AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E DE ÁCIDOS GRAXOS EM FILÉS DE SALMÃO (Salmo salar L.) IN NATURA E GRELHADO

Documentos relacionados
ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (PCA) E QUANTIFICAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS EM FÓRMULAS INFANTIS PARA LACTENTES

SUPLEMENTAÇÃO DE RAÇÃO PARA TILÁPIAS DO NILO (Oreochromis niloticus) COM CHIA (Salvia hispânica L.)

COMPOSIÇÃO EM ÁCIDOS GRAXOS DE FILÉS DE TILÁPIA E SEPARAÇÃO EM CLASSES DE LIPÍDIOS

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE SEMENTES OLEAGINOSAS Jatropha gossypifolia L. E Jatropha curcas L. DO CERRADO POR GC-FID

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO EM ÁCIDOS GRAXOS, QUÍMICA E ANÁLISE SENSORIAL DA CARNE DE CAVALO

Avaliação química e sensorial da farinha de resíduo de tilápias na forma de sopa Chemical and sensorial evaluation of fish meal in soup

Análise rápida de 37 FAMEs com o Cromatógrafo a Gás Agilent 8860

COMPOSIÇÂO QUÍMICA E ÁCIDOS GRAXOS EM CHIA (Salvia hispânica L.)

Composição química e perfil de ácidos graxos em escargot (Helix aspersa maxima) alimentados com dietas contendo diferentes fontes protéicas

RELAÇÃO ENTRE TEORES DE COLESTEROL EM FILÉS DE TILÁPIAS E NÍVEIS DE ÓLEO DE LINHAÇA NA RAÇÃO

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN

Perfil lipídico de quatro espécies de peixes da região pantaneira de Mato Grosso do Sul

INCORPORAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM TILÁPIAS DO NILO (Oreochromis niloticus)

AVALIAÇÃO DA FRAÇÃO LIPÍDICA EM GRÃOS DE ARROZ VIA CROMATOGRAFIA GASOSA 1. INTRODUÇÃO

VARIAÇÃO DO VALOR NUTRICIONAL E PERFIL LIPIDICO DE CAPRINOS SERRANOS ECÓTIPO JARMELISTA EM FUNÇÃO DA MATURIDADE

Perfil de ácidos graxos de híbridos de girassol cultivados em Londrina

Efeito da temperatura da água sobre desempenho e perfil de ácidos graxos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

PERFIL LIPÍDICO DA CARNE DE NOVILHOS DE GERAÇÕES AVANÇADAS DO CRUZAMENTO ROTATIVO CHAROLÊS X NELORE

INTERAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO LIPÍDICA DE PEIXE E A MARGARINA INTERESTERIFICADA DURANTE O PROCESSO DE REFOGAR

Quantification of alpha-linolenic acid in stems and leaves of flax (Linum usitatissimum L.) harvested in different stages of development

EFEITO DA TEMPERATURA E CONCENTRAÇÃO DE NITROGÊNIO SOBRE A COMPOSIÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS DE Heterochlorella luteoviridis

CONEXÃO ENTRE ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS, VITAMINAS E MINERAIS PALESTRANTE. Vanessa Rodrigues Lauar

Aprimorando a análise de 37 ésteres metílicos de ácidos graxos

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

Perfil lipídico de quatro espécies de peixes da região pantaneira de Mato Grosso do Sul

EFEITO DA PASTEURIZAÇÃO SOB O TEOR DE ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO (CLA) EM LEITE BOVINO

/.,*1/ 2/3-1*2 4/56 2 1*72*11*

COMPOSIÇÃO EM ÁCIDOS GRAXOS DE ÓLEO DE CAFÉ: COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE ESTERIFICAÇÃO*

ESTUDO DO VALOR NUTRICIONAL DO PESCADO VISANDO AGREGAÇÃO DE VALOR E ESTÍMULO AO SEU CONSUMO

FATTY ACIDS PROFILE OF MALAYSIAN PRAWS (Macrobrachium rosenbergii) POST LARVAE FEED DIETS WITH LINSEED AND TOMATO BY-PRODUCT MEAL

INTERFERÊNCIA DE SOLVENTES UTILIZADOS NA EXTRAÇÃO DA GORDURA DO LEITE NA DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS POR CROMATOGRAFIA GASOSA

Qualidade dos alimentos: novas desafios. Braganc;:a, Setembro ISBN

PRODUÇÃO DE PGE2 POR CAMUNDONGOS INFECTADOS COM Paracoccidioides brasiliensis E ALIMENTADOS COM UMA DIETA ENRIQUECIDA COM ÁCIDO GRAXO ÔMEGA-3

QUALIDADE NUTRICIONAL DOS LIPÍDIOS DE TILÁPIAS (OREOCHROMIS NILOTICUS) ALIMENTADAS COM RAÇÃO SUPLEMENTADA COM ÓLEO DE SOJA

ACEITAÇÃO SENSORIAL DE BATATAS FRITAS COM REDUÇÃO DE GORDURAS

Influência da dieta suplementada com óleo de soja na composição centesimal e perfil lipídico de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus)

INFLUÊNCIA DA DIETA DE TERMINAÇÃO NO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE CARNE OVINA

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA E QUÍMICA DAS FOLHAS (RAMAS) DE NABO PARA USO NA ALIMENTAÇÃO HUMANA

Composição em ácidos graxos e rendimento de filé de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) alimentada com dietas contendo tanino a

Concentração de ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) em peixes marinhos da costa brasileira 1

Rev Inst Adolfo Lutz, 65(2):94-99, 2006

Equilíbrio entre baixo teor de saturados e baixo trans nas gorduras vegetais

PROTEÍNA, LIPÍDIOS E COLESTEROL EM CARNE DE FRANGO ASSADO PROTEIN, LIPIDS AND CHOLESTEROL IN ROASTED CHICKEN

Biodisponibilidade de Lipídios. Prof. Dra. Léa Silvia Sant Ana UNESP - Botucatu Faculdade de Ciências Agronômicas

ÔMEGA 3 PÓ. EPA e DHA suplementados na forma de pó

Quantificação de ácidos graxos de alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) alimentados com diferentes fontes de óleos vegetais

PRODUÇÃO DE LIPÍDIOS ATRAVÉS DA BIOCONVERSÃO DA GLICERINA PELA MICROALGA SKELETONEMA COSTATUM

Lipids E N V I R O. Hypertension. Obesity. Diabetes. Diet. Vascular disease Age E T I C. Smoking E N. Gender Family history T A L. Sedentary lifestyle

ANAIS do XXX Congresso Brasileiro de Espeleologia Montes Claros MG, de julho de Sociedade Brasileira de Espeleologia

6 Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel 9º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel 945 Perfil dos á

DETERMINAÇÃO DE BACTÉRIAS TERMOTOLERANTES EM SASHIMI COMERCIALIZADO EM RESTAURANTES DE COMIDA JAPONESA E SEU VALOR NUTRICIONAL

APLICAÇÃO DA EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO NA NEUTRALIZAÇÃO DE ÓLEO BRUTO DE SOJA COM FOCO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO ALFA-LINOLÊNICO PROVENIENTE DO ÓLEO DE LINHAÇA POR MEIO DA FORMAÇÃO DE ADUTOS COM URÉIA

PERFIL LIPÍDICO DO LEITE CAPRINO DO MINICÍPIO DE SENHOR DO BOMFIM BA

ARRASTE FECAL DE LIPÍDIOS EM RATOS ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES DE GORDURA.

Ciência Rural ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

A INFLUÊNCIA DO ÔMEGA 3 NA GESTAÇÃO

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

Desempenho da destilação simulada de alta temperatura usando o cromatógrafo gasoso Agilent 8890

RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: Doença celíaca. Planejamento de mistura. Plantas alimentares não convencionais.

Lipídios e Membranas

TRANSESTERIFICAÇÃO COM CATÁLISE ÁCIDA DE RESÍDUOS DE GORDURA DE FRANGO PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL: RESULTADOS PRELIMINARES

COMPOSIÇÃO EM ÁCIDOS GRAXOS DE ÓLEOS VEGETAIS Ε GORDURAS ANIMAIS*

V SIMCOPE Simpósio de Controle de Qualidade do Pescado

ULTRA COLLAGHEM Óleo de cártamo + Colágeno hidrolisado

Perfil de ácidos graxos e teor de colesterol de mortadela elaborada com óleos vegetais

Perfil de ácidos graxos e teor de colesterol de mortadela elaborada com óleos vegetais

ANÁLISE DO PERFIL LIPÍDICO DE AZEITE DE DENDÊ SUBMETIDO A AQUECIMENTO

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO ÓLEO DESCARTADO DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UFRRJ

Farinha de carcaça de Tilápia em dietas para coelhos: composição química e resistência óssea

Resumo. Profª. da Faculdade Integrado de Campo Mourão, Paraná. 3

DISCUSSÃO DOS DADOS CAPÍTULO V

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS EM GORDURA DE PALMA ADICIONADA DE ÓLEOS ESSENCIAIS E SUBMETIDA AO PROCESSO DE FRITURA

MSc. Bolsista CNPq/Embrapa Clima Temperado. 2. Acadêmica de Engenharia Química FURG.

ESTUDO DO TEOR E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO DE ALGUMAS VARIEDADES DE CAFÉ

TÍTULO: ANÁLISE DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE GORDURAS E FATORES QUE INFLUENCIAM SUAS ESCOLHAS

ESTUDO COMPARATIVO DA EXTRAÇÃO DO ÓLEO DA BORRA DE CAFÉ

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS EM ÓLEO DE CAFÉ (COFFEA ARABICA) ARMAZENADO DURANTE SEIS MESES

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E LIPÍDICA DA CARNE DE OVINOS DO NORDESTE BRASILEIRO

UP! A-Z Force Homme. Informação Nutricional. Suplemento vitamínico e mineral de A a Z 60 cápsulas de 500mg

CARACTERÍSTICAS E CONSUMO DE PESCADO NO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS POR CROMATOGRAFIA GASOSA, COMPOSIÇÃO PROXIMAL E VALOR CALÓRICO DE CARNE DE AVESTRUZ (STRUTHIO CAMELLUS)*

ELABORAÇÃO E ACEITAÇÃO DE PÃO COM REDUÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS

Lipídios simples (gorduras neutras)

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS DE JUVENIS DO CAVALO MARINHO HIPPOCAMPUS REIDI

Composição centesimal de azeitonas e perfil de ácidos graxos de azeite de oliva de quatro cultivares de oliveira

Ingredientes: Óleo de cártamo. Cápsula: gelatina (gelificante) e glicerina (umectante).

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E REOLÓGICAS DE VARIEDADES DE MANDIOCA CULTIVADAS NA BACIA DO AMAZONAS

Influência dos Ácidos Graxos Saturados da Dieta

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE BARU (Dipteryx alata Vog.) DA REGIÃO SUL DO ESTADO DE GOIÁS

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DE EMPANADOS ELABORADOS A PARTIR DE CARNE DE CARPA HÚNGARA (CYPRINUS CARPIO L.) 1

Aula: 26 Temática: Estrutura dos lipídeos parte I

PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DO ÓLEO DE SEMENTE DE ABÓBORAS CRIOULAS (Cucurbita máxima L.)

CONSUMO DE ÔMEGA 3 EM HIPERTENSOS DE MACEIÓ-AL

LEITE LIOFILIZADO DE VACA HOLANDESA ALIMENTADA COM RAÇÃO SUPLEMENTADA COM LINHAÇA

COMPOSIÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS EM POLPA DE FRUTAS NATIVAS DO CERRADO 1

Perfil de lipídios, composição de ácidos graxos e teor de colesterol em camarões

Ácido linoléico conjugado em dietas para pacu: tempo de deposição, desempenho e perfil de ácidos graxos

Transcrição:

V EPCC Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar 23 a 26 de outubro de 2007 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E DE ÁCIDOS GRAXOS EM FILÉS DE SALMÃO (Salmo salar L.) IN NATURA E GRELHADO Ivane Benedetti Tonial 1, Ana Carolina de Aguiar 2, Nilson Evelázio de Souza 3, Makoto Matsushita 3, Jesuí Vergílio Visentainer 3. RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar a composição centesimal e de ácidos graxos em filés de salmão sob duas formas, in natura e grelhado. As amostras foram filetadas e separadas em duas alíquotas. A primeira alíquota homogeneizada e moída, a segunda foi filetada e grelhada a 200 C por 20 minutos, na ausência de temperos. Foram realizadas análises de umidade, cinzas, proteínas e lipídios totais. Os ésteres metílicos de ácidos graxos foram separados por cromatografia gasosa. Os teores de umidade, cinzas, proteína e lipídios totais para salmão in natura foram 68,6%, 1,2%, 20,2% e 9,3% respectivamente e para o salmão grelhado, os valores foram de 52,8%, 1,8%, 32,3% e 12,5% respectivamente. Com relação aos ácidos graxos, houve predominância para os insaturados (mono e poliinsaturados), especialmente o DHA, tanto para a forma in natura (17,5 %) quanto grelhada (18,4%). As razões AGPI/AGS encontradas foram de 1,2 e 1,4, para o salmão in natura e grelhado, respectivamente e as razões n-6/n-3 foram de 0,2 para ambas as formas avaliadas constituindo-se, portanto, o salmão, como numa fonte de alimento calórica rica em ácidos graxos n-3. PALAVRAS-CHAVE: Análise Lipídica; Composição Química; Peixes Marinhos. 1 INTRODUÇÃO O Salmão (Salmo salar.) é um peixe que vive no mar até atingir a fase adulta e sobe os rios para realizar sua reprodução em água frias, bem oxigenadas e não poluídas. Nas fases juvenis e alevinos, nas águas doces, alimentam-se de macroinvertebrados aquáticos (crustáceos e insetos aquáticos), (Doadrio, 2001). Por serem uma fonte rica em ácidos graxos poliinsaturados, principalmente aqueles da família ômega-3, estudos revelaram a importância dos lipídios de peixes na alimentação humana por exercerem funções biológicas específicas. Em peixes marinhos verifica-se a predominância dos ácidos eicosapentaenóico (EPA, 20:5n-3) e docosahexaenóico (DHA, 22:6n-3), proveniente de uma dieta à base de vegetais que apresentam baixos níveis de AGPI n-6, (Sargent et al., 2002). O EPA desempenha funções essenciais na saúde humana estando envolvido na produção de prostaglandinas, tromboxano e eicosanóides, o DHA, por sua vez, está presente na porção fosfolipídica das células, retina, cérebro humano e tecidos corporais (Alessandri et al., 1998). Para a série de ácidos graxos poliinsaturados n-6 o ácido linoléico e araquidônico apresentam papel importante para bom desempenho do organismo humano. 1 Doutoranda em Química, Universidade Estadual de Maringá - UEM, e-mail: ivanebt@hotmail.com. 2 Graduanda em Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Maringá UEM, Maringá, PR. Bolsista de Iniciação Científica (CNPq PIBIC-UEM) 3 Professores Doutores do Departamento de Química, Universidade Estadual de Maringá UEM, Maringá, PR. V EPCC V EPCC CESUMAR Centro Universitário de Maringá Maringá Paraná Brasil

O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição química e de ácidos graxos em amostras de salmão in natura e grelhado. 2 MATERIAL E MÉTODOS As amostras de filés de salmão (1000g) foram adquiridas no comércio do município de Maringá/PR e estocadas a 20 C para posterior análise química. As amostras foram filetadas e separadas em duas alíquotas. A primeira alíquota homogeneizada e moída. A segunda alíquota foi filetada e grelhada a 200 C por 20 minutos, na ausência de temperos. Foram realizadas análises dos teores de umidade, cinza, proteína bruta pelo método descrito por (Cunniff, 1998) e lipídios totais pelo método Bligh e Dyer (1959). Os ésteres metílicos de ácidos graxos foram preparados de acordo com o método 5509 da ISO (1978). Os ésteres de ácidos graxos foram analisados utilizando um cromatógrafo gasoso 14-A (Shimadzu, Japão), equipado com detector de ionização de chama e coluna capilar de sílica fundida CP-Sil-88 (100m, 0,25mm e 0,25µm). Foi programada temperatura de coluna a 2 o C/min de 180 o C a 240 o C, enquanto que a temperatura do injetor e do detector foi mantido a 220 o C e 245 o C, respectivamente. Os fluxos dos gases, foram de 1,4mL.min -1 para o gás de arraste (H 2 ); 30mL.min -1 para o make-up (N 2 ) e 30mL.min -1 e 300mL.min -1 para o H 2 e para o ar sintético da chama, respectivamente. A razão de divisão da amostra (split) foi de 1/100. Identificação de ácidos graxos foi feita comparando os tempos de retenção relativo dos picos de (EMAG) de amostras com padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos (Sigma), por co-eluição ( spiking ) de padrões junto com a amostra. As áreas de picos foram determinadas pelo Integrador- Processador CG-300. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) a 5% de probabilidade, pelo Teste de Tukey, através do programa Statistica, versão 5.0 (StaSoft, EUA, 1995). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A composição percentual de umidade, cinza, proteína bruta e lipídios totais de filés de salmão in natura e grelhados são mostrados na Tabela 1. TABELA 1. Composição percentual de umidade, cinza, proteína e lipídios totais em files de salmão (Salmo salar L.) in natura e grelhado. Constituintes (%) Salmão In natura Salmão Grelhado Umidade 68,6 ± 0,63 a 52,8 ± 0,54 b Cinza 1,2 ± 0,10 a 1,8 ± 0,01 b Proteína Bruta 20,2 ± 0,57 a 32,3 ± 0,35 b Lipídios totais 9,3 ± 0,87 a 12,5 ± 0,46 b Os resultados são medias em triplicatas com as respectivas estimativas do desvio padrão. Letras diferentes na mesma linha indicam diferença (P<0,05) pele Teste de Tukey. Os teores de umidade, cinzas, proteína e lipídios totais para salmão in natura foram 68,6%, 1,2%, 20,2% e 9,3% respectivamente e para a salmão grelhado, os valores foram de 52,8%, 1,8%, 32,3% e 12,5% respectivamente, apresentando diferenças (p<0,05) em todos os constituintes. As alterações percebidas nos parâmetros avaliados deve-se possivelmente ao fator aquecimento, associado a perda de água durante o processamento térmico. De acordo com o teor de lipídios totais (LT), os peixes podem se classificados em magros (LT<2,0%), baixo teor de gordura (LT 2-4 %) mediamente gordos (LT 4-8%) e altamente gordos (LT 8%), (Ackam, 1989). Com base nos resultados apresentados neste

trabalho pode-se classificar o salmão como altamente gordo, uma vez que o teor de lipídios totais ultrapassou 8% (9,3% 12,5%). A composição percentual de ácidos graxos para o salmão in natura e grelhado, são mostrados na tabela 2. TABELA 2. Composição em ácidos graxos (percentagem de área relativa) em files de salmão. Ácidos Graxos Salmão-in natura Salmão grelhado 14:0 5,4 ± 0,84 a 4,8 ± 0,42 b 16:0 18,0 ± 1,22 a 16,8 ± 1,00 b 16:1n-7 5,85 ±,0,24 5,7 ± 0,01 b 17:0 1,28 ± 0,75 1,16 ± 0,01 17:1n-9 1,0 ± 0,13 1,0 ± 0,09 18:0 4,6 ± 0,24 4,4 ± 0,01 18:1n-9 18,3 ± 1,11 18,0 ± 0,48 18:1n-7 4,0 ± 0,07 4,1 ± 0,23 18:2n-6 4,0 ± 0,10 4,0 ± 0,11 18:3n-3 0,8 ± 0,00 0,8 ± 0,01 20:1n-9 2,5 ± 0,10 2,7 ± 0,11 20:0 1,3 ± 0,04 1,3 ± 0,02 20:4n-3 1,4 ± 0,08 1,4 ± 0,08 20:4n-6 1,8 ± 0,47 2,0 ± 0,16 20:5n-3 8,5 ± 0,48 a 9,1 ± 0,34 b 22:5n-3 4,0 ± 0,40 a 4,5 ± 0,31 b 22:6n-3 17,5 ± 2,75 a 18,4 ± 1,09 b AGS 30,5 ± 0,59 a 28,4 ± 1,12 b AGMI 31,5 ± 0,2 31,4 ± 0,77 AGPI 38,0 ± 0,7 b 40,2 ± 4,00 b n-6 5,7 ± 0,02 6,0 ± 0,11 n-3 32,2 ± 0,7 b 34,3 ± 3,9 b n-6/n-3 0,2 ± 0,07 0,2 ± 0,33 AGPI/AGS 1,2 ± 0,003 1,4 ± 0,01 Os valores são médias±dp (desvio padrão) de analises em triplicas. Letras diferentes na mesma linha indicam diferença (P<0,05) pele Teste de Tukey. As somatórias são de ácidos graxos: AGS (saturados); AGMI (monoinsaturados) AGPI (poliinsaturados); n-3 (ômega-3); n-6 (ômega-6). As razões são entre as somatórias dos grupos: ômega-6/ômega-3 (n-6/n-3) e ácidos graxos poliinsaturados/saturados (AGPI/AGS). Os ácidos graxos predominantes foram os ácidos oléico (18:1n-9), palmítico (16:0) e cervônico (DHA, 22:6n-3). Foram encontradas diferenças (p<0,05) no valor total de ácidos graxos saturados (AGS) e poliinsaturados (AGPI). Os somatórios de ácidos graxos monoinsaturados não apresentaram diferenças (p<0,05). Os valores de AGS foram superiores aos encontrados por Zheng et al., (2005) 19,4-23,6 % (AGS) enquanto que os valores de AGMI foram inferiores 48,2-48,8% (AGMI) para salmão (Salmo salar) de cativeiro. Com relação aos AGPI os valores encontrados neste trabalho ficaram entre aos encontrados por Zheng et al., (2005) variando de 21,7-68,5% AGPI para salmão (Salmo salar) de cativeiro. As razões AGPI/AGS encontradas foram de 1,2 e 1,4, para o salmão in natura e grelhado, respectivamente. O Departamento de Saúde da Inglaterra (1994) estabelece que alimentos com valores de AGPI/AGS abaixo de 0,45 são considerados prejudiciais à saúde, principalmente no tocante a doenças cardíacas, sendo assim, o salmão pode ser considerado um alimento saudável. Esta espécie de peixe marinho

também se destaca por apresentar altos conteúdos de ácidos graxos n-3 (32,2 salmão in natura e 34,3 para o salmão grelhado) resultando numa baixa razão n-6/n-3 (0,2) para o salmão in natura e grelhado, respectivamente. Segundo Enser et al., (1998), a razão n- 6/n-3 deve ser no máximo 4,0, estando, portanto, a razão encontrada dentro dos níveis recomendáveis. 4 CONCLUSÃO A espécie estudada apresenta bom conteúdo lipídico, especialmente em termos de ácidos graxos poliinsaturados. As razões n-6/n-3 e AGPI/AGS encontraram-se dentro das recomendações estabelecidas por alguns pesquisadores e desta forma peixes marinhos como o salmão constituem uma boa fonte de ácidos graxos, podendo ser utilizado na alimentação, fornecendo grande quantidade de calorias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACKMAN, R. G.; (1989). Nutritional composition of fats in seafoods. Program Food Nutrition Science 13, 161-241. ALESSANDRI, J.M.; GOUSTARD, B.; GUESNET, P.; DURANT, G. Docosahexaenoic acid concentrations in retinal phospholipids of piglets fed na infant formula enriched with longchain polyunsaturated fatty acids: effects of egg phospholipids and fish oils with different ratios of eicosapentaenoic acid to docosahexaenoic acid. American Journal Clinical. Nutrition. v. 67, p. 377-385, 1998. Bligh, E.G.; Dyer, W.J. Canadian Journal Biochemical v. 37, p. 911,1959. Cunnif, P. A.; (1998). Official Methods of Analysis AOAC international, 6 th ed. Arlington: Association of Official Analytical Chemists, Doadrio, I., (2001). Atlas y Libro Rojo de los Peces Continentales de España. Dirección General de Conservación de la Naturaleza, Museo Nacional de Ciencias Naturales, Madrid. Enser, M.; Hallett, K. G.; Fursey, A. J.; Wood, J. D.; Harrington, G. Fatty acid content and composition of UK beef and lamb muscle in relation to production system and implications for human nutrition. Meat Science v. 49, p. 329-341, 1998. HMSO. Reporto in health and Social subjets, n 46. Nutritional aspects of cardiovascular Disease. Department of Health, London, p.178, 1994. ISO - International Organization for Standardization., 1978. Geneve: Method ISO 5509. Sargent, J. R.; Tocher, D. R.; Bell, J. G. The Lipids, in: Halver,J. E.; Hardy, R. W., (Eds), Fish Nutrition, Academic Press, San Diego, p.181-257, 2002. Zheng, X.; Torstensen, B. E.; Tocher, D. R,; Dick, J. R.; Henderson, R. J.; Bell, J.G. Environmenta and dietary influences on highly unsaturated fatty acid biosynthesis and expression of fatty acyl desaturase and elongase genes in liver of Atlantic salmon (Salmo salar). Biochemical et Biophysical Acta, v.1734, p.13-24, 2005.