1. Crimes contra Administração Pública continuação:

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1 1 PONTO 1: Crimes contra administração pública continuação PONTO 2: Crimes praticados por particular contra a Administração em Geral PONTO 3: Crimes contra a Administração da Justiça 1. Crimes contra Administração Pública continuação: Corrupção Passiva Qualificada art e art do CP: Ou o funcionário público efetivamente não pratica o ato (omite-se ou se abstém da prática do ato) por exemplo, deixa de aplicar uma multa. Ou o funcionário público pode prolatar a prática de uma to. Por exemplo, o oficial de Justiça retarda o mandado de citação que recebeu propina para isso. O funcionário público pratica o ato de forma ilegal. Na corrupção passiva do caput do art. 317 do CP o ato praticado pelo funcionário público, por meio da propina, é legal, próprio daquele funcionário. Ao passo que na corrupção passiva qualificada esse ato é praticado de forma ilegal. Facilitação de contrabando ou descaminho - Art 318 3, CP: Traz uma exceção pluralista a teoria monista, porque na verdade a pessoa que pratica o contrabando ou descaminho responderá pelo crime do artigo do CP, ao passo que o funcionário público responderá pelo crime do art. 318 do CP. Além disso, o art. 318 do CP é um crime funcional próprio, somente pode ser praticado pelo funcionário público com atuação em zona alfandegária (fixa ou móvel), jamais 1 Corrupção passiva Art Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 2 Corrupção ativa Art Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 3 Facilitação de contrabando ou descaminho Art Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa 4 Contrabando ou descaminho Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de um a quatro anos.

2 2 por qualquer outro funcionário público responsável por algum outro setor. Isso porque a conduta consiste em facilitar, o que significa afastar obstáculos ao contrabando ou descaminho. O crime do artigo 318 do CP depende da ocorrência de outro crime que é o crime do art. 334 do CP. É um crime formal e doloso. Prevaricação art , CP: Trata-se de crime em que o funcionário público, influenciado por sentimento positivo ou negativo ou interesse próprio pessoal, deixa de cumprir o seu dever ou age ilegalmente (faz alguma coisa errada). No crime de prevaricação o funcionário público jamais recebe vantagem. Dessídia, preguiça, relaxamento do funcionário não caracteriza a prevaricação. Confronto se o funcionário público descumpre ordem de superior hierárquico, em princípio não comete crime, mas infração disciplinar. Tão pouco pratica crime de desobediência, uma vez que este crime somente pode ser cometido por particular art do CP. Corrupção Passiva Privilegiada - Art. 317, 2º: Na corrupção passiva privilegiada o funcionário público transige com o seu dever funcional diante de pedido de terceiro. Os exemplos mais comuns são: carteiraço, chiadeira ou choro. Não se confunde com a prevaricação, pois aqui não existe a satisfação de interesse pessoal ou sentimento próprio. 5 Prevaricação Art Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 6 Desobediência Art Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa

3 3 Prevaricação dos meios de comunicação dos presos - Art. 319-A 7 do CP: Trata-se da facilitação meio de acesso de comunicação ao preso (telefone, rádio, chip celular configuram o crime). Crime mais próprio ainda porque só pode ser praticado por agente penitenciário ou diretor de presídio. Não é qualquer funcionário público que pode praticá-lo. XV 8, da LEP. Deve-se cuidar outros aparelhos/ meios de comunicação permitidos ao preso art. 41, Para o servidor constitui crime e para o apenado falta grave art LEP. Quem ingressa no Presídio com aparelho comete o crime do artigo 349-A do CP. exceção pluralista a teoria monista. participação. Condescendência Criminosa - Art do CP: Trata-se de crime omissivo próprio e por essa razão não cabe tentativa e somente cabe O sujeito ativo deve ser superior hierárquico de outro funcionário público e esse outro servidor público deve ter praticado uma infração penal e o superior hierárquico não o responsabiliza. 7 Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 8 Art Constituem direitos do preso: XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. 9 Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: VII tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 10 Condescendência criminosa Art Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

4 4 Se o Superior hierárquico deixa de punir o subordinado por motivo de satisfação de interesse pessoal ou sentimento próprio o crime será de prevaricação art. 319, CP. Principio da especialidade - se a omissão se dá em razão da prática de tortura, é o único crime em que há previsão de pena de detenção, o crime será previsto n lei de tortura art. 1º, 2º 11, da Lei 9455/97. Advocacia Administrativa art , CP: Significa pleitear, requerer, patrocinar, advogar, interesse legitimo ou ilegítimo de alguém perante a administração pública. O funcionário público não tem atribuição para praticar, decidir, sobre o pleito, sobre o pedido do interessado. Esse funcionário público vai atuar como se fosse um pistolão. O funcionário público não recebe qualquer vantagem. Obs: art do CP quando houver vantagem e se tratar especificamente de Juiz, MP, Jurado, interprete, tradutor, entre outros. Violência Arbitrária Art do CP: 11 Art. 1º, 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 12 Advocacia administrativa Art Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 13 Exploração de prestígio Art Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 14 Violência arbitrária Art Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

5 5 Trata-se de arbitrariedade física ou moral (estupidez) de funcionário público no cumprimento do seu dever funcional. Obs: - Art, 3º, i 15, Lei 4898/65. Para doutrina somente se utiliza lei de abuso quando o abuso de autoridade fosse uma agravante, elementar, qualificadora, majorante no CP, usaríamos o CP, porque a pena máxima cominada aos crimes previstos na lei de abuso é de 6 meses. Portanto, a lei de abuso fica circunscrita ao princípio da subsidiariamente. A Jurisprudência utiliza a lei de abuso segundo o princípio da Especialidade, sendo a Lei de Abuso uma lei especial. O STF entende que o art. 322 do CP continua sendo aplicado quando houver violência moral (estupidez e grosseria). Porém, se houver violência física o funcionário prática o crime do artigo 3º, i, Lei 4898/65. Se o funcionário público além de praticar o abuso, causar a lesão corporal irá responderá em concurso material por abuso de autoridade e lesão corporal - Súmula e do STJ. Quando o crime é praticado por policial militar sempre haverá cisão processual, pois o crime de abuso não é crime previsto no Código Penal Militar. Abandono de função - Art do CP: 15 Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: i) à incolumidade física do indivíduo. 16 Súmula 90 do STJ: Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele. 17 Súmula 172 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. 18 Abandono de função Art Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

6 6 O crime se equivale ao abandono de emprego na iniciativa privada e consiste no fato do funcionário público renunciar, injustificadamente ao cargo, sem cumprir as formalidades legais, deixando-o acéfalo. Por exemplo: faltar 30 dias injustificadamente, assumir outra função publica sem ter se exonerado da anterior, requerer licença e não aguardar deferimento da licença. O 1º se resulta prejuízo ao serviço público a pena é maior. O 2º pena aumentada se praticada em regiões de fronteira. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado - Art do CP: É o oposto do crime anterior, em que o agente deve, mas não quer se afastar da sua função pública ou entra em exercício antecipadamente. O fato deveria estar previsto somente como infração funcional/ disciplinar, uma vez que não há qualquer prejuízo à administração pública. Violação de Sigilo Funcional - Art do CP: Possui três formas típicas. O crime possui semelhança com o artigo do CP (violação segredo) e consiste no fato de o funcionário público tomar conhecimento de um fato Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 19 Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Art Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 20 Violação de sigilo funcional Art Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. 1 o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 2 o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa 21 Violação do segredo profissional Art Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

7 7 em razão da função, do cargo que ele ocupe e que deve ficar em segredo, porém, ele divulga esse fato. Ex: integrante de uma comissão de concurso, que tem conhecimento da prova e gabarito, divulga antecipadamente este dado. O servidor de uma Vara Criminal ou Família divulga um dado de um processo de crime contra dignidade sexual. Um policial civil que fará uma busca num traficante e divulga esses dados ao investigado antes de a policia chegar. Obs: caso o membro da comissão de concurso receba propina para divulgar o gabarito responde pelo crime de corrupção passiva. 1º do art. 325 do CP: O funcionário público permite, facilita o acesso aos sistemas informatizados da administração pública. O funcionário público que pratica essa conduta deve se ro funcionário público autorizado a acessar os sistemas informatizados. A segunda conduta desse mesmo funcionário ocorre quando ele fornece a senha de acesso a uma outra pessoa quando não poderia fazê-lo. No caso do fornecimento da senha a pessoa não autorizada (quebra do segredo de acesso ao sistema), enfim, no momento em que se viola o segredo, já está consumado o crime. Para o funcionário público que acessa indevidamente o sistema, também haverá o crime no momento do acesso, mas a tipificação se dá no inciso II do 1º do artigo 325 do CP. No exemplo dado, se o estagiário recebeu a senha indevidamente, mas não acessou o sistema, não cometerá crime. Forma qualificada - 2º do art. 325 do CP: Se resulta dano a administração pública: a hipótese se aplica tanto ao funcionário público que quebrou a senha de acesso, quanto aquele que a utilizou indevidamente. Confronto: o funcionário público que está autorizado a acessar os sistemas informatizados da administração pública e fornecer dados indevidamente a terceiros pratica o Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

8 8 crime do art. 325, caput, do CP. Já o funcionário público que está autorizado a acessar os referidos sistemas e que inserir dado falso, excluir ou alterar dado verdadeiro, com o fim de causar dano ou obter vantagem indevida, pratica o crime do artigo 313-A do CP. O particular que divulga as informações sigilosas que recebeu do funcionário público pratica o crime do art. 153, 1º-A 22, do CP. O legislador não pune o hacker as informações sigilosas da administração pública, mas não as divulga. especialidade. Art do CP: Revogado pelo art da Lei 8666/94 - pelo principio da 2. Crimes praticados por particular contra a Administração em Geral: Usurpação de função pública - Art do CP: O agente, sujeito ativo, se apodera, toma para si ou se investe de função pública, por meio da pratica de ato privativo de funcionário público. Por exemplo: alguém passa a se intitular policial civil e começa a fazer batidas, constranger pessoas, fazer revista pessoal. Confronto: se o agente apenas se diz funcionário público e não pratica qualquer ato inerente a função ele responderá pelo artigo da Lei de Contravenções Penais. O mesmo se 22 Art. 153, 1 o -A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 23 Violação do sigilo de proposta de concorrência Art Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. 24 Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 25 Usurpação de função pública Art Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 26 Art. 45. Fingir-se funcionário público: Pena prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis.

9 9 diz se o agente, por exemplo, usa o uniforme privativo de funcionário público, responderá pela contravenção do artigo da LCP. O parágrafo único refere se o funcionário público obtiver vantagem. Discussão quanto ao fato do sujeito ativo, um particular, se identificar como funcionário público: ele pratica ato privativo de funcionário público e aufere vantagem com isso. Já, sendo a pessoa um particular, se apresenta como funcionária pública, mas não pratica nenhum ato inerente à função pública, não pratica o crime do artigo 328 do CP. Se aufere vantagem há duas posições: uma posição entende que o particular pratica o crime do artigo do CP; e outra posição entende que pratica o crime de estelionato art , CP. Resistência - Art , CP: Trata-se de uma oposição violenta ou ameaça grave a execução de um ato legal de funcionário público competente. A resistência sempre é perpetrada contra a pessoa do funcionário público e, por isso, não se pode confundir o crime com a chamada resistência passiva (não configura o crime). Exemplos: agente se atira no chão, se agarra no poste, numa grade para não ser preso. A simples fuga diante da voz de prisão dada pelo Policial também não caracteriza o crime de resistência. 27 Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei. Pena multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração penal mais grave. 28 Falsa identidade Art Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. 29 Estelionato Art Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 30 Resistência Art Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos. 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

10 10 O crime é formal e se consuma no momento em que o agente realiza a conduta consistente na ameaça ou violência. 1º se o ato não chega a ser praticado em razão da resistência: Exemplo: agressões físicas a policiais ou oficiais de justiça que cumprem mandado judicial, disparar de arma de fogo contra policiais. Confronto: haverá concurso de crimes de resistência e lesão corporal, homicídio, tentativa de homicídio ou desacato. A resistência não absorve o desacato. Se a ordem dada pela autoridade for manifestamente ilegal não haverá o crime, porque a resistência será absolutamente legítima. Desobediência - Art , CP: Trata-se de não acatar ordem legal (não se trata de pedido ou solicitação) de funcionário público competente. O destinatário da ordem deve ter o dever jurídico de acatá-la. Se houver sanção civil ou administrativa em razão do descumprimento da ordem não haverá o crime de desobediência. Funcionário público, de regra, não pratica crime de desobediência por não atender ordem de superior hierárquico. Isso caracteriza infração disciplinar, salvo para o militar que haverá crime de insubordinação, previsto no CPM. No entanto, o funcionário público poderá praticar crime de desobediência, desde que o fato não tenha relação com a sua atividade funcional. Exemplo: Juiz que dirige um veículo e não atende a ordem de parada determinada por um funcionário público (dirigir carro não é ato funcional de Juiz). 31 Desobediência Art Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

11 11 Poderá haver, ainda, crime de desobediência praticado por funcionário público, desde que a desobediência seja oriunda de ordem judicial e que o destinatário não seja seu subordinado hierárquico. Desacato Art , CP: A lei tutela o prestigio ou a dignidade da função pública,. Ou seja, não se dirige a conduta a pessoa do funcionário pública, mas se tutela a dignidade da função pública. Desacatar significa desrespeitar, achincalhar, ofender, humilhar, menoscabar, menosprezar, entre outros o funcionário público no exercício da função pública. Pode ser praticado por meio de palavras, gestos, escrito ou vias de fato que ficam absorvidas pelo crime. O crime é formal e se consuma no momento em que a ofensa é proferida. É imprescindível que o funcionário público esteja presente no momento em que a ofensa é proferida. Se as ofensas não forem praticadas na presença do funcionário público não haverá o crime de desacato, mas de injúria majorada. Todas as palavras, em geral, dirigidas ao funcionário público caracterizam o crime em tela, desde que com o propósito de humilhá-lo, menosprezá-lo. O funcionário público também pode ser considerado sujeito ativo neste crime, desde que não tenha, naquele momento, o vinculo funcional. Tráfico de Influência - Art , CP: O sujeito ativo desse crime deve ter influência, prestigio, perante a administração pública. Geralmente é praticado por pessoas que financiam campanhas eleitorais ou que 32 Desacato Art Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 33 Tráfico de Influência Art Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.

12 12 possuam grande influência política, mas não são funcionárias públicas. Exemplo: PC Farias no caso Collor. Se o sujeito ativo é um absoluto desconhecido da administração pública e acaba tirando dinheiro o crime praticado não será do artigo 332 do CP, mas será o crime de estelionato. É um crime formal, não se exigindo que o sujeito ativo efetivamente exerça a influência no sentido de que com isso obter vantagem. A obtenção de vantagem será mero exaurimento. Esse crime não se confunde com a corrupção ativa art. 333 do CP, pois não se oferece vantagem alguma ao funcionário público. Se o funcionário público recebesse propina para praticar o ato iria cometer o crime do art. 317, caput, ou 1º do CP. O funcionário público que cede perante a administração pública pratica o crime do art. 317, 2º do CP. Quem dá ou paga ao influente não comete crime algum, sendo apenas o interessado na prática do ato do funcionário público. Cuidado: o sujeito ativo do crime do art. 332 do CP não comete esse crime ao influenciar efetivamente o funcionário público (exaurimento). A consumação ocorreu antes. A solicitação, cobrança, exigência ou recebimento da vantagem indevida. Quem deu a vantagem também não comete crime. 357 do CP. Se a pessoa a ser influencia é Juiz, interprete, jurado, membro MP, o crime será do art. Forma majorada - Art Parágrafo único: Se ocorrer a hipótese de suborno ao funcionário público, haverá dois momentos: o primeiro para quem irá exercer influência no funcionário e depois o pagamento do suborno ao funcionário público. Nesse caso, o funcionário público que recebe propina para deixar de fazer, ou retardálo responderá pelo crime do art. 317 do CP.

13 13 3. Crimes contra a Administração da Justiça: Denunciação caluniosa - Art , CP: Trata-se de um crime contra a administração da justiça, em que a conduta consiste em dar causa, motivar, originar, dar inicio a ação de autoridade para que se instaure um dos seguintes procedimentos: investigação policial, processo judicial, investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade (Lei 8429/82). O crime é essencialmente doloso e basta que haja a comunicação do fato que não aconteceu. Para diferenciar do delito de comunicação falsa de crime (art do CP) deve apontar uma pessoa como autora desse fato. Crime é formal. Porém há necessidade de decisão que diga que esse fato não aconteceu para haver o crime. Não confundir com o crime de calúnia do art do CP. O crime do art. 339 do CP absorve o crime do artigo 138 do CP. Mas poderá haver concurso de crimes quando a pessoa registrar ocorrência que sabe ser inocente e divulga, imaculando a honra da pessoa, vai cometer também o crime de calúnia. O 1º do art. 339 do CP: refere ao aumento da pena. O 2º refere que a pena diminui pela metade se crime cometido por contravenção penal. 34 Denunciação caluniosa Art Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 35 Comunicação falsa de crime ou de contravenção Art Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 36 Calúnia Art Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

14 14 Falso testemunho Art do CP: Trata-se de crime de mão própria, cuja principal questão é sobre o concurso de pessoas. A única teoria que explica é objetiva-formal, portanto, só quem pode praticá-lo é a própria pessoa. O STF entende que o advogado que pede para testemunha mentir, calar, falsear, pode ser co-autor do crime de falso testemunho. A testemunha que não presta compromisso pode ou não ser autora do crime de falso testemunho duas posições: - sim, pois não há na elementar do tipo prestar compromisso, portanto qualquer testemunha pratica o delito do art. 342 do CP. - Tourinho Filho entende que não pratica o crime neste caso. Vai haver extinção da punibilidade do 2º se no processo em que ele prestou o falso testemunho retratar-se até a sentença. É um tipo misto alternativo, praticado mais de uma conduta no mesmo contexto temporal o sujeito ativo pratica um só crime. 37 Falso testemunho ou falsa perícia Art Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 1 o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. 2 o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

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