Grande Expediente do Deputado ALTEMIR TORTELLI. Em Defesa da Previdência Social Urbana e Rural. Nenhum direito a menos!

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Transcrição:

Grande Expediente do Deputado ALTEMIR TORTELLI Em Defesa da Previdência Social Urbana e Rural. Nenhum direito a menos! Protocolei nesta Casa e instalamos hoje a Frente Parlamentar Gaúcha em Defesa da Previdência Social Rural e Urbana. Esta iniciativa é fruto das manifestações dos trabalhadores do campo e da cidade decorrente da extinção do Ministério da Previdência Social, feita pelo governo ilegítimo e interino de Temer, com a transferência da gestão e a elaboração de políticas da previdência social para o Ministério da Fazenda, o que demonstra uma visão financista da seguridade social. 1

A eminente reforma que este governo ilegítimo e interino está propondo, indicando que pretende realizar uma reforma na previdência social, incluindo os trabalhadores rurais e urbanos, tendo como base implantar, entre muitas medidas, a idade mínima para as aposentadorias, desvinculação dos benefícios do salário-mínimo e a equiparação da idade entre rurais e urbanos. Esta proposta prejudica quem ingressa cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros e especialmente os agricultores familiares. Porém, mais uma vez o governo pretende jogar nas costas da classe trabalhadora os problemas econômicos do país, isentando os grandes grupos econômicos e grandes fortunas. 2

Os direitos relativos à Previdência Social fazem parte dos direitos fundamentais sociais elencados na Constituição Federal de 1988: direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, a proteção à maternidade e à infância, à assistência aos desamparados. Assim, consideramos urgente o debate sobre o tema da previdência e do sistema de Seguridade Social para a classe trabalhadora. Senhoras e senhores deputados O governo ilegítimo e interino de Temer colocou entre as suas agendas prioritárias uma nova Reforma da Previdência. Para isso, constituiu um Grupo de Trabalho com participação de algumas entidades. 3

O governo pretende concluir uma proposta para enviar ao Congresso até o final de julho. Importante salientar que a CUT e a CTB não estão participando deste grupo de trabalho por não reconhecerem a legitimidade deste governo. Atualmente o Regime Geral de Previdência Social possui quase 53 milhões de contribuintes e os Regimes Próprios de Previdência Social quase 7 milhões. São 6 milhões dos Segurados Especiais Rurais no Regime Geral. Em dezembro de 2015 a Previdência registrou 32 milhões de beneficiários. Do ano 2000 até 2015 o número de benefícios cresceu de 19 milhões para 32 milhões. No Rio Grande do Sul são dois milhões e meio de benefícios da Previdência. 4

Do total de beneficiários, 70 por cento recebem um salário-mínimo e 85 por cento recebem menos de três salários mínimos. Em 2015, o valor médio dos benefícios ficou em mil e cem reais, sendo mil e duzentos reais para benefícios urbanos e setecentos e oitenta reais para rurais. Em 1998 Fernando Henrique não conseguiu estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria. No entanto, a Emenda 20 abriu caminho para a instituição do Fator Previdenciário. Hoje, o inativo brasileiro tem em média 58 anos. O estabelecimento de uma idade mínima pune quem começa a trabalhar mais cedo, geralmente os mais pobres. 5

O governo ilegítimo e interino já anunciou que quer estabelecer uma idade mínima e as especulações apontam para 65 anos para homens e mulheres. Lembramos que recentemente instituiu-se a fórmula 85/95, com um escalonamento no qual até o ano de 2026 chega a 90/100. Esta fórmula soma o tempo de contribuição com a idade do segurado e foi acordada através de debates com as Centrais Sindicais de trabalhadores, governo e empresários. Resolvendo, assim, o tema da idade mínima e tempo de contribuição para as aposentadorias. Senhoras e senhores deputados Um outro elemento presente na reforma, trata da relação de gênero na política previdenciária. Atualmente as mulheres se aposentam cinco anos antes do que os homens, tanto na aposentadoria por contribuição quanto na aposentadoria por idade. 6

A Constituição procurou compensar o salário menor e a dupla jornada de trabalho na aposentadoria. E esta expectativa maior de vida já existia quando foi feita a Constituição de 1988. Esta compensação é insuficiente, não repara as consequências da nossa sociedade patriarcal, que cotidianamente realiza diferentes formas de violência e exploração da mulher. Diferentes pesquisas demonstram que a segunda jornada feminina nas tarefas da casa ultrapassa 10 horas. Se a contabilidade mesquinha das estatísticas mostra que as mulheres vivem mais do que os homens, estas sofrem muito mais de doenças crônicas a partir dos 40 anos. Vivem mais, mas vivem pior. Não há nenhum resgate da exploração de gênero. Estamos falando do mínimo do mínimo. Acontece que agora, a proposta é de ampliar a exploração sobre a mulher. 7

Senhoras e senhores deputados Traz forte preocupação à sociedade a discussão da manutenção ou não do trabalhador rural como segurado especial. Em 1963, com a criação do FUNRURAL e do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural - Pró- Rural, através da Lei Complementar 11 de 1971, a Constituição de 1988 estabeleceu a uniformidade e equivalência de benefícios urbanos e rurais e estabeleceu a contribuição sobre o resultado da comercialização da produção. A Lei 8.213 de 1991 cria a categoria de segurado obrigatório, denominada de segurado especial. A aposentadoria no meio rural com direito a um salário-mínimo para o homem e para a mulher foi uma conquista na Constituição de 88. 8

Em geral, nos Municípios mais pobres, a proporção de benefícios rurais é mais alto, constituindo-se num importante mecanismo de distribuição de renda. Outra tendência do governo ilegítimo e interino e que causa grande apreensão, relaciona-se ao debate de manter ou não a vinculação das aposentadorias ao salário-mínimo. Hoje, tanto o piso da previdência social quanto o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social estão vinculados ao saláriomínimo. Os Benefícios da seguridade social vinculados ao salário-mínimo somam 30 milhões, destes, 18 milhões da Previdência Social e 4 milhões da Assistência Social (BPC) e cerca de 8 milhões do Seguro Desemprego. Do total de benefícios, 69 por cento recebem até um salário-mínimo. 15 por cento menos de 2 salários mínimos e 13 por cento menos de 3 salários mínimos. 9

A vinculação das aposentadorias ao salário-mínimo, atrelada ao aumento real do salário-mínimo, tem se constituído em um importante mecanismo de distribuição de renda. Neste momento em que uma reforma da previdência caminha no sentido de retirar direitos dos trabalhadores, precisamos discutir a questão do tão falado déficit. O artigo 195 da Constituição Federal estabelece que a Seguridade Social será financiada por contribuições do empregador- incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro- assim como contribuições dos trabalhadores e do Estado. Neste caso, incluiria receitas como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Cofins e as receitas de concursos de prognóstico, que são os resultados de sorteios, como loterias e apostas. 10

Quando se fala em déficit de R$ 86 bilhões em 2015, toma-se como base apenas a contribuição de empregadores e trabalhadores e sobre o total dos gastos com todos os benefícios: Aposentadoria, Pensão por Morte, Auxílio Doença, Salário Maternidade, Auxílio Reclusão e Auxílio Acidente. Mas se as receitas da Previdência fossem repassadas conforme prevê a Constituição, quando essas receitas são computadas, obtém-se superávit de, por exemplo, 68 bilhões em 2013 e de 56 bilhões em 2014. Mas o que convencionou-se tratar como déficit da previdência pode ser sintetizado no aumento da expectativa de vida, na valorização real do saláriomínimo, nas Desonerações e na Crise econômica. 11

A regra de reajuste do salário-mínimo, que prevê a correção da inflação passada e ganhos reais, a depender do comportamento do PIB, impacta na previdência. 70 por cento dos benefícios pagos à Previdência estão atrelados ao salário-mínimo, o que significa dizer que contam com a possibilidade de aumento real a cada ano. A arrecadação da previdência está ligada diretamente à dinâmica da atividade econômica. A arrecadação, corrigida pelo INPC, passou de 161 bilhões no ano 2000 para 365 bilhões em 2011, caindo para 314,6 bilhões em 2015. Esta queda é resultado da desoneração da folha de pagamento a partir de 2011 e da redução da atividade econômica. 12

A Desoneração da Folha de Pagamento, com o objetivio de manter empregos, foi realizada através da Medida Provisória 563, quando a contribuição previdenciária patronal sobre a folha de pagamentos foi substituída por uma incidência sobre a receita bruta de 1% a 2%. Em 2014, as desonerações previdenciárias chegaram a 136 bilhões. Em 2015, dados preliminares apontam para 157 bilhões; em 2016 a estimativa é de 142 bilhões. O resultado primário da previdência social em 2015 ficou negativo em 85 bilhões. Segundo projeções do Governo interino e ilegítimo, o déficit da Previdência teria chegado a 89 bilhões em 2015, subiria para pelo menos 133 bilhões em 2016 e atingiria R$ 168 bilhões em 2017. De janeiro a outubro de 2015, a arrecadação da previdência no setor urbano foi de 278,2 bilhões. 13

A despesa com benefícios previdenciários de R$ 279,1 bilhões; déficit R$ 877 milhões. No Rural a Receita foi de 5,9 bilhões e a Despesa com benefícios previdenciários de 80,9 bilhões; déficit de R$ 74,9 bilhões. Segundo Amir Khair, ex-secretário de Finanças da cidade de São Paulo e Especialista em Contas Públicas, Em valores de dezembro, as despesas com os benefícios previdenciários tiveram um aumento de 6 bilhões de reais de 2014 para 2015, variação real de 1,4%. Os juros cresceram, entretanto, 130 bilhões de reais no mesmo período, 21 vezes mais que o déficit provocado pelos benefícios. Ou seja, os juros altos interferem nas contas públicas muito mais do que os benefícios previdenciários. 14

Senhoras e senhores deputados Pelo novo desenho do Governo interino e ilegítimo, a pasta da Previdência, que teve a palavra "Social" retirada do seu nome, será parcialmente incorporada ao Ministério da Fazenda. Isso é um indicativo concreto de que o Governo tratará o tema da previdência como uma questão meramente financeira. Pela proposta, o INSS seria transferido para o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Esta proposta de reforma tem o objetivo de agradar o mercado financeiro, curvar-se a especulação, sacrificando o povo trabalhador em favor da contabilidade fiscal. 15

Pois considera que a administração pública deve estar a serviço da ampliação das margens de lucros ao invés de pensar na Seguridade Social, beneficiando a maioria do povo trabalhador. Por tudo isso o lançamento desta Frente Parlamentar Gaúcha em Defesa da Previdência Social Rural e Urbana, que dialoga com a classe trabalhadora, sociedade civil, assim como com a Frente Parlamentar Em Defesa da Previdência Rural da Câmara dos Deputados, coordenada pelo Elvino Bohn Gass e com a Frente Parlamentar Mista da Previdência Social coordenada pelo senador Paulo Paim. 16