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Transcrição:

Aula 8: Crimes contra a Administração Pública... 2 Introdução... 2 Conteúdo... 3 Definição de Administração Pública... 3 Conceito de funcionário público... 3 Crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública... 4 Tipo penal de ação múltipla ou tipo misto alternativo... 7 Princípios da intervenção mínima e adequação social... 7 Dos crimes praticados por particular contra a administração pública... 8 Prática do delito de resistência em seguida ao delito de roubo... 9 O delito como verdadeiro estelionato perpetrado contra a Administração Pública... 11 Conceito de contrabando e descaminho... 13 Súmula nº 151, do Superior Tribunal de Justiça... 13 Atividade proposta... 14 Aprenda Mais... 15 Referências... 15 Exercícios de fixação... 15 Notas... 20 Chaves de resposta... 20

Introdução Neste material, estudaremos os delitos contra a Administração Pública, que se subdividem em crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública e crimes praticados por particular contra a Administração Pública. Pelo fato de o bem jurídico tutelado englobar os princípios da Administração Pública, em especial o princípio da moralidade, pode-se verificar que não se pode fazer incidir certos princípios para afastar o crime, como ocorre com o princípio da insignificância. Por fim, haverá o estudo dos crimes praticados por particular contra a Administração Pública e questões relevantes e atuais serão verificadas. Objetivo: 1. Identificar os delitos contra a Administração Pública, praticados por funcionário público e respectiva responsabilidade penal do agente público; 2. Identificar os delitos contra a Administração Pública, praticados por particular contra a Administração Pública por meio de seus elementos objetivos, subjetivos e normativos.

Conteúdo Definição de Administração Pública Para o Direito Penal, a expressão Administração Pública deve ser definida, conforme preconiza Luiz Regis Prado, como toda a atividade funcional do Estado, seja subjetivamente (órgãos instituídos para a concreção de seus fins), seja objetivamente (atividade estatal realizada com fins de satisfação do bem comum). Nos delitos contra a Administração Pública, o agente público, atuando isoladamente ou com pessoas estranhas à Administração Pública, age de forma contrária aos princípios da legalidade, impessoalidade, eficiência e moralidade pública e, portanto, realiza verdadeiro desvio de poder de modo a lesionar a probidade administrativa (PRADO, 2010). Conceito de funcionário público Com relação ao conceito de funcionário público, para fins penais, dispõe expressamente o Artigo 327, do Código Penal, que será funcionário público aquele que exerce cargo, emprego ou função pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Há ainda o funcionário público por equiparação, consoante dispõe o parágrafo primeiro do respectivo dispositivo legal, aquele que venha a exercer cargo, emprego ou função pública em entidade paraestatal e ainda aquele que trabalha para empresa prestadora de serviços contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública, conforme determina o Artigo 327 1º do Código Penal. Nesse sentido, assevera Fernando Capez: o que importa é a natureza da função exercida pelo agente e não a forma de investidura na Administração CAPEZ, 2010).

Atenção No que concerne aos crimes contra a Administração Pública, não há que se cogitar a incidência do princípio da insignificância para fins de exclusão da tipicidade da conduta, ainda que, em alguns casos, sejam atendidos os requisitos afetos à lesão patrimonial, pois, segundo o melhor entendimento, busca-se tutelar não apenas o erário (patrimônio) público, mas, principalmente, a moralidade e probidade da Administração Pública no exercício de suas funções. Crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública Peculato. Artigo 312, do Código Penal - as condutas dolosas previstas descrevem figuras especiais dos delitos de apropriação indébita (caput) e de furto ( 1º), caracterizando-se, portanto, como delitos funcionais impróprios ou mistos. Por outro lado, no caso da conduta culposa, o agente público, por meio da quebra do dever objetivo de cuidado, concorre para a prática de peculato doloso por outrem. Conheça a seguir os tipos de delitos praticados por funcionário público contra a Administração Pública. Peculato-apropriação: configura delito especial de apropriação indébita, caracterizada pela qualidade do sujeito ativo, pela lesão ao patrimônio público, bem como à moralidade administrativa à função exercida pelo Estado representado pelo agente público. Peculato-desvio (malversação): neste caso, o funcionário dá destinação diversa à res, em benefício próprio ou de terceiro. O referido benefício pode ser

material ou moral, bem como a vantagem não será, necessariamente, de cunho econômico. Peculato impróprio, também denominado peculato-furto, encontra-se previsto no 1º, do Artigo 312, do Código Penal. Peculato culposo: previsto no 2º, do Artigo 312, do Código Penal. Trata-se de uma hipótese na qual o funcionário público, por agir de forma desidiosa, acaba concorrendo para que outrem venha praticar um crime lesivo ao patrimônio da Administração. Para Guilherme de Souza Nucci, trata-se de participação culposa em crime doloso (Manual de Direito Penal. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. p. 989). Peculato mediante erro de outrem. Artigo 313, caput, do Código Penal. Nesta figura típica, o terceiro, mediante uma falsa percepção da realidade, entrega dinheiro ou utilidade qualquer vantagem ou lucro a funcionário público que não esteja autorizado a recebê-los e este dolosamente não informa ao terceiro e nem à Administração Pública acerca do erro com o fim de assegurar a sua apropriação. Pode ocorrer ainda a situação na qual o funcionário público seja competente para receber o valor, entretanto, o terceiro, por erro, paga um valor maior e o funcionário, dolosamente, apropriase da diferença. Peculato eletrônico: Forma especial do delito de peculato, previsto no Artigo 313-A, do Código Penal, e configura-se como delito de mera atividade. Na verdade, configura-se uma forma especial do crime de peculato, uma vez que a vantagem indevida é auferida pelo fato de o funcionário utilizar-se de um especial modo de agir, que é o meio eletrônico. Concussão. Artigo 316, do Código Penal. A conduta dolosa prevista descreve uma figura especial do delito de extorsão caracterizando-se, portanto, como delito funcional impróprio ou misto. Diferencia-se do delito de extorsão na

medida em que no crime do Artigo 158 do Código Penal há a utilização de violência ou grave ameaça para a obtenção da vantagem, ao passo que, na concussão, o funcionário não se vale de violência nem de ameaça. A concussão se diferencia do delito de corrupção passiva, Artigo 317, do Código Penal, pois neste o núcleo do tipo descreve a conduta de solicitar, diferentemente do delito de concussão, no qual o agente exige para si ou para outrem a vantagem indevida, ou seja, impõe à vítima a prática de uma conduta que o beneficie e esta cede por temor a possíveis represálias. Trata-se de delito formal, ou seja, consuma-se no momento da exigência da vantagem, sendo que a obtenção desta vem a ser mero exaurimento do crime. Excesso de exação (Artigo 316, 1º, Código Penal) - configura-se como a exigência rigorosa de tributos (imposto, taxa ou contribuição de melhoria) ou contribuição social e perfaz-se mediante duas modalidades: exigência indevida do tributo ou contribuição social e cobrança vexatória ou gravosa não autorizada em lei (CAPEZ, 2010). Corrupção passiva. Artigo 317, do Código Penal - o ordenamento jurídico prevê condutas típicas tanto para o agente que se corrompe, quanto para o terceiro à Administração Pública que o corrompe hipótese em que terceiro responderá por corrupção ativa. Houve, desta forma, rompimento à teoria unitária do concurso de pessoas previsto no Artigo 29, do Código Penal. Atenção O peculato configura-se como delito próprio, mas admite o concurso de pessoas, desde que o estranho à Administração Pública tenha conhecimento da condição do sujeito ativo. No que concerne ao sujeito passivo, o Estado figura tanto como sujeito passivo indireto, quanto direto, na medida em que ocorre a lesão ao seu patrimônio moral e patrimonial.

Tipo penal de ação múltipla ou tipo misto alternativo É importante salientar que a bilateralidade de condutas nem sempre ocorrerá. Configura-se como tipo penal de ação múltipla ou tipo misto alternativo face à possibilidade da realização das seguintes condutas: Solicitar vantagem indevida: a proposta emana do agente público e consuma-se independentemente da entrega da vantagem. Receber vantagem indevida: a proposta emana do terceiro e consuma-se no momento em que o agente recebe a vantagem indevida. Aceitar promessa de tal vantagem: neste caso, não é necessário o recebimento da vantagem; o delito restará consumado com o mero consentimento do agente público. Vale lembrar ainda que a conduta obrigatoriamente deve guardar relação com a função exercida pelo funcionário público. Significa dizer que deve existir relação de causalidade entre a solicitação, o recebimento ou o aceite da promessa de vantagem indevida com a contraprestação do agente público, seja por meio de uma conduta comissiva ou omissiva, de sua competência específica. Princípios da intervenção mínima e adequação social De acordo com os princípios da intervenção mínima e adequação social, grande parte da doutrina, entre os autores, Fernando Capez tem sustentado que as gratificações usuais de pequena monta e as pequenas doações ocasionais relacionadas às festas de fim de ano não configurariam a figura típica do Artigo 317, do Código Penal, face à incidência do princípio da adequação social (neste sentido, Fernando Capez, Guilherme de Souza Nucci.). No entanto, os Tribunais têm se mostrado reticentes acerca da possibilidade do reconhecimento da atipicidade da conduta em decorrência da adoção do princípio da insignificância.

Tipos de corrupção Corrupção passiva qualificada: nesta conduta, prevista no 1º, o agente público realiza o prometido ao terceiro na conduta prevista no caput do referido Artigo. Neste caso, o exaurimento do delito foi considerado fato punível, na verdade, caracterizado como causa especial de aumento da figura típica. Entretanto, caso esta conduta, no caso concreto, configure delito autônomo, restará caracterizado o concurso de delitos entre a corrupção passiva e esta suposta conduta, sem, contudo, a incidência da majorante do 1º, sob pena de incidência de bis in idem. Corrupção passiva privilegiada: nesta figura típica, prevista no 2º, do dispositivo em exame, o agente público não visa atender a interesse próprio, mas cede à solicitação de terceiro comum na reciprocidade do tráfico de influência (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. p. 392). Prevaricação. Artigo 319, do Código Penal - Caracteriza-se como delito formal, ou seja, consuma-se independentemente da efetiva satisfação de interesse ou sentimento pessoal e admite a modalidade tentada somente nas condutas comissivas, sendo que interesse ou sentimento pessoal deve ser compreendido como interesse que não tenha caráter econômico, mas no qual o agente público coloca seu interesse acima do interesse público. Prevaricação imprópria Artigo 319-A, do Código Penal, e recebeu o nomen iuris de prevaricação de agente penitenciário para os casos nos quais o agente deixa de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Dos crimes praticados por particular contra a administração pública Usurpação de Função Pública

Artigo 328, do Código Penal - a expressão usurpar compreende a conduta de exercício indevido, ou seja, a efetiva prática de ato específico de determinada função pública. Por tratar-se de delito formal, consuma-se no momento em que o agente pratica algum ato de ofício inerente ao exercício da função pública, independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à administração. Para a configuração do delito em exame, é imprescindível a presença do funcionário público, ou seja, que este tome ciência da conduta desrespeitosa no momento de sua prática. Resistência. Artigo 329, do Código Penal Também denominada resistência ativa pelo fato de o agente opor-se ao cumprimento de ato legal mediante o emprego de violência ou ameaça. A violência deve ocorrer durante a prática do ato legal com a finalidade de impedir sua execução. Caso seja praticada em momento anterior ou posterior à execução do referido ato legal, a conduta poderá configurar-se como outro delito, tal como lesão corporal (CAPEZ, 2010). Caso a violência seja praticada contra a coisa, não há que se falar no delito em exame, mas na figura típica de dano qualificado (Artigo 163, parágrafo único, III, do Código Penal). Prática do delito de resistência em seguida ao delito de roubo Questão interessante a ser enfrentada diz respeito à prática do delito de resistência em seguida ao delito de roubo podendo ensejar a incidência do concurso de crimes. Para fins de esclarecimentos sobre o tema, analisemos as duas situações hipotéticas e consectários: 1ª situação A violência é empregada contra o agente público após a consumação do roubo neste caso, haverá concurso de crimes entre a figura do roubo próprio (Artigo 157, caput, CP) e o delito de resistência. 2ª situação O agente subtrai a res e, em seguida, emprega violência ou grave ameaça contra policial a fim de evitar sua prisão em flagrante. Neste caso, a violência

ou grave ameaça integram a figura típica do roubo impróprio (Artigo 157, 1º, CP). (Neste sentido, Fernando Capez, op. cit. p. 549). Ainda, assevera Guilherme de Souza Nucci que a violência para assegurar a posse da coisa é uma, não se podendo confundir com a outra, usada para afastar o funcionário público do exercício de sua função, ainda que no mesmo contexto (op.cit, p. 1025). Veja abaixo como se configuram alguns tipos de reações. Prática do delito de resistência em seguida ao delito de roubo Desobediência. Artigo 330, do Código Penal Também é denominado de resistência passiva. Trata-se de delito formal que se consuma no momento em que o agente desobedece ou infringe ordem legal endereçada diretamente a ele, independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à administração. Para sua caracterização, é essencial que haja o descumprimento de ordem legal por quem tem, diretamente, o dever legal de cumpri-la. Desacato. Artigo 331, do Código Penal - Esta figura típica contempla como objetos materiais o funcionário público e sua honra. Significa dizer que a expressão desacatar compreende as condutas de menosprezar, desrespeitar ou humilhar o funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela. Trata-se de delito formal que se consuma no momento em que o agente desacata o agente público, independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à administração. No caso dos delitos de difamação e injúria, estes serão absorvidos pelo delito de desacato. Por outro lado, no caso de calúnia, caso o desacato constitua uma calúnia, restará caracterizado o concurso formal imperfeito de crimes. Tráfico de influência. Artigo 332, do Código Penal - Configura-se como tipo de ação múltipla (alternativo) podendo a conduta do agente comportar desde a solicitação até a exigência ou recebimento da vantagem indevida,

sendo que essa expressão não terá, necessariamente, natureza econômica. O delito em análise se caracteriza por ser delito formal, haja vista consumar-se no momento em que o agente pratica qualquer um dos atos descritos na figura típica, independentemente da obtenção da vantagem indevida, exceto em relação à conduta de obter, situação na qual o delito caracteriza-se como delito material. O delito como verdadeiro estelionato perpetrado contra a Administração Pública Para Magalhães Noronha, o delito configura verdadeiro estelionato perpetrado contra a Administração Pública, pois o agente ilude e frauda o pretendente ao ato ou providência governamental, alegando um prestígio que não possui e assegurando-lhe um êxito que não está ao seu alcance[...] (NORONHA, Edgar Magalhães apud GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial. 2. ed. Niterói: Impetus, v. 4, p. 997). Diferencia-se do crime de estelionato, porque para a caracterização do delito do Artigo 332, faz-se necessário o emprego de meio fraudulento, isto é, o agente se diz influente com determinado funcionário quando, na realidade, não exerce nenhum prestígio e o sujeito ativo deve tratar-se de funcionário público. No caso de não cumprimento de quaisquer destes requisitos, a conduta restará tipificada como incursa na figura de estelionato (Artigo 171, do Código Penal). A figura típica contempla uma causa de aumento que tem por fundamento o eventual desprestígio à conduta do agente público, nos casos em que o agente insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. Conheça abaixo as implicações de corrupção ativa e contrabando ou descaminho: Corrupção ativa. Artigo 333, do Código Penal Cuida-se de delito formal, que se consuma no momento em que o agente oferece ou promete a vantagem

indevida ao funcionário público, independentemente do aceite por parte deste. Por não caracterizar-se como delito bilateral em relação ao delito de corrupção passiva, é plenamente possível a ocorrência simultânea ou isolada das figuras típicas de corrupção ativa e passiva. A figura típica contempla uma causa de aumento, prevista no parágrafo único do Artigo 333, do Código Penal, sendo para sua caracterização imprescindível que o agente pratique ato de natureza ilícita, ou seja, infringindo dever funcional. Quando se fala no delito de corrupção, não podemos deixar de fazer menção à conhecida carteirada. Para Guilherme de Souza Nucci, a carteirada não configura delito de corrupção ativa, mas, no máximo, tráfico de influência. Assevera o autor que a carteirada compreende o ato de autoridade que, fazendo uso de sua função, exibe seu documento funcional para conseguir algum préstimo de outra autoridade ou funcionário público (NUCCI, Guilherme de Souza. Material Didático). De forma diversa, há entendimentos no sentido de que a carteirada configura delito de abuso de autoridade previsto no Artigo 4º, h, da Lei 4.898/1965 (Lei de Abuso de Autoridade). Nesse sentido, temos entendimento do STJ, no julgamento do AgRg no Ag 5.749/SP, Sexta Turma, Rel. Min. José Cândido de Carvalho Filho, julgado em 04.12.1990. Contrabando ou descaminho Artigo 334 do CP - Nesta figura típica o legislador rompeu com a teoria unitária do concurso de pessoas na medida em que optou por tipificar de forma autônoma, no Artigo 318 do Código Penal, a conduta do agente que, na verdade, realiza conduta acessória ao delito de contrabando ou descaminho.

Conceito de contrabando e descaminho A expressão contrabando compreende toda a importação ou exportação cujo ingresso ou saída do país seja absoluta ou relativamente proibida (PRADO, 2010). Já a expressão descaminho, compreende toda fraude empregada para iludir, total ou parcialmente, o pagamento de impostos de importação, exportação ou consumo (cobrável na própria aduaneira antes do desembaraço das mercadorias importadas) (Idem). Pelo fato de serem delitos formais e plurissubsistentes, admitem a modalidade tentada. Cabe salientar que, com a redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014, as condutas de contrabando e descaminho foram desmembradas nos artigos 334 e 334-A, do Código Penal. Súmula nº 151, do Superior Tribunal de Justiça A competência para processo e julgamento do crime em questão, consoante o enunciado de Súmula n. 151, do Superior Tribunal de Justiça, define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens. Caso o valor das mercadorias não ultrapasse R$ 10.000,00 e preenchidos os demais requisitos, haverá a aplicação do princípio da insignificância. Esse entendimento ocorre em virtude da interpretação dada ao disposto no Artigo 20, da Lei nº 10.522/02, que estabelece o arquivamento dos autos de execuções fiscais, sem baixa na distribuição, dos débitos inscritos como Dívida Ativa da União, de valor consolidado igual ou inferior a dez mil reais, sendo esse o entendimento amplamente majoritário nos Tribunais Superiores. Importante salientar que o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou no sentido de que a Portaria MF 75/2012, do Ministério da Fazenda, na o valor de arquivamento foi elevado para R$ 20 mil não se aplica para fins de exclusão da

responsabilidade penal, pois, segundo Informativo de Jurisprudência n.551, a referida alteração do valor para arquivamento de execução fiscal só pode ser realizada por meio de lei, não sendo a referida portaria, portanto, meio normativo válido para esse fim. Atividade proposta Leandro e Claudionor, policiais militares, no dia 05 de abril de 2009, por volta das 23h, no exercício das suas funções em uma blitz, foram ameaçados mediante violência física exercida pelo emprego de faca por Cleôncio. Leandro foi ofendido em sua integridade física, tendo sofrido, desta forma, lesões corporais de natureza leve, bem como xingados de vagabundos pelo agente, ao opor-se à execução de ato de prisão em flagrante por trazer consigo 40g de cannabis sativa sem autorização e em desacordo com determinação legal. Do fato, Cleôncio restou denunciado como incurso nas sanções dos Artigos 129, caput, 329 e 331 do Código Penal e Artigo 28, caput, da Lei 11.343/06, na forma do Artigo 69, caput, do Código Penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes praticados por particular contra Administração Pública em geral, responda, de forma objetiva e fundamentada: é possível o concurso de crimes entre os delitos previstos nos Artigo 329 e 331, ambos do Código Penal? Chave de resposta: No que concerne à possibilidade de concurso de crimes entre os referidos delitos, doutrina e jurisprudência divergem acerca do tema. Fernando Capez sustenta que, caso ocorra durante a resistência, configuraria conflito aparente de normas a ser solucionado pelo princípio da consunção, somente subsistindo o delito de resistência. Por outro lado, se os crimes ocorrerem em contextos fáticos distintos, será aplicável o concurso de crimes (CAPEZ,2010). De forma oposta, sustenta Rogério Greco ser aplicável verdadeiro concurso real entre as infrações penais, por não considerar o desacato crime-meio para a

resistência do agente à execução do ato legal, haja vista serem perpetrados por motivações distintas (GRECO, 2012). Aprenda Mais Material complementar Para saber mais sobre Crimes contra a administração pública, acesse a Biblioteca Virtual da sua disciplina e leia as decisões proferidas pelos Tribunais Estaduais e Superiores sobre o tema desta aula. Referências CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 4. GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. 6. ed. Niterói: Impetus, 2012. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 6.ed, 2010. v. 3. Exercícios de fixação Questão 1 Leonardo Silveira, funcionário da empresa prestadora de serviço de exploração e manutenção de rodovia estadual, na qual trabalhava como cobrador do pedágio, ao final de seu horário de trabalho, aproveita a saída da sala do chefe de operações da praça do pedágio para ingressar no escritório deste. Verifica que o chefe, única pessoa que detém a chave do cofre onde é guardada toda a quantia recebida a título de tarifa no pedágio durante todo o dia, havia deixado a referida chave em cima de sua mesa. Leonardo Silveira, então, pega a chave, abre o referido cofre e toma para si parte do valor nele contido, com finalidade

de levar o dinheiro para casa como se fosse seu. Pode-se dizer que o crime praticado por Leonardo Silveira foi o de furto qualificado pelo abuso de confiança. a) Verdadeiro b) Falso Questão 2 Antonieta trafegava em seu veículo em uma via de grande movimento, quando percebeu que tinha perdido o acesso à rua para onde se dirigia. Ainda que tenha percebido que a via seguinte era contramão, dobrou sem pestanejar. Entretanto, tão logo realizou a manobra, deparou-se com um guarda na esquina seguinte que, tendo visto sua infração, a fez parar o carro. Ante o exposto, com base nos estudos realizados acerca dos crimes contra a Administração Pública, caso o guarda solicite a quantia de R$50,00 a fim de fingir que não presenciou o ocorrido, ainda que Antonieta não pague a quantia, será responsabilizado por: a) Corrupção passiva b) Concussão c) Extorsão d) Prevaricação e) Sua conduta é atípica, pois Antonieta não pagou a quantia solicitada Questão 3 Túlio, funcionário público, no exercício da função, recusa-se, por mero capricho, a cumprir ordem judicial que lhe foi transmitida em cumprimento de mandado, pelo oficial de justiça. Assim agindo, Túlio comete crime de desobediência, pelo fato de não ter cumprido uma ordem judicial.

a) Verdadeiro b) Falso Questão 4 Jorge Vieira, funcionário da Secretaria de Fazenda do Estado, passou a patrocinar interesse de seu cônjuge perante a Secretaria de Administração. Ele tinha como objetivo que sua esposa recebesse fatura de serviços por ela realizados. Qual o delito cometido por Jorge: a) Prevaricação b) Advocacia administrativa c) Exploração de prestígio d) Tráfico de influência e) Abuso de autoridade Questão 5 Tinoco, responsável pelo almoxarifado de uma repartição pública, vendo que o seu subordinado Alfredo, com constância, era procurado por várias mulheres, acabou por descobrir que o mesmo era bígamo. Entretanto, Tinoco, por considerar que seu subordinado era um exemplar funcionário e que prestava assistência material a todas as mulheres que o procuravam, por indulgência, deixou de levar o fato ao conhecimento de seu superior. Nesta situação, é correto afirmar que Tinoco: a) Cometeu o crime de condescendência criminosa b) Não cometeu delito c) Cometeu o crime de favorecimento pessoal d) Cometeu o crime de prevaricação

e) Cometeu o crime de advocacia administrativa Questão 6 Leonardo, vestido com o uniforme da Polícia Rodoviária Federal e intitulando-se como tal, mediante expediente ardiloso, com objetivo de arrecadar considerável soma em dinheiro, circula pelos municípios contíguos a uma rodovia e, sob pretexto de viabilizar a realização de uma campanha de educação no trânsito, recebe doações de vários comerciantes e moradores da região. No caso narrado, pode-se afirmar que Leonardo praticou crime de estelionato. a) Verdadeiro b) Falso Questão 7 (ITESP Advogado 2013) O fazendeiro de uma cidade do interior de São Paulo que solicita aos assentados dinheiro a pretexto de influir na atuação de funcionário do ITESP, a fim de facilitar a concessão de títulos de domínio visando à regularização fundiária, comete o crime de: a) Corrupção passiva qualificada b) Tráfico de influência c) Advocacia administrativa d) Exploração de prestígio e) Estelionato Questão 8 (Delegado de Polícia PC-BA 2013) Considere a seguinte situação hipotética. Alfredo, alegando, de forma fraudulenta, a terceiros interessados que, por ter

influência sobre determinado funcionário público, poderia acelerar a conclusão de processo administrativo de interesse do grupo, cobrou desse grupo vultosa quantia em dinheiro, da qual metade lhe foi paga adiantadamente. Antes da conclusão do processo, entretanto, descobriu-se que Alfredo não tinha qualquer acesso ou influência sobre o referido funcionário. Nessa situação hipotética, a conduta de Alfredo constitui crime de estelionato, já que ele alegou ter prestígio que, na realidade, não possuía. a) Verdadeiro b) Falso Questão 9 (TRE Analista 2013) No âmbito da administração pública, o agente que: a) Provoca instauração de investigação administrativa contra alguém, imputando-lhe fato de que o sabe inocente, comete o crime de denunciação caluniosa. b) Altera teor de certidão verdadeira, para provar fato que habilite alguém a obter cargo público ou outra vantagem comete o crime de falsidade ideológica. c) Pede dinheiro a pretexto de influir na decisão de juiz eleitoral incorre em crime de tráfico de influência. d) Solicita para si vantagem indevida em razão da função pública que exerce incide no crime de corrupção ativa. e) Altera parte de documento público verdadeiro pratica o crime de supressão de documento.

Questão 10 Heleno, empregado temporário da concessionária de serviço público de eletricidade, tendo verificado que Maurício possuía, em sua residência, uma ligação direta entre o poste de energia e a casa, informou-o de que lavraria o auto de infração e iria à delegacia registrar a ocorrência de crime. Com a intenção de impedir a aplicação da multa, Maurício ofereceu a Heleno a quantia de R$ 100,00 e este a aceitou. Heleno, entretanto, comunicou o fato à polícia, o que levou à prisão de Maurício. Na delegacia, o agente de polícia Pedro, amigo íntimo de Maurício, convenceu o delegado a reservar a melhor cela da repartição pública para o preso.<bn> Do fato ora narrado, pode-se afirmar que Maurício cometeu o crime de corrupção ativa e, Heleno, de corrupção passiva. a) Verdadeiro b) Falso Administração Pública: Configura-se como o conjunto de órgãos, agentes e serviços que sejam voltados à consecução das necessidades coletivas, tais como a prestação de serviços essenciais ao bem-estar da coletividade. Função pública: Denominação residual, que envolve todo aquele que presta serviços para a administração, embora não seja ocupante de cargo ou emprego. Questão 1 - B Justificativa: Neste caso, face ao disposto no Artigo 327, 1º, do Código Penal, Leonardo Silveira é considerado funcionário público por equiparação e, como o agente não possuía a posse desvigiada da res, sua conduta estará tipificada

como incursa na figura do peculato-furto, previsto no Artigo 312, 1º, do Código Penal. Questão 2 - A Justificativa: É possível responsabilizá-lo, pois para a tipificação da sua conduta, não é necessário que Antonieta pague a quantia solicitada. A conduta de solicitar vantagem indevida quando a proposta emana do agente público consuma-se independentemente da entrega da vantagem, por se tratar de crime formal. Questão 3 - B Justificativa: Túlio comete prevaricação, pois a expressão mero capricho denota a elementar sentimento pessoal; não há que se cogitar a tipificação como desobediência, pois para a configuração deste a ordem não cumprida pelo funcionário não deve ser pertinente ao exercício de suas funções, pois caso seja, como na questão em análise, restará caracterizada a prevaricação por parte do funcionário público. Questão 4 - B Justificativa: Artigo 321, do Código Penal. Questão 5 - B Justificativa: Para que haja crime de condescendência criminosa, o crime praticado deve estar relacionado ao exercício do cargo, o que não ocorreu no caso em questão. Questão 6 - A Justificativa: Nesta situação hipotética, Leonardo induziu ou manteve terceiros em erro para, fingindo-se de funcionário público, obter vantagem ilícita, bem como não praticou qualquer ato de ofício, razão pela qual sua conduta restará tipificada como incursa no Artigo 171, do Código Penal. Questão 7 - B

Justificativa: Artigo 332, do CP. Questão 8 - B Justificativa: Trata-se de crime de tráfico de influência, previsto no Artigo 332, do CP. Questão 9 - A Justificativa: Artigo 339, do CP. Questão 10 - A Justificativa: No caso, houve bilateralidade para a consumação de ambos os crimes. O crime de corrupção ativa consuma-se no momento em que houve o oferecimento da vantagem e o de corrupção passiva, no caso em questão, consumou-se com a aceitação da vantagem.