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Transcrição:

BRASIL TI-BPO BOOK

Capa/Foto: Por do sol, Rio de Janeiro - Brasil.

BRASIL TI-BPO BOOK 2010-2011 ÍNDICE 04. CARTA DO PRESIDENTE 05. O MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO a. Brasil b. Exportações c. Mercado Global 11. O BRASIL COMO PLAYER GLOBAL a. Conhecimento do negócio b. Pessoas qualificadas c. Infraestrutura robusta d. Apoio governamental e. Ambientes econômico, político e legal favoráveis f. Compatibilidade cultural g. Proximidade de fuso-horário 29. CASES a. Agricultura - Investimentos em inovação geram crescimento e sustentabilidade b. Ciência como negócio c. Cloud computing d. Energia, petróleo e gás - O Brasil como referência e. Indústria brasileira de alimentos e bebidas: modelo de soluções em TI f. Serviços financeiros no Brasil: vanguarda em TI g. Redes Sociais: novos negócios e grandes oportunidades h. Sustentabilidade aliada à TI i. Setor automotivo: tecnologia sofisticada e referência mundial 75. AGENDA BRASSCOM a. Principais programas b. Conselho c. Associados d. Apoiadores 85. APÊNDICE

Antonio Gil e Rogerio Oliveira. Foto: Luis Prado

BRASIL: LIDERANÇA COMPROVADA EM TI A indústria brasileira de Tecnologia da Informação (TI) vive um momento virtuoso no contexto pós-crise e pós-globalização, com faturamento de US$ 85,1 bilhões em 2010 - o oitavo maior do mundo - e soluções sofisticadas em diversos setores da economia. Avançados sistemas em serviços financeiros, governo eletrônico, motores flex, gestão de produção agrícola, exploração de petróleo e gás e automação de manufatura contribuem para a competitividade do País e revelam o DNA inovador do brasileiro. A janela de oportunidades está aberta para o País durante esta década, caracterizada por novas tendências tecnológicas, além do crescimento econômico e do bônus demográfico nos países emergentes. O Brasil possui capacidade e excelência para dobrar o faturamento do setor e se tornar um dos cinco principais centros de TI em 2022. A segunda edição do Brasil TI-BPO Book traz um panorama do mercado brasileiro de TI e inclui casos concretos que comprovam a excelência dos processos desenvolvidos no país, a capacidade inovadora dos profissionais e a robustez da infraestrutura nacional. A coleta e organização desses dados contou com muitos esforços e gostaríamos de agradecer o apoio da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e dos Ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Também somos gratos à participação das companhias associadas à Brasscom e à dedicação dos profissionais envolvidos na produção deste material. Boa Leitura. Rogerio Oliveira Presidente do Conselho da Brasscom Antonio Gil Presidente da Brasscom 03 04 CARTA DO PRESIDENTE

O MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Museu Nacional, Brasília. Foto: Luis Prado Brasil Exportações Mercado Global

BRASIL O Brasil tem o sétimo maior mercado interno de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do mundo, representando 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com faturamento de US$ 165,7 bilhões em 2010. Da mesma forma que o país deve saltar da sétima para a quinta maior economia durante esta década, acredita-se que a sua evolução de sétimo para quarto maior mercado interno de TIC no mundo também seja perfeitamente possível, já que a indústria brasileira tem porte, conhecimento técnico e capacidade inovadora suficiente para ocupar esse lugar. Dados da IDC mostram que, no Brasil, a maior fatia de TI- BPO é a de TI In-House, - tecnologia desenvolvida pelo governo e por empresas de outros setores da economia. Hardware vem na segunda posição com grande expressão - destaque para servidores, dispositivos de armazenamento, periféricos (impressoras e dispositivos portáteis) e equipamentos para redes. Em seguida, aparecem serviços (incluindo planejamento, desenvolvimento, suporte e gerenciamento de sistemas e processos), BPO, software e exportações, totalizando faturamento de US$ 85,1 bilhões em 2010, que posiciona o país como o oitavo maior mercado interno de TI-BPO do mundo. Com pouco mais de cinco décadas, a indústria brasileira de TI acompanhou a expansão econômica do país e criou soluções sofisticadas, capazes de atender às mais diversificadas demandas, transformando-se em um mercado competitivo e criativo. Combinando a expertise tecnológica e conhecimentos de negócio, o Brasil produz soluções maduras para ramos específicos como agronegócio, indústria aeroespacial e automotiva, saúde, comércio eletrônico, seguros, automação bancária, operações fiscais e tributárias, entre outros. Dados divulgados pelo Gartner, em julho de 2010, mostram que o Brasil foi considerado o país com o mercado de TI mais equilibrado entre as nações do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), por conta, entre outros motivos, da dimensão de seu mercado e do crescimento e robustez macroeconômicos. A mesma pesquisa classificou o mercado de TI brasileiro como o segundo maior entre as nações emergentes depois da China e indicou o país como sede de empresas globalmente competitivas, responsáveis pela criação de tecnologias sofisticadas e ousadas. O país é reconhecido pelo uso intensivo de plataformas, arquiteturas e metodologias de padrão mundial - como Java, Unix, Linux, Cobol, Natural,.Net, C++, Oracle, SAP, Totvs, Siebel, PeopleSoft, SOA, EAI, CMMi, ISO, ITIL, entre outras. Forte em segmentos verticais, como serviços financeiros, manufatura, comunicações, petróleo & gás, varejo e governo, o mercado brasileiro é totalmente aberto, disputado por empresas nacionais e internacionais. Entre as empresas brasileiras com destaque global que utilizam serviços de TI estão a Ambev (ligada à AB Inbev - Anheuser- Busch InBev, maior plataforma de produção e comercialização de cervejas do mundo), a BRF Brasil Foods (maior exportadora mundial de aves e maior empresa global de proteínas em valor de mercado), a Petrobras (quarta maior empresa de energia do mundo), a Embraer (terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo), a Vale (líder mundial na produção de minério de ferro e pelotas, e segunda maior produtora de níquel), a CSN - Companhia Siderúrgica Nacional (quinta maior siderúrgica do mundo), a Gerdau (maior produtora de aços longos nas Américas) e a Aracruz (líder mundial em produção de celulose de eucalipto). O sistema financeiro também chama a atenção nesse cenário. Foi considerado pelo Banco Mundial e pelo Gartner como o mais avançado do mundo, com todas as instituições conectadas a uma rede nacional, totalmente desenvolvida no Brasil. 05 06 O MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Total TI 2010 (US$ bilhões): 85,1 Mercado de TIC (2010, US$): Total TI 85,1 bi Comunicações 80,6 bi Total 165,7 bi Fonte: IDC Análise: Brasscom 39,5 2,4 4,7 5,4 19,8 13,3 Hardware Serviços Software BPO Exportações TI In-house Fonte: IDC Análise: Brasscom EXPORTAÇÕES Em 2010, as vendas externas brasileiras de TI-BPO somaram US$ 2,4 bilhões, com projeções de crescimento de 11% para 2011, segundo a IDC. A fatia mais significativa diz respeito aos serviços, como desenvolvimento de projetos, manutenção e suporte, body-shop, consultoria e integração e gerenciamento de infraestrutura. A maior demanda provém dos setores de finanças e manufatura, seguidos por telecomunicações, serviços e mineração e óleo e gás. Os principais clientes do Brasil são os Estados Unidos, sucedido por países da América Latina e Europa. Ranking dos Exportadores de TI-BPO no Brasil, 2010 Por receita total 1. IBM 2. Accenture 3. HP/EDS 4. Stefanini 5. T-Systems 6. CI&T 7. CPM Braxis 8. DTS 9. BRQ 10. GFT 11. Tivit 12. Deloitte 13. TOTVS 14. Softtek 15. Tata 16. CSC 17. Sonda Procwork 18. Grupo ASSA 19. HCL 20. AtosOrigin 21. Cast 22. Unisys 23. Resource 24. Politec 25. Satyam 26. Neoris 27. Bull 28. Lógica 29. Algar 30. Ogeda Fonte: Brasscom, IDC

MERCADO GLOBAL A indústria de TI tem se consolidado ao longo das últimas décadas como fator de aceleração do crescimento das principais economias globais, o que pode ser percebido com a análise de alguns aspectos que acompanham seu amadurecimento, como a geração de empregos, o crescimento geral da produtividade, a elevação dos índices de competitividade e o aumento do PIB per capita. O melhor exemplo dessa força e desse dinamismo é o setor que reúne serviços de TI e terceirização de processos de negócio (BPO), cujas previsões de crescimento mantêm-se elevadas. Em termos globais, serviços de TI-BPO geraram US$ 1,14 trilhão em 2010 e, em 2011, devem atingir US$ 1,2 trilhão, com crescimento anual de 5,2% entre 2009 e 2014, segundo projeções da consultoria AT Kearney. Desse total, o conjunto dos processos de terceirização (realizados dentro e fora do país) representou US$ 769 bilhões em 2010. Empresas contratantes de serviços terceirizados são também estimuladas pela necessidade de expandir operações, reduzir custos, aumentar receitas e otimizar processos. Como consequência, o mercado offshore de TI, que movimentou US$ 58 bilhões em 2010, também avança em ritmo acelerado: entre 2009 e 2014, a expansão média anual deve ser de 8,3%. Segundo dados da AT Kearney, em 2011 este mercado deve ser de US$ 62 bilhões e a previsão é de que em 2014 alcance US$ 79 bilhões. Projeções do IDC indicam que o mercado global de TI deve crescer 6,3% em 2011, na comparação com o ano anterior. A consultoria também afirma que países maduros em aquisição de tecnologia, como Estados Unidos e Japão, irão apresentar taxas de desenvolvimento no setor menores do que as economias emergentes, como é o caso do Brasil, onde a previsão é de que a indústria de TI cresça 13% em 2011. Mercado Global de Serviços de TI-BPO Em bilhões de dólares 1096 1143 1197 1262 1333 1413 908 864 824 763 769 788 Crescimento Anual* 2009-14 5.2% 3.5% 50 58 62 67 73 79 8.3% 2009 2010 2011 2012e 2013e 2014e Serviços TI-BPO (in house e terceirizado) Serviços terceirizados TI-BPO Serviços terceirizados TI-BPO offshore * Taxa composta de crescimento anual. Fonte: Gartner. Análise: A.T. Keamey. 07 08 O MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Rio de Janeiro Museu de Arte Contemporânea de Niteroi, obra de Oscar Niemayer, Rio de Janeiro.

O BRASIL COMO PLAYER GLOBAL Conhecimento do negócio Pessoas qualificadas Infraestrutura robusta Apoio governamental Ambientes econômico, político e legal favoráveis Compatibilidade cultural Proximidade de fuso-horário

Brasil: Panorama 2010 210,5 milhões de celulares (mais de uma linha por habitante) 34 empresas brasileiras na Global Fortune 2000 40,9 milhões de conexões de banda larga 1,2 milhão de profissionais altamente capacitados 2º país com as maiores taxas de crescimento em investimentos em TI 4º maior mercado de PCs no mundo 6º maior mercado de celulares do mundo 7º maior mercado interno de TIC do mundo Brasil: Recursos Naturais, Economia Diversificada e Grande Cidades 22% da terra arável do planeta. 15% do suprimento mundial de água potável: - Rússia 8%, China 5% e Índia 3% Autossuficiente em petróleo. Desde 1994, com uma política de controle da inflação. Diversidade em manufatura & serviços. 83% da população em centros urbanos: - Diferente da China & Índia, urbanização desde os anos 60 - São Paulo: 11M habitantes - Rio de Janeiro: 6M habitantes Pólos Industriais Veículos Petróleo Parques tecnológicos Cerveja (29 fábricas) Motocicletas Etanol Extração de Eucalipto Processamento de carne Mineração Suco de Laranja Jatos regionais Source: UNESCO, IBGE, BNDES, Petrobras Website, The Boston Consulting Group - BCG, SECEX 11 12 O BRASIL COMO PLAYER GLOBAL

CONHECIMENTO DO NEGÓCIO Com uma demanda interna que apresenta novos desafios a cada dia, o setor brasileiro de Tecnologia da Informação desenvolveu a capacidade de criar soluções eficazes para as mais diferentes exigências. Essa característica transforma o mercado nacional em um dos mais versáteis, preparados e sofisticados do mundo. Tecnologia da Informação a serviço do cidadão O Brasil usa serviços de tecnologia em seus governos nos âmbitos federal, estadual e municipal, e conta com referências mundiais de eficácia. A declaração do Imposto de Renda de pessoa física e jurídica é um bom exemplo, já que as arrecadações são totalmente eletronicas, de forma prática e segura. A urna eletrônica também exemplifica a eficiência da tecnologia brasileira e é destaque no cenário internacional. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 135 milhões de eleitores participaram do processo eleitoral no ano de 2010, quando foi escolhido, entre outros cargos importantes, a nova Presidente da República. Desenvolvida em 1995, a urna foi utilizada pela primeira vez nas eleições do ano seguinte. Tratase de um microcomputador resistente, leve e de pequenas dimensões, com um teclado numérico e uma tela de cristal líquido. O equipamento é composto por dois terminais: o primeiro é utilizado pelo mesário para verificar se o eleitor pertence àquela zona eleitoral e está apto a votar. O segundo é a urna propriamente dita, onde os dados ficam armazenados. Nesta questão, o alto nível de segurança da informação também é digno de destaque no sistema brasileiro de votação eletrônica. Cada voto é depositado de forma aleatória em uma tabela dentro de um cartão de memória, o que garante o sigilo absoluto da informação, conforme exige a Constituição Federal Brasileira. Assim que a votação é encerrada, é impresso um boletim, tornando público o conhecimento do resultado. Os votos são gravados em um cartão de memória - assinado digitalmente e criptografado - e levados até um ponto de transmissão. A sofisticação da tecnologia é tamanha que cerca de 300 mil votos são processados por minuto. Além da urna eletrônica, as eleições brasileiras de 2010 contaram com novidades. Em caráter de teste, mais de um milhão de eleitores usaram também o sistema biométrico. A identificação pela impressão digital, coletada por um scanner de alta definição, confirma a identidade do eleitor, comparando o dado fornecido com todo o banco de dados registrado nos programas da urna eletrônica, garantindo mais segurança ao processo. Segundo o TSE, até 2018 todos os municípios deverão estar munidos dessa tecnologia. A transmissão de dados via satélite também modernizou as eleições brasileiras. Mais de 400 municípios utilizaram o recurso para acelerar a contagem dos votos. Em menos de três horas após o fechamento das seções, o país inteiro já tinha o resultado das eleições para presidente, governadores, deputados federais e estaduais e senadores. Outro exemplo de uso da tecnologia aplicada à sociedade são os Boletins Eletrônicos de Ocorrência, planejados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. O serviço, criado em 2000, permite que boletins de ocorrência referentes a furtos e perdas de documentos, celulares e veículos e desaparecimento ou encontro de pessoas sejam realizados pela internet. O documento tem o mesmo valor de um gerado pessoalmente, uma vez que conta com a verificação e assinatura de uma autoridade policial. Tais boletins eletrônicos proporcionam mais comodidade à população, além de reduzirem as filas em delegacias.

TI para o setor financeiro A economia brasileira ganha cada vez mais destaque e os serviços de Tecnologia da Informação têm um papel fundamental na área. Os profissionais que atuam no ramo possuem conhecimento prévio adquirido nas décadas de 70 e 80, quando a inflação e a instabilidade econômica exigiam soluções rápidas e eficientes. A situação do país se estabilizou, mas o perfil de inovação foi mantido. O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) está entre os mais sofisticados, eficientes e confiáveis do mundo - o Brasil figura entre os poucos países em que transferências de fundos interbancários podem ser liquidadas eletronicamente em tempo real. O país provê soluções tecnológicas que são benchmarks em automação bancária, internet banking, operações pelo celular e caixas eletrônicos Interligados, atendendo muitos dos bancos líderes mundiais e garantindo a comodidade dos usuários. O uso de cartões de crédito e débito também está cada dia mais difundido no país. A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs) estima que até o final de 2011 o Brasil tenha cerca de 437 milhões deles em circulação. Somados os cartões emitidos por lojas, serão 685 milhões, o que apresenta um crescimento de mais de 430% em relação à última década. O fato motivou mudanças no relacionamento entre consumidores e estabelecimentos de venda. É cada vez mais comum que comerciantes aceitem essa forma de pagamento, mesmo em casos de compras de pequenos valores. Além dos bancos, a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros brasileira (BM&F Bovespa) é líder no mercado de valores e derivativos da América Latina e atua como centro internacional de negociação de ações, commodities e outros instrumentos financeiros, com reconhecida excelência operacional apoiada por TI. Transferências interbancárias em tempo real. Soluções sofisticadas em automação, internet banking, operações via celulares e caixas eletrônicos. Sistema de pagamento eletrônico sólido e dinâmico. Urna eletrônica com leitor biométrico. Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE 13 14 O BRASIL COMO PLAYER GLOBAL

PESSOAS QUALIFICADAS O Brasil é o quinto maior país em extensão territorial, e sua população é composta por descendentes de imigrantes de diversas partes do mundo. Essa combinação garante um grande volume de mão de obra, oferecida por profissionais flexíveis, criativos e altamente capacitados. Em 2008, somente em relação ao ensino presencial, foram oferecidas quase três milhões de vagas no Ensino Superior, um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior, como mostra uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC). A pesquisa também mostrou que a rede federal de universidades registrou 14.462 novas vagas em relação a 2007, representando um crescimento de 9,3%. De acordo com o MEC, cerca de 10 mil doutores e 36 mil mestres se graduaram em 2008. A produção científica nacional também apresentou níveis satisfatórios: um aumento de 13,3% ao ano, 5,6 vezes mais do que a média mundial. Os dados comprovam ainda que o Brasil está crescendo não apenas em número de vagas, mas também com relação à qualidade da sua produção intelectual. Aumento da produção científica no mundo 4,5% México 4,89% Estados Unidos 3,2% 3,2% China 11,1% 15,1% 3,0% -2,5% Japão 6,5% 13,3% 6,5% 13,3% 8,3% 9,5% Chile Brasil Índia Crescimento da economia previsto pela OCDE para 2010. Fonte: OCDE. www.oecd.org Crescimento da produção cientifica de 2005-2009. Fonte: Scival Country Map

Educação O mercado brasileiro de TI está em franca expansão e, por isso, oferece oportunidades de carreira que despertam a atenção dos profissionais. O setor emprega 1,2 milhão de trabalhadores, sendo 400 mil em empresas de TI e 800 mil em empresas de outros setores da economia. A demanda por mão de obra cresce por volta de 6,5% ao ano, e os salários, não raro, são o dobro da média nacional. Para vencer o desafio de aumentar em 50% o peso relativo do setor de Tecnologia da Informação no PIB, o Brasil precisará incorporar cerca de 750 mil novos profissionais ao mercado nos próximos 10 anos. Para suprir a crescente demanda de mão de obra qualificada, entretanto, instituições públicas e privadas de todo o país oferecem cursos técnicos e de graduação e projetos de capacitação na área de TI. O Censo da Educação Superior 2008, levantamento realizado pelo Ministério da Educação, revela que o ritmo de crescimento dos cursos de educação tecnológica é constante e, somente nos centros universitários, houve um incremento de 28,9% em relação ao ano anterior. No total, considerando também as universidades e as faculdades, foram registrados cerca de 650 novos cursos de educação tecnológica no Brasil, o que garante um total de 4.355 cursos de graduação ligados à Tecnologia da Informação. Além das vagas nos cursos regulares, mais de 464 mil oportunidades foram oferecidas nos cursos de Educação Tecnológica em 2008, um acréscimo de 17,9% em relação a 2007. Portal do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). Foto: Gilson Oliveira Prioridade para o ensino de idiomas estrangeiros Para acompanhar a tendência de internacionalização do mercado, profissionais brasileiros investem constantemente em cursos e aulas particulares de inglês, que complementam o conteúdo ministrado obrigatoriamente durante o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Entre as maiores economias em desenvolvimento, o Brasil é o segundo em falantes do idioma, número inferior apenas ao da Índia. Ciente da importância da fluência em inglês para os profissionais da área de TI, a Brasscom trabalha junto ao governo e à iniciativa privada para implementar diversos cursos com o objetivo de qualificar jovens e profissionais no idioma. Além do inglês, e em função da enorme miscigenação da população brasileira, línguas como o espanhol e o francês são muito ensinadas no país, sobretudo em cursos particulares. A existência de comunidades de imigrantes garante ainda a oferta de profissionais com proficiência em italiano, alemão, japonês e árabe, entre outras. O governo federal possui diversos projetos para o ensino de línguas estrangeiras - um deles, e que merece destaque pela dimensão, é o Olá, turista!, parceria entre o Ministério do Turismo e a Fundação Roberto Marinho. Utilizando ferramentas de e-learning, a iniciativa vai ministrar cursos de inglês gratuitamente para 80 mil pessoas até a Copa do Mundo de 2014. Terão prioridade nas vagas disponíveis habitantes do Rio de Janeiro, da Bahia e do Amazonas, estados considerados grandes portas de entrada de turistas no país. O investimento do Governo Federal no programa é de R$ 13,92 milhões. 15 16 O BRASIL COMO PLAYER GLOBAL

INFRAESTRUTURA ROBUSTA O país conta com uma infraestrutura preparada para atender às exigências do mercado globalizado. De fundamental importância para o desenvolvimento sustentável da economia, o governo brasileiro possui uma agenda específica para investimentos na área, por meio de parcerias público-privadas e apoio de fundos públicos federais. O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal em 2007, foi um grande fomentador do desenvolvimento da infraestrutura do país. Desde o seu lançamento, o programa investiu cerca de R$ 619 bilhões nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos, por meio de empresas estatais e do setor privado. A novidade é que o PAC 2 também já está em andamento. Somente a primeira seleção de investimentos do programa, publicada no Diário Oficial da União em novembro de 2010, contará com 1.258 obras e projetos em todo o país, com montante de recursos de R$ 17,2 bilhões. Bairro do Recife, Recife. Foto: Ascom Porto Digital Comunicações O setor brasileiro de comunicações cresce a um ritmo acelerado e de forma bastante estruturada. O uso de computadores, por exemplo, é amplamente difundido. Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estima-se que em 2012 haja um computador para cada dois habitantes, somando mais de 100 milhões de peças em uso corporativo e doméstico. Ainda de acordo com a pesquisa, as empresas investem cerca de 6% de sua receita líquida em TI, valor que dobrou em 12 anos. No que diz respeito ao acesso à internet, o Brasil também apresenta resultados surpreendentes. São 40,9 milhões de acessos em 2011, de acordo com a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). Os acessos fixos cresceram 24,7% em 2010, passando de 12,3 milhões para 15,3 milhões em 2011. Já os acessos móveis cresceram 77,4%, alcançando a marca dos 25,6 milhões. A velocidade média das conexões fixas cresceu 70% entre 2008 e 2010, chegando a 1,7 Mbps. Já a velocidade média das conexões via celular ou por modens 3G passou a ser superior a 600 Kbps. Os serviços de telefonia também continuam se expandindo consideravelmente. Segundo publicação da Anatel e da Teleco, até meados de 2010, havia 41,6 milhões de linhas de telefonia fixa e 2,6 milhões de VoIP. Com 210 milhões de conexões móveis, o Brasil já ultrapassou a marca de um celular por habitante e responde por um terço do mercado latino-americano de celulares. Informações da Teleco e da RCR Consultoria mostram que no cenário internacional o Brasil é o sexto maior mercado de telefonia celular do mundo.

Mercado imobiliário Existem grandes cidades no Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que possuem infraestrutura urbana completa, e oferecem imóveis com preços muito mais baixos do que Mumbai ou Moscou, por exemplo. Outras cidades menores, porém igualmente bem estruturadas, como Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife, estão próximas a parques tecnológicos e possuem aluguéis com valores ainda mais baixos, com preços médios que chegam a ser até 50% inferiores. Referência global na produção de energias renováveis. 10ª maior reserva de petróleo do mundo. Maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar. Esses locais são, portanto, uma excelente alternativa às companhias que pretendem investir no país, mas que querem fugir dos grandes centros. Apesar de estarem geograficamente fora do eixo de TI-BPO do Brasil, essas e outras cidades estão preparadas e oferecem qualidade e escala similares às metrópoles, além de profissionais qualificados e boa infraestrutura de comunicação. Transportes Com um território de dimensões continentais, o Brasil desenvolveu um sistema que integra diversas formas de transporte de forma rápida e eficiente. A malha rodoviária, maior responsável por transportes no país, tem 1,7 milhões de quilômetros que cruzam todo o território nacional. A rede fluvial, fundamental para a exportação de produtos agrícolas, conta com 44 mil quilômetros, e a malha ferroviária, igualmente utilizada no transporte de cargas, com mais de 30 mil quilômetros de extensão. Energia O sistema de energia do Brasil é seguro e diversificado. A rede é formada por usinas hidrelétricas (75% do setor), termelétricas, solares, eólicas e nucleares. A capacidade de geração de energia cresceu 42% nos últimos nove anos e a previsão é de que em 2013 seja 19% superior à oferecida atualmente. O país é autossuficiente em petróleo, produzindo uma quantidade maior do que a que consome, e seu modelo de produção de álcool de cana-de-açúcar (etanol) foi apontado como exemplar pela ONU, por ser o de menor custo e mais sustentável. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A infraestrutura do sistema aéreo brasileiro também é motivo de destaque no cenário global. São 33 aeroportos nacionais e 35 internacionais, além de 2.498 aeroportos de menor estrutura. Estão disponíveis voos nacionais e internacionais diretos, que ligam cidades brasileiras aos principais destinos da América do Norte e Europa, além de diversas outras localidades. Ao todo, são realizados mais de 880 voos internacionais semanais. 2º maior número de aeroportos no mundo. 880 voos internacionais semanais. Para que o sistema de transportes brasileiro seja ainda mais eficiente e atenda às demandas de todo o país, o governo federal pretende investir R$ 132 bilhões no setor durante os próximos anos, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 17 18 O BRASIL COMO PLAYER GLOBAL

APOIO GOVERNAMENTAL O setor de Tecnologia da Informação possui importância estratégica para o Brasil, de forma que o fortalecimento e o crescimento desta atividade figuram entre as prioridades da política industrial e tecnológica do governo federal. Existem diversos incentivos e programas de fomento e de apoio institucional para a área de TI, cujo fim é tornar as empresas brasileiras ainda mais competitivas. O governo também capitaliza pequenas e médias empresas por meio de fundos de investimento e capital de risco, além de incentivar a formação de consórcios e joint ventures. Estratégico para o Governo Brasileiro, o setor de TIC tem incentivos diretos em folha de pagamentos e imposto de renda, e também em programas de qualificação de mão de obra. Lei Nº 11.774: reduz a contribuição previdenciária para exportação em até 50%. Lei Nº 11.908: permite à empresa deduzir, em até 200%, o Imposto de Renda sobre gastos com treinamento de mão de obra e P&D. Lei do Bem: permite deduzir no Imposto de Renda os gastos com transferências tecnológicas, licenças e royalties. Incentivos fiscais para projetos especiais, tais como redução de IPTU e ISS. Regiões Norte e Nordeste: 40% a 60% de subsídios sobre salários de profissionais voltados à pesquisa. Financiamento de programas de treinamento, aumentando inovação e certificações. Congresso Nacional, Brasília.

Memorial Juscelino Kubitschek, Brasília. Foto: Luis Prado Estímulo à indústria Os valores empregados pelas empresas em treinamento e capacitação de mão de obra podem ser deduzidos em até 200% na apuração do Imposto de Renda (IR); quando aplicado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o investimento em treinamento e capacitação pode ser deduzido no IR das firmas entre 160% e 200%. Para a compra de equipamentos destinados a P&D, há uma redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), além da isenção dessa contribuição na importação de materiais com a finalidade de desenvolver softwares. Também existem reduções referentes a impostos sobre valores pagos por transferência de tecnologia, licenças e royalties. No que diz respeito à exportação, as empresas contam com a redução de até 50% na contribuição para o sistema previdenciário (INSS), sendo que o valor varia de acordo com as vendas externas. Além disso, elas são parcialmente isentas da contribuição para uma rede de entidades patronais conhecida como Sistema S. Na compra de produtos destinados à exportação, não é aplicada a tributação social (PIS / Cofins). Investimentos Além dos descontos nos tributos, as empresas de TI que atuam no Brasil podem optar entre diversas linhas de crédito públicas para empréstimos com taxas facilitadas. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica - os maiores bancos públicos do país -, têm condições vantajosas, assim como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também há uma linha de crédito especialmente desenvolvida para projetos de tecnologia, oferecida pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - agência ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), que financia a inovação científica e a pesquisa tecnológica. Dentre os principais investimentos da Finep, está o edital nacional de subvenção econômica, lançado em 2010, no valor de R$ 500 milhões. Os recursos deverão apoiar projetos de inovação em seis áreas estratégicas: tecnologia da informação e comunicação, energia, biotecnologia, saúde, defesa e desenvolvimento social. Em TI serão apoiadas empresas que desenvolverem soluções para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016. 19 20 O BRASIL COMO PLAYER GLOBAL