comunidade

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem, Idoso, Educação em saúde, Hipertensão Arterial Sistêmica.

FATORES DETERMINANTES DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM DOIS GRUPOS DE HIPERDIA EM UM MUNICÍPIO GOIANO. 1

ANÁLISE DESCRITIVA DA MORBIMORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM IDOSOS NO BRASIL

CÂNCER DE PULMÃO EM IDOSOS NO BRASIL: É POSSÍVEL VENCER ESTA BATALHA?

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

FACULDADE ICESP INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

DATA HORÁRIO TITULO. A MAPA e seu valor de preditividade para doença hipertensiva gestacional em adolescentes primíparas.

EPIDEMIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ESTUDO POPULACIONAL NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS - MS

Fatores de risco associados ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) em hipertensos no estado do Piauí Prática Educacional

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS AVE / AVC. Profª. Tatiane da Silva Campos

PREVALÊNCIA DA HIPERTENÇÃO ARTERIAL SISTEMICA EM IDOSOS PERTENCENTES AO GRUPO DE CONVÍVIO DA UNIVERSIDADE ABERTA A MATURIDADE EM LAGOA SECA-PB.

PERFIL DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES DE IDOSOS POR DOENÇAS CRÔNICAS NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Utilização de diretrizes clínicas e resultados na atenção básica b

Case Hospital Alemão Oswaldo Cruz

INTERNAÇÕES HOSPITALARES DE IDOSOS POR PROBLEMAS PROSTÁTICOS NO CEARÁ NO PERÍODO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DA LEPTOSPIROSE EM UMA COMUNIDADE NO MUNICÍPIO DE RECIFE-PE

CÓDIGO DE AGENDAMENTO TIPO NA SITUAÇÃO DATA DE APRESENTAÇÃO HORÁRIO

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

EXERCÍCIO FÍSICO NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

PERFIL DE MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM MARINGÁ-PARANÁ ( )

VI CONGRESSO DE HIPERTENSÃO DA. HiperDia, desafios futuros e o que esperar?

& REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

Cadastro metas para Indicadores de Monitoramento e Avaliação do Pacto pela Saúde - Prioridades e Objetivos Estado: GOIAS

INCOR E SBH FAZEM CAMPANHA DE COMBATE À HIPERTENSÃO

Informe Epidemiológico Influenza

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES: Recife, 2006 a 2016

O IMPACTO DE CONDIÇÕES CRÔNICAS NA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE (SF-36) DE IDOSOS EM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL ISA-SP.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Medicina Departamento de Medicina Social Especialização em Saúde Pública

Recebido: 07/12/2018 Revisado: 10/12/2018 Aceito: 20/12/2018 Publicado: 21/12/2018

Palavras-chave: hipertensão arterial, educação em saúde, prevenção. (83)

REVISÃO DE LITERATURA: A INCIDENCIA DE CÂNCER DE PRÓSTATA RELACIONADA À FAIXA ETARIA NO MUNICÍPIO DE PELOTAS- RS.

Saúde do Homem. Medidas de prevenção que devem fazer parte da rotina.

CARACTERIZAÇAO SOCIODEMOGRÁFICA DE IDOSOS COM NEOPLASIA DE PULMAO EM UM HOSPITAL DE REFERENCIA EM ONCOLOGIA DO CEARA

A implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas para organização da Rede Hiperdia Minas.

Gastos com internações na saúde pública e a sua relação com a estrutura etária: uma análise com base nos dados de 2010 para o Distrito Federal

INVESTIGAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES DE RISCO PARA O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E FAIXA ETÁRIA EM NATAL-RN

6º Simposio de Ensino de Graduação PERFIL DE POPULAÇÃO HIPERTENSA ATENDIDA EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, TIETÊ-SP, 2008.

ABRANGÊNCIA METODOLOGIA

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

CUIDADOS DOMICILIARES À IDOSOS: LEVANTAMENTO DO PERFIL E IMPORTÂNCIA DO CUIDADO E EDUCAÇÃO DOS CUIDADORES DE IDOSOS

Rede Médicos Sentinela: instrumento de observação e investigação em saúde

Dra Eliane Guimarães Área de Gestão de Saúde PROGRAMA PARA VIVER MELHOR

Avaliação do Risco Cardiovascular

ALTERAÇÕES NOS PÉS DE IDOSOS HOSPITALIZADOS: UM OLHAR CUIDADOSO DA ENFERMAGEM

Almir Aguiar Marques Neto TURMA E Bárbara Rachel Lima Barreto TURMA E

Melhoria da atenção à saúde de hipertensos e/ou diabéticos, na Unidade Básica Avançada de Saúde Dirceu Arcoverde, Vila Nova do Piauí/PI.

Transcrição:

INTERNAÇÕES DE IDOSOS NO BRASIL POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO NO PERÍODO DE 1998 A 2015 Bartolomeu Fagundes de Lima Filho; Adriana Guedes Carlos; Vanessa da Nóbrega Dias; Fabieli Pereira Fontes; Juliana Maria Gazzola. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, Curso de Mestrado. INTRODUÇÃO E-mail para correspondência: bartolomeu_fagundes2@hotmail.com As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são caracterizadas como problemas de saúde, que podem ser agravados por diversos fatores e ainda são muito prevalentes e incidentes no mundo atual. Atingem todos os países do mundo, porém têm um poder alastrante nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Outra de suas características é o fato de não haver uma cura específica, mas um tratamento eficaz sempre é bem descrito (LEITE et al., 2015). Dentre as DCNT mais prevalentes no Brasil, as mais comuns são hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças vestibulares (DVest), doenças vasculares (DVasc), dentre outras (VERAS, 2012). Apesar de o tratamento das DCNT ser bem discutido na literatura médica, elas constituem um problema de saúde pública, implicando em gastos e preocupação com o controle das mesmas (MATHIAS, JORGE, 2004). Dentre as doenças citadas, o Acidente Vascular Encefálico (AVE) é bastante prevalente nessa população e é um dos itens das doenças vasculares, causando uma mortalidade importante e uma sobrevida com muitas limitações. Em países desenvolvidos, 1 (um) em cada 20 adultos será vítima do AVE, dado esse alarmante para a saúde do país (FEIGIN et al., 2009). O AVE se divide em isquêmico e hemorrágico, este último com maior número de mortalidade. O AVE isquêmico (AVEI) é o instrumento da presente pesquisa. Apenas analisando os dados de sobrevida, morbimortalidade, prevalência e incidência dessas doenças é que se pode elaborar políticas e reduzir gastos públicos. Para isso, o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) surgiu, em 1991, com o intuito de fornecer dados sobre doenças no Brasil a partir da notificação do Sistema Único de Saúde (SUS). Desta forma, o objetivo do presente estudo é avaliar a internação por AVEI e síndromes correlatas no Brasil por regiões geográficas nos últimos 18 anos, através do sistema do DATASUS. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo ecológico de bases populacionais com abordagem analítica e dados coletados no Sistema de Internação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) DO DATASUS referentes aos anos de 1998 até 2015. As estratégias de busca abrangeram todas as unidades federativas do Brasil e estão no endereço eletrônico do DATASUS 1, compreendendo os seguintes domínios do site: Informações de saúde (TABNET) Epidemiológicas e Morbidade Geral, por local de residência de 1984 a 2007 e a partir de 2008 com abrangência geográfica do Brasil por Região e Unidades de Federação conteúdo de internação todas as categorias de regime Lista de morbidade do CD-10 de acidente vascular cerebral isquêmico transitório e síndromes correlatas faixa etária acima de 60 anos. Houve estratificação dos dados por Unidade Federativa e por idade (60-69 anos, 70-79 anos, 80 anos ou mais). Foi realizada uma análise descritiva no software SPSS versão 20.0. RESULTADOS Como esperado, a maior quantidade de internações ocasionadas pelo AVEI foi da região sudeste, provavelmente devido à sua maior população. Ao passo que a menor quantidade deu-se na região norte, provavelmente por sua menor população. Um dos achados mais importantes foi a diminuição exponencial de internações nessas faixas etárias do estudo no ano de 2002, assim como demonstrado nos gráficos 1, 2 e 3. A faixa etária com menos internação por AVCI é a de 80 anos ou mais, provavelmente por possuir menos indivíduos. Gráfico 01: Internação por AVEI de idosos de 60-69 anos. FONTE: DATASUS 1 Site de referência do DATASUS: http://www2.datasus.gov.br/datasus/index.php?area=0201

Gráfico 02: Internação por AVEI de idosos de 70-79 anos. FONTE: DATASUS Gráfico 03: Internação por AVEI de idosos de 80 anos ou mais. FONTE: DATASUS

DISCUSSÃO O AVE é uma das maiores causas de morte e de morbidade no Brasil e destaca-se das DCNT pelo fato de gerar grande incapacidade nos sobreviventes. Ainda, o Brasil é o país que apresenta mais óbitos por AVE da América Latina, com predominância do gênero feminino. Sendo assim, as políticas de controle desses problemas podem gerar um impacto marcante na sociedade (GARRITANO et al., 2011). O DATASUS registrou um número importante de internações por doenças cardiovasculares em 2005. Ao total, foram 1.180.184 casos de internamento por essas doenças. Mesmo que a mais citada tenha sido a insuficiência cardíaca, não exclui o feito do AVC, que está dentre as mais perigosas e as mais incidentes. O custo global para sanar e prestar assistência para esses casos foi de R$ 1.323.775.008,28 neste ano (Brasil, 2002). De todos os anos estudados, o ano de 1999 foi o que apresentou uma maior taxa de internação por AVCI. Em contraste a isso, uma queda abrupta desses valores se deu no ano de 2002, com os menores registros encontrados. O ano de 2008 também merece destaque dentre as três faixas etárias pelo aumento gradativo destes casos, mas não se compara ao período anterior a 2002. Apesar de não haver relação explícita entre esses anos, houve um marco importante para a saúde pública do Brasil no ano de 2012, a criação do programa do HiperDia. Todos os registros sofreram um decréscimo a partir desse ano, provavelmente por esse fator. Um dos benefícios do Hiperdia é orientar os gestores públicos na adoção de estratégias de intervenção. Permite conhecer o perfil epidemiológico da HA e do DM na população (DATASUS, 2016). Quantifica os pacientes por patologias e sexo, possibilita obter percentuais de: faixa etária, raça, escolaridade, tabagismo, sedentarismo, sobrepeso/obesidade, antecedentes familiares, sequelas e absenteísmo. Tem possibilidade de avaliar os óbitos ocorridos, medicamentos utilizados e quantidades, risco cardiovascular e grau de compensação dos pacientes com DM (CHAZAN, PEREZ, 2008). O programa do Hiperdia é de suma relevância para os pacientes diabéticos e hipertensos, pela questão da adesão ao tratamento e conscientização sobre as mudanças no estilo de vida. A melhor forma de realizar esse trabalho é através de palestras educativas e/ou orientações individuais, explicando e esclarecendo a população da importância da prevenção e do controle dessas doenças, pelo cumprimento correto do tratamento (LIMA, GAIA, FERREIRA, 2012). Seria provável que a implementação do Programa do HiperDia tenha sido o fator causador dessa diminuição evidente do número de internações por AVCI. As orientações sobre as medidas preventivas deste problema de saúde e de como proceder quando se suspeita que esteja passando pelo problema foram medidas adotadas para que houvesse um maior controle. A efetividade desse programa toma uma proporção gigantesca na sociedade brasileira e vem apontar que o país carece de programas tão atuantes quanto esse.

CONCLUSÃO Apesar do número alto de casos de internação por AVCI na população idosa do país, a criação do Programa do HiperDia pode ter sido o fator causador da diminuição abrupta da quantidade de internações no ano de 2002. Mesmo com o aumento desse número após a instalação do programa, ainda nota-se até hoje a influência que o mesmo possui na sociedade brasileira e na qualidade do serviço de saúde oferecido. Isso vem demonstrar que a efetividade das políticas públicas de saúde é real, palpável e importante para diminuir os demarcadores negativos de uma sociedade. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Cadernos de Informações de saúde Pernambuco 2008. CHAZAN, Ana Cláudia; PEREZ, Edson Aguilar. Avaliação da implementação do sistema informatizado de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos (Hiperdia) nos municípios do estado do estado do Rio de Janeiro. Revista aps. Rio de Janeiro, v. 11, n.1, p.10-16, jan./mar. 2008. FEIGIN, Valery L. et al. Worldwide stroke incidence and early case fatality reported in 56 population-based studies: a systematic review. The Lancet Neurology, v. 8, n. 4, p. 355-369, 2009. GARRITANO, Célia Regina et al. Análise da tendência da mortalidade por acidente vascular cerebral no Brasil no século XXI. Arq Bras Cardiol, v. 98, n. 6, p. 519-27, 2012. LEITE, Marinês Tambara et al. Doenças crônicas não transmissíveis em idosos: saberes e ações de agentes comunitários de saúde. Rev. pesqui. cuid. fundam.(online), v. 7, n. 2, p. 2263-2276, 2015. LIMA, Aisleide de Souza; GAIA, Edviges de Souza Magalhães; FERREIRA, Micherllaynne Alves. A importância do Programa Hiperdia em uma Unidade de Saúde da Família do município de Serra Talhada PE, para adesão dos hipertensos e diabéticos ao tratamento medicamentoso e diabético. Saúde coletiva em debate. Serra Talhada/PE, v.2, n. 1, p. 30-39, dez. 2012. MATHIAS, Thais Aidar de Freitas; JORGE, M. H. P. M. Diabetes mellitus na população idosa em município da Região Sul do Brasil: um estudo da mortalidade e morbidade hospitalar. Arq Bras Endocrinol Metab, v. 48, n. 4, p. 505-12, 2004. VERAS, Renato Peixoto. Gerenciamento de doença crônica: equívoco para o grupo etário dos idosos. Revista de Saúde Pública, v. 46, n. 6, p. 929-934, 2012.