IPA - INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO

Documentos relacionados
ELEMENTOS PRIMÁRIOS E FORMA. CEUNSP _ Arquitetura e Urbanismo. IPA Introdução ao Projeto Arquitetônico

ESTÉTICA E TEORIA DAS FORMAS

Disciplina: Estética e Teoria das Formas

Tradicional em Brasília

Conforto Ambiental 3 - Iluminação. Arquitetura é o jogo correto e magnífico das formas sob a luz»aar Le Corbusier (1940)

DESENHO E ARQUITETURA COMPOSIÇÃO DO DESENHO

ILUMINAÇÃO NATURAL NA ARQUITETURA Breve retrospectiva histórica. Uso da luz do dia. Uso da luz do dia 03/08/2015

ILUMINAÇÃO NATURAL NA ARQUITETURA Breve retrospectiva histórica

21/08/2017. ILUMINAÇÃO NATURAL NA ARQUITETURA Breve retrospectiva histórica. Uso da luz do dia. Uso da luz do dia

TECNICAS CONSTRUTIVAS I

Pontificia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e Arquitetura Arq/Urb

BARROCO PROFESSORA: GEORGIANA E G SOUSA 3º ANO E. M.

Estudo dirigido. Segunda Avaliação. Capitulo 2 A arte no Egito

Pontificia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e Arquitetura Arq/Urb

1. Descrição da Cidade

A PRAÇA DO CAMPIDOGLIO UMA ANÁLISE MORFOLÓGICA

TEORIA DO DESIGN. Aula 03 Composição e a História da arte. Prof.: Léo Diaz

RESPOSTA ESPERADA Prova de Habilidade Específica

CEUNSP - FEA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO ARQUITETÔNICO _ AULA 3 TURMAS 82111_82113 _ 82123

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS I

ENGENHARIA BARROCA ICCC1. André Vieira, Alexsandro S. Nunes, Matheus Rafael. Verônica Freitas

Resolução da Questão 1 Texto Definitivo

Técnico Design Interior

METODOLOGIA DE ANÁLISE DE PROJETO

Para começo de conversa...

Universidade Federal de Juiz de Fora Curso de Arquitetura e Urbanismo Estudo da Forma AULA 5 ORDEM E COMPOSIÇÃO DA FORMA ARQUITETONICA

O Renascimento na Itália. Lilian Rodrigues

Principais características da arte egípcia

Teoria da Gestalt. Introdução

Projeto Arquitetônico

panorama da arquitetura internacional Euler Sandeville Junior

Aula 06 Princípios do Design

HTAU II Aula 3 - Donato Bramante e Leonardo da Vinci

CONCEITOS BÁSICOS 2/44. Hélia Vannucchi

ENSAIO APENAS. A geometria oculta do dia a dia. Texto e fotos por Mauro Boiteux 64 DIGITAL PHOTOGRAPHER BRASIL

Plano de Aula 1 IDENTIFICAÇÃO

A escultura é uma das mais importantes manifestações da arte egípcia no Antigo Império, pois possuía uma função de representação política e

Conteúdo Básico Comum (CBC) de ARTE do Ensino Médio Exames Supletivos/2017

LINGUAGEM ARQUITETÔNICA DESENHO GEOMÉTRICO

EDUCAÇÃO VISUAL - 8º ano

PROJETO Turma: Nome da professora: Nome do projeto: Período do projeto: Justificativa do Projeto Objetivos do Projeto

Técnico Design Interior

PIRENÓPOLIS COM ALMOÇO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Pró-Reitoria de Graduação Diretoria de Processos Seletivos

Filosofia dos Gregos

Universidade Federal de Juiz de Fora Curso de Arquitetura e Urbanismo Estudo da Forma AULA 8 NIEMEYER E A FORMA ARQUITETÔNICA

Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser

REVISÃO DOS CONTEÚDOS

Mestre Consolus. Um milagre de São Pedro. Segunda metade do século XIII. A caverna confere sensação de profundidade.

Segmento: ENSINO MÉDIO. 03/2017 Turma: 2 A. Tipo de Atividade: LISTA DE EXERCÍCIOS

Design da Informação. Repetição e Contraste. Aula 07. Prof. Dalton Martins

49º CBOT 16 A 18 DE NOVEMBRO, GOIÂNIA (GO)

Plano de Aula 1 IDENTIFICAÇÃO

TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS PERCEPÇÃO AMBIENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE LETRAS E ARTES FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DEPARTAMENTO DE ANÁLISE E REPRESENTAÇÃO DA FORMA

Henrique Magalhães. Grafismo

AULA 1 FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA. Prof João Santos

VI Congresso Brasileiro de Pontes

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

A época dos Grandes Mestres

Sobre pontos, retas e planos: a cenografia na composição em tempo real em dança contemporânea

Habilidade Específica

Ícones do Ecletismo ao Art Déco

A MORFOLOGIA DO RENASCIMENTO E BARROCO: UM ESTUDO APLICADO À BASÍLICA DE SÃO PEDRO

AS CIDADES ANTIGAS EGITO. Kaled Ahmad Barakat

ILUMINAÇÃO NATURAL BREVE RETROSPECTIVA HISTÓRICA

Considerando que o espelho obedece às condições de nitidez de Gauss, a sua distância focal é a) 15 cm. b) 20 cm. c) 30 cm. d) 25 cm. e) 35 cm.

Anexo 3 ANÁLISE GRÁFICA. Trama volumétrica da Capela de Ronchamp segundo Geoffrey Baker.

Conceitos de vetores. Decomposição de vetores

AULA 1 INTRODUÇÃO FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA EDI 64 ARQUITETURA E U. Profa. Dra. Giovanna M. Ronzani Borille

Prof. Dulcelí Caires Araújo 3. ELEMENTOS DA COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA

GRADES E COLUNAS PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO VISUAL PROFESSOR JORGE FELZ. segunda-feira, 17 de junho de 13

CADERNO A3 CENTRO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INTEGRAÇÃO (CEDESPI) Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/ FAU-UnB Departamento de

Projeto de revisitamento - Melissa Stern

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE PADRÕES MATEMÁTICOS NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE POTENCIAÇÃO

CEUNSP - FEA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

49º CBOT 16 A 18 DE NOVEMBRO, GOIÂNIA (GO)

PROCESSO SELETIVO

PRODUÇÃO DO ESPAÇO ARQUITETÔNICO Antonio Castelnou

20/01/2014 ONDAS 1. INTRODUÇÃO

05/06/2015. CIRCULAÇÃO: movimento através do espaço. Aula 11 CIRCULAÇÃO: movimento através do espaço. ACESSO: a vista distante

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 04: Modelagem de Arcos

LEITURA DA SÉRIE ESFEROIDES DE DARLAN ROSA MEMORIAL JK BRASÍLIA/DF. Querles de Paula Alves Calábria Orientadora: Yacy-Ara Froner

São Paulo, 21 de fevereiro de Saída Pedagógica 9º ano - Fundamental II Brasília. Prezados Pais,

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso Licenciatura Plena em Educação Artística. Ênfase

Anterior Sumário Próximo PLANILHAS DO EXCEL ELABORADAS COM OS PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO EM 2005 FUNÇÕES

Arte Alvaro Roteiro de estudos 2º/ /08/2016 Capítulos:

Avaliação de projeto segundo Pause e Clark

RENASCIMENTO e MANEIRISMO

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 04: Modelagem de Arcos

A Música da Arquitetura

Guia de Equipes Torneio Nacional

HTAU II Aula 5 Michelangelo Buonarrotti

Artes visuais AULA 3 Barroco, Rococó e Neoclassicismo

VESTIBULAR 2017 ARQUITETURA E URBANISMO

Roteiro do experimento Colisões bidimensionais Parte 2

EXERCÍCIOS ARTE EGÍPCIA

Capítulo 4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHOS

PROVA DE HABILIDADE ESPECÍFICA (Resposta esperada pela banca)

Os 50 Anos de Brasília em Máximos Postais

Transcrição:

IPA - INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO SÓLIDOS, CAVIDADES E RITMO EM ARQUITETURA Livro: Arquitetura Vivenciada Steen E. Rasmussem Ed Martins Fontes CEUNSP Arquitetura e Urbanismo _ Turma 82111 Prof Elizabeth Correia Créditos: Prof Eduardo Balceiro /Patrícia Fraga /Sumara Querino

Ver exige uma certa atividade por parte do espectador. Não é o suficiente deixar passivamente uma imagem formar-se na retina do olho. A retina é uma tela cinematográfica sobre a qual se projeta uma sequência de imagens e a mente só tem consciência muito pouco dessas imagens

Por outro lado, é necessária apenas uma impressão visual muito tênue para pensarmos que vimos uma coisa; um minúsculo detalhe é suficiente. O processo visual... Forma-se um esboço geral de seu modelo, uma mera sugestão; depois elabora-se uma imagem ; para finalmente adicionar mais e mais detalhes, até obter o retrato característico do modelo. A atividade do espectador é criativa; ele recria os fenômenos que observa em seu esforço para formar uma completa imagem daquilo que viu. O ato de recriação é comum a todos os observadores.

E nós que estamos nesse processo de desenvolvimento, como é VER para nós? SENTIR ENTENDER PERCEBER OBSERVAR O processo mental que se desenrola na pessoa que observa um edifício é muito parecido com aquele que se envolve na mente de um arquiteto quando projeta. Depois de ter tomado uma decisão sobre as formas principais, ele prossegue adicionando detalhes.

A animação de um edifício torna mais fácil sentir sua arquitetura como um todo e não como a soma de muitos detalhes tecnológicos separados. Pensar os projetos com harmonia, ritmo e leveza.

SÓLIDOS E CAVIDADES Em vez de deixar sua imaginação trabalhar com formas estruturais, como os sólidos de uma construção, o arquiteto pode trabalhar como espaço vazio a cavidade entre os sólidos e considerar a formação desse espaço o verdadeiro significado da arquitetura. Palazzo Vendramin-Calegri,Veneza

CONSTRUÇÕES RIGIDAS TEMPLO DE LUXOR 1.200 a.c Margem do rio Nilo QUÉOPES Egito QUÉFREN MIQUERINOS

O Palácio Municipal de Copenhague, em que o arquiteto enfatizou especialmente os sólidos rematando-os com cristas e flechas.

Central da Policia de Copenhague. Aqui o arquiteto formou as cavidades. Os pátios parecem ser escavados do enorme bloco.

Porta di Santo Spirito, Roma _ Totalmente isenta de ornamentos; molduras vigorosas e bem marcadas enfatizando linhas importantes pela sombra densa que projetam. A alteração de formas contrastantes entre côncavas e convexas produz um extraordinário efeito de ordem e harmonia.

Michelangelo, Porta Pia, Roma. Harmonia ou Equilíbrio.

Maria della Pace, Roma. A fachada de Pietro da Cortona.

O emprego simultâneo de massas e cavidades em arquitetura possibilitam efeitos contrastes eficazes. Existem problemas que são bem mais resolvidos pela utilização de efeitos visuais e há arquitetos que fazem seus melhores trabalhos Frank Lloyd Wright Harmonia da arquitetura com a natureza A Capela de Notre-Dame-du-Haut, em Ronchampa natureza

Se pintarmos um vaso preto sobre fundo branco, consideramos o preto como figura e o branco como fundo. Mas se consideramos o branco como figura e o preto como fundo, veremos algo muito diferente. Podemos transferir como quisermos a nossa percepção de uma coisa a outra, vendo alternadamente VASO E PERFIS. Mas a cada vez tem que haver uma mudança completa de percepção. Não podemos ver vaso e perfis ao mesmo tempo.

Elementos Primários Toda forma pictórica começa com o ponto que se põe em movimento(...) O PONTO se move... E nasce a RETA ---- a primeira dimensão. Quando a reta se desloca para formar um PLANO, obtemos um elemento bidimensional. No movimento do plano para os espaços, o encontro de planos dá surgimento ao corpo TRIDIMENSIONAL. Uma síntese de energias cinéticas que movem o ponto convertendo-o em reta, a reta que se converte em plano que se converte em dimensão espacial. Paul Klee, 1961

Elementos Primários : Os elementos primários como principal gerador da forma, na ordem de seu desenvolvimento: o ponto, a reta, o plano (bidimensional) e o volume (tridimensional) o

O PONTO O ponto marca uma posição no espaço. Como elemento fundamental da forma, um ponto pode servir para marcar, por exemplo :. As duas extremidades de uma reta. A intersecção de duas retas. O encontro de retas na quina de um plano ou volume. O ponto não tem dimensão. Analisar o ponto no centro do campo visual e deslocado do de seu centro.

O

RETA Dois pontos descrevem uma linha que os une. Dois pontos também sugerem um eixo perpendicular à reta em relação ao qual são simétricos. Dois pontos estabelecidos no espaço por colunas ou formas centralizadas podem definir um eixo, organizando as formas e os espaços

Eixo Monumental Brasília DF - Catedral - Praça dos Três Poderes - Congresso Nacional - Supremo Tribunal Federal - Palácio do Planalto - Palácio da Justiça - Palácio do Itamaraty - Memorial JK - Panteão da Pátria - Ministérios - Torre de TV - Teatro Nacional - E outros

RITMO NA ARQUITETURA O termo ritmo foi tomado de outras artes envolvendo o elemento tempo e baseando-se no movimento, como na musica e na dança. Passarela Puerto Madero, em Buenos Aires

Cada anel (patamar) do Coliseu representa uma das 5 ordens, que através da repetição, desenvolve um ritmo

Basílica de São Pedro - Vaticano

RUE de RIVOLI - PARIS

Zaandam, na Holanda

Frank Gehry:

OSCAR NIEMEYR PALÁCIO DO ITAMARATI

... Quando vejo uma arquitetura que me impressiona e comove, escuto musica com o meu ouvido interno. Frank Loyd Wright