UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso Superior em Tecnologia em Alimentos REGIANE RAMALHO

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

UNIDADE 01 TRIGO Qualidade Tecnológica de Trigo

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA EM ALIMENTOS PRISCILLA BRAGA DE CARVALHO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR LOHANA PICOLO CARREIRA DE MATOS AILEY TANAMATI

Relação Entre Índice De Elasticidade (Ie) E Força Da Farinha (W)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso superior de Tecnologia em alimentos ANA PAULA CARPESANI CEZAR

Qualidade tecnológica de cultivares de trigo da Embrapa indicadas para o Paraná na safra 2011

Qualidade do trigo brasileiro: realidade versus necessidade. Eliana Maria Guarienti Pesquisadora da Embrapa Trigo

Efeito de grãos verdes na qualidade tecnológica de trigo e dos pães produzidos

CEREAIS E DERIVADOS Cereais:


ANÁLISES REOLÓGICAS DE FARINHA MISTA DE FARINHA DE TRIGO (Triticum aestivum) COM FÉCULA DE MANDIOCA (Manihot esculenta) EM DIFERENTES PORCENTAGENS.

AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA E REOLÓGICA DAS PRINCIPAIS FARINHAS DE TRIGO COMERCIALIZADAS EM PADARIAS DO MUNICIPIO DE CASCAVEL

Avaliação da qualidade tecnológica do trigo no BRASIL - safras 2015 e 2016

Profa. Juliana Schmidt Galera

RELAÇÃO ENTRE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS E REOLÓGICOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO DA EMBRAPA NO ESTADO DE MINAS GERAIS

Soluções em equipamentos para a indústria do trigo

Aptidão Tecnológica de Cultivares do Ensaio de Qualidade de Trigo do Paraná (EQT-PR) Safra 2011

1.2. Situação da Cultura do Trigo no Brasil e no Mundo

1.2. Situação da Cultura do Trigo no Brasil e no Mundo

Funções dos Ingredientes na Panificação

2.1. Temperatura da massa dos grãos durante o resfriamento e o armazenamento

publicação: D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 23 de setembro de 2005

FICHA TÉCNICA DO TRIGO INTEGRAL

Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rod. Admar Gonzaga, 1.346, CEP , Florianópolis - SC.

Tecnologia da Soja 22/2/2012. Disciplina: T. e P. de Grãos e Cereais Série: 2ª Turmas: L/N/M/O Curso: Técnico em Agroindústria

Operações Unitárias: Fragmentação de sólidos. Profª. Camila Ortiz Martinez UTFPR Campo Mourão

CORRELAÇÃO DE FORÇA DE GLÚTEN E ÍNDICE DE ELASTICIDADE COM ESTABILIDADE, PARA GENÓTIPOS DE TRIGO DA EMBRAPA, POR REGIÃO TRITÍCOLA DO PARANÁ

TECNOLOGIA DE AMIDOS E DERIVADOS

Área: Tecnologia de Alimentos USO DO TESTE DE PELSHENKE PARA PREDIZER A QUALIDADE TECNOLÓGICA DO TRIGO

Ministério da Saúde - MS Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. (Publicada em DOU nº 40-E, de 25 de fevereiro de 2000)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Determinação dos Grãos de Soja Avariados (IN11) nas Safras 2014/15 a 2016/17

Farinha de Trigo Faz Mal Mesmo? Qual a importância para o organismo?

OInstituto Agronômico do Paraná - Iapar começou,

ESTUDO DA TENDÊNCIA OCORRIDA NAS DIFERENTES ETAPAS DO PROCESSO DE MOAGEM INDUSTRIAL DE FARINHA DE TRIGO

Área: Ciência de Alimentos ANÁLISES DE NÚMERO DE QUEDA PARA AVALIAR A RESISTÊNCIA À GERMINAÇÃO NA ESPIGA EM TRIGO

ASSOCIAÇÃO ENTRE GERMINAÇÃO NA ESPIGA EM PRÉ-COLHEITA E TESTE DE NÚMERO DE QUEDA EM GENÓTIPOS DE TRIGO

A Energia que vem do campo Linha de Produtos

TÉCNICA DIETÉTICA I. Prof. Msc. Isabelle Oliveira

Padrões para a classificação do MILHO. Caroline Matheus Larissa Gabriela

IREKS aroma, sabor e cor: produtos de malte

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 2 DE JUNHO DE 2005.

Avaliação das propriedades reológicas do trigo armazenado

Introdução ao Manejo para Qualidade Industrial em Trigo

BIOQUÍMICA DO PESCADO

BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS: AMIDO RESISTENTE E FIBRAS (aula 2) Patricia Cintra

PADRÕES PARA CLASSIFICAÇÃO - AMENDOIM

Métodos de extração de amido. Elessandra Zavareze

III BENEFÍCIOS DO RESFRIAMENTO EM GRÃOS DE MILHO

VISCOELASTICIDADE DO GLÚTEN: MÉTODO RÁPIDO PARA CLASSIFICAÇÃO DE GENÓTIPOS DE TRIGO BRASILEIRO

Coprodutos e subprodutos agroindustriais na alimentação de bovinos

CONTROLE DE QUALIDADE DE CEREAIS E DERIVADOS

UMIDADE E SÓLIDOS TOTAIS 11/05/2016. Umidade, Sólidos Totais e Cinzas INTRODUÇÃO

Coprodutos e subprodutos agroindustriais na alimentação de bovinos

Medidas de mitigação de Acrilamida em géneros alimentícios

ÁREA: Tecnologia de Alimentos

A pizza como alimento

UMIDADE DE COLHEITA E TEMPERATURA DO AR NA SECAGEM INTERMITENTE SOBRE A QUALIDADE TECNOLÓGICA DE TRIG0 1. Resumo

Bebida Fermentada de Soja

Área: Tecnologia de Alimentos LEVANTAMENTO DO CONHECIMENTO DOS PRODUTORES SOBRE A NOVA NORMATIVA DE COMERCIALIZAÇÃO DO TRIGO

MOSTURAÇÃO PARA CERVEJA COM MALTE E FARINHA DE ARROZ ASSOCIADOS AO MALTE DE CEVADA 1. INTRODUÇÃO

Determinação de cinzas em alimentos

ANÁLISES REOLÓGICAS E FÍSICO- QUÍMICAS DA FARINHA DE TRIGO DE SEIS DIFERENTES CULTIVARES RECOMENDADAS PARA O ESTADO DO PARANÁ (SAFRA 2016)

INFORME TÉCNICO N. 69/2015 TEOR DE SÓDIO NOS ALIMENTOS PROCESSADOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARACANÃ Secretaria Municipal de Educação CNPJ/ /

TÉCNICA DIETÉTICA I. Prof. Msc. Isabelle Oliveira

Luxo do lixo. Dafne Angela Camargo*, Bruna Escaramboni, Pedro de Oliva Neto

Milho. Gérmen de milho. Gérmen de milho. Gérmen de milho 05/05/2008. Universidade Federal de Goiás Alimentos e Alimentação Animal

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CHAMADA PÚBLICA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR 2 SEMESTRE ANO 2017 QUANTIDADE ESTIMADA

XI Jornada Científica XI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG Campus Bambuí

PRODUÇÃO DE ENZIMAS INDUSTRIAIS DE ORIGEM VEGETAL

A influência do uso do fungicida sobre a qualidade da farinha de trigo

Coprodutos e subprodutos agroindustriais na alimentação de bovinos

08/11/2015 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO NORTE. Amostragem, preparo de amostra e tratamento de dados INTRODUÇÃO

Resumo. Introdução. Fernanda Jaqueline Menegusso 1, Amauri Anzolin Viecili 1, Tatiane Pauly², Dermânio Tadeu Lima Ferreira³

BRS Pardela

COMPARATIVO DE LUCRATIVIDADE ENTRE O PLANTIO DE MILHO SEQUEIRO/SOJA E O ARRENDAMENTO DA ÁREA

PREFEITURA MUNICIPAL DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

Pragas de grãos armazenados e formas de controle

02/05/2016 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO NORTE ANÁLISE DE ALIMENTOS

Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas Tecnologia Cervejeira Módulo: Adjuntos cervejeiros

Área: Tecnologia de Alimentos CORTE-ALEIRAMENTO: ESTRATÉGIA VISANDO À MANUTENÇÃO DA QUALIDADE TECNOLÓGICA DE TRIGO

EFEITO DO GRAU DE UMIDADE DOS FRUTOS DE MAMONEIRA SOBRE A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE DESCASCAMENTO MECÂNICO

DESENVOLVIMENTO E ANALISE SENSORIAL DE BISCOITO CHAMPANHE ENRIQUECIDO COM FARINHA DE SOJA

Determinação dos Grãos de Soja Danificados por Percevejos (IN11) nas Safras 2014/15 a 2016/17

AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DE ANALISES DE COR DE FARINHA DE TRIGO EM DIFERENTES LOCAIS E INSTITUIÇÕES

ESTUDO REOLÓGICO E FÍSICO-QUÍMICO DAS FARINHAS DE TRIGO DESTINADAS À PANIFICAÇÃO PRODUZIDAS EM MOINHOS DA REGIÃO DE FRANCISCO BELTRÃO

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO PORTARIA Nº 795 DE 15 DE DEZEMBRO DE 1993

TERMO DE HOMOLOGAÇÃO

DETERMINAÇÃO DE VIDA DE PRATELEIRA DA FARINHA OBTIDA A PARTIR DAS CASCAS DE ABACAXI (Ananas comosus L. Merril)

Palavras-Chave: INTRODUÇÃO

PREFEITURA MUNICIPAL DE VIGIA DE NAZARE. Termo de Homologação do Pregão Eletrônico Nº 00006/2018 (SRP)

Moagem Fina à Seco e Granulação vs. Moagem à Umido e Atomização na Preparação de Massas de Base Vermelha para Monoqueima Rápida de Pisos Vidrados

INFORMATIVO ESPECIAL :: SAFRA DE INVERNO LOCAIS DE RECEBIMENTO, PRODUTOS E HORÁRIOS

ANÁLISE SENSORIAL E ELABORAÇÃO DE BISCOITO AMANTEIGADO ADICIONADO DE FARINHA DE MARACUJÁ (Passiflora edulis)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA MOAGEM DA FARINHA. Prof a.valéria Terra Crexi

BRS REPONTE EXTENSÃO DE INDICAÇÃO DE TRIGO PARA A RHA1 DO RS, SC E PR

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

TESTE DE PANIFICAÇÃO EM PEQUENA ESCALA: RELAÇÃO COM PARÂMETROS REOLÓGICOS EM ANÁLISE DE FARINHA DE TRIGO

Transcrição:

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso Superior em Tecnologia em Alimentos REGIANE RAMALHO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR CONTROLE DE QUALIDADE NA EMPRESA COOPERATIVA COAMO BENEFICIAMENTO E CARA CTERIZAÇÃO DE DA INDÚSTRIA DE NA RAGIÃO DE CORUMBATAÍ DO SUL: APROVEITAMENTO DA CASCA ESTÁGIO SUPERVISIONADO Campo Mourão Nov/2012

2 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso Superior em Tecnologia em Alimentos RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR P/ Prof. Ms. Gisele Teixeira Sola Campo Mourão Nov/2012

3 1.Introdução Entende-se por farinha de trigo o produto obtido a partir da espécie Triticum aestivum ou de outras espécies do gênero Triticum reconhecidas através do processo de moagem do grão de trigo beneficiado (CALDEIRA et. al, 2003). O trigo (Triticum aestivum) é uma planta de ciclo anual, cultivada durante o inverno e a primavera. O grão é consumido na forma de pão, massa alimentícia, bolo e biscoito. É usado também como ração animal, quando não atinge a qualidade exigida para consumo humano (EMBRAPA,2011). A farinha de trigo deve ser fabricada a partir de grãos de trigo sãos e limpos, isentos de matéria terrosa e em perfeito estado de conservação. Não pode estar úmida, fermentada, nem rançosa. Os termos sêmola e semolina podem ser usados para outros grãos de vegetais, devendo constar da denominação do produto, o vegetal de origem. As sêmolas e semolinas, quando armazenadas por muito tempo, podem dar origem a certa quantidade de farinha (ANVISA 1996). A qualidade de grãos e farinhas de cereais é determinada por uma variedade de características que assumem diferentes significados dependendo da designação de uso ou tipo de produto. Estas características podem ser divididas em físicas, químicas, enzimáticas e reológicas (MÓDENES; SILVA; TRIGUEROS, 2009). O trigo é o único cereal do qual podem ser extraídas farinhas com plena capacidade de formar massas coesas, consistentes, elásticas e extensíveis. Isto se deve ao fato do trigo ser o único cereal dotado de glúten, rede protéica formada por glutenina e gliadina, em quantidade e qualidade adequadas para a obtenção de massas elástico-extensíveis. Existem inúmeras variedades de trigo que diferem entre si especialmente pela tenacidade do grão, potencial de extração de farinhas, pelo teor de proteínas, pelas características elásticoextensíveis do glúten, pela capacidade de absorção de água e pela atividade enzimática, essas diferenças apontam para melhor utilização do trigo e de suas farinhas.a qualidade da farinha de trigo depende diretamente do tipo de trigo do qual ela é proveniente e do processo de moagem aos quais os grãos são submetidos. A qualidade tecnológica de uma farinha pode ser determinada por meio de uma serie de análises e testes instrumentais específicos, realizados rotineiramente pelos laboratórios de controle de qualidade de

4 farinhas. Estes testes determinam o uso de cada farinha para um fim próprio (PEREIRA, 2002). Este relatório tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular obrigatório que ocorreu entre os meses de Agosto a Dezembro de 2011 na Cooperativa Agroindustrial Coamo no laboratório de controle de qualidade de trigo. 2. Descrição do local A COAMO é uma cooperativa agropecuária com unidades em vários municípios dos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do sul. É a maior cooperativa da America Latina. Do seu parque indutrial saem diversos alimentos: margarinas Coamo e Primê, óleo refinado de soja lata e pet, farinha de trigo Aniella e Coamo, gordura vegetal, café torrado, moído e á vácuo Coamo e Sollus, e comoditie : farelo e óleo degomado de soja. Os produtos são comercializados nos mercados internos e externos, com qualidade reconhecida, graças a observância de rigorosos padrões de controle de produção, como os programas ISO 9000, BPF/APPCC, sistemas certificados internacionalmente para segurança alimentar. O parque industrial da COAMO possui laboratórios físico-químicos, microbiológicos e de análises reológicas de trigo e sua planta industrial é composta por, uma refinaria de óleo de soja com capacidade para 350 toneladas/dia; uma fabrica de gordura hidrogenada com capacidade de 100 toneladas/dia; uma industria de margarina com capacidade para 120toneladas/dia; uma fiação de algodão com capacidade para 20 toneladas de fio/dia; e um moinho de trigo que, juntamente com mais uma unidade terceirizada, industrializam 200 toneladas de trigo/dia;além de promover a torrefação de café. O estágio foi realizado no Laboratório de Trigo, o Laboratório de Trigo atende à produção do moinho terceirizado na cidade de Mamborê - PR, que diariamente envia amostras para análises reológicas. Também realiza análises de mesma natureza da safra anual de trigo dos vários municípios em que a empresa possui entrepostos de recebimento

5 de grãos. Para receber a produção dos seus cooperados, a Coamo mantém 90 unidades estrategicamente localizadas. 3.Atividades desenvolvidas Durante o estagio foi possível treinar, executar e compreender os procedimentos de rotina e associar os resultados das análises com os aspectos de qualidade. No laboratório de trigo são analisados dois tipos de produto: a farinha de trigo proveniente do moinho terceirizado localizado em Mamborê PR, sendo esta a farinha já finalizada para ser comercializada (Coamo doméstica Tipo1, Coamo panificação, Coamo Tipo2 industrial, Aniela doméstica, Aniela Panificação Aniela Biscoito e Coamo Fora do tipo). O trigo em grãos, provenientes dos entrepostos, que são recebidos durante a safra, são encaminhados também ao laboratório para ser feito as análises. Na farinha de trigo produzida são feitas as seguintes análises: umidade, alveografia, farinografia, falling number, glúten, cor e cinzas. Já o trigo proveniente dos entrepostos é transformado em farinha no laboratório. Elas passam por um preparo inicial antes da moagem, ou seja, faz-se a correção da umidade dos grãos e após um tempo de descanso estes grãos, são submetidos à moagem e transformados em farinha sendo submetidos posteriormente as devidas análises. 3.1 Condicionamento dos grãos de trigos Os grãos de trigo proveniente dos entrepostos chegam ao laboratório com variações de umidade diferente, devido á umidade que cada um estava armazenado nos silos, como os silos são distribuídos nos entrepostos em varias cidades, então tendo cada silo pode estar com uma umidade diferente, podendo variar ± de 9,5 a 13,8. Porém esta umidade vai estar sempre diferente uma das outras sendo então necessária, a correção desta umidade a fim de otimizar e padronizar a relação extração versus qualidade da farinha. A umidificação facilita a separação da casca do endosperma, para isso é adicionado água a fim de elevar a sua umidade a 14%. Grãos ressecados, fissurados ou quebrados prejudicam a umidificação, pois eles absorvem água muito mais rápido que grãos sadios, promovendo seu endurecimnto (LOMBARDI, 2001).

6 Quando não é realizada a correta umidificação dos grãos, a moagem do trigo resultará em farinhas altamente contaminadas por fragmentos de cascas, com alto percentual de cinzas, cor escura e de baixo nível tecnológico. Para o cálculo da quantidade de água a ser adicionada nos grãos usa-se o calculo a seguir (Equação 1) Volume água%(ml) = 100 - umidade do grão 1x peso da amostra (1) 100 umidade desejada Após a umidificação é necessário que os grãos fiquem em repouso por um tempo de 12 a 18 horas, para que a água fique uniforme e equilibradamente distribuída no grão. Períodos demasiadamente curtos de repouso do trigo umidificado prejudicam a extração da farinha, enquanto períodos muitos longos podem elevar o risco de germinação dos grãos, além de proporcionar a possibilidade do desenvolvimento de microrganismos. 3.2 Moagem experimental A moagem experimental, feita em laboratório, utiliza equipamentos que, reproduzem, em parte, o processo industrial. Dessa forma, após a separação da casca e do gérmen, é possível quantificar o endosperma do grão, porção de maior interesse das indústrias. O endosperma compõem cerca de 75 a 80% do total do grão, para podermos separar esse endosperma de casca ou farelo, o grão deve ser submetido á uma umidificação seguida de um repouso, o qual é determinado pela dureza do grão. Esse repouso faz com que o farelo se torne flexível e friável, possibilitando assim a retirada de farinha, que fica agregada ao mesmo. Para conseguir este resultado, o processo de moagem é feito em duas etapas: a moagem propriamente dita e a redução. A fase da redução tem por objetivo purificar e minimizar as partículas da sêmola vestida, utilizando moinhos de rolos lisos. A extração da farinha de trigo para a realização das análises físico-químicas depende do moinho

7 experimental utilizado, pois valores diferentes de extração resultam em valores diferentes de resultados laboratoriais. Após a moagem é feito o cálculo de extração da farinha obtida a partir da Equação 2 abaixo: Extração da farinha(%) = peso final x100 (2) peso inicial Após a moagem é necessário aguardar um período para o repouso da farinha de trigo para posterior início das análises. Este tempo é de no mínimo 2 horas (2 a 12 horas). Sem esse tempo a farinha de trigo poderá apresentar resultados reológicos errôneos (SENAI, 1999). 3.3 Teor de umidade A umidade é o percentual de água livre encontrada na amostra do produto em seu estado original. Como já citado o teor de umidade afeta as características da farinha e interfere diretamente na sua qualidade. Segundo a legislação da ANVISA (Portaria Nº 354 de 18/07/96), a umidade da farinha de trigo não deve exceder a 15%, este é o valor de umidade ideal para se conservar a farinha por um longo período de tempo. Há vários métodos para determinação de umidade, a mais usada é o método indireto por refletância de radiação do espectro infravermelho, pois é um processo rápido e simples. Nesse método, os comprimentos de onda vão até certa profundidade do produto e refletem no sensor o teor de umidade em porcentagem ( PUPIN, 2003). 3.4 Falling number O objetivo do falling number é determinar o nível de atividade da enzima alfamilase que se encontra no interior do grão. A alfa-amilase hidrolisa o amido presente na farinha de trigo, formando as dextrinas que serão posteriormente hidrolisadas pela beta-

8 amilase, resultando em moléculas de maltose. As amilases, enzimas presentes na farinha de trigo, melhoram as características reológicas (EMBRAPA,2008). O Falling number é um aparelho padronizado para medir o tempo que uma haste metálica leva para se deslocar, sob ação da gravidade, através de uma suspensão de farinha gelatinizada, sendo liquefeita pela ação da enzima existente na amostra. O tempo será tanto maior quanto mais alta a viscosidade da suspensão, ou seja, quanto menor a quantidade de enzima (LOMBARDI, 2001). A atividade de alfa-amilase do grão está associada com a germinação dos grãos e estes são inversamente correlacionados com o valor de falling number, pois o grão que se encontra com a umidade alta e germinada, terá uma maior atividade enzimática no interior do grão e assim um menor número de queda. Há faixas dentro das quais as farinhas são consideradas próprias ou impróprias para panificação e para elaboração de outros produtos. A influência da alfa-amilase pode ser vista na Figura 1 a seguir: Figura 1: Influência da atividade alfa amilase Fonte: Meneurie Milanaise, 2012 Como pode - se observar na figura acima, a atividade da alfa amilase pode interferir nas características visuais e sensoriais, no produto de panificação. Quando se obtem um valor

9 de falling number, muito baixo (62), os não irão crescer, mesmo com a fermentação consequentemente os pães ficaram com uma textura ruim (emborrachado), e apresentaram furos (buracos no produto final), porém quando se obtém um fallin number, muito alto( 400), afetara as características do produto final, esse pão não irá crescer, interferindo na textura. Um falling number bom seria, um valor intermediário ± (250), com um falling number neste valor o pão terá características sensoriais e visuais ótima, e ajudará no processo de fermentação, obtendo-se no final um pão, grande e macio. 3.5 Determinação de glúten Como outro qualquer grão, o trigo possui suas proteínas, as quais se dividem em: proteínas solúveis (albumina e globulina) e em proteínas insolúveis (gliadina e glutenina). O glúten é formado quando a farinha de trigo misturada à água sofre a ação de um trabalho mecânico. À medida que a água começa a interagir com as proteínas insolúveis da farinha de trigo (glutenina e gliadina) a rede de glúten começa a ser formada. Sendo assim o glúten é formado pela interação entre moléculas de gliadina e glutenina que ao se hidratarem formam uma rede (PIZZINATO 2003). As gliadinas são proteínas de cadeia simples, extremamente pegajosas, responsáveis pela consistência e viscosidade da massa e apresentam pouca resistência a extensão. As gluteninas, por sua vez, apresentam cadeias ramificadas, sendo responsáveis pela elasticidade da massa. As quantidades destas duas proteínas no trigo são fatores determinantes para a qualidade da rede formada no processo de panificação (EMBRAPA, 2008). A quantidade de glúten tem impacto direto no valor econômico do trigo. As farinhas com alto teor de glúten e de boa qualidade são hidratadas uniformemente durante a mistura e produzem massas mais fortes e elásticas. Essas massas alimentícias apresentam um volume adequado após a cocção, não deixam muito resíduo na água usada nesta operação e permanecem firmes quando deixadas em água quente. As farinhas com baixo teor de glúten produzem massas alimentícias deficientes em algumas destas características. A determinação do glúten permite estimar a quantidade e qualidade das proteínas de uma dada farinha.

10 O glúten úmido é obtido com a lavagem do trigo moído ou farinha de trigo pelo Glutomatic, depois ele é centrifugado sob condições padronizadas. O teor do glúten é obtido após essa centrifugação, que é realizada para retirar o excesso. O total de glúten úmido é expresso em percentual e o glúten seco será obtido após a secagem do glúten úmido sob condições específicas. O glúten é medido porque suas características podem variar muito. Farinhas que contem deficiência em proteínas devem ser enriquecidas de glúten a fim de assegurar a qualidade do produto final. 3.6 Alveografia A análise de alveografia é um teste reológico que avalia a força ou trabalho mecânico necessário para expandir uma massa. Além disso, analisa as características de tenacidade e de extensibilidade de uma farinha submetida ás condições do teste. O equipamento alveógrafo é o mais comum utilizado para realização da alveografia. O alveógrafo analisa parâmetros como: P, considerado valor de tenacidade ou mesmo a elasticidade da massa e é positivamente correlacionada com a capacidade de absorção de água da farinha. A extensibilidade, ou L, é um indicativo da extensibilidade da massa ou a capacidade dela ser estendida. O valor de W indica a força da farinha ou mesmo do glúten e o valor de P/L indica a relação de tenacidade e extensibilidade. A farinha que apresentar valores de P/L abaixo de 0,60 pode ser considerada de glúten extensível, de 0,61 a 1,20 de glúten balanceado, e valores de P/L acima de 1,21 de glúten tenaz (LOMBARDI, 2001). A influencia nos tipos de produtos a serem fabricados e em relação aos valores de P/L pode ser visualizado na figura 2 a seguir.

11 Figura 2: relação de P/L nas farinhas para massas, panificação e biscoito. Como observado na figura a cima a farinha ideal para fabricação de massas exemplo macarrão, dever ter um P alto (> 1), sendo assim elástica, agregando bem os filamentos de forma que não se desprendam no cozimento e também, não soltem amido na água, dando aspecto de mingau. A farinha para panificação, deve ter um P/L equilibrado ( =1), tendo assim as propriedades elástica e extensível, tendo extensibilidade suficiente para que os pães cresçam com a elasticidade necessária para segurar as peças arredondadas, sem achatar. Já as farinhas para biscoito, devem ser bastante extensível P/L (< 1), assim não perde os moldes das pecas, evitando deformações, obtendo um produto final mais soltinho, sem a incidência de trincas. Através da análise de alveografia é possível determinar a finalidade da farinha que esta sendo analisada, ou seja, a farinha que tiver uma boa relação entre P/L é indicada para uso em panificação. Quando o P é consideravelmente maior que L, essa é indicada para massas e quando o L é maior que o valor de P a farinha é indicada para produção de biscoito e bolos. A alveografia pode-se relacionar com o falling number, pois para se obter um valor de alveografia bom alto, o trigo antes de ser colhido, dever ter passado por períodos bons de chuva, consequentemente periodos com pouca chuva nos dará resultado de alveografia ruim (baixo), conseqüentemente com o fallinber acontece o mesmo, ambos estão

12 correlacionados, se o período de chuva for alto se obterá um falling number muito baixo e com períodos de chuva escasso o valor de falling number, são geralmente bons,ótimos. Geralmente quando isto acontece, essas diferenças climáticas, para se obter um produto de qualidade, com os padrões exigidos, é feito então um blend, ou seja, mistura-se um trigo com um valor de alveografia muito baixo, com um outro que esteja muito alto. Assim o produto final ficará de acordo com os padrões estabelecidos. 3.7 Farinografia Um dos principais testes para avaliação da qualidade da farinha de trigo é a farinografia. O farinógrafo tem tido ampla aceitação nos laboratórios de cereais para controlar as propriedades de mistura das massas de farinha de trigo, e se destina a avaliar a qualidade de uma farinha quanto à sua capacidade de absorver água e resistir ao amassamento durante os processos de fabricação de pães e produtos correlatos. Segundo a EMBRAPA (2008), os valores mais comuns para se interpretar o farinograma e, portanto, avaliar as propriedades da farinha, são: absorção de água, tempo de desenvolvimento da massa, estabilidade e índice de tolerância. Absorção relaciona-se com a quantidade de água que a farinha necessita para manter-se na linha dos 500 (UF). É o tempo em que a massa suporta ser misturada sem perder a sua consistência desejada. Os altos valores de absorção são desejáveis, desde que eles aumentem o rendimento das espécies. As variações no conteúdo de amido danificado da massa são conhecidas como os fatores de maior influência na absorção de água. Tempo de desenvolvimento da massa (BU) é o tempo desde o inicio até o desenvolvimento máximo da curva, imediatamente antes da primeira indicação da queda. Este valor também é chamado tempo de pico. Farinhas fortes normalmente requerem um tempo de desenvolvimento maior que as farinhas fracas. Estabilidade é o ponto entre o tempo de chegada e o tempo de saída, geralmente indica a força de uma farinha. Este valor fornece algumas indicações da tolerância à mistura que a farinha terá. O resultado é expresso em minutos.

13 Índice de tolerância à mistura (M.T.I.) é a diferença, em unidade farinográficas, entre o total da curva do pico e o topo da curva medida depois de 5 minutos do pico ser alcançado. As farinhas que tem boa tolerância à mistura têm menor M.T.I. e quanto maior for o índice de tolerância, mais fraca é a farinha. O objetivo da análise farinográfica é atingir a curva ideal que se encontra no centro do gráfico, ou seja, atingir as 500 unidades farinográficas. A curva pode ser mais ou menos acentuada, dependendo da força do glúten da farinha (GUARIENTI, 1996). A figura 3 abaixo, demonstra as diferentes curvas do gráfico em relação ao produto que se destina. Figura 3: diferentes curvas obtidas de um farinografo. Ao observar na figura acima as diferentes curvas, podemos. a farinha ideal para massas, apresenta uma alta estabilidade,para se tem uma boa resistência ao trabalho mecânico, necessário para o amassamento e para a formação da massa na trafila e também boa tolerância á mistura. Uma farinha boa pra panificação apresenta uma estabilidade média indicado resistência média ao trabalho mecânico, facilitando a formação da rede de glúten sem o aquecimento da massa. E uma farinha para biscoito apresenta baixa estabilidade, indicando baixa tolerância a mistura.

14 3.8 Colorimetria A cor de farinha depende de vários fatores, alguns são intrínsecos ao tipo de trigo e acabam sendo transmitidos à farinha, como teor de pigmentos. A farinha também pode ser branqueada por agentes químicos, contudo, relata-se que a cor influi na sua qualidade tecnológica (LOMBARDI, 2001). Quando a farinha é influenciada por fatores externos, como a moagem, esta pode ser usada como critério de qualidade. Farinhas com maior grau de extração têm maior quantidade de partículas de farelo incorporadas, apresentam cor mais escura, maior teor de cinzas, e costuma ter qualidade tecnológica inferior às farinhas mais brancas (EMBRAPA, 2008). A legislação brasileira (BRASIL, 2005) estabelece que a farinha de trigo deva apresentar cor branca, com tons leves de amarelo, marrom ou cinza, conforme o trigo de origem. Por outro lado, a cor dependerá também do tempo de armazenamento, que tem influência sobre a qualidade tecnológica da farinha, e que poderá resultar em modificações dos seus parâmetros nutricionais e sensoriais. O colorímetro é o equipamento mais comum utilizado. O princípio do colorímetro é avaliar a cor dos produtos, traduzindo essa cor em números. Ao contrário do olho humano, um colorímetro pode medir uma cor de forma precisa e simples. Os colorímetros correspondem às funções do olho humano, mas como eles sempre fazem suas medições utilizando a mesma fonte de luz e o mesmo método de iluminação, as condições de medição serão sempre as mesmas, de dia, de noite, no interior ou exterior de ambientes. As amostras podem ser avaliadas sem prévia preparação sendo estas sólidas, pastas, pós ou líquidas e não é necessário o uso de qualquer reagente. Os resultados são expressos em números onde L indica a luminosidade da amostra, enquanto a* e b* representam as coordenadas cromáticas (PUPPIN, 2003). 3.9 Teor de cinzas No Brasil, o teor de cinzas é utilizado como critério para diferenciar os dois tipos de farinhas existentes no mercado. A cinza é constituída pelos sais minerais presentes no grão

15 ou na farinha. É o resíduo inorgânico obtido após a incineração ou calcinação do material. Os minerais concentram-se nas camadas mais externas do grão e, por isso, o teor de cinzas do grão é mais elevado que o da farinha branca, já que essas camadas são retiradas na moagem (LOMBARDI, 2001). O grau de extração influencia fortemente o teor de cinzas de uma farinha: aquela que tem maior grau de extração e, portanto mais quantidade de farelo incorporado, apresentará teor de cinzas mais alto. Além disso, há outros fatores que influenciam o teor de cinzas: a limpeza dos grãos, pois resíduos aderidos contribuirão para aumentar o teor de cinzas, e o formato de volume dos mesmos. A umidade do grão ao ser moído também tem influência: nos grãos mais secos, o farelo quebra-se em pedaços menores, dificultando sua separação do endosperma e produzindo uma farinha com teor de cinzas mais elevado que aquela obtida de outro grão, mais úmido, e com mesmo grau de extração (EMBRAPA, 2008).i Para realizar a analise das cinzas, deve se pesar 2 gramas da amostra em cadinhos, que suportam alta temperatura, utilizando para pesagem uma balança analítica, após a pesagem levar na muffla por 600 C por 2 horas, este tempo e temperatura, é o necessárário para que, os nutrientes e a farinha sejam incinerados, restando apenas no cadinho os sais minerais presentes na farinha.

16 Um exemplo dos resultados obtidos durante as análises descritas neste trabalho está apresentado na Tabela em anexo (Tabela 1). Tabela 1: resultado da farinha Coamo Doméstica Tipo 1: Ánalise Resultado Valor Padrão Teor de umidade (%) 13.5% 12,5 a 14,5% Glúten úmido Glúten seco 29,2g 11.3g 22,00g a 100,00g 7,00 a 100,00 Falling Number 322 seg 250 a 350 seg Alveografia(w) 282 225 a 325 Colorimetria L A B Farinografia Tempo desenvolvimento Estabilidade Tolerância a mistura UF 92,76-0,41 10,81 502 BU 96,5 min 12,5 min 73,5 UF 91,00 a 100,00-1,100 a 0,600 0,00 a 14,00 480 a 520 BU 8,1 a 10,0 min 10,1 a 15,0 min 50 a 99 UF Cinzas(%) 0,54% 0,400 a 0,550

17 4.Conclusão O estágio supervisionado se mostra de grande importância para formação acadêmica, pois é nele que se vivencia a profissão de um Tecnólogo de Alimentos e torna possível a associação da teoria com a prática. No cotidiano das análises, pode-se aprender que é possível controlar os padrões da farinha de acordo com as características dos grãos, e com os dados das análises, podem-se efetuar as mesclas, ainda dos grãos, ou da própria farinha em si, que possibilitam o controle de um padrão de qualidade adequada, efetuando 100% de aproveitamento da matéria prima, para que a mesma seja destinada à produção de pães, mistura para bolo, massas alimentícias, biscoitos, entre outros. Sem o devido controle, as empresas correm riscos de comercializar seu produto de forma errada, podendo assim, não satisfazer os pré-requisitos exigidos pelo cliente. Durante o estágio, foi possível verificar a importância do controle da qualidade para que haja um elevado padrão de qualidade. Para que isso ocorra, é de extrema importância que haja o bom funcionamento do laboratório, com ética e com o domínio dos princípios e procedimentos das análises realizadas.

18 Referências: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO TRIGO. Catálogo de empresas e dirigentes da indústria brasileira de moagem de trigo. Rio de Janeiro: ABITRIGO, 1996. 60p. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n. 354 de 18 de julho de 1996. Regulamento de normas técnicas referente à farinha de trigo. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília DF, 1996 BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa n. 8, de 02 de junho de 2005. Regulamento técnico de identidade e qualidade da farinha de trigo. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília DF, 2005. CALDEIRA, M. T. M.; LIMA, A. L. V.; SEKI, A. H.; RUMJANEK, D. F. Diversidade de trigos, tipificação de farinhas e genotipagem. Biotecnologia e Desenvolvimento, São Paulo, 2003. CARNEIRO, L. M. T. A. et al. Diferentes épocas de colheita, secagem e armazenamento na qualidade de grãos de trigo comum e duro. Volume 64. Bragantina, 2005. EMBRAPA AGROINDÚSTRIA DE ALIMENTOS: Características dos grãos e farinha de trigo e avaliações de suas qualidades Rio de Janeiro, 2008. GUARIENTI, E. M. Qualidade Industrial de Trigo. 2 ed. Passo Fundo: EMBRAPACNPT,1996. LOMBARDI, S. Controle da Qualidade de Farinha. Curitiba, 2001 Granotec do Brasil. MÓDENES, A.N.; SILVA, A.M.; TRIGUEROS, D.E.G.; Avaliação das propriedades reológicas do trigo armazenado. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. Campinas SP, 2009. PERREIRA, J. Tecnologia e qualidade de cereais (arroz, trigo, milho e aveia). Lavas: UFLA/FAEPE, 2002. PIZZINATO, A. Qualidade da farinha de trigo: conceito, fatores determinantes e parâmetros de avaliação e controle. Campinas, 1999. PUPPIN, D. Qualidade de trigo e farinha. Curitiba: Romanus, 2003.

SENAI. Tecnologia de moagem: módulo química do trigo. Fortaleza: Certrem, 1999. 98p. 19