Caio de Oliveira Desiderio

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Transcrição:

Caio de Oliveira Desiderio

Fatura Documento descritivo da compra e venda mercantil ou da prestação de serviços que contém a indicação da quantidade, qualidade e preço do produto ou serviço. É obrigatória em todo contrato de compra e venda mercantil a prazo (prazo >=30 dias). É facultativa se o prazo do pagamento for inferior a 30 dias.

Duplicata Mercantil A duplicata mercantil é um título de crédito criado pelo direito brasileiro. Apareceu pela primeira vez no código comercial de 1850, que previa que nas vendas por atacado o vendedor era obrigado a extrair, em duas vias, uma relação das mercadorias vendidas, as quais eram assinadas por ele e pelo comprador, ficando cada via com uma das partes interessadas.

Duplicata: conceito É um título de crédito à ordem e formal, originado necessariamente de um contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. É facultativa, mas não é admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.

Lei das Duplicatas A duplicata é regulamentada pela Lei Nº 5.474, de julho de 1968. São os seguintes os requisitos da duplicata mercantil: A expressão duplicata, a data de sua emissão e o número de ordem (Art. 2º, 1º, I); O número da fatura da qual foi extraída (Art. 2º, 1º, II); a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista (Art. 2º, 1º, III);

Lei das Duplicatas o nome e domicílio do vendedor e do comprador (Art. 2º, 1º,IV); a importância a pagar, em algarismos e por extenso (Art. 2º, 1º, V) ; a praça de pagamento (Art. 2º, 1º,VI); a cláusula à ordem (Art. 2º, 1º,VII); a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial (Art. 2º, 1º,VIII); a assinatura do emitente (Art. 2º, 1º,IX).

Aparência de uma duplicata Fonte: Tabelião de Protesto de Letras e Títulos São Bernardo do Campo SP

Aceite O ato de submeter o título ao reconhecimento do sacado é apresentação. O aceite é o reconhecimento da validade da ordem, em que o sacado apõe sua assinatura no documento. O vendedor deverá providenciar a apresentação da duplicata ao comprador nos 30 dias posteriores à sua emissão. Se for feita por seu representante, a apresentação deverá ser feita dentro de 10 dias. O sacado (comprador) poderá reter em seu poder a duplicata até a data de vencimento, desde que comunique expressamente ao apresentante o aceite e a retenção.

Aceite Em função do seu caráter obrigatório, o aceite da duplicata mercantil pode ser discriminado em três categorias: Aceite ordinário resulta da assinatura do comprador no local apropriado do título de crédito; Aceite por comunicação resulta da retenção da duplicata mercantil pelo comprador autorizado por eventual instituição financeira cobradora, com a comunicação, por escrito, do vendedor, de seu aceite; Aceite por presunção resulta do recebimento das mercadorias pelo comprador, desde que não tenha havido causa legal motivadora de recusa, com ou sem devolução do título ao vendedor.

Recusa É possível recusar uma duplicata por apenas 3 motivos: Avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; Vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; Divergências nos prazos ou nos preços ajustados. A recusa deve ser referida no prazo de 10 dias, contados da data de sua apresentação.

Protesto É a apresentação pública do título ao devedor, visando ser aceito ou para o próprio pagamento. A duplicata pode ser protestada também por falta de devolução. A não devolução da duplicata enseja o chamado protesto por indicações. Feito isso, a execução do crédito poderá fazer-se mediante a apresentação do instrumento de protesto acompanhado da comprovação de entrega das mercadorias.

Protesto O protesto deverá ser lavrado no lugar em que o título deva ser pago, sendo que o credor deverá providenciar o protesto no prazo de 30 dias contados da data do seu vencimento, sob pena de perder o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.

Triplicata Art. 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela. A extração da triplicata não é obrigatória, na medida em que poderá o credor optar por promover o protesto por indicação. É possível a extração da triplicata por outros motivos, desde que impossibilitem a apresentação do título.

Duplicata de prestação de serviços As empresas prestadoras de serviços poderão emitir fatura e duplicata, devendo a fatura discriminar a natureza dos serviços prestados. A esses instrumentos aplicam-se as disposições referentes à fatura, duplicata e triplicata da venda mercantil. O protesto também poderá ser feito por indicações. O prestador de serviços deverá apresentar ao cartório documento que comprove a efetiva prestação de serviços, bem como o respectivo contrato.

Duplicata de prestação de serviços O sacado poderá recusar o aceite da duplicata de prestação de serviços nas seguintes hipóteses: Não houver correspondência com os serviços contratados; Tais serviços tenham sido prestados com vício ou defeitos de qualidade; Houver divergências quanto aos prazos ou preços combinados.

Duplicata de prestação de serviços O art. 22 da Lei da Duplicata traz a possibilidade de os profissionais liberais e aqueles que prestam serviços de natureza eventual, ou seja, não são empresários, emitirem fatura ou conta de serviço, sendo-lhes vedada a possibilidade da emissão da duplicata. No entanto, a fatura poderá ser protestado e instrumentalizar o processo de execução contra o sacado.

Execução Tratando-se a duplicata de título executivo extrajudicial, ela será cobrada mediante processo de execução. De acordo com o Art.15, a duplicata só poderá aparelhar o processo de execução em duas hipóteses: Duplicata ou triplicata aceita, tratando-se de título no qual o devedor apõe sua assinatura e reconhece a existência da dívida por ele representada; Duplicata ou triplicata não aceita desde que, cumulativamente, haja sido protestada, esteja acompanhada de documento que comprove a entrega da mercadoria e o sacado não tenha recusado o aceite.

Resumo Conceito: É um título de crédito à ordem e formal, originado necessariamente de um contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. Fatura: Documento descritivo da compra e venda mercantil ou da prestação de serviços que contém a indicação da quantidade, qualidade e preço do produto ou serviço.

Resumo Requisitos essenciais Denominação duplicata Data de sua emissão Número de ordem Número da fatura Vencimento Nome e domicílio do comprador e do vendedor Importância a pagar em algarismos e por extenso Praça de pagamento Cláusula à ordem Declaração do reconhecimento de sua exatidão Assinatura do emitente

Resumo Remessa da duplicata ao sacado 30 dias de sua emissão ou 10 dias do seu recebimento Devolução ao sacador Aceite Ordinário Presumido 10 dias contados da data de sua apresentação Comunicado

Resumo Por falta de pagamento Protesto Triplicata Por falta de aceite Por falta de devolução protesto por indicações Extraída por conta da perda ou extravio da duplicata Duplicata de prestação de serviços Emitida por prestadores de serviços, devendo conter a natureza dos serviços e seu valor

Resumo Contra o sacado e seus avalistas 3 anos de vencimento Prescrição Contra o endossante e avalista 1 ano do protesto Exercício do direito de regresso 1 ano do pagamento