RELATÓRIO DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES CAPA



Documentos relacionados
NPT 015 CONTROLE DE FUMAÇA PARTE 8 18 ASPECTOS DE SEGURANÇA DO PROJETO DE SISTEMA DE CONTROLE DE FUMAÇA

ESTADO DO AMAZONAS CÂMARA MUNICIPAL DE MANAUS GABINETE DO VEREADOR ISAAC TAYAH

Autores: Deputado SAMUEL MALAFAIA, Deputado LUIZ PAULO A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE:

Responsabilidade Técnica na Pesquisa com Agrotóxicos. Eng. Agr. Gilberto Guarido Coordenador da Câmara Especializada de Agronomia

Licitação do Sistema Ônibus de Porto Alegre. Anexo IV Sistema de Controle da Qualidade do Serviço de Transporte Coletivo por Ônibus de Porto Alegre

SOROCABA - DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE ACIDENTES DE TRÂNSITO

Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for superior ao valor líquido contábil.

AVALIAÇÃO DE CONDUTORES

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA CONCESSIONÁRIA PPP PÁTIO VEICULAR INTEGRAL SÃO PAULO

INSTALAÇÃO E SEGURANÇA NOS ELEVADORES

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Reserva Extrativista Chico Mendes

INSTRUÇÃO NORMATIVA STR SISTEMA DE TRANSPORTES Nº. 002/2015. Unidade Responsável: Secretaria Municipal do Interior e Transportes CAPÍTULO I

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

ANEXO 15 MODELO DE TERMOS DE COMPROMISSO PARA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA

O PREFEITO MUNICIPAL DE PARELHAS, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, usando das atribuições que lhe são conferidas pela Lei Orgânica do Município.

Diretoria Técnica Gerência de Controle de Perdas e Sistemas

TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº /04 ACÓRDÃO

Case de Sucesso. Integrando CIOs, gerando conhecimento. FERRAMENTA DE BPM TORNA CONTROLE DE FLUXO HOSPITALAR MAIS EFICAZ NO HCFMUSP

Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013.

SÚMULA DA 69ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA ESPECIALIZADA DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

DECRETO Nº DE 11 DE JULHO DE O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, e

Rio de Janeiro: Decreto Regulamentador de Autovistoria

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E VIAÇÃO DIVISÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA ANEXO XII - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

XVII COBREAP CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS IBAPE/SC AIRBAG

Trens Regionais de Média Densidade

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE IT Instrução de Trabalho

GUIA DE ESTÁGIO CURSOS TECNOLÓGICOS

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL UNISC CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO REGULAMENTO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO CAPÍTULO I DA NATUREZA

Segurança e Saúde dos Trabalhadores

ISO 9001 : De 20/05/2013 a 24/05/2013. Local: Hotel Windsor Guanabara Av. Presidente Vargas, 392 Centro Rio de Janeiro RJ Tel.

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

PROBLEMAS ATUAIS DA LOGÍSTICA URBANA NA ENTREGA DE MATERIAIS HOSPITALARES UM ESTUDO INVESTIGATIVO

Sem mais para o momento e agradecendo a atenção dispensada. Atenciosamente. AFONSO C. GAPPO Engº CREA Nº38219-D RJ

ATO DO DIRETOR-GERAL Nº 1516, DE 2005

SIMULAÇÃO DE TRÁFEGO DE VEÍCULOS INTELIGENTES PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES

1. Esta Política Institucional de Gestão de Continuidade de Negócios:

Informativo 06. Com o objetivo de melhorar o formato da competição Baja SAE BRASIL Etapa Sul a edição de 2015 esta trazendo algumas modificações.

Comunicação investigação e análise de quase acidentes e acidentes do trabalho

POLÍTICA RISCO OPERACIONAL

ANEXO II.2 PROJETO BÁSICO SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE

COMITÊ DE MANUTENÇÃO

RESOLUÇÃO Confea Atribuições

Política de Gerenciamento de Risco Operacional

SISTEMAS PROFISSIONAIS

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

1. Esta Política institucional de gestão de continuidade de negócios:

REFORMA SALA DO NÚCLEO DE SEGURANÇA PROJETO PREVENTIVO CONTRA INCÊNDIO

SOCIEDADE BENEFICENTE DOS SUBTENENTES E SARGENTOS DA PMPR COLÔNIA DE FÉRIAS DIRETRIZ TEMPORADA DE VERÃO 2013/ 2014

Edição Data Alterações em relação à edição anterior. Nome dos grupos

SEMINÁRIO DE PERÍCIAS

Relatório de Vistoria Técnica com Cadastramento do Imóvel

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. Rua Riachuelo, 547. Pirassununga/SP. Conselho do Patrimônio Imobiliário. Coordenada Geográfica: ,2 S, ,8 W

Gestão Colegiada HOSPITAL DAS CLÍNICAS UNIDADE I

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

ESCOPO TÉCNICO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA

Descrição da Estrutura de Gerenciamento Risco de Mercado -

TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº /2003 ACÓRDÃO

GERENCIAMENTO DE MODIFICAÇÕES

Eficiência Energética Chocolates Garoto

REGIMENTO DE ESTÁGIO CURRICULAR PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO

ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2011

CAPITULO I DO OBJETIVO

ANEXO II DA DEFINIÇÃO E OBJETIVO DO ESTÁGIO

Procedimento Operacional N⁰ do procedimento: PO 20

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

ESTADO DO CEARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE BARBALHA EDITAL Nº. 02/2014 RETIFICAÇÃO DO EDITAL DE PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO Nº01/2014

O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL: UMA PROPOSTA DE APRIMORAMENTO DA ELABORAÇÃO DO TERMO DE REFERÊNCIA

Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

RESOLUÇAO 212, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2006, DO CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO CONTRAN Dispõe sobre a implantação do Sistema de Identificação Automática

Mesa Redonda Obrigatoriedade da Inspeção Predial: ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Contingenciamento da Rede Corporativa PLANO DO PROJETO

SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO - SGI (MEIO AMBIENTE, SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO) Procedimento PREPARAÇÃO E RESPOSTA A EMERGENCIA

Legislação municipal relativa a veículos de aluguel para condução de passageiros:

PROCESSO DE CONVERGÊNCIA DA CONTABILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL. Parte 2 Procedimento Contábil da Depreciação

Manual do. Almoxarifado

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCO - PGR

RESOLUÇÃO - RDC Nº 23, DE 4 DE ABRIL DE 2012

PROCEDIMENTO GERAL. Identificação e Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais

Segurança no Trabalho

Termo de Referência nº Antecedentes

INSTRUÇÃO NORMATIVA DE TRABALHO UTILIZAÇÃO DA FROTA

NORMA DE VISTORIA DE VIZINHANÇA Procedimentos básicos executivos

SIMULADOS - Professor Flávio Nunes Segurança e Saúde no Trabalho

d) Programa de Formação na Área da Cultura. ( ) Sim ( ) Não

LEI Nº 5.194, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1966

CÓPIA NÃO CONTROLADA. DOCUMENTO CONTROLADO APENAS EM FORMATO ELETRÔNICO. PSQ PROCEDIMENTO DO SISTEMA DA QUALIDADE

ANEXO I CONDIÇÕES GERAIS DE CONTRATAÇÃO

Atribuições dos Tecnólogos

Outros Tópicos Importantes na Elaboração do Fluxo de Caixa

NORMA ISO Sistemas de Gestão Ambiental, Diretrizes Gerais, Princípios, Sistema e Técnicas de Apoio

Estrutura da Gestão de Risco Operacional

ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA ASSOCIAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS E ADQUIRENTES DE LOTES VILLAGE DA SERRA, REALIZADA NO DIA 15 DE SETEMBRO DE

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO PRESIDÊNCIA ATO Nº 497/GDGSET.GP, DE 24 DE SETEMBRO DE 2014

DELIBERAÇÃO Nº 38, DE 11 DE JULHO DE 2003

Relatório de Inspeção

Governança Corporativa

SISTEMA GLOBAL DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO.

Transcrição:

RELATÓRIO DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES CAPA Objeto da avaliação: Acidente com bonde de Santa Teresa Interessado: Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA/RJ) Escopo e Diretriz do Relatório: Este acidente foi objeto de avaliação do CREA RJ, tendo em vista as denúncias feitas pela AMAST - Associação dos Moradores e Amigos de Santa Teresa em duas audiências públicas realizadas no Crea/RJ em 20/05/2009 e na ALERJ no dia 24/06/2009. Nas duas oportunidades a AMAST vinha denunciando a falta de segurança dos Bondes após sua modernização e alertavam quanto aos riscos da ocorrência de acidentes, caso o Governo do Estado do Rio de Janeiro não suspendesse imediatamente os serviços contratados à Empresa TTRANS - TRANS SISTEMAS DE TRANSPORTES S.A. A modernização dos Bondes foi uma decisão do Governo do Estado em função do péssimo estado de conservação em que se encontravam os 14 (quatorze) bondes que compõem a frota do Sistema, situação esta decorrente da total falta de investimentos feitos em manutenção preventiva ao longo dos anos, estando alguns deles completamente destruídos. As manutenções corretivas aconteciam com canibalização de outros bondes, de forma que a circulação diária do Sistema encontrava-se totalmente comprometida. Em Novembro de 2007, quando técnicos da TTRANS realizavam testes com o primeiro Bonde modernizado dentro da oficina, o mesmo perdeu o freio atingindo e deixando um funcionário com fratura exposta na perna. No dia 16/08/2009, um acidente com um dos Bondes modernizados provocou a morte de uma passageira e ferimentos em pelo menos sete pessoas. O bonde teria colidido com um táxi na subida da Rua Paschoal Carlos Magno. É objeto da análise, os envolvimentos e procedimentos éticos dos técnicos afetos ao CREA RJ, e elaborar relatório sobre o evento que possa contribuir para prevenção de acidentes correlatos. Deve ser ressaltado que ao CREA RJ não cabe fazer perícias técnicas ou outras avaliações que extrapolem as abrangências legais da autarquia. Descrição do Acidente: O acidente aconteceu no dia 16/08/2009, por volta de 10:00 horas, quando um bonde que subia a rua Paschoal Carlos Magno, foi atingido na sua parte lateral frontal esquerda por um táxi numa curva fechada. Sem danos importantes o táxi se evadiu do local. O bonde com a colisão, perdeu o sistema de freio e iniciou descida de marcha à ré de forma descontrolada por alguns metros, descarrilando e se chocando neste movimento com

a lateral de um ônibus, parando a seguir. Durante a descida descontrolada houve pânico entre os passageiros e uma passageira se jogou ou foi jogada para fora do bonde, vindo a falecer em função dos ferimentos. Outros sete passageiros tiveram ferimentos leves e foram liberados. Foi apurado que o bonde fazia parte de um grupo que foi projetado e desenvolvido para substituir os antigos Bondes retirados de operação devido à falta de condições operacionais, provocadas pelo total ou quase total abandono nos processos de manutenção ao longo do tempo. Este era um dos primeiros bondes entregues para operação regular pela empresa que projetou e construiu o equipamento. Depoimentos: Foram ouvidos em depoimentos à CAPA (Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes) os seguintes profissionais: No dia 20 de Agosto de 2009 os trabalhos da Comissão foram abertos tendo sido convidados a Sra. Juçara Braga, representando a AMAST e o Conselheiro Regional do CREA/RJ, Ramiro Nascimento que por ter ocupado o cargo de Coordenador do Sistema de Bondes de Santa Teresa em muito poderia ajudar a Comissão. Dia 26 de Agosto de 2009: - Engenheiro Eletricista Cláudio Luiz Lopes do Nascimento (CENTRAL) - Chefe do Departamento de Manutenção do Sistema de Bondes; Dia 03 de Setembro de 2009: 1- Engº Engenheiro Eletricista Élcio Campos - Coordenador de Sistemas da Central. 2- Engº Industrial-Elétrica Luís Cláudio Alves de Mello - Chefe do Departamento de Material Rodante da Central. 3- Engº Engenheiro Eletricista Massimo Andrea Giavina Bianchi - Diretor Presidente da TTRANS, responsável técnico junto ao Crea-RJ. 4- Engº Engenheiro Mecânico Paulo Cesar Leite de Souza - Gerente de Produção da TTRANS, responsável técnico da Empresa junto ao Crea-RJ. 5- Engº Engenheiro Eletrônico Paulo Munck Machado - Gestor de Contratos da TTRANS. Dia 24 de Setembro de 2009: 1 - Pedro Cascardo - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa 2 - Sérgio Amaral - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa 3 - José Cássio Ignarra - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa 4 - Ângela Maria Tude de Souza - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa

5 - Abaeté de Paula Mesquita - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa 6 - Camilla Ximenez - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa 7 - Juçara Braga - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa 8 - Raphael de Moura C. Leite - Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa Dia 01 de outubro de 2009: 1. Engº Engenheiro Mecânico Everton Jorge Pereira - Diretor Comercial da Empresa KNORR-BREMSE Sistemas para Veículos Ferroviários; 2. Engº Engenheiro de Mecatrônica-Aplicação Alessandro Novelo - Empresa KNORR-BREMSE Sistemas para Veículos Ferroviários; 3. Engº Paulo César Leite de Souza - Gerente de Produção da TTRANS, responsável técnico da Empresa junto ao Crea-RJ. Fotos do bonde na garagem de Santa Teresa:

Acima fotos do sistema de freio.

Fotos comparando o bonde novo com o antigo:

Conclusão: Após a análise dos depoimentos, projeto e vistoria nas oficinas dos Bondes em Santa Teresa a Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do CREA/RJ conclui: 1. Houve um grave erro no projeto desenvolvido pela TTRANS quanto a localização da caixa de fibra de vidro onde estão instalados os componentes do Sistema de freios projetados e fornecidos pela Empresa KNORR-BREMSE Sistemas para Veículos Ferroviários, chamado comercialmente por KBR11. A caixa foi colocada na parte lateral da estrutura do Bonde em uma posição onde qualquer acidente por impacto ou outra degradação na sua estrutura, por menor que fosse, poderia fazer com que se perdesse a operacionalidade do sistema de freios. Concluiu a Comissão que se um sistema de freios é componente crucial para a parada de um veículo pesado, como a caso dos Bondes, o mesmo deve estar completamente protegido contra colisões, degradações ou outras influências ou ocorrências que possam levar ao acidente. Como era de conhecimento da Empresa projetista do novo Bonde, o veículo trafega em ladeiras com grande inclinação, ruas estreitas e com grande desordem no trânsito, o que aumenta a responsabilidade sobre a confiabilidade do sistema de freios, incluindo a localização de suas partes, alem da sua eficiência e previsão de acionamentos redundantes em caso de falhas. 2. O governo municipal deve viabilizar um projeto que acabe imediatamente com a desordem urbana em Santa Teresa, fazendo com que se respeitem as características do bairro, mantendo as ruas livres para a circulação segura dos Bondes e transeuntes. As ruas devem ter marcações em seu piso com os limites para estacionamentos de veículos, e fiscalização do cumprimento das normas de segurança a serem implementadas. 3. A grande confusão urbana em que se transformou Santa Teresa, onde carros estacionam em qualquer lugar, o aumento desordenado da população e a permissão de tráfego de veículos com capacidade questionável, contribuiu e continuará contribuindo para novos acidentes, caso não se entenda que o Bonde sempre foi e deve continuar sendo, não o único, mas o principal meio de transporte da população do Bairro, e continuar sendo um patrimônio cultural do povo do Rio de Janeiro. 4. A CAPA conclui, com relação ao acidente, que os novos bondes fabricados pela TTRANS, não deveriam circular até que o projeto seja reavaliado, e todas as possibilidades de danos estruturais de seus sistemas estejam reexaminados quanto a confiabilidade e análise de riscos. A CAPA sugere que antes da liberação do projeto, seja instituída uma Comissão Técnica Independente que elabore um Laudo Pericial das condições de segurança do bonde e seus sistemas mecânicos, com ART no CREA RJ, como parte da aprovação final do projeto e da construção dos equipamentos.

5. Por fim, considerando o Art. 138 do Regimento do Crea-RJ a Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes, encaminha o processo à Presidência deste Conselho para que seja encaminhado ao Plenário do Crea-RJ, visando sua manifestação e providências, que julgar cabíveis. Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2010 Membros da CAPA/2009 e Convidado Coordenador: Arquiteto Fernando Bandeira de Mello da Silva Conselheiro Regional Efetivo: Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho e Engenheiro de Operação-Mecânica Luiz Carlos Roma Paumgartten Conselheiro Regional - Efetivo: Engenheiro de Segurança do Trabalho, Mecânico e de Operação-Fabricação Mecânica Paulo Roberto Sad da Silva Conselheiro Regional (Convidado) Engenheiro Eletricista e de Segurança do Trabalho Luiz Antonio Cosenza 1º VicePresidente do Crea-RJ.