Relação Entre Índice De Elasticidade (Ie) E Força Da Farinha (W)
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- Thiago Barros Amarante
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1 Relação Entre Índice De Elasticidade (Ie) E Força Da Farinha (W) Amauri Anzolin. Viecili 1, Fernanda Jaqueline. Menegusso 1, Tatiane Pauly 2, Dermânio Tadeu Lima Ferreira 3 Resumo: O trigo é de grande importância para a economia brasileira, muito utilizado na fabricação de farinha, e seus subprodutos. A farinha é gerada a partir da moagem do grão do trigo, separando suas partes no processo de peneiramento. Essa farinha pode ter várias classificações, e uma das análises usadas na sua classificação é a alveografia, onde são obtidos os resultados da força e qualidade do glúten, expressos em tenacidade (P), elasticidade (L) e força (W), e também é obtido o índice de elasticidade (Ie). O objetivo é avaliar a relação entre a força da farinha e o índice de elasticidade. Palavras-chave: Alveografia, resultados, qualidade. Introdução O trigo é de grande importância para a economia brasileira, devido ao elevado consumo de seus derivados, principalmente pão, macarrão e biscoitos. No entanto, a produção nacional do grão não tem sido suficiente para atender à demanda, devido ao ataque de pragas, germinação na espiga e redução de matéria seca que ocorrem pelo retardo na colheita, acarretando na queda da qualidade dos grãos dando origem a farinhas de baixa qualidade também (CARNEIRO, 2005). Um dos principais ingredientes usado na panificação é a farinha de trigo. E através da cultivar de origem elas podem ser de vários tipos, com características diferentes, usadas para produtos específicos. As mudanças na composição do trigo são muitas, e estão ligadas às diferentes condições de solo e de clima das diversas regiões onde o grão é plantado, sendo difícil manter o padrão da farinha de um ano para o outro (UFRS,1999). A moagem da farinha é o processo de separar três componentes do grão e reduzir o endosperma para partículas pequenas chamada farinha. O endosperma produtor de farinha normalmente perfaz aproximadamente 75 a 80 por cento do peso de núcleo. Partículas de tamanho intermediário, conhecidas como canjica, quirera ou semolina, também pode ser feitas se desejado (ABRANCHES E FILHOS). Entende-se por farinha de trigo o produto obtido a partir da espécie Triticum aestivum ou de outras espécies do gênero Triticum reconhecidas através do processo de moagem do grão de trigo beneficiado. A farinha obtida poderá ser acrescida outros componentes, de acordo com o especificado na presente norma (CALDEIRA et al, 2003). 1 Faculdade Assis Gurgacz FAG, acadêmico do curso de Agronomia. Avenida das Torres n. 500, CEP: , Bairro Santa Cruz, Cascavel, PR. 2 Faculdade Assis Gurgacz FAG, Engenheira Agrônoma. Avenida das Torres n. 500, CEP: , Bairro Santa Cruz, Cascavel, PR. 3 Dr. Docente da Faculdade Assis Gurgacz FAG. Avenida das Torres n. 500, CEP: , Bairro Santa Cruz, Cascavel, PR.
2 A farinha de trigo pode ser classificada de acordo com seu uso. A farinha de trigo integral é obtida a partir do cereal com teor máximo de cinzas de 2.0% na base seca. A farinha de trigo Especial ou de Primeira é obtida a partir do cereal com teor máximo de cinzas de 0.65% na base seca. Onde 98% do produto deverá passar através de peneira com abertura de malha de 250un (BACALTCHUK, 1999). Dada a grande diversidade de farinhas de trigo é necessária a utilização de vários métodos para determinar essas características. Os métodos mais utilizados são os relacionados com as características reológicas da massa, a partir de sistemas simples de mistura de água e farinha. Existe uma série de aparelhos para medir estas propriedades, tais como farinógrafo, extensógrafo e alveógrafo. A definição de uso final de uma farinha deve ser feita após a avaliação conjunta destes resultados (CALDEIRA et al., 2003). Os valores de peso do hectolitro, número de queda, força geral do glúten, tempo de mistura, estabilidade da massa, mico toxinas, grãos danificados e resíduos de agrotóxicos são usados para estabelecer o ágio ou deságio do trigo produzido e permitem que o mercado ofereça produtos com características perfeitamente identificáveis. Inclui-se nestes, trigos para usos como os diferentes tipos de pães, produção de biscoitos, produção de massas alimentícias e até mesmo para ração (BACALTCHUK, 1999). A alveografia mede a pressão máxima da massa ou P é considerada com o índice de estabilidade da massa, indicando resistência ao trabalho de deformação e é positivamente correlacionada com a capacidade de absorção de água da farinha. A extensibilidade, ou L é um indicativo de volume do pão. Em geral, quando maior o valor de L, maior será o volume do pão. Mas essa característica é dependente do valor de P. Deve existir uma proporcionalidade dos valores de P e L (relação P e L) para, associados ao valor de W (força geral do glúten) expressarem um bom potencial da panificação. A farinha que apresentar valores de P/L abaixo de 0,60 pode ser considerada de glúten extensível, de 0,61 a 1,20 de glúten balanceado, e valores de P/L acima de 1,21 de glúten tenaz (GERMANI, 2007). O índice de elasticidade é definido pela relação P200/P máximo do alveograma, expresso em porcentagem. Está intimamente correlacionado aos fenômenos de recuperação da forma inicial após a deformação, permitindo uma melhor predição do comportamento reológico da massa usada em panificação industrial e produção de biscoitos. O Ie varia de 25 a 75%, sendo o Ie ótimo de 45 a 50%, para fabricação francesa de pão, em farinha sem correção. Após adição de ácido ascórbico (correção), a resistência ótima situa-se entre 50 e 55% (KITISSOU, 1995). Sabendo que há uma boa correlação entre o Índice de Elasticidade (Ie) da alveografia e Elasticidade (Est.) da farinografia (EMBRAPA, 2010). O objetivo deste trabalho é saber se o índice de elasticidade sofre influencia da força geral do glúten. Materiais e Métodos O trabalho foi realizado no Laboratório de Análises Reológicas da Farinha de Trigo da Faculdade Assis Gurgacz FAG, localizada no Oeste do Paraná, na cidade de Cascavel. Os dados foram obtidos através de analises de alveografia realizadas pelo laboratório. As características viscoelásticas da farinha de trigo foram determinadas no alveógrafo marca Chopin, modelo NG (Villeneuve-la-Garenne Cedex, França) utilizando o método n 54-30
3 da AACC (1999), através da pesagem de 250 gramas de farinha e volume de 129,4 ml de água, corrigido na base de 14% de umidade. Os parâmetros obtidos nos alveogramas são tenacidade (P), que mede a sobrepressão máxima exercida na expansão da massa (mm); extensibilidade (L), que mede o comprimento da curva (mm) e energia de deformação da massa (W), que corresponde ao trabalho mecânico necessário para expandir a bolha até a ruptura, expressa em 10-4 J. Os dados utilizados foram escolhidos tendo em vista seu teor de cinzas, não podendo ultrapassar uma quantia de 0,80 % de minerais na farinha, pois valores acima disso deixam os resultados de alveografia não confiáveis. Após a coleta dos dados no software alveolink, os mesmos foram tabulados e usados em análises estatísticas utilizando o MiniTab, sendo feito a análise de regressão linear, assim gerando os gráficos. Resultados e Discussões Analisando a Figura 1, verificamos que o coeficiente de determinação foi de 75,99%, apresentando correlação entre o índice de elasticidade e a força da farinha, sendo assim o índice de elasticidade é influenciado diretamente pela força da farinha. Figura 1. Gráfico de dispersão, relação entre índice de elasticidade e força. A Figura 2, apresenta os valores de correlação entre a tenacidade e o índice de elasticidade, observa-se um valor de 37,6% de coeficiente de determinação, indicando uma menor correlação em relação à força (W). os valores obtidos para o índice de elasticidade estão entre 25,7 (mínimo) e 68,7 (máximo), sua tenacidade teve valores entre 46 (mínimo) e 164 (máximo).
4 Figura 2. Gráfico dos resultados de índice de elasticidade relacionados com tenacidade. Os resultados de correlação entre extensibilidade e índice de elasticidade (TABELA 3), apresentou um coeficiente de correlação de 0,3%, demonstrando mínima correlação entre estas duas variáveis. Figura 3. Relação entre extensibilidade e índice de elasticidade.
5 Conclusão Com base nos dados obtidos, das três variáveis analisadas a força foi a que mais influenciou no índice de elasticidade, sendo que a extensibilidade não influencia diretamente no índice e a tenacidade apresentou pouca ação sobre esse índice. Referências Bibliográficas Abranches e filhos, lda. Constituição do grão de trigo. Disponível em: Acesso em: 06 jul BACALTCHUK, B. Qualidade dos alimentos exigida pelos consumidores no século XXI. In: CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE PÓS COLHEITA, 1., 1999, Porto Alegre. Anais... Passo Fundo: Abrapós/Cesa/Embrapa Trigo, v. 1, p , 293 p. CALDEIRA, M. T. M.; LIMA, A. L. V.; SEKI, A. H.; RUMJANEK, D. F. Diversidade de trigos, tipificação de farinhas e genotipagem. Biotecnologia e Desenvolvimento, São Paulo, p , CARNEIRO, L. M. T. A. et al. Diferentes épocas de colheita, secagem e armazenamento na qualidade de grãos de trigo comum e duro. Bragantia, v. 64, n. 1, p , Embrapa Trigo. Trigo: Qualidade industrial de cultivares da Embrapa. Disponível em: acesso em: 26 jul GERMANI, Rogério. Caracteristicas dos grãos e farinhas de trigo e avaliações de suas qualidades. EMBRAPA Agroindustria de alimentos. Rio de Janeiro KITISSOU, P. Um novo parâmetro da Alveografia: Índice de elasticidade (Ie). Indústrias de Cereais, n. 92, p. 9-17, jun Instituto Nacional de Saúde. Glúten e Segurança Alimentar. Disponível em: Acesso em: 07 jul Insumos. Farinhas: de trigo, de outros cereais e de outras origens. Disponível em: Acesso em: 07 jul KAYBERS, T. e FERREIRA, D. T. L. Análise da Qualidade Reológica da Farinha de Trigo de Cinco Cultivares em Duas Épocas de Semeadura no Município de Palotina em Cascavel. Disponível em: Acesso em: 07 jul
6 POSNER, E. S. Wheat. In: KULP, K; PONTE, J. G. (2ed). Handbook of cereal science and technology. New York: Marcel Dekker, p RASPER, V. F.; WALKER, C. E. Quality evaluation of cereals and cereal products. In: KULP, K; PONTE, J. G. (2ed). Handbook of cereal science and technology. New York: Marcel Dekker, p Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Farinha de Trigo. Disponível em: Acesso em: 06 jul Via Integral. Trigo. Disponível em: Acesso em: 07 jul
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