O CASO MARIANA E O CICLO DO OURO DO SÉCULO XVIII AOS DIAS ATUAIS
Descoberta do Ouro A REALIZAÇÃO DO VELHO SONHO PORTUGUÊS
Primeiras Descobertas Em meados do século XVII Portugal vivia uma crise econômica devido à queda internacional do preço do açúcar. Entre 1693 e 1695 os bandeirantes paulistas encontram os primeiros vestígios de ouro de aluvião. Escravos africanos especialistas na mineração foram utilizados na exploração do ouro.
Áreas exploradas Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul > REGIÃO DAS MINAS Goiás São Paulo
Características Gerais Ouro de aluvião; Técnicas rudimentares de extração; Baixa produtividade; Esgotamento rápido das minas; Grande opressão metropolitana; Intenso comércio; Mobilidade social.
Extração do ouro de aluvião
Pepita de Ouro
Formas de extração Utilização da bateia nos dias de hoje Utilização da bateia durante o ciclo do ouro
Administração das Minas O CONTROLE DA EXPLORAÇÃO PELA COROA
Intendência das Minas Principal órgão administrativo português, a Intendência das Minas, criada em 1702, era responsável por: Distribuir datas (lotes) para a exploração do ouro; Fiscalizar a atividade mineradora; Julgar questões referentes ao desenvolvimento dessa atividade; O Quinto: chegou mesmo a 20% do ouro prospectado A Capitação: 16 gramas/ouro/ano por escravo A Derrama: cobrança dos quintos atrasados; cobrança anual de 100 arrobas/ouro/ano por cidade mineira.
Primeira Intendência de Minas Gerais - Mariana Intendência e Casa de Fundição de Sabará - MG
Forno e balança de antiga casa de fundição
Barras de ouro quintado
Santos do pau oco
Desenvolvimento da Vida Urbana Interiorização da colonização; Expansão territorial; Grande fluxo populacional ao interior; Mudança do eixo econômico do nordeste açucareiro para o centro sul minerador; O nascimento do mercado interno; A integração econômica da colônia; Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro 1763; Contestação do pacto colonial.
Consequências O ouro atraiu pessoas de diversas partes da colônia para o interior, aumentando o povoamento do sertão. Diversas regiões da colônia, antes isoladas entre si, passaram a estar mais integradas. Durante o século do ouro a população colonial aumentou 11 vezes, passando de 300 mil (em 1700) para 3,25 milhões (1800).
Evolução do mapa do Brasil após a mineração 1709 1789
Novo ciclo da Mineração Século XX. Liberalismo da década de 1940 1942: criada a Companhia Vale do Rio Doce CVRD (atual Cia VALE) A Constituição Federal de 1946: não deixa explícito que os bens minerais eram uma propriedade da União 1947: a ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios S/A), empresa brasileira: autorização p/ explorar manganês por 50 anos; década de 1980: quando a problemática ambiental ganha visibilidade também no país, a empresa encerra sua atividades, antes de recuperar os danos ambientais
O fenômeno Serra Pelada 1976: descoberto ouro por um funcionário do DNPM (área pertencente à CVRD) 1977: notícia se espalha 1979: garimpeiro acha ouro 1980: governo federal intervém na área, que já tem a presença de 30.000 garimpeiros 1981: esgotamento do ouro de superfície (já haviam 80.000 garimpeiros na área) 1982/83: garimpo reaberto e tem apogeu em 1983 (13,9 ton) A partir de 1987: início do declínio 1992: volta a concessão para a CVRD
Serra Pelada pelas lentes de Sebastião Salgado Fonte: paginas.terra.com.br/educacao/geopoliticanaweb/serra_pelada.htm
Serra pelada em imagens Fonte: paginas.terra.com.br/educacao/geopoliticanaweb/serra_pelada.htm
33 MINEIROS NO CHILE
A mina de San José, no deserto de Atacama, sofreu um desabamento no dia 5 de agosto de 2010. Nos primeiros 17 dias, não houve comunicação com o exterior. Os mineiros sobreviveram com duas colheres de atum enlatado, um gole de leite e meio biscoito, a cada 48 horas. Somente no dia 22 de agosto, quando a perfuração conseguiu chegar ao local em que os trabalhadores estavam confinados, veio a mensagem de José Ojeda: Estamos bem no refúgio, os 33. Então a esperança de salvamento deixou de ser uma miragem para ganhar contornos de uma possibilidade remota.
MARIANA No dia 5 de novembro de 2015 teve início um dos maiores desastres ambientais já registrados na história. Lamentavelmente, o Brasil foi o cenário dessa catástrofe, que resultou do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, MG, pertencente à empresa Samarco Mineração Ltda. Na barragem existiam 50 milhões de m 3 de rejeitos de mineração de ferro, dos quais 34 milhões extravasaram e foram carreados, sob forma de lama contaminante, pelas águas do rio Doce até sua foz, no Oceano Atlântico.
Além da morte de 19 pessoas e da destruição ocorrida no subdistrito de Bento Rodrigues, tomado pela lama, o impacto provocado pelos rejeitos se fez sentir ao longo dos mais de 600 km de corpos hídricos afetados pela poluição aquática. Milhares de peixes foram mortos, assim como animais terrestres que ingeriram a água.
O impacto da poluição se fez sentir nas comunidades ribeirinhas do rio Doce, as quais tinham na pesca um importante fator de subsistência. No litoral do Espírito Santo, junto à desembocadura desse rio, a Justiça Federal decretou proibição da pesca na região marinha. Apesar dos danos socioambientais associados ao desastre, ainda havia vazamento de rejeitos da barragem no mês de abril de 2016.
Lira Itabirana O Rio? É doce. A Vale? Amarga. Ai, antes fosse Mais leve a carga. Entre estatais E multinacionais, Quantos ais! A dívida interna. A dívida externa A dívida eterna. Quantas toneladas exportamos De ferro? Quantas lágrimas disfarçamos Sem berro? Carlos Drummond de Anadrade