PSICOLOGIA E PSIQUIATRIA: UM DIÁLOGO TRANSDISCIPLINAR

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Transcrição:

PSICOLOGIA E PSIQUIATRIA: UM DIÁLOGO TRANSDISCIPLINAR Trabalho de curso 2013 Maria Luiza da Cruz Cortizo Thayane Silva Aguiar Henrique Graduandas do Curso de Psicologia na União de Ensino Superior de Viçosa (UNIVIÇOSA) da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde (FACISA) de Viçosa-MG. Psicóloga e Professora de Psicologia na União de Ensino Superior de Viçosa (UNIVIÇOSA) da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde (FACISA) de Viçosa-MG. Email: thayaneahenrique@hotmail.com RESUMO A importância da junção e da interação entre a psiquiatria e a psicologia, surge da necessidade em zelar para uma melhor qualidade de vida do paciente, visto que em muitos casos é importante à parceria de ambos, para se adquirir um resultado melhor. O objetivo foi analisar a transdisciplinaridade entre os profissionais da área da psiquiatria e da área da psicologia da cidade de Viçosa - MG. Para tanto, utilizamos entrevistas semi-estruturadas com três psiquiatras e três psicólogos. Ambos devem buscar a complementaridade em prol da saúde mental do paciente, afim de senão curar, amenizar seu sofrimento. Palavras-chave: psicologia, psiquiatria, saúde mental, transdisciplinaridade. 1 Siga-nos em

INTRODUÇÃO Sabe-se da necessidade de uma atuação conjunta de muitos profissionais da área da saúde para que ocorra assim uma multidisciplinariedade em prol da saúde e do bem-estar dos pacientes, evitando maior sofrimento para o mesmo, estando este amparado por uma equipe que atenda prontamente e diferentemente suas necessidades, e busque mais rapidamente e precisamente uma resolução para o caso. O mesmo ocorre quando se fala em Saúde Mental, cabendo aos profissionais da área realizar essa junção de forças em prol da preservação do bem-estar, integridade e sanidade do paciente. Ao contrário do que geralmente muitos supõem as duas profissões não são opostas ou demonstram a impossibilidade de se estabelecer uma relação mais estreita, sendo fundamental uma união de ambas que são complementares em muitos casos, realizando um trabalho em equipe mais eficaz e de melhor resultado. De acordo com Iribarry (2003) esta interação entre a Psiquiatria e a Psicologia, pode ser chamada também de Transdisciplinaridade. Onde psicólogos e psiquiatras, podem dialogar, buscando a complementariedade auxiliando para uma melhor compreensão do quadro psicopatológico, respeitando os diferentes níveis de realidade e as diferenças lógicas de cada área de conhecimento. Assim, psiquiatria e psicologia, devem se manter numa perpétua situação de diálogo. O paciente é quem nos ensina algo sobre seu sofrimento. Os dispositivos técnicos de cada clínica colaboram para um melhor entendimento do caso, mas é o próprio caso que deverá questioná-los e renová-los permanentemente. Segundo Bock (1999), a Psicologia e a Psiquiatria são áreas do saber fundadas em campos de preocupações diferentes. Desde Wundt, a Psicologia tem seu objeto de estudo marcado pela busca da compreensão do funcionamento da consciência, enquanto a Psiquiatria tem seu trabalhado para construir e catalogar um saber sobre a loucura, sobre a doença mental. Os conhecimentos alcançados pela Psicologia permitiram realçar a existência de uma normalidade, bem como compreender os processos e o funcionamento psicológico, não assumindo compromisso com o patológico. A psiquiatria, por sua vez, desenvolveu uma sistematização do conhecimento e, mais precisamente, dos aspectos e do funcionamento psicológico que se desviavam de uma normalidade sendo entendidos e significados socialmente como patológicos, como doenças. Para Eizirik (2007) em todas essas dimensões, certamente os conflitos não estarão ausentes, opondo os que buscam formas hegemônicas de pensar, ensinar e pesquisar e os que advogam a indispensável integração de abordagens, por seu possível efeito potencializador. Desta polarização, e da possibilidade de que prevaleça uma postura integradora, dependerá a maior ou menor presença da psicanálise na psiquiatria. Sem dúvida, disso decorrerá um maior enriquecimento ou empobrecimento de ambas as disciplinas. 2 Siga-nos em

Para Pinto (2003) é essencial encontrar a pessoa que existe e sofre por detrás deste rótulo, pessoa esta que como todas, possuem sentimentos, histórias e sentidos, e que quando estigmatizadas normalmente deixam de ser enxergadas como pessoas com potenciais, sonhos, desejos e possibilidades. Esses dois campos do saber segundo Bock (1999) acabam se aproximando muito no que diz respeito as suas preocupações. Os psiquiatras apesar de na medicina científica segundo Roudinesco (2000) a eficácia apoiar- se no modelo sinais-diagnóstico-tratamento, têm buscado muitos conhecimentos e técnicas na psicologia, e os psicólogos tem se dedicado mais a compreensão das patologias para qualificar seus afazeres profissionais, aproximando as intervenções nos processos patológicos da subjetividade humana. Muitos psiquiatras segundo Occhini e Teixeira (2006) destacam a importância da psicologia para a avaliação da estrutura de personalidade do sujeito e do comportamento manifesto nos pacientes, salientando que por ter o psicólogo uma visão diferente daquela do médico, ele pode perceber aspectos que passam despercebidos para este. Assinalam, também, que o fato de poder estabelecer uma relativa divisão de responsabilidades do fracasso entre paciente e equipe encoraja o grupo a pensar conjuntamente possíveis soluções para as diferentes questões e justificativas relativas à situação que se apresenta no contexto do tratamento, o que também é percebido pelos psicólogos. Já estes registram que o contar com o auxílio do médico em questões específicas da medicação e da própria medicina, bem como a discussão dos encaminhamentos e internação de pacientes, são aspectos relevantes para o bom desempenho de suas funções. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi realizado na cidade de Viçosa-MG, com ênfase na pesquisa qualitativa, pela realização de análise documental, revisão de periódicos e entrevistas individuais com a utilização de questionários, sendo os dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com três profissionais na área da psiquiatria e três profissionais na área da psicologia, ativos na cidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos três psicólogos a serem entrevistados todos responderam as entrevistas, e dos três psiquiatras, apenas dois se propuseram a responder. De acordo com os psicólogos há uma interação entre os profissionais na cidade de Viçosa, porém esta é mínima, uma vez que dos três entrevistados, somente um afirmou haver tal interação, os entrevistados responderam ainda que 3 Siga-nos em

isso ocorre geralmente, pelo caráter diagnostico da psiquiatria tendo uma intervenção mais prática e a curto prazo, diferente da psicologia, bem como pelo contato entre os profissionais que geralmente tem que ser feito a distancia, impedindo uma maior proximidade. Dos dois psiquiatras entrevistados, um respondeu que há interação entre os profissionais de psiquiatria e psicologia, enquanto o outro respondeu que não, enfatizando que poderia haver uma relação melhor entre as mesmas, porém os médicos psiquiatras tem uma certa dificuldade em ouvir a opinião deste outro profissional, devido a seu treinamento acadêmico ter sido mais direto e prático. De acordo com os resultados obtidos, percebe-se que não há uma interação desejável entre os profissionais de psicologia e psiquiatria na cidade de Viçosa-MG, o qual tem sido dificultado principalmente pelo modelo de intervenção dos psiquiatras locais, no que diz respeito a praticidade e tratamento a curto prazo. CONCLUSÃO Pode-se concluir através da pesquisa que na cidade de Viçosa-MG, não há uma boa interação entre os profissionais de psicologia e psiquiatria, como se era esperado. A interação e o encaminhamento para outro profissional é de suma importância trazendo grandes benefícios ao paciente, possibilitando um melhor e mais eficaz tratamento para o mesmo. A importância da junção e da interação entre a psiquiatria e a psicologia, surge da necessidade em zelar para uma melhor qualidade de vida do paciente, visto que em muitos casos é importante à parceria de ambos, para se adquirir um resultado melhor. Muito tem que ser descontruído no que diz respeito à competitividade e a resistência de ambos em interagir um com o outro. É importante ressaltar que um problema possui várias faces e enxerga-lo de lados diferentes para chegar a um consenso só traria ao paciente, benefícios. 4 Siga-nos em

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L.T. Psicologias Uma Introdução ao estudo de Psicologia. Ed.13º. 1999. EIZIRIK C. L.; A psiquiatria nos próximos 50 anos: a contribuição da psicanálise. Revista de Psiquiatria; RS. 2007. IRIBARRY I. N.; O diagnóstico transdisciplinar em psicopatologia. Revista Latino Americana de Psicopatologia Fundamental; n. 1; mar. 2003. OCCHINI M. F.; TEIXEIRA M. G. Atendimento a pacientes dependentes de drogas: atuação conjunta do psicólogo e do psiquiatra. 2006. PINTO, M. A. S. A Pessoa por trás do diagnóstico. 2003. ROUDINESCO, E. Por que a Psicanálise? Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar Editor; p. 48. 2000. 5 Siga-nos em