1. (FCC/TRT3/Analista/2009) São exemplos de atuação concreta da Administração Pública fundada no poder de polícia em sentido estrito:



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Transcrição:

1. (FCC/TRT3/Analista/2009) São exemplos de atuação concreta da Administração Pública fundada no poder de polícia em sentido estrito: (A) desapropriação de terras improdutivas. (B) penhora de bens em execução fiscal. (C) controle da concorrência e fixação de tarifas em setores regulados. (D) prisão de depositário infiel. (E) interdição de estabelecimentos comerciais. Resposta: E Comentários: O poder de polícia pode assim ser dividido: 1) Poder de polícia em sentido amplo: inclui qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade privadas, englobando restrições legislativas e limitações administrativas. Assim, por exemplo, as disposições do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), que condicionam o uso regular da propriedade urbana ao cumprimento da sua função social, constituem poder de polícia em sentido amplo; 2) Poder de polícia em sentido estrito: mais usado na doutrina, o conceito de poder de polícia em sentido estrito inclui somente as limitações administrativas à liberdade e propriedade privadas, deixando de fora as restrições impostas por dispositivos legais. Ex. vigilância sanitária e polícia de trânsito. Basicamente, a noção estrita de poder de polícia envolve atividades administrativas de fiscalização e condicionamento da esfera privada de interesse, em favor da coletividade. Como a questão fala em poder de polícia em sentido estrito, correta a letra E. 1

2. (FCC/TRE-RS/Analista/2010) Sobre os poderes administrativos, considere as seguintes afirmações: I. A discricionariedade do poder discricionário diz respeito apenas à conveniência, oportunidade e conteúdo do ato administrativo. II. Poder hierárquico é a faculdade de punir as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. III. Por força do poder disciplinar o Chefe do Executivo pode distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever a atuação dos seus agentes. IV. Poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes de Poder Executivo de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada em lei. V. Quando o Poder Executivo exorbita do seu poder regulamentar pode ter seus atos sustados pelo Congresso Nacional. Está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I e III. (B) I, IV e V. (C) II, III e V. (D) II e IV. (E) III e IV. Resposta: B Comentários: I. A discricionariedade do poder discricionário diz respeito apenas à conveniência, oportunidade e conteúdo do ato administrativo. Correto! veremos na aula de atos administrativo o assunto discricionariedade. 2

II. Poder hierárquico é a faculdade de punir as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Errado. Esse é o poder disciplinar! No poder hierárquico não há punição, mas controle, hierarquia, delegação, avocação, fiscalização. III. Por força do poder disciplinar o Chefe do Executivo pode distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever a atuação dos seus agentes. Errado. Esse é o poder hierárquico! IV. Poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes de Poder Executivo de explicar a lei para sua correta execução (decreto regulamentar ou de execução art. 84, IV, CF/88), ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada em lei (decreto autônomo art. 84, VI, CF). Correto. V. Quando o Poder Executivo exorbita do seu poder regulamentar pode ter seus atos sustados pelo Congresso Nacional. Correto. É exatamente isso o que dispõe o art. 49, V, CF/88: Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:... V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Portanto, correta a letra B. 3. (FCC/TJ-SE/Técnico/2009) Sobre os poderes administrativos é INCORRETO afirmar que 3

(A) o poder normativo ou poder regulamentar é o que cabe ao Chefe do Poder Executivo da União, dos Estados e dos Municípios, de editar normas complementares à lei. (B) o poder hierárquico é o que cabe à Administração para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. (C) o poder de polícia é exercido sobre todas as atividades que possam, direta ou indiretamente, afetar os interesses da coletividade. (D) a avocação consiste no poder que possui o superior de chamar para si a execução de atribuições cometidas originalmente a seus subordinados. (E) o poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas políticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) alcançando os atos administrativos. Resposta: B Comentários: (A) o poder normativo ou poder regulamentar é o que cabe ao Chefe do Poder Executivo da União, dos Estados e dos Municípios, de editar normas complementares à lei. Correto, art. 84, IV, CF/88. (B) o poder hierárquico é o que cabe à Administração para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Incorreto. Já reconheceu o erro? Aqui não é poder hierárquico, mas poder disciplinar. (C) o poder de polícia é exercido sobre todas as atividades que possam, direta ou indiretamente, afetar os interesses da coletividade. Correto, com fundamento na supremacia do interesse público. 4

(D) a avocação consiste no poder que possui o superior de chamar para si a execução de atribuições cometidas originalmente a seus subordinados. Correto. A avocação e delegação de competências iremos estudar na aula de atos administrativos. (E) o poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas políticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) alcançando os atos administrativos. Correto. Poder de polícia originário: é aquele exercido pela Administração Direta, ou seja, pelos órgãos integrantes da estrutura das diversas pessoas políticas da Federação: União, Estados, Municípios e Distrito Federal; Poder de polícia derivado: é aquele executado pelas pessoas administrativas do Estado, isto é, pelas entidades integrantes da Administração Indireta (apenas aquelas que tiverem personalidade jurídica de direito público autarquias e fundações públicas). Cuidado: a maioria da doutrina entende que o poder de polícia só pode ser exercido pelas pessoas jurídicas de direito público, assim, não possuem poder de polícia as pessoas jurídicas de direito privado. Portanto, correta a letra B. 4. (FCC/TCE-RO/Procurador/2010) O poder normativo conferido à Administração Pública compreende a (A) edição de decretos autônomos para criação e extinção de órgãos públicos, na medida em que são tradução de seu poder de autoorganização. (B) edição de atos normativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo, tais como, decretos regulamentares, resoluções, portarias, deliberações e instruções. 5

(C) promulgação de atos normativos originários e derivados, sendo os primeiros os regulamentos executivos e os segundos, os regulamentos autônomos. (D) promulgação de atos legislativos de efeitos concretos, desde que se refiram a objeto passível de ser disposto por meio de decreto regulamentar. (E) edição de decretos autônomos, restringindo-se estes às hipóteses decorrentes de exercício de competência própria, outorgada diretamente pela Constituição. Resposta: E Comentários: (A) edição de decretos autônomos para criação e extinção de órgãos públicos, na medida em que são tradução de seu poder de autoorganização. Errado. Extinção de CARGOS, desde que estejam vagos! (art. 84, VI, CF) (B) edição de atos normativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo, tais como, decretos regulamentares, resoluções, portarias, deliberações e instruções. Errado! A competência é apenas para a edição de decretos regulamentares para a fiel execução das leis. Assim, pode-se dizer que o poder regulamentar, portanto, é o poder da Administração de expedir regulamentos, que são atos administrativos abstratos aptos a normatizar situações e procedimentos com o objetivo de auxiliar na fiel execução das leis, explicando-as. (C) promulgação de atos normativos originários e derivados, sendo os primeiros os regulamentos executivos e os segundos, os regulamentos autônomos. Errado. Ao contrário! Os regulamentos executivos são derivados (art. 84, IV, CF) feitos para a fiel execução das leis, já os regulamentos autônomos são originários (art. 84, VI, CF), pois tratam de matéria não disciplinada em lei. 6

(D) promulgação de atos legislativos de efeitos concretos, desde que se refiram a objeto passível de ser disposto por meio de decreto regulamentar. Errado. Lei em sentido amplo engloba o ato normativo, envolvendo os atos legislativos (lei em sentido estrito) e os atos administrativos editados pelo Poder Executivo de forma a regulamentar determinados procedimentos, mas sempre nos limites da lei, sendo considerados atos normativos derivados, e não originários. (E) edição de decretos autônomos, restringindo-se estes às hipóteses decorrentes de exercício de competência própria, outorgada diretamente pela Constituição. Correto. Viu que fácil? Art. 84, VI, CF. 5. (FCC/MPE-PE/Promotor/2008) Os poderes administrativos estão sujeitos a certas peculiaridades. No poder de polícia destaca-se, entre outras, a (A) autoexecutoriedade, mas sem a coercibilidade no sentido de evitar o abuso ou o excesso de poder pelo agente da Administração. (B) natureza renunciável do referido poder de polícia, visto que a entidade que detém a competência pode demitir-se desse poder. (C) identidade com os Poderes de Estado, porque esse poder administrativo só pode ser exercido pelo respectivo órgão políticoconstitucional do Governo. (D) sua incidência sobre bens, direitos, atividades e pessoas, por não haver distinção razoável com a polícia judiciária e a manutenção da ordem pública. (E) exclusividade do policiamento administrativo, sendo exceção a concorrência desse policiamento entre as Administrações interessadas. Resposta: E Comentários: 7

(A) autoexecutoriedade, mas sem a coercibilidade no sentido de evitar o abuso ou o excesso de poder pelo agente da Administração. Errado. Tanto a autoexecutoriedade (poder que a Administração Pública possui de executar os seus próprios atos, independentemente de autorização do Poder Judiciário) como a coercibilidade (força coercitiva de cumprimento do poder de polícia) estão presentes, sendo atributos do poder de polícia. O que evita o excesso por parte da Administração Pública é o princípio da proporcionalidade. (B) natureza renunciável do referido poder de polícia, visto que a entidade que detém a competência pode demitir-se desse poder. Errado. Já vimos que os poderes, todos eles e não apenas o poder de polícia, são irrenunciáveis, uma vez que o interesse público é indisponível. (C) identidade com os Poderes de Estado, porque esse poder administrativo só pode ser exercido pelo respectivo órgão políticoconstitucional do Governo. Errado. O poder de polícia pode ser exercido pelas entidades administrativas integrantes da estrutura da Administração Pública Indireta, desde que tenham personalidade jurídica de direito público, ou seja, autarquias e fundações públicas. (D) sua incidência sobre bens, direitos, atividades e pessoas, por não haver distinção razoável com a polícia judiciária e a manutenção da ordem pública. Errado. O poder de polícia administrativa NÃO incide sobre pessoas. Sobre pessoas incide o poder de polícia judiciária. (E) exclusividade do policiamento administrativo, sendo exceção a concorrência desse policiamento entre as Administrações interessadas. Correto. A exclusividade entre as pessoas políticas da Administração Pública Direta, sendo também utilizado como extensão, às pessoas 8

administrativas da Administração Pública Indireta, autarquias e fundações públicas. 6. (FCC/TCE-RO/Auditor/2010) O poder disciplinar inerente à Administração Pública para o desempenho de suas atividades (A) aplica-se a todos os servidores e administrados sujeitos ao poder de polícia. (B) decorre do poder normativo atribuído à Administração e que lhe permite estabelecer as sanções cabíveis aos administrados quando praticarem atos contrários à lei. (C) aplica-se aos servidores públicos hierarquicamente subordinados, bem como àqueles dotados de autonomia funcional. (D) aplica-se discricionariamente, permitindo a não aplicação de penalidades previstas em lei na hipótese de arrependimento e desde que não tenha havido prejuízo econômico ao erário. (E) dirige-se exclusivamente aos servidores públicos sujeitos ao poder hierárquico estrito da Administração, não se aplicando a outras pessoas ou aos servidores que possuam independência funcional. Resposta: C Comentários: (A) aplica-se a todos os servidores e administrados sujeitos ao poder de polícia. Não há que se confundir poder disciplinar com poder de polícia! O poder disciplinar é aquele que o agente aplica penalidades àquelas pessoas sujeitas ao regime administrativo, seja de forma direta (ex. servidor público que foi demitido), seja de forma indireta (ex. rescisão do contrato administrativo com uma concessionária de serviços públicos). 9

Já o poder de polícia é externo, aplicado ao administrado, ex. interdição de um estabelecimento comercial. Portanto: 1 poder de polícia se aplica aos administrados; 2 poder disciplinar se aplica àquelas pessoas ligadas direta (ex. servidores) ou indiretamente (ex. concessionário do serviços públicos) à Administração Pública. Não se aplica aos administrados!!! (B) decorre do poder normativo atribuído à Administração e que lhe permite estabelecer as sanções cabíveis aos administrados quando praticarem atos contrários à lei. Errado. Já vimos acima que o poder disciplinar não atinge os administrados. (C) aplica-se aos servidores públicos hierarquicamente subordinados, bem como àqueles dotados de autonomia funcional. Correto. Aplica-se aos servidores públicos hierarquicamente subordinados (ex. servidor público quando é demitido), bem como àqueles dotados de autonomia funcional (ex, concessionário de serviços públicos). (D) aplica-se discricionariamente, permitindo a não aplicação de penalidades previstas em lei na hipótese de arrependimento e desde que não tenha havido prejuízo econômico ao erário. Errado. O gestor está obrigado a aplicar a penalidade, é um verdadeiro poder-dever, e não, uma mera faculdade. Lembre sempre que o interesse público é indisponível, portanto, o fato de ter havido arrependimento por parte do servidor que desviou dinheiro público não faz com que ele não seja penalizado. Assim, pode-se dizer que a abertura de um processo disciplinar, quando da ciência de alguma irregularidade praticada por agente público, é obrigatória, sob pena de crime de condescendência criminosa daquele que se omitiu, conforme art. 143, da Lei nº 8122/90: 10

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. (E) dirige-se exclusivamente aos servidores públicos sujeitos ao poder hierárquico estrito da Administração, não se aplicando a outras pessoas ou aos servidores que possuam independência funcional. Errado. Existem outras pessoas sujeitas ao poder disciplinar que não se encontram na escala hierárquica da Administração, como as pessoas que com ela contratam. 7. (FCC/TRE-AC/Analista/2010) Acerca dos poderes e deveres do administrador público, é correto afirmar que: (A) o dever de prestar contas aplica-se apenas aos ocupantes de cargos eletivos e aos agentes da administração direta que tenham sob sua guarda bens ou valores públicos. (B) o agente público, mesmo quando despido da função ou fora do exercício do cargo, pode usar da autoridade pública para sobrepor-se aos demais cidadãos. (C) o poder tem, para o agente público, o significado de dever para com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que, quem o detém está sempre na obrigação de exercitá-lo. (D) o dever de eficiência exige que o administrador público, no desempenho de suas atividades, atue com ética, honestidade e boafé. (E) o dever de probidade traduz-se na exigência de elevado padrão de qualidade na atividade administrativa. Resposta: C Comentários: 11

(A) o dever de prestar contas aplica-se apenas aos ocupantes de cargos eletivos e aos agentes da administração direta que tenham sob sua guarda bens ou valores públicos. Errado. O dever de prestar contas aplica-se a todos que trabalham com dinheiro público, seja pessoa física ou jurídica, ocupante de cargo eletivo ou não, da administração direta ou indireta. (B) o agente público, mesmo quando despido da função ou fora do exercício do cargo, pode usar da autoridade pública para sobrepor-se aos demais cidadãos. Errado. Apenas quando estiver no exercício da sua função pública. (C) o poder tem, para o agente público, o significado de dever para com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que, quem o detém está sempre na obrigação de exercitá-lo. Correto. Os poderes administrativos não configuram uma mera faculdade mas um exercício obrigatório, um dever-poder. (D) o dever de eficiência exige que o administrador público, no desempenho de suas atividades, atue com ética, honestidade e boafé. Errado. Atuar com ética, honestidade e boa-fé é um dever de probidade. (E) o dever de probidade traduz-se na exigência de elevado padrão de qualidade na atividade administrativa. Errado. Aqui é dever de eficiência. 8. (FCC/TRE-AC/Analista/2010) Sobre os poderes administrativos, considere: I. Poder que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. 12

II. Poder que o Direito concede à Administração Pública, de modo implícito ou explícito, para a prática de atos administrativos com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. III. Faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo de explicar a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes: (A) subordinado, discricionário e hierárquico. (B) discricionário, arbitrário e disciplinar. (C) vinculado, disciplinar e de polícia. (D) hierárquico, de polícia e regulamentar. (E) vinculado, discricionário e regulamentar Resposta: E Comentários: I. Poder que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. Trata-se do poder vinculado. Aqui não há liberdade de ação para o Poder Público, não há conveniência e oportunidade para a prática do ato administrativo. II. Poder que o Direito concede à Administração Pública, de modo implícito ou explícito, para a prática de atos administrativos com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. Trata-se do poder discricionário. Aqui o administrador tem liberdade para agir, liberdade essa dentro da lei. III. Faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo de explicar a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. 13

Trata-se do poder regulamentar. Aqui o Chefe do Poder Executivo vai, por meio de um decreto regulamentar (ar. 84, IV, CF) explicar a lei para a sua fiel execução. Engloba também a execução do decreto autônomo dentro dos limites traçados no art. 84, VI, alíneas a e b. 9. (FCC/TRT8/Analista/2010) O Poder Legislativo aprova lei que proíbe fumar em lugares fechados, cujo texto prevê o seu detalhamento por ato do Poder Executivo. Sancionando a Lei, o Chefe do Poder Executivo edita, imediatamente, decreto detalhando a aplicação da norma, conforme previsto. Ao fazê-lo o Chefe do Poder Executivo exerce o poder (A) disciplinar. (B) regulamentar. (C) discricionário. (D) de polícia. (E) hierárquico. Resposta: B Comentários: Fácil? Diante do que já estudamos a única alternativa a ser marcada é a letra E. Fica a dica: o Chefe do Poder Executivo edita, imediatamente, decreto detalhando a aplicação da norma decreto para fiel execução da lei? só pode ser exercício do poder regulamentar (art. 84, IV, CF). 10. (FCC/TJ-RR/Juiz//2008) "Atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos." Este texto corresponde à definição de poder (A) disciplinar, sendo tal noção conflitante com a atual Constituição federal, na medida em que apenas lei pode limitar o exercício de direito ou liberdade. 14

(B) normativo, sendo tal noção compatível com a atual Constituição federal, posto não haver o ordenamento constitucional acolhido o princípio da reserva legal absoluta. (C) de polícia, sendo tal noção compatível com a atual Constituição federal, pois é normal que haja limitação ao exercício de direitos e liberdades em defesa de outros direitos ou valores constitucionalmente tutelados. (D) hierárquico, sendo tal noção conflitante com a atual Constituição federal, posto que pertinente a um regime autoritário, incompatível com o Estado Democrático de Direito. (E) regulador, sendo tal noção compatível com a atual Constituição federal, dada a afirmação da função social dos direitos, integrante da ordem econômica constitucional. Resposta: C Comentários: (A) disciplinar, sendo tal noção conflitante com a atual Constituição federal, na medida em que apenas lei pode limitar o exercício de direito ou liberdade. Errado. O correto seria poder de polícia. Não há conflito com a Carta Magna uma vez que tal poder tem como fundamento o interesse público. (B) normativo, sendo tal noção compatível com a atual Constituição federal, posto não haver o ordenamento constitucional acolhido o princípio da reserva legal absoluta. Errado. A questão não faz referência ao poder normativo (art. 84, IV, CF). Tal poder é aplicado pelo Chefe do Poder Executivo para a fiel execução da lei. (C) de polícia, sendo tal noção compatível com a atual Constituição federal, pois é normal que haja limitação ao exercício de direitos e liberdades em defesa de outros direitos ou valores constitucionalmente tutelados. 15

Correto. (D) hierárquico, sendo tal noção conflitante com a atual Constituição federal, posto que pertinente a um regime autoritário, incompatível com o Estado Democrático de Direito. Errado. O poder hierárquico, poder interno aplicado no âmbito da Administração Pública aos servidores públicos, ou seja, aqueles que têm uma ligação direta com o poder público. Nesse poder, também chamado de poder do hierarca, o superior fiscaliza, corrige, delega, avoca e coordenada as atividades do seu subordinado. (E) regulador, sendo tal noção compatível com a atual Constituição federal, dada a afirmação da função social dos direitos, integrante da ordem econômica constitucional. Errado. Não estudamos dentro do assunto Poderes da Administração Pública o poder regulador, mas o Poder Regulamentar. Meu livro com questões comentadas FCC está disponível no site: http://editorametodo.com.br/produtos_descricao.asp?codigo _produto=2605 16