CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC. Regina Naito Nohama Borelli



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Transcrição:

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Regina Naito Nohama Borelli Contribuição da auditoria corporativa na análise crítica do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho São Paulo 2006

Regina Naito Nohama Borelli Contribuição da auditoria corporativa na análise crítica do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho Dissertação apresentada ao Centro Universitário Senac Campus Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do Título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Dorival Barreiros São Paulo 2006

Borelli, Regina Naito Nohama Contribuição da auditoria corporativa na análise crítica do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho / Regina Naito Nohama Borelli São Paulo, 2006. 89 f. Dissertação (Mestrado) Centro Universitário Senac Campus Santo Amaro. (Mestrado em gestão integrada em saúde do trabalho e meio ambiente) Orientador: Prof. Dr. Dorival Barreiros 1. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho 2. Auditoria 3. Análise crítica I.Título

Aluno: Regina Naito Nohama Borelli Título: Contribuição da auditoria corporativa na análise crítica do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho Dissertação apresentada ao Centro Universitário Senac Campus Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do Título de Mestre Orientador: Prof. Dr. Dorival Barreiros A banca examinadora das dissertações de mestrado em sessão pública realizada em / / considerou o(a) candidato(a): 1. Examinador(a) 2. Examinador(a) 3. Presidente

Dedico este trabalho ao meu filho Felipe.

AGRADECIMENTOS A Deus por estar sempre ao meu lado em todos os momentos. Ao orientador prof. Dr. Dorival Barreiros, por me guiar desde a concepção do projeto com muita sabedoria e disposição, agregando um valor imensurável ao meu aprendizado acadêmico. Muito obrigada! Ao esposo Mário, pelo apoio, força e compreensão de sempre, e por me suportar nos momentos em que eu mesma não me suportava. Ao filho Felipe, por ser tão especial e comemorar cada página escrita deste trabalho, que parecia não ter fim. Ao pai Carlos, e a mãe e melhor amiga Riroko, pela colaboração e torcida na conclusão de mais uma etapa importante de minha vida.

RESUMO O sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho é um processo estruturado que pode auxiliar as organizações a melhorar progressivamente o desempenho da SST. Um dos modelos mais difundidos é a Occupational Health and Safety Assessment Series OHSAS 18001, que estabelece os elementos mínimos de um sistema de gestão. Entre eles destacam-se a verificação e ação corretiva no requisito auditoria e a análise crítica. Esta dissertação tem como objetivo evidenciar a importância da auditoria corporativa na geração de informações para a análise crítica do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho. Para isto, os procedimentos metodológicos envolveram a revisão de literatura sobre a análise crítica, demonstrando sua importância na melhoria contínua e o método exploratório analítico para compreender a importância dos resultados das auditorias corporativas na análise crítica do sistema de gestão da SST. Os aspectos conclusivos evidenciaram que a análise crítica provê os mecanismos para o processo de melhoria contínua, por meio do exame realizado pelo tomador de decisão para verificar o funcionamento do sistema de gestão da SST e promover as ações necessárias, para atingir os resultados esperados pela organização. Por outro lado, a auditoria corporativa fornece informações consistentes para o tomador de decisões nesta análise, uma vez que identificam o nível de maturidade, as discrepâncias e permite a análise das causas-raízes pertinentes em busca de soluções, agregando valor ao sistema por enfocar as questões-chave, tornando o sistema de gestão da SST um instrumento com maior consistência e agilidade para auxiliar e melhorar o desempenho da SST. Palavras-chave: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho; Auditoria; Análise crítica.

ABSTRACT The occupational health and safety management system is a structured process that can help the organizations to improve the OH&S performance progressively. One of the spread models is Occupational Health and Safety Assessment Series - OHSAS 18001, that establishes the minimum elements of a management system. Among them the stand out elements are the checking and corrective action in the requirement audit and the management review. This dissertation has as objective to evidence the importance of the corporate audit in the generation of information for the management review of the occupational health and safety management system. For this, the methodological procedures involved the literature revision on the management review, demonstrating its importance in the continual improvement and the analytic exploratory method to understand the importance of the results of the corporate audits in the management review of the OH&S management system. The conclusive aspects evidenced that the management review provides the mechanisms for the process of continual improvement, by means of the exam accomplished by the decision make to verify the operation of the OH&S management system and to promote the necessary actions, to reach the results expected by the organization. On the other hand, the corporate audit provides consistent information for the decision make in this analysis, once it identifies the level of maturity, the discrepancies and it allows the analysis of the pertinent root-causes in search of solutions, joining value to the system for focusing the subject-key, turning the OH&S management system an instrument with larger consistency and agility to help and to improve the OH&S performance. Keywords: Occupational health and safety management system; audit; management review.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Principais elementos do sistema de gestão da SST...15 Figura 2: Elementos da gestão da saúde e segurança baseado na HSG65...16 Figura 3: Elementos da gestão bem sucedida da SST...19 Figura 4: Elementos com os requisitos da gestão da SST...20 Figura 5: Verificação e ação corretiva...22 Figura 6: Fluxo do processo de gestão de um programa de auditoria...25 Figura 7: Visão geral das atividades típicas de auditoria...27 Figura 8: Conceito de competência...29 Figura 9: Análise crítica pela administração...31 Figura10: Elementos de sustentação do ciclo de melhoria contínua...39 Figura 11: Nível de maturidade do sistema de gestão da qualidade (SGQ)...40 Figura 12: Evolução do sistema de gestão da qualidade (SGQ)...42

LISTA DE QUADROS Quadro 1: Resumo da análise do relatório de auditoria em Trinidad e Tobago...55 Quadro 2: Resumo da análise do relatório de auditoria na Colômbia...61 Quadro 3: Resumo da análise do relatório de auditoria no Brasil...66 Quadro 4: Resumo da análise do relatório de auditoria na Venezuela...71 Quadro 5: Resumo da análise do relatório de auditoria no Brasil II...76

LISTA DE SIGLAS ABNT BS BSI IAF ILO ISO LER NBR OHSAS OIT OSH PDCA SGQ SGSST SST SUDS Associação Brasileira de Normas Técnicas British Standards British Standards Institution International Accreditation Forun International Labour Office International Organization for Standardization Lesões por Esforços Repetitivos Norma Brasileira Registrada Occupational Health and Safety Assessment Series Oficina Internacional del Trabajo Occupational Safety and Health Plan Do Check Act Sistema de Gestão da Qualidade Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho Segurança e Saúde no Trabalho Sudden Unexpected Death Syndrom

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 01 1.1 Contextualização do tema... 01 1.2 Objetivos... 04 1.2.1 Objetivo Geral... 04 1.2.2 Objetivos Específicos... 04 1.3 Estrutura do trabalho... 05 2 REVISÃO DA LITERATURA... 06 2.1 A globalização e o mundo do trabalho... 06 2.2 A saúde e segurança dos trabalhadores... 09 2.3 Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho... 12 2.3.1. Diretrizes sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho ILO OSH 2001... 14 2.3.2. Modelo de gestão definido pela BS 8.800... 15 2.3.3. Modelo de gestão definido pela OHSAS18001... 17 2.4 Auditoria no sistema de gestão da SST... 22 2.4.1 Definições de auditoria... 23 2.4.2 Objetivos da auditoria... 24 2.4.3 Programa de auditoria... 24 2.4.4 Atividades de auditoria... 25 2.4.5 Competência e avaliação de auditores... 28 2.4.6 Tipos de auditoria... 30 2.5 Análise crítica... 31 2.5.1 Definições... 31 2.5.2 Tomada de decisão nas organizações... 35 2.5.3 Melhoria contínua... 38 3 METODOLOGIA... 44 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS... 52 4.1 A importância da análise crítica... 52 4.2 Análise dos relatórios da auditoria corporativa... 54 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 84 REFERÊNCIAS... 87

1 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização do tema Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho - SGSST - é um processo estruturado que pode auxiliar as organizações a melhorar progressivamente o desempenho da segurança e saúde no trabalho. Entretanto, para alcançar essa melhoria faz-se necessário que as organizações criem as condições para formar as competências que respondam adequadamente à necessidade de cumprir diferentes requisitos preconizados em procedimentos, diretrizes, guias, normas e especificações estabelecidos. Além disso, é importante que as organizações criem as condições para que as questões da segurança e saúde estejam incorporadas ao seu jeito de ser, ou seja, sua cultura organizacional. É imprescindível que esses requisitos sejam permanentemente ajustados em função do aprendizado organizacional decorrente do funcionamento do sistema. Este ajuste irá assegurar que o SGSST adquira a maturidade necessária e se consolide ao longo do tempo, proporcionando à organização um instrumento cada vez mais consistente para que possa auxiliá-la na tarefa de identificar, analisar e controlar seus riscos com eficiência. Um dos modelos mais difundidos sobre SGSST entre as organizações é a Occupational Health and Safety Assessment Series - OHSAS 18001 - que estabelece os elementos mínimos que devem ser contemplados para que a organização possa conceber, implementar e manter um sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho. Entre eles, destacam-se a verificação e ação corretiva no requisito auditoria e a análise crítica do sistema de gestão, os quais são fundamentais para assegurar a promoção dos ajustes necessários para que o sistema responda adequadamente aos desafios da organização quanto a SST. Este trabalho visa demonstrar a importância da auditoria e da análise crítica para o tomador de decisão, o qual irá adotar novos procedimentos ou ajustá-los a partir das informações produzidas por esses processos, a fim de tornar o sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho um instrumento com maior consistência e agilidade para melhorar continuamente a eficácia dos resultados desejados em relação à segurança e saúde no trabalho.

2 A auditoria é uma investigação sistemática que verifica a profundidade de adesão das práticas da gestão organizacional com os requisitos estabelecidos pelo sistema de gestão eleito pela organização. A análise crítica, por outro lado, é o exame feito pelo tomador de decisão para verificar o funcionamento do sistema de gestão da SST, contribuindo para que a organização confronte e eventualmente incorpore novos pressupostos que lhe permitirão agir sobre as vulnerabilidades, a partir de estratégias mais efetivas que deverão ser implementadas. Um dos dados necessários para esta análise é a partir dos resultados das auditorias realizadas. Portanto, quanto melhor for a qualidade das informações geradas a partir das auditorias, melhores serão as análises a respeito do correto funcionamento do sistema de gestão da SST, para que este responda adequadamente ao que se deseja. Existem diferentes maneiras pela qual o processo de auditoria é executado. A organização pode realizar auditorias de primeira parte, empregando seus próprios recursos ou eventualmente, designar um terceiro que, em seu nome, realize a auditoria. Nesse caso, a organização interessada na auditoria define diretrizes com base na sua política e no sistema de gestão da SST adotado que deverão ser seguidas por ela ou pelo terceiro designado para realizar essas auditorias. Essa auditoria também é conhecida como auditoria corporativa. A auditoria corporativa não é explicitamente mencionada pela OHSAS 18001, mas é esse modelo de sistema de gestão da SST que define a auditoria como elemento fundamental para determinar se as atividades e resultados relacionados estão em conformidade com as providências planejadas, se estão efetivamente implementadas e são adequadas para atender à política e aos objetivos da organização.

3 A proposta deste trabalho surgiu a partir da experiência profissional do autor na América Latina e Caribe, atuando como auditor líder para órgãos certificadores e em auditorias corporativas de segurança e saúde no trabalho e meio ambiente em empresas multinacionais. Essa trajetória profissional permitiu constatar a importância que as auditorias corporativas e as análises críticas adquiriram para consolidar o sistema de gestão da SST. Também para que haja melhor compreensão sobre elas nas organizações as quais poderão encontrar elementos, a fim de assegurar que o sistema de gestão possa se consolidar cada vez mais e, desta forma, contribuir para atingir os resultados desejados. O tema é oportuno, pois as organizações, de modo geral, estão implementando o sistema de gestão da SST como instrumento para auxiliar e melhorar o desempenho da SST.

4 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Evidenciar a importância da auditoria corporativa na geração de informações para a análise crítica do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho. 1.2.2 Objetivos específicos a) mostrar a importância da análise crítica no processo de melhoria contínua do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho; b) avaliar o que pode ser feito com as informações obtidas a partir dos resultados de auditoria corporativa para a contribuição no processo de análise crítica.

5 1.3 Estrutura do trabalho Visando alcançar os objetivos propostos pela pesquisa, este trabalho foi estruturado em cinco capítulos. O capítulo 1 contextualiza o tema de pesquisa, bem como, apresenta os objetivos deste estudo. O capítulo 2 apresenta a revisão da literatura. A revisão foi desenvolvida a partir de cinco temas centrais: a globalização e o mundo do trabalho, a saúde e segurança dos trabalhadores, o sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho, a auditoria no sistema de gestão da SST e a análise crítica. O capítulo 3 apresenta os procedimentos metodológicos que guiaram o desenvolvimento deste trabalho, envolvendo os seguintes elementos: levantamento bibliográfico para a compreensão do SGSST e da análise crítica, demonstrando sua importância na melhoria contínua do sistema de gestão da SST e análise dos resultados de cinco relatórios de auditorias corporativas por meio dos critérios de avaliação definidos. No capítulo 4 os resultados da pesquisa são apresentados e analisados. No capítulo 5 são discutidas as considerações finais da pesquisa.

6 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 A globalização e o mundo do trabalho As relações entre trabalho e saúde dos trabalhadores, a partir do século XXI, vêm ganhando nova dimensão dentro do processo de globalização ou mundialização, com o estabelecimento de novos paradigmas do conhecimento nos campos da Economia, da Política, da Ciência, da Cultura, da Informação e do Espaço. O cenário mundial apresenta-se como um universo múltiplo e complexo, caracterizado por crescente internacionacionalização da produção, do mercado, do trabalho e da cultura. É importante destacar as contradições e conflitos existentes no interior do processo que sugerem oportunidades de intervenção e de mudança social na direção de uma sociedade mais justa e eqüitativa. De acordo com Santos (2001), o crescimento e dominação da economia mundial sob a égide das corporações transnacionais (TNCs) caracterizam o processo de globalização, nos quais se destacaram o crescimento em número, poder e investimento direto das TNCs. A emergência de um mundo econômico tripolar, liderado pelos interesses competitivos dos Estados Unidos, União Européia e Japão e a promoção de free trade no interior e entre esses blocos, por meio da agenda de ampliação e de regulamentação imposta pelas TNCs trouxeram a erosão da soberania e poder dos Estados Nacionais com pressões para redução efetiva dos gastos sociais. Conseqüentemente, aumentando a instabilidade nos setores produtivos e financeiro, caracterizada por pagamentos e padrões monetários internacionais e ampliação da disparidade na distribuição das riquezas no interior e entre as nações. Este novo contexto econômico-financeiro gerou o aumento do stress ambiental, bem como, da marginalização social, política e econômica de grande parte da população mundial. Portanto, dando origem a dinâmica econômica de alguns países subdesenvolvidos (China, países do Sudeste Asiático, por exemplo), com novos fluxos de imigrações (do Leste Europeu, África e Ásia e da América Latina) em direção dos países ricos que criaram, de um lado, novas tensões e, de outro, novos desafios sociais, políticos e culturais.

7 Dias (2005) destacou o desenvolvimento do movimento social de iniciativas de oposição e enfrentamento dessa situação, ainda que isoladas, fortes, possibilitando a expansão dos mercados internos e do exercício da solidariedade internacional. Este modo de produzir e distribuir riquezas determinou profundas mudanças sobre as condições de vida das populações, particularmente no mundo do trabalho. As condições dessa nova ordem mundial aparecem, também, refletidas sobre o trabalho, os níveis de emprego, meio ambiente e níveis de saúde das populações e dos trabalhadores em particular. Segundo estudos realizados por Mattelard (1994) sobre os impactos no mundo do trabalho destacam-se: a) a introdução de tecnologias, particularmente da automação e da robótica substituindo o trabalho do homem; b) o declínio das atividades de manufatura e o crescimento do setor de serviços, a introdução de novos processos de produção e gestão do trabalho, gerando novos riscos para a saúde e o meio ambiente; c) a proliferação de pequenas unidades de produção, com maior dificuldade para a organização; d) aumento da mobilidade das unidades de produção e das empresas, resultando em aumento da competição global pelo emprego; e) aumento dos níveis de desemprego em várias regiões do globo; f) aumento da intensidade e duração do trabalho, levando ao conseqüente aumento do stress e das doenças dele decorrentes; g) aumento do trabalho realizado no domicílio, do trabalho em tempo parcial e sazonal, levando à precarização das condições do trabalho; h) diminuição dos níveis de remuneração e pagamento pelo trabalho realizado. Diante desse quadro, observa-se uma verdadeira revolução na natureza do trabalho e na percepção de seu papel pelas gerências, sobretudo no trabalho produtivo na indústria e nos serviços, obrigando a uma revisão radical do papel do trabalho nas estratégias de produção das empresas.

8 A difusão das novas tecnologias de produção associadas às novas técnicas de gestão e à progressiva sofisticação tecnológica dos produtos exigem a recuperação da inteligência da produção, vista até então, como um ruído indesejável na organização taylorista do trabalho (SANTOS, 2001).

9 2.2 A saúde e segurança dos trabalhadores As profundas mudanças observadas nos processos de trabalho, particularmente, na organização e na globalização não foram, ainda, adequadamente avaliadas. No entanto, em alguns setores produtivos, já são mais conhecidos ou têm sido estudados com maior profundidade como o da informática, o trabalho com vídeo terminais, os processos automatizados e a robótica. A busca do aumento da produtividade e redução dos custos são fatores determinantes das mudanças nos setores produtivos, geralmente, acompanhadas da redução do número de postos de trabalho e dos critérios de remuneração dos trabalhadores, mas não são necessariamente seguidas pela melhoria das condições de trabalho. Freqüentemente, o crescimento da produtividade é conseguido pela combinação do aumento do ritmo do trabalho, diminuição das pausas de descanso e aumento da carga de responsabilidade dos trabalhadores. A soma desses fatores gerou impactos sobre a saúde e segurança dos trabalhadores traduzidos por verdadeiras epidemias, observados universalmente, nas doenças ocupacionais por movimentos repetitivos, incluídas no grupo da LER (Lesões por Esforços Repetitivos). Outras doenças pouco específicas e mal conhecidas têm aparecido, sob a forma discreta ou grave, de manifestações de stress ou de sofrimento mental, decorrentes das novas exigências impostas aos trabalhadores, além da solicitação de mais atenção, disponibilidade e responsabilidade por toda uma linha de produção. Enquanto os antigos processos possuíam seus fatores de stress na forma da monotonia - tarefas repetitivas - eliminando a capacidade de inovação e criação dos trabalhadores, os novos sistemas de produção trazem outros incentivos, porém introduzem outros fatores de stress, particularmente a insegurança e a competição. Para entender a intimidade e complexidade desses processos e suas conseqüências na saúde-doença dos trabalhadores são necessários estudos mais abrangentes e interdisciplinares.

10 Dias (2005) relata o episódio da ocorrência de alta incidência da síndrome de morte rápida e inexplicada sudden unexpected death syndrom (SUDS), entre trabalhadores tailandeses em Singapura e outros semelhantes. Essas mortes parecem decorrer da combinação do stress provocado por mudanças bruscas no estilo de vida próprio de culturas milenares, para outras típicas de países altamente industrializados de vida urbana, em ambientes competitivos, nas quais o stress, causado por trabalhos físicos intensos em situação de sobre-trabalho, somam-se a micro ambientes hostis (episódios semelhantes foram descritos nos primórdios da história da colonização brasileira, entre os indígenas escravizados). No Japão, o fenômeno da morte por excesso de trabalho é conhecido como karoshi, caracterizado por morte súbita, usualmente entre adultos na faixa de 30 a 40 anos, após um período prolongado de trabalho intensivo. A causa imediata da morte é usualmente um "ataque". Assim, entre os problemas de saúde-doença dos trabalhadores, merecem destaque a persistência de altos índices de doenças relacionadas às condições de trabalho e meio ambiente e dos acidentes socialmente distribuídos de modo desigual. Pode-se dizer que as conseqüências para a saúde dos trabalhadores e o meio ambiente configuram uma questão extremamente complexa. Representam uma combinação de problemas basais, aos quais se agregam outros, emergentes, decorrentes do processo de globalização. No que se refere à saúde dos trabalhadores é importante considerar, particularmente nos países do chamado "terceiro mundo", a persistência de antigas formas de produção. Caracterizando-se pela baixa capacitação tecnológica, processos artesanais e/ou mecanizados inspirados no setor industrial, nos princípios fordistas e tayloristas, sob relações de trabalho diversas, desde o trabalho escravo passando por distintas formas de parcerias, trabalho informal e alta rotatividade de mão de obra. A co-existência deste duplo padrão de produção se reflete no chamado duplo perfil de morbi-mortalidade tomando-se como exemplo as antigas doenças profissionais, como as intoxicações por chumbo e mercúrio. A silicose e outras doenças pulmonares e altos índices de acidentes do trabalho convivem com a ocorrência elevada de casos de Lesões por Esforços Repetitivos, câncer e o sofrimento mental.

11 As conseqüências do trabalho realizado em condições inadequadas geraram muitos estudos que envolveram não só a Medicina como também a Arquitetura e Engenharia Industrial na concepção de layout que respeitam a postura do trabalhador, o estudo do tempo e movimentos nos postos de trabalho, objetivando maior produtividade. As empresas precisaram se modernizar para não perderem seu efetivo e para que cumprissem as normas do Ministério do Trabalho que protegem os trabalhadores contra ambientes insalubres e horas extras excessivas, por exemplo. Atualmente as empresas admitem a necessidade do descanso após o almoço. Muitas delas oferecem salas especiais para acomodar seus funcionários, contratam terapeutas corporais para exercitar os trabalhadores antes de cada turno de trabalho e ainda há casos de empresas que possuem salas de ginástica. O fator propulsor de todas essas adequações pautou-se na saúde do trabalhador. Manter um funcionário afastado de suas funções é oneroso para as empresas e pagar indenizações por situações inadequadas de trabalho, não só implica em gastos, como também, fere a imagem pública da empresa, aspecto de responsabilidade social altamente considerado no mundo globalizado.

12 2.3 Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho A preocupação com o SGSST ocorreu paralelamente com a necessidade da qualificação dos trabalhadores pelas organizações. Conforme Barreiros (2002) as mudanças que ocorreram, a partir da década de 80, no contexto social, econômico, político e tecnológico refletiram no ambiente de trabalho que sofreu transformações no âmbito das relações de trabalho concernentes à saúde e segurança, obrigando, de certa forma, as empresas a adotarem sistemas eficientes de gestão que contemplassem as novas formas de produção. A Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT (2005, p.9) que publicou a NBR ISO 9000 define sistema de gestão como: conjunto de elementos interrelacionados ou interativos para estabelecer política e objetivos, e para atingir estes objetivos. As conseqüências sobre a quantidade e qualidade do emprego e para as práticas de gestão do trabalho são imediatas e radicais. Surge, em decorrência, um trabalho re-profissionalizado que exige maior qualificação da força de trabalho e escolaridade dos trabalhadores, bem como, alternativas ou estratégias de gestão que levem à cooperação por parte dos trabalhadores. Informes estatísticos das Nações Unidas (2000) abordaram a necessidade de que, nos próximos dez anos, o planeta terá que gerar, no mínimo, um bilhão de empregos. No entanto, há no mundo 37 mil multinacionais, com 200 mil filiais espalhadas pelos vários países as quais respondem por 33% dos ativos globais, gerando apenas 5% do emprego global. Na realidade, o que já se pode observar, constituindo uma preocupação crescente de âmbito mundial, é a possibilidade de uma sociedade de trabalhadores sem trabalho. Tendo como conseqüência a geração múltiplos problemas decorrentes da alteração da fonte básica da identidade psicológica, de inserção social e socialização definida pelo trabalho remunerado, que viabiliza o acesso a bens e serviços e o exercício de direitos de cidadania, produzindo, também, novas formas de adoecimento, individual e coletivo e profundas repercussões na vida social (DIAS, 2005).

13 Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho - SGSST é um processo estruturado para atingir a melhoria continua e auxiliar as organizações, desde que contemplem os requisitos normativos e seja devidamente implementado e mantido ao longo do tempo, para produzir os efeitos desejados. É também um instrumento que auxilia as empresas a controlarem os riscos de acidentes e doenças ocupacionais, bem como, na melhoria de desempenho. Para a British Standards Institution - BSI (1999, p.2) que publicou a OHSAS 18001, o desempenho é definido como: resultados mensuráveis (que inclui a mensuração de atividades e resultados do SGSST), relacionados ao controle da organização sobre seus riscos à segurança e saúde, com base em sua política e objetivos de SST. A BSI (1999, p.2) define o sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho como: [...] "parte do sistema de gestão global que facilita o gerenciamento dos riscos de segurança e saúde do trabalho associados aos negócios das organizações. Inclui-se a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política de segurança e saúde do trabalho da organização. Os modelos de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho, de acordo com Barreiros (2003), caracterizam-se por incorporar o princípio da melhoria contínua. Este princípio permite a integração da gestão da SST com outros sistemas de gestão nas empresas, demonstrando o comprometimento da alta direção com o atendimento das disposições da política e objetivos estabelecidos pela empresa, bem como, auxilia a organização a demonstrar às partes interessadas a necessidade da prevenção para se evitar as ações corretivas. A seguir, abordaremos três modelos de SGSST: a International Labour Office ILO-OSH (2001), a BSI (2004) e a BSI (1999).

14 2.3.1. Diretrizes sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho ILO-OSH 2001 A ILO-OSH (2001) elaborou as diretrizes sobre o SGSST conforme princípios acordados internacionalmente e definidos pelos seus constituintes tripartites. As recomendações e práticas destas diretrizes são destinadas ao uso de todos aqueles que tenham responsabilidade pela gestão da segurança e saúde no trabalho. Por serem recomendações, não possuem caráter obrigatório e não têm por objetivo substituir a legislação nacional nem as normas aceitas. Sua aplicação não exige certificação. Estas diretrizes contribuem para proteger os trabalhadores contra fatores de risco, eliminar lesões, doenças, incidentes, degradações da saúde e mortes relacionadas ao trabalho. No plano nacional, as diretrizes devem: a) servir para criar uma estrutura nacional para os sistemas de gestão da SST sustentados, preferencialmente, por legislação nacional; b) fornecer orientação para o desenvolvimento de mecanismos voluntários que reforcem o cumprimento de regulamentos e padrões, e com vistas à melhoria contínua dos resultados em matéria de SST; c) fornecer orientações sobre o desenvolvimento tanto de diretrizes nacionais como de diretrizes específicas relacionadas aos sistemas de gestão da SST, a fim de responder adequadamente às necessidades reais das organizações, de acordo com o seu porte e a natureza de suas atividades (ILO-OSH, 2001). No âmbito da organização, as diretrizes se propõem a: a) fornecer orientação sobre a integração dos elementos do sistema de gestão da SST na organização como um componente da política e dos mecanismos de gestão; b) motivar todos os membros da organização em particular os empregadores, os proprietários, o pessoal de direção, os trabalhadores e seus representantes para que apliquem os princípios e os métodos adequados de gestão da SST para a melhoria contínua dos resultados nessa área (ILO-OSH, 2001).

15 A figura 1, apresentada a seguir, ilustra os principais elementos para estabelecer um sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho, constituído da política, organização, planejamento e implementação, avaliação e ação para melhorias. Figura 1 - Principais elementos do sistema de gestão da SST Fonte: adaptada pelo autor da ILO-OSH, 2001 2.3.2. Modelo de gestão definido pela BS 8800 O BSI (2004), guia britânico denominado BS 8800, publicado em 1996 e revisado em 2004, fornece orientações sobre sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para assistir às organizações no atendimento à política e objetivos de SST e como deve ser integrada no sistema de gestão global, a fim de minimizar os riscos para empregados e outros, aprimorar o desempenho dos negócios e auxiliar as organizações a estabelecer uma imagem responsável onde atuam.

16 A figura 2 ilustra os elementos propostos de um sistema de gestão da SST, incluindo a análise crítica da situação (inicial ou periódica); política e objetivos; organização; planejamento e implementação; medição do desempenho e a auditoria, bem como, a interação entre eles, com destaque para a auditoria, que interage com todos os elementos por permitir uma avaliação crítica dos mesmos. Figura 2 - Elementos da gestão da saúde e segurança baseado na HSG65 Fonte: BSI, 2004

17 2.3.3 Modelo de gestão definido pela OHSAS 18001 Já a BSI (1999) publicou a OHSAS 18001 com a participação de 13 organizações. Esta especificação atende à necessidade das empresas terem de demonstrar o comprometimento para com a segurança e saúde de seus funcionários e contratados, estabelecendo os requisitos de um SGSST para o controle dos riscos ocupacionais e melhoria de desempenho. Ainda não possui o caráter de norma nacional ou internacional, mas pode ser utilizada por qualquer organização que deseje: a) estabelecer um sistema de gestão da SST para eliminar ou minimizar riscos aos funcionários e outras partes interessadas que possam estar expostos aos riscos de SST associados as suas atividades; b) implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão da SST; c) assegurar-se de sua conformidade com sua política de SST definida; d) demonstrar tal conformidade a terceiros; e) buscar certificação/registro do seu sistema de gestão da SST por uma organização externa; f) realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de conformidade com esta especificação (BSI, 1999). A BSI (1999) tem sua estrutura fundamentada no ciclo de melhoria contínua denominado PDCA (Plan, Do, Check, Act) que significa, planejar, executar, verificar e agir. Também é conhecido como ciclo de Deming que teve origem na gestão da qualidade. De acordo com Walton (1989) cada etapa deste ciclo compreende as atividades descritas abaixo: a) planejar - estudo do processo e decisão das mudanças necessárias; b) executar - implementação das mudanças; c) verificar - observação dos efeitos das mudanças; d) agir - estudo dos resultados e verificação dos efeitos colaterais. Com base neste ciclo, a BSI (1999) foi estruturada em seis elementos fundamentais:

18 1. política: deve ser apropriada à natureza e escala dos riscos de SST da organização, incluindo o comprometimento com a melhoria contínua, bem como, o comprometimento com o atendimento, pelo menos, à legislação vigente de Segurança e Medicina do Trabalho aplicável, e a outros requisitos subscritos pela organização. Deve, também, ser documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os funcionários, com o objetivo de que eles tenham conhecimento de suas obrigações individuais em relação à SST, assim como, esteja disponível para as partes interessadas, seja periodicamente analisada criticamente, para assegurar que permanece pertinente e apropriada à organização; 2. planejamento: para identificação de perigos e avaliação e controle de riscos; requisitos legais e outros requisitos; objetivos e programa (s) de gestão da SST; 3. implementação e operação: estrutura e responsabilidade; treinamento, conscientização e competência; consulta e comunicação; documentação; controle de documentos e de dados; controle operacional; preparação e atendimento as emergências; 4. verificação e ação corretiva: monitoração e mensuração do desempenho; acidentes, incidentes, não-conformidades e ações corretivas e preventivas; registros e gestão de registros; auditoria; 5. análise crítica pela administração: a alta administração da organização, em intervalos por ela predeterminados, deve analisar criticamente o sistema de gestão da SST, para assegurar sua conveniência, adequação e eficácias contínuas; 6. melhoria continua: processo de aprimoramento do sistema de gestão da SST, visando melhorias no desempenho global da segurança e saúde no trabalho, de acordo com a política de SST da organização.

19 A figura 3, abaixo, sugere a importância da presença desses elementos para a busca do processo de melhoria contínua. Fonte: BSI, 1999 Figura 3 - Elementos da gestão bem sucedida da SST Cabe a organização estabelecer e manter um sistema de gestão da SST que atenda os elementos discriminados nos requisitos estabelecidos pela BSI (1999) a fim de assegurar que esse processo auxilie na busca da melhoria do desempenho da SST. A figura 4 apresentada a seguir, ilustra os requisitos que compõem cada elemento deste modelo de gestão.

20 Figura 4 - Elementos com os requisitos da gestão da SST Fonte: adaptada pelo autor da BSI, 1999 Em se tratando de organizações, os objetivos do SGSST englobam a eliminação ou redução dos riscos de trabalho, a integração dos elementos do SGSST com outros sistemas de gestão das organizações, além da implementação, manutenção e melhoria contínua das ações. Neste processo está incluída a motivação de todos os membros da organização para aplicação dos princípios e procedimentos definidos, para dar visibilidade às partes envolvidas no modelo adotado pela organização para melhoria do desempenho da segurança e saúde no trabalho. De acordo com Silva (2002), as organizações que alcançam alto padrão em SST são estruturadas para colocar em prática tais políticas. Esse processo é apoiado a partir da criação de ações pró-ativas que assegurem o envolvimento e a participação de toda a equipe.

21 É com base neste modelo de gestão proposto pela BSI (1999) que as questões principais sobre auditoria e análise crítica foram fundamentadas nesta dissertação.

22 2.4 Auditoria no sistema de gestão da SST Um dos requisitos imprescindíveis para o sucesso de uma gestão da SST está no elemento verificação e ação corretiva, na qual se encontra a auditoria, que é o processo que permite a uma organização avaliar periodicamente a eficácia do sistema de gestão da SST. Segundo Chiavenato (2002), a eficácia de um sistema engloba o alcance dos objetivos organizacionais, assim como, a manutenção do sistema interno e a adaptação ao ambiente externo. No entanto, a eficácia e o sucesso na implementação de um sistema dependem de múltiplas relações entre os elementos ligados à organização como um todo. Fonte: BSI, 1999 Figura 5 - Verificação e ação corretiva A figura 5, acima, sugere que para realizar a verificação e a ação corretiva é importante que se obtenham dados relativos à implementação e operação, auditoria e da retro-alimentação da avaliação do desempenho do sistema de gestão. A partir disso, o processo de verificação e ação corretiva permitirá ao tomador de decisão a realização da análise crítica pela administração.

23 2.4.1 Definições de auditoria A Oficina Internacional del Trabajo OIT (2001, p.23), define auditoria como um procedimento sistemático, independente e documentado para obter evidências e avaliá-las objetivamente, a fim de determinar o nível de cumprimento dos critérios estabelecidos. Para a BSI (1999, p.1): Auditoria é um exame sistemático para determinar se as atividades e resultados relacionados estão em conformidade com as providências planejadas, e se essas providências estão implementadas efetivamente e são adequadas para atender à política e aos objetivos da organização. Para a ABNT (2004, p.3) a auditoria interna é: [...] processo sistemático, independente e documentado para obter evidência e avaliá-la objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria do sistema da gestão ambiental estabelecidos pela organização são atendidos. A ABNT (2002) fornece diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental, com enfoque na gestão de programas de auditoria, realização de auditorias internas ou externas, assim como, a competência e a avaliação de auditores. Esta norma define o conceito de auditoria como um processo sistemático, documentado e independente para obter evidências de auditoria e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão nas quais os critérios da auditoria são atendidos. Como podemos observar, os conceitos de auditoria citados são similares, entretanto, a auditoria, algumas vezes, tem sido interpretada erroneamente pelos auditados, que vêem o auditor como um policial tentando encontrar o que está errado ou atribuir críticas ao sistema. A auditoria é um requisito essencial para proporcionar a melhoria contínua, sendo que toda a equipe auditada deve aproveitar ao máximo deste processo para agregar valor ao seu sistema, pois é uma oportunidade muito rica para todos os envolvidos.

24 Nas auditorias de terceira parte, esta visão é mais acentuada que nas auditorias de primeira parte, neste caso, para as auditorias corporativas. Um dos motivos é que na auditoria corporativa o auditor pode discutir e propor soluções, analisando a causa-raiz das discrepâncias detectadas, para identificar as ações corretivas apropriadas. O que não ocorre nas auditorias de terceira parte, onde o auditor não deve exercer a função de consultor. 2.4.2 Objetivos da auditoria A BSI (1999) especifica que a organização deve estabelecer e manter um programa e procedimentos para auditorias periódicas do SGSST, os quais deverão ser realizados de forma que determine se o sistema de gestão da SST está em conformidade com as disposições planejadas, atendendo aos requisitos especificados pela OHSAS; se foram implementados e mantidos e se foram eficazes no atendimento à política e aos objetivos da organização. Conforme a BSI (2004), os relatórios de auditoria contendo conclusões favoráveis e/ou desfavoráveis, devem ser utilizados pela alta administração na análise crítica, bem como a analise critica dos resultados das auditorias anteriores. A execução de auditorias de saúde e segurança nas organizações é reconhecida como um componente essencial para o êxito do SGSST. 2.4.3 Programa de auditoria Um programa de auditoria deve ser apropriado ao tamanho, natureza e complexidade da organização a ser auditada. É conveniente que o tomador de decisões da organização designe a autoridade para gerenciá-lo. Os elementos do programa de auditoria seguem a estrutura do ciclo PDCA e contém: objetivos, abrangência, responsabilidades, recursos e procedimentos, implementação, registros, monitoramento e a análise crítica, ilustrados na figura 6 apresentada a seguir.

25 Autoridade para o programa de auditoria Estabelecendo o programa de auditoria Objetivos e abrangência Responsabilidades Recursos Procedimentos Planejar (Pan) Agir (Act) Melhorando o programa de auditoria Implementando o programa de auditoria Programando auditorias Avaliando os auditores Selecionando equipes de auditoria Dirigindo atividades de auditoria Mantendo registros Competência e avaliação de auditores Atividades de auditoria Fazer (Do) Monitorando e analisando criticamente o programa de auditoria Monitorando e analisando criticamente Identificando necessidades de ações corretivas e preventivas Identificando oportunidades de melhoria Verificar (Check) Figura 6 - Fluxo do processo de gestão de um programa de auditoria Fonte: ABNT, 2002 2.4.4 Atividades de auditoria Como parte de um programa de auditoria estão inseridas as atividades de planejamento e gerenciamento. É importante salientar que as atividades dependem do escopo e complexidade e também do uso pretendido para as conclusões da auditoria. De uma maneira geral, as atividades incluem seis etapas que seguem: a) no início da auditoria: designação do líder da equipe, a definição dos objetivos, estabelecimento do escopo e critérios, analise e avaliação da viabilidade da auditoria, seleção da equipe da auditoria, contato inicial com o auditado; b) análise crítica dos documentos; c) preparação das atividades da auditoria no local, que incluem, designação do trabalho para a equipe da auditoria e preparação dos documentos de trabalho;

26 d) condução de atividades de auditoria no local (a condução da reunião de abertura, a comunicação durante a auditoria, as funções e responsabilidades de guias e observadores, a coleta e verificação de informações, a geração de constatações da auditoria, a preparação das conclusões da auditoria, a condução da reunião de encerramento); e) preparação, aprovação e distribuição do relatório; f) conclusão; g) condução de ações de acompanhamento de auditoria (não é considerada parte da auditoria). A auditoria corporativa compreende basicamente as atividades acima descritas, abordadas em seção específica, em função de ser foco deste trabalho. A figura 7 apresenta as atividades típicas de auditoria em uma ordem seqüencial.

27 Iniciando a auditoria designando o líder da equipe da auditoria definindo objetivos, escopo e critério da auditoria determinando a viabilidade da auditoria selecionando a equipe da auditoria estabelecendo contato inicial com o auditado Realizando análise crítica de documentos analisando criticamente documentos pertinentes ao sistema de gestão, incluindo registros, e determinando sua adequação com respeito ao critério da auditoria Preparando as atividades da auditoria no local preparando o plano da auditoria designando trabalho para a equipe da auditoria preparando documentos de trabalho Conduzindo atividades da auditoria no local conduzindo a reunião de abertura comunicação durante a auditoria funções e responsabilidades de guias e observadores coletando e verificando informações gerando constatações da auditoria preparando conclusões da auditoria conduzindo a reunião de encerramento Preparando, aprovando e distribuindo o relatório da auditoria preparando o relatório da auditoria aprovando e distribuindo o relatório da auditoria Concluindo a auditoria Conduzindo ações de acompanhamento de auditoria Fonte: ABNT, 2002 Figura 7 - Visão geral das atividades típicas de auditoria

28 2.4.5 Competência e avaliação de auditores A competência dos auditores é de fundamental importância para o bom desempenho da auditoria, demonstrada por meio de atributos pessoais e capacidade para aplicar conhecimentos e habilidades, adquiridos através da educação, experiência profissional, treinamento em auditoria e experiência em auditoria. A ABNT (2002) destaca entre os atributos pessoais, que um auditor seja: a) ético, isto é, justo, verdadeiro, sincero, honesto e discreto; b) mente aberta, isto é, disposto a considerar idéias ou pontos de vista alternativos; c) diplomático, isto é, com tato para lidar com pessoas; d) observador, isto é, ativamente atento à circunvizinhança e às atividades físicas; e) perceptivo, isto é, instintivamente atento e capaz de entender situações; f) versátil, isto é, se ajuste prontamente a diferentes situações; g) tenaz, isto é, persistente, focado em alcançar objetivos; h) decisivo, isto é, chegue às conclusões oportunas baseadas em razões lógicas e análise; i) autoconfiante, isto é, atue e funcione independentemente, enquanto interage de forma eficaz com outros. Com estes atributos pessoais, o auditor consegue enfrentar com postura profissional, as mais variadas condutas da organização auditada. Nem sempre o auditor é bem recebido, podendo se deparar com clima tenso durante o processo, devido a forte pressão exercida pelos dirigentes da organização, na obtenção de resultados. Levinson (1987 apud CHIAVENATTO, 2000) afirma que a administração por objetivos e os processos de avaliação de desempenho são inerentemente destrutivos a longo prazo. São baseados em uma psicologia de recompensa e punição que intensifica a pressão sobre cada indivíduo, proporcionando-lhe a escolha de objetivo muito limitado. Tais processos poderiam ser melhorados se incluísse a avaliação coletiva e dessem prioridade às metas pessoais dos funcionários. Essas práticas exigem da corporação elevados padrões éticos e alto grau de responsabilidade pessoal.

29 Conhecimento, habilidades genéricas como princípios, procedimentos e técnicas de auditoria, sistema de gestão e documentos de referência, situações organizacionais, legislação e regulamentos aplicáveis, bem como, as habilidades específicas para o sistema de gestão a ser auditado, são imprescindíveis para que a auditoria atenda ao objetivo. O estabelecimento da avaliação contínua do desempenho dos auditores e a identificação das necessidades de treinamento devem ser partes integrantes dos procedimentos do programa de auditoria. Fonte: ABNT, 2002 Figura 8 - Conceito de competência A figura 8, apresentada acima, ilustra o conceito de competência por meio de atributos pessoais; conhecimentos e habilidades genéricas e específicas adquiridas por meio de educação, experiência profissional, treinamento e experiência em auditoria.

30 2.4.6 Tipos de auditoria A ABNT (2002) classifica auditoria em: a) auditoria de primeira parte: destinada a avaliar o sistema da própria organização que tem interesse no resultado; b) auditoria de segunda parte: realizada pelo cliente ou por outras pessoas em seu nome, na organização fornecedora de produtos (bens ou serviços), visando qualificá-la ou aprová-la para situações contratuais especificas; c) auditoria de terceira parte: realizada por organismos independentes visando certificar o sistema por interesse tanto da primeira como da segunda parte. A auditoria de primeira parte pode ser realizada pelos funcionários da própria corporação ou por uma empresa por ela contratada. Neste trabalho a auditoria de primeira parte também foi denominada de auditoria corporativa. A auditoria corporativa compreende as auditorias em SST realizadas por uma empresa especializada, que nome da corporação interessada, faz esse procedimento em diferentes plantas dessa organização. Cabe à corporação interessada definir o protocolo de auditoria no foco desta dissertação esse protocolo é definido com base nos requisitos da BSI (1999) bem como, outros procedimentos para que a empresa especializada contratada execute esse processo.

31 2.5 Análise crítica 2.5.1 Definições De acordo com a ABNT (2005, p. 5) a análise crítica é a atividade realizada para determinar a pertinência, a adequação e a eficácia daquilo que está sendo examinado, para alcançar os objetivos estabelecidos. Ela pode também, incluir a determinação da eficiência. Segundo a BSI (1999, p.11) a análise crítica deve ser realizada em intervalos predeterminados pela organização e este processo deve assegurar que as informações necessárias sejam coletadas para permitir à administração proceder tal avaliação, bem como, [...] deve abordar a eventual necessidade de alterações na política, objetivos e outros elementos do SGSST, à luz dos resultados de auditorias do sistema, da mudança das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria contínua. A figura 09, abaixo, sugere que para realizar a análise crítica pela administração é importante obter dados referentes à verificação e ação corretiva, fatores internos e fatores externos. Com estas informações, o processo de análise crítica permitirá ao tomador de decisão verificar a necessidade de alteração na política. Fonte: BSI, 1999 Figura 09 Análise crítica pela administração