LEITURA DA GEOGRAFIA Natália Micheli Villa 1 Lucinea Ap. Rezende 2 Resumo: A pesquisa consiste na leitura da Geografia e as demais leituras que nos possibilitam uma construção e visão de mundo a partir de referenciais da Geografia. Estabelecemos as relações entre Leitura e Geografia, analisando as visões de vários autores na compreensão do pensamento geográfico. O projeto é voltado para á comunidade acadêmica de modo geral. Buscamos, em Monteiro Lobato, uma visão de Geografia intermediada pela literatura. Em Antonio Moraes, percebemos as diversas definições geográficas, questionando a existência de uma unidade do pensamento geográfico. Com este autor, observamos as concepções de outros autores como Hitter, Humboldt, Ratzel, La Blache e Milton Santos. Além dessas leituras, estudamos os conteúdos trabalhados na disciplina Epistemologia da Geografia e os referenciais teórico-práticos do projeto Leitura-Paixão: o impacto de uma situação diferenciada Fase II. Pesquisamos o conceito geográfico de vários autores, e cada um deles compreende uma corrente geográfica, e elas são frutos da evolução do pensamento geográfico. Encontramos o determinismo, o qual defende que as condições naturais determinam o comportamento humano e seu principal autor foi Ratzel. Em contraposição, vimos o possibilismo, que focaliza as relações entre o homem e o meio natural, mas não considera a Natureza como determinante do comportamento humano. Com o método regional, vimos às diferenciações de áreas que são observadas a partir da integração de fenômenos. Estes últimos estudos são voltados para as regiões, com a necessidade de produzir um conhecimento sintético das regiões do planeta. Opõemse ao determinismo e ao possibilismo. Por outro lado, a Nova Geografia surge a partir da 2ª Guerra Mundial como uma expressão do contexto histórico, da urbanização crescente, da industrialização e da modificação no espaço mundial. Utiliza-se de técnicas de estatística e matemática. É conhecida como Geografia Quantitativa ou Teorética. A Geografia Crítica aparece com o Materialismo Histórico-Dialético, em que as relações homem-natureza são retomadas nos moldes marxistas sob a visão dialética. De posse destes referenciais teóricos, buscamos os elementos presentes na correlação geografia, leitura e visão de mundo. As conclusões temporárias apontam que o objeto geográfico está sendo formulado por pesquisadores de várias áreas. Dessa maneira, não há um conceito atual sistematizado. Com os novos atributos, a Geografia leva o pesquisador a buscar um conceito de Geografia constituindo-o num geografizador. Para a Geografia ser absorvida com melhores resultados, ela precisa ser conhecida, compreendida no seu mundo, seja qual for à área que será analisar. Só 1 Acadêmica de geografia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), bolsista do Projeto Leitura- Paixão: o impacto de uma situação diferenciada. Fase II. 2 Doutora em Educação pela UNIMEP. Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
assim poderemos fazer uma leitura coerente deste universo e com isso construir uma leitura crítica, e uma análise satisfatória da situação tomada como objeto de estudo e reflexão. Palavras chaves: Geografia, leitura e visão de mundo. PROBLEMÁTICA Buscamos saber o que a leitura da geografia pode oferecer para o projeto Leitura-Paixão: o impacto de uma situação diferenciada Fase II. JUSTIFICATIVA A leitura da geografia nos possibilita uma construção e visão de mundo. As leituras da ciência nos ajudam a compreender o espaço e tempo, a partir de uma analise do pensamento geográfico. REFERÊNCIAL TEÓRICO Iniciamos a pesquisa com a literatura de Monteiro Lobato, na qual ele nos mostra que a Geografia é uma ciência de síntese, que compreende outras ciências. Limitada ao significado etimológico da palavra, escrita da Terra, que seria a explicação da crosta terrestre. Posteriormente analisamos a visão de Moraes que se permite dizer que a Geografia é uma ciência que possui muitas definições. O autor questiona a
existência de uma unidade do pensamento geográfico. Sendo assim ele nos expõe visões do pensamento geográfico de diversos autores. Alexandre Von Humboldt é um dos sistematizadores da Geografia como ciência, ele a define como síntese de todos os conhecimentos relativos à Terra. E seu objeto permite reconhece a unidade na imensa variedade dos fenômenos. Outro autor que estudamos foi Karl Ritter que conclui a Geografia como o estudo dos lugares na sua individualidade; a ciência explica a individualidade do sistema natural. Frederic Ratzel define a Geografia como o estudo da influência que as condições naturais atuariam, em primeiro lugar na fisiologia e na psicologia dos indivíduos e depois, por meio destes, na sociedade. Em segundo lugar, a natureza influenciaria a própria constituição social. Estudamos o francês Paul Vidal de La Blache, e para ele, a Geografia é a ciência dos lugares. O objeto é a relação homem-natureza na perspectiva da paisagem. E por ultimo analisamos o Geógrafo Milton Santos, para quem o objeto da ciência é o espaço, e o espaço é produto da ação humana da criação da natureza socializada. METODOLOGIA Estudamos os conteúdos trabalhados na disciplina Epistemologia da
Geografia e os referenciais teórico-práticos do projeto Leitura-Paixão: O impacto de uma situação diferenciada Fase II. A pesquisadora participa do Projeto. De posse desses referenciais teóricos buscamos os elementos presentes na correlação Geografia, leitura e visão de mundo. PROCEDIMENTO Analisamos a Leitura da Geografia a partir das visões de vários autores. Analisamos os conceitos do pensamento Geográfico para que futuramente possamos formular o nosso próprio conceito a partir das análises. INSTRUMENTO DE PESQUISA Analisamos de início o conceito geográfico a partir da literatura e nos livros didáticos estudados na disciplina Epistemologia da Geografia. E as palestras assistidas no projeto Leitura-Paixão: o impacto de uma situação diferenciada Fase II também foram enriquecedoras para ampliar a visão de leitura da pesquisadora, na medida em que oferecem subsídios de várias áreas diferentes. CONCLUSÃO Atualmente, o objeto Geografia está sendo formulado por pesquisadores de várias áreas. Dessa maneira, não há um conceito atual sistematizado. Trata-se de um conceito em formação, ou em mutação. A Geografia está presente em todos os lugares, em todos os objetos
que existem na superfície da Terra, como disse Milton Santos. Com as modificações e evoluções do espaço em que estamos inseridos a Geografia faz com que o pesquisador busque um conceito próprio, constituindo-se num geografizador. Para a Geografia ser absorvida com melhores resultados ela precisa ser conhecida, compreendida no seu mundo, seja qual for à área que vá se analisar. Só assim poderemos fazer uma leitura coerente deste universo e com isso construiremos uma leitura crítica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LOBATO, Monteiro. A Geografia de Dona Benta. 24ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1996. MORAES, A.C.R de COSTA, W.da. Geografia: pequena história crítica. 10ª ed. São Paulo: HUCITEC, 1999. SANTOS, M. Por uma Geografia Nova. São Paulo: HUCITEC / EDUSP, 1978. A Natureza do Espaço e Tempo Razão e Emoção. São Paulo: HUCITEC, 1996.