ASPECTOS DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA



Documentos relacionados
CRENÇAS DE GRADUANDOS DE INGLÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA SOBRE A PRÓPRIA PRONÚNCIA

O Falante do Português e a Pronúncia da Língua Inglesa

PROFESSORAS RESPONSÁVEIS: Rosane Rocha Pessoa e Maria Aparecida Y. Sebba

O ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA NAVAL Profa. Dra. Ana Paula Araujo Silva Escola Naval

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO PROGRAMA DE DISCIPLINA

LINHA DE PESQUISA E DE INTERVENÇÃO METODOLOGIAS DA APRENDIZAGEM E PRÁTICAS DE ENSINO (LIMAPE)

O PIPE I LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO EDITAL 29/2014 PROCESSO SELETIVO. Pré-requisitos/ Titulação. Valor Bolsa

Como dizer quanto tempo leva para em inglês?

A PRONÚNCIA NO ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

Escritório de Carreiras PUCRS - Carreira Internacional

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2202D - Comunicação Social: Jornalismo. Ênfase. Disciplina A - Língua Inglesa I

O AUXÍLIO DA FONÉTICA NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

CURSOS INGLÊS RÁPIDO Liberdade de Escolha

Você sabe fazer perguntas em Inglês? Em primeiro lugar observe as frases abaixo: Afirmativo: Ele é estudante Interrogativo: Ele é estudante?

Inglês básico nível fundamental

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2202D - Comunicação Social: Jornalismo. Ênfase. Disciplina A - Língua Inglesa III

EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA: UM ENFOQUE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PERGUNTAS FREQUENTES CAMBRIDGE ENGLISH E UNOi

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

Fonologia: ferramenta de ensino para professores de inglês como língua estrangeira

GUIA DE INTERPRETAÇÃO DO CELLA DA FLÓRIDA

TALKING ABOUT PLACES IN TOWN

UMA EXPERIÊNCIA EM ALFABETIZAÇÃO POR MEIO DO PIBID

PROCESSO SELETIVO DE PROVAS E TÍTULOS PARA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFESSOR DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Um guia para escolas. Dê a seus alunos uma vantagem competitiva em inglês

MOTIVAÇÃO E DESMOTIVAÇÃO NO APRENDIZADO DE LÍNGUAS

PLANO DE ENSINO 2009

O ENSINO DE COMPREENSÃO ORAL EM LÍNGUA INGLESA: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

PROGRAMA DE METODOLOGIA DE ENSINO DE INGLÊS

O Ensino da Pronúncia do Inglês e a Abordagem Comunicativa

ATIVIDADE DA TUTORIA 1. Parte I: De qual/quais estratégia(s) você faz uso ao aprender inglês? Discuta com um colega e faça uma lista no espaço abaixo.

Este documento faz parte do acervo do Centro de Referência Paulo Freire. acervo.paulofreire.org

LÍNGUA INGLESA NÍVEL PRÉ INTERMEDIÁRIO. Projeto Pedagógico do Curso de Formação Inicial e Continuada

Fala, CMO! Com Marina Xavier da UnYLeYa

SEU INGLÊS ESTÁ PRONTO PARA O CANADÁ?

16 Pronúncia do Inglês

O ENSINO DA GRAMÁTICA DE LÍNGUA INGLESA COM BASE NA

Gabriela Zilioti, graduanda de Licenciatura e Bacharelado em Geografia na Universidade Estadual de Campinas.

A UTILIZAÇÃO ADEQUADA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP), EM UMA INDÚSTRIA.

TESTE SELETIVO COLEGIADO DE LETRAS LISTA DE PONTOS

This report mirrors my journey as a Master s Degree student and describes my development as a future teacher.

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO)

ENSINO DE VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA À LUZ DOS ASPECTOS INTERCULTURAIS

PERGUNTAS FREQUENTES CAMBRIDGE ENGLISH E UNOi

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE LETRAS E ARTES CONCURSO PÚBLICO PROFESSOR ASSISTENTE EM LÍNGUA INGLESA. EDITAL No.

Currículum. V i t a e. Cleuma de Almeida Matos Nascimento

REUNIÃO DE PAIS INGLÊS 1º, 2º, 3º anos Teachers: Bianca e Ligia

Desvios de redações efetuadas por alunos do Ensino Médio

Guião A. Descrição das actividades

Material Auxiliar da Oficina Aprimorando a Apresentação Oral

PENSAMENTO E LINGUAGEM: ESTUDO DA INOVAÇÃO E REFLEXÃO DOS ANAIS E DO ENSINO/APRENDIZAGEM DO INGLÊS EM SALA DE AULA

MARLIANE DIAS SILVA LET S SPEAK ENGLISH

Guião M. Descrição das actividades

01-A GRAMMAR / VERB CLASSIFICATION / VERB FORMS

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

EDUCAÇÃO E PROGRESSO: A EVOLUÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA ESTADUAL ELOY PEREIRA NAS COMEMORAÇÕES DO SEU JUBILEU

Future School Idiomas

PERCEPÇÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MAQUETES NA EDUCAÇÃO INTERATIVA

EMOÇÕES NA ESCRITA EM LÍNGUA INGLESA. Palavras-chave: escrita, afetividade, ensino/aprendizagem, língua inglesa

VOCÊ QUER LER EM INGLÊS EM APENAS 7 DIAS?

O ENSINO E APRENDIZAGEM DE LEITURA EM LÍNGUA INGLESA NO CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA NA ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL 25 DE JULHO DE IJUÍ/ RS 1

Sistema de Acompanhamento ao Desempenho do Aluno

To Be. Present Simple. You are (você é / está) He / she / it is (Ele ela é / está)(*) We were (Nos éramos / estávamos) You are (Voces são / estão)

O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA A PARTIR DO GÊNERO TEXTUAL PROPAGANDA

POR QUE FAZER ENGENHARIA FÍSICA NO BRASIL? QUEM ESTÁ CURSANDO ENGENHARIA FÍSICA NA UFSCAR?

REVEL NA ESCOLA: LINGUÍSTICA APLICADA A CONTEXTOS EMPRESARIAIS

EDITAL No. 013/ 2012 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

1ª A, B, C, D, E Nº DE HORAS/AULA SEMANAL: 02 TOTAL DE HORAS/AULA/ANO:

Welcome to Lesson A of Story Time for Portuguese

Lesson 02: Self- Introduction (Part II) Lição 02: Apresentações (Parte II)

SUMÁRIO 1. AULA 6 ENDEREÇAMENTO IP:... 2

Essas são as perguntas que mais ouvi nesses vinte anos em que leciono:

Formulário de Aprovação de Curso e Autorização da Oferta PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO. Formação Continuada em Inglês para professores de Inglês

Inclusão Digital em Contextos Sociais

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

PROGRAMA DE METODOLOGIA DE ENSINO DE INGLÊS

LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1. Língua estrangeira nas séries do Ensino Fundamental I: O professor está preparado para esse desafio?

Assimilação natural x Estudo formal

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos.

O que revela. um número?

VESTIBULAR, MOTIVAÇÃO E APRENDIZAGEM DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONEXÕES POSSÍVEIS?

WELCOME Entrevista Au Pair Care

TRABALHANDO VOCABULÁRIO EM SALA DE AULA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Sete Motivos Importantes Para Usar Áudio Para Melhorar As Suas Habilidades Em Inglês

Education Program. Rodrigo Santana Expansion Director (62)

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

compreensão ampla do texto, o que se faz necessário para o desenvolvimento das habilidades para as quais essa prática apresentou poder explicativo.

NOME COMPLETO DA SUA INSTITUIÇÃO. Nome completo do integrante A Nome completo do integrante B Nome completo do integrante C

Programa da Unidade Curricular

GÍRIA, UMA ALIADA AO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA ESTRANGEIROS Emerson Salino (PUC-SP) João Hilton (PUC/SP)

5 METODOLOGIA. 5.1 O Estudo

GUIA DE USO. Para entender, utilizar e se beneficiar com o curso UNOPLUS VOXY

A PRÁTICA DE MONITORIA PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL DE LÍNGUA INGLESA DO PIBID

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL COMISSÃO PERMANENTE DO PROCESSO SELETIVO DÚVIDAS FREQUENTES

Prof. Me. Marcos Echevarria

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

TECHONOLOGY FOR SECOND LANGUAGE LEARNING

Andrew is an engineer and he works in a big company. Sujeito Predicado (e) Suj. Predicado

Transcrição:

ASPECTOS DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA Maria Flávia de Figueiredo Pereira Bollela No mundo atual em crescente globalização, aumenta a importância de uma educação global. E nela ocupa lugar de destaque o ensino de uma, ou mais, línguas estrangeiras. Ao aprendermos uma língua, não estamos apenas adentrando um novo campo sintático, semântico, lexical e fonológico, mas também passamos a suportar o peso de uma nova cultura e as luzes de uma diferente civilização. Esse aspecto é fundamental para que nos situemos melhor num mundo que a cada dia se faz menor e onde barreiras têm sido constantemente quebradas. Como sabemos, o aprendizado do Inglês como língua estrangeira tornou-se ainda mais importante após a 2 a Guerra Mundial, quando passou a ser a língua mestra nas relações internacionais, diplomáticas e comerciais; espaço anteriormente ocupado pelo idioma francês. Hoje, no final do milênio, o inglês é falado no mundo todo e, a cada dia, ganha novo espaço no universo cultural e comercial. Esse fato pode ser claramente verificado na área de informática, onde, a cada hora, se nos deparam com textos como o seguinte que integra um encarte para anúncio de livros: Java é a maneira mais nova e interessante de criar páginas Web interativas, multimídia. Utilizando applets Java, pequenos programas que você inclui em suas páginas, HTML, você pode criar páginas Web deslumbrantes. Escrito por membros da equipe de desenvolvimento do Java da Sun, este texto mostra tudo o que você precisa para usar applets Java efetivamente. Passo a passo, demonstra como adicionar applets Java a sua página Web e como configurá-la sem 5

programação. Você também aprenderá como usar o kit para desenvolvedores Java (Java Developers Kit), que permite construir novas applets. Compatível com os browsers Netscape Navigator (a partir da versão 2.0) e HotJava da Sun. O CD- ROM inclui: Applets-exemplo prontas para serem conectadas a sua página Web. Exemplos de páginas HTLM incrementadas com Java. Grande quantidade de código-fonte Java. O kit para desenvolvedors Java para Windows 95, Windows NT e Solaris 2.x. (MAKRON Books. Ribeirão Preto: MAKRON Books do Brasil, ag./1996) Paralelamente a fatos como esses, temos prova de que o número de títulos de obras em inglês em todos os campos da ciência, é relevante; sobretudo nos Estados Unidos, onde nunca se mediram esforços para ampliação e incremento das bibliotecas. Além disso, assistimos a uma demanda crescente de profissionais para a área do comércio exterior, sendo o inglês, mundialmente falando, e no nosso caso também o espanhol, com o Mercosul, imprescindíveis para o desempenho mínimo desse profissional. O mundo caminhou, então, de um universo da escrita para um universo da comunicação oral. Com isso também o ensino do Inglês passou do Grammar-Translation Method para o Direct, depois ao Audiolingual, posteriormente ao Functional, chegando ao Communicative Approach. Resumindo a história do ensino de língua estrangeira, temos uma ponte entre a língua escrita e a comunicação oral. Hoje já se fala em Collaborative Method, em que professores, alunos e pesquisadores da área se comunicam ajudando-se mutuamente. O ensino da Língua Inglesa é importante pelo fato de possibilitar contato com um idioma de alcance mundial. E esse ensino, muito mais que a escrita, deve visar à comunicação oral em nosso mundo globalizado. Sendo 6

assim, ao pensarmos nos quatro skills, percebemos que reading e writing passam a ser prérequisitos para que o listening e o speaking possam ocorrer sem barreiras. Antigamente, quando o ensino de uma segunda língua se dava através de textos (Grammar- Translation Method), podíamos suportar uma pronúncia inadequada sendo transmitida e fixada de professor para aluno. Nos tempos atuais, com a TV a cabo, computadores multimídia ligados a internet e inumeráveis meios de comunicação, já não se justifica a pronúncia inadequada anteriormente passada pelos professores aos alunos. Para ilustrar o tipo de aprendizado mencionado, narrarei a minha experiência pessoal. Iniciei meus estudos de Inglês em 1979 com onze anos de idade em escolas particulares consagradas; após sete anos, fui aprovada no exame de proficiência da Universidade de Michigan e ingressei na Universidade de Campinas (Unicamp) como estudante do Curso de Letras, considerado entre os primeiros do País. Universidade de Nova York. Nessa universidade, recebi bolsa de estudos por dois anos na Lá chegando, verifiquei com grande surpresa que a minha comunicação no idioma local deixava muito a desejar. Embora eu me houvesse esmerado para aprender o Inglês aqui no Brasil, fazia uso de uma falsa pronúncia do idioma. Posteriormente, pude comprovar que essa pronúncia se originava, em maior parte, dos professores que acompanharam meu aprendizado, pois eles mesmos tinham uma pronúncia imprópria do idioma que ministravam. De volta ao Brasil, assumindo a disciplina de Língua Inglesa no Curso de Letras de uma escola superior e recebendo alunos repletos de vícios adquiridos em decorrência de um ensino inadequado, passei a considerar o ensino da Língua Inglesa como um desafio, e percebi que deveria levar meus alunos a um aprendizado adequado da língua, já que eles serão os futuros professores e, portanto, multiplicadores de uma pronúncia verdadeira. Daí o desejo ardente de passar a meus alunos uma formação consistente em pronúncia mas não uma consistência teórica como víamos em Guimson, e sim como a que vemos em Adrian Underhill, na Inglaterra, e em Marianne Celce- 7

Murcia, nos Estados Unidos para que eles possam multiplicar seu aprendizado por meio de aulas comunicativas com esclarecimentos de fonética tranqüilamente passados a seus futuros alunos. Vejo a necessidade de formar professores aptos a utilizar qualquer tipo de metodologia e com bagagem para transmitirem com segurança a pronúncia legítima do idioma ensinado, lançando mão de todos os recursos que o mundo atual nos proporciona. É, portanto, imprescindível a inserção da fonética e da fonologia no ensino do Inglês. Para tanto, é necessário que façamos uma desmitificação das dificuldades que essas duas áreas possam apresentar. Em meus estudos atuais, busco formas simplificadas de lidar com a fonética, a fonologia, a prosódia problemas de ordem segmental e supra-segmental, que afetam sobremaneira a pronúncia da língua inglesa e aplicá-las em sala de aula. Como ponto de partida, procuremos definir o que deve ser enfatizado no ensino da pronúncia do Inglês. Para tanto, é importante notar que estudos recentes mostram a supremacia dos fenômenos supra-segmentais sobre os segmentais em relação aos problemas de pronúncia. Seguem citações de pesquisadores da área comprovando essa tendência: Gilbert, 1984; Pennington and Richards, 1986; Wong, 1987; McNerney and Mendelsohn, 1987; and Kenwrothy, 1987; have discussed the relative importance of segmentals (consonants and vowels) and suprasegmentals (stress, rhythm and intonation) in intelligibility, and a consensus exists that, whereas both aspects of pronunciation are important, the most critical area is that of suprasegmentals. (Anderson-Hsieh, 1995, p.17) Work on rhythm, linking and intonation is usually cost-effective; many learners have problems with them, you can get quicker progress in these areas than with single sounds, and the result is usually a very obvious improvement in the general quality of an accent There is a good reason to believe that vowel quality is less significant than vowel quantity (effect on rhythm). (Gilbert,1995, p.9) The aspects to be tackled, as ever, are stress and rhythm, intonation, and sounds. I prefer to treat them in that order... Trainees must therefore appreciate that 8

English is stress-timed; focusing first on stress and rhythm also helps them to deal with the mechanics of practice (choral drilling, beating time, etc.). (Watson,1989, /s.p./) It helps a great deal if pronunciation work, instead of being isolated, can be allowed to permeate everything else the students do in their lessons. In this way, there is a chance that improvements made in systematic phonology drills will actually end up as automatic reflexes and become permanent features of the students accents.(swan, 1993, p.5) It is possible for a learner to be native-like on each individual element of pronunciation considered in isolation, but to put together a decidedly non-native whole pronunciation as a whole is greater than the sum of its parts. Global measures will mean subjective assessment, and this will be concerned primarily not with accuracy, but with intelligibility to the listener - although the two are clearly inter-linked. (Porter, 1989, p.6) To summarize: a fairly strong consensus exists among pronunciation specialists that suprasegmentals are extremely important in intelligibility, and some research suggests that they may be more critical for intelligibility than segmentals.(anderson-hsieh, 1995, p.19) Uma vez demarcado o nosso campo de atuação, vejamos como desmitificar as possíveis dificuldades encontradas na área da pronúncia. Sugiro a inserção do alfabeto fonético desde o primeiro dia de aula, pois os falantes de português se apoiarão, erroneamente, na ortografia, pelo simples fato de o inglês se utilizar também do alfabeto romano. Desde o princípio devemos deixar bem claro que isso não nos auxilia muito, uma vez que os sons do inglês nem sempre correspondem aos sons do português. Para termos uma idéia, enquanto no português, de acordo com um tipo de classificação, encontramos 8 vogais e 6 ditongos, no inglês temos 12 e 10 respectivamente. 9

Many of the mispronunciations of Portuguese speakers can be traced to the influence of the Portuguese spelling system rather than to an inability to produce particular sounds. (Avery & Ehrlich, 1992, p.145) Os detalhes da fonética não são relevantes por si sós. Eles só deverão ser ensinados quando necessário. Muitas vezes não nos importa saber se um som é bilabial ou oclusivo, e sim se é surdo ou sonoro para que, por exemplo, produzamos adequadamente os clusters consonantais no final de verbos regulares no passado. Ou se o fonema /t/ é oclusivo ou não, mas sim que possui um alofone aspirado /t h / em posicão inicial em sílabas tônicas. E inúmeros outros exemplos. Em suma, o conteúdo apresentado deverá fazer sentido para o aluno a fim de que ele seja capaz de vivenciá-lo e posteriormente incorporá-lo à sua fala. We have to make absolutely sure that we and they think it is worth the trouble. (Swan, 1993, p.8) É nossa obrigação desenvolver nos alunos uma atitude positiva em relação ao seu aprendizado. Há inúmeras maneiras de adentrar no universo da pronúncia com naturalidade. Em aula dada por um grupo de alunos, futuros professores de inglês, os sons vocálicos do inglês foram introduzidos através de cores. Essa vivência facilitou muito a absorção dos sons, e a partir daí as cores passaram a ser as palavras-chave para os seus respectivos sons e símbolos fonéticos. The phonemic alphabet, introduced by means of key words which are chosen by teacher and students as an internal code of the group, has proved extremely useful in making students aware of the English sound system.(lieff & Nunes, 1993, p.26) A diversidade dos símbolos fonéticos utilizados nos dicionários de inglês demonstra que o importante é saber produzir os sons adequadamente e não optar por este ou aquele alfabeto fonético. Um dos aspectos facilitadores ao se trabalhar com o ensino da pronúncia no Brasil é o fato de as classes serem monolingües, o que não ocorre em vários países. Com isso, o professor pode trabalhar com dificuldades encontradas nos falantes do português em relação ao idioma ensinado. Brazilian teachers are particularly lucky because they can provide information about native-target language contrasts as they deal with monolingual groups. (Lieff & Nunes, 1993, p.27) 10

A terminologia utilizada para os diferentes aspectos da pronúncia já é, por si só, um fator inibidor para o professor leigo. Vejamos alguns exemplos para ilustrar: fonética, fonologia, entoação, prosódia, ritmo, pitch, sentence stress, word-stress, content words, function words, paralinguistic features, sotaque, parâmetros vocálicos e consonantais, schwa / / e the connected speech phenomena (assimilation, contraction, linking, catenation and elision). Com toda essa nomenclatura, não é de se estranhar que declarações como a que segue ocorram: It is often found, in further training contexts or informal conversation, that experienced teacher of EFL have feelings of inadequacy, lack of expertise, guilt and rejection with respect to dealing with phonology in their teaching. (Marks, 1988, /s.d./) Cabe, portanto, a nós, pesquisadores, estabelecer pontes e criar maneiras de percorrer o universo da pronúncia sem tantos obstáculos. Só assim possibilitaremos um ensino global. The phonology component on a teacher training course should not baffle trainees: it should make them more confident when dealing with pronunciation problems in the classroom. (Watson; 1989, /s.d./) Espero que as idéias mencionadas sirvam, de alguma forma, para desmitificar as dificuldades trazidas pela inclusão de aspectos da pronúncia em aulas de Inglês para qualquer nível. BIBLIOGRAFIA ANDERSON-HSIEH, J. Pronunciation factors affecting intelligibility in speakers of English as a foreign language. Speak Out!, Aug., 1995. AVERY, Peter, EHRLICH, Susan. Teching American English pronunciation. Oxford: Oxford University Press, 1992. 11

BAKER, Ann, GOLDSTEIN, Sharon. Pronunciation pairs: an introductory course for students of English (student's book). New York: Cambridge University Press, 1993.. Pronunciation pairs: an introductory course for students of English (teacher's manual). New York: Cambridge University Press, 1993.. Pronunciation pairs: an introductory course for students of English (set of 4 cassets). New York: Cambridge University Press, 1993. BRADFORD, B. The essential ingredients of a pronunciation programme. Speak Out!, July, 1990. BRAZ-TESOL. Ponunciation SIG annotated bibliography. Braz-tesol Newsletter, Dec., 1994, Mar., 1995, Jun., 1995. CARPENTER, Edwin. English guides: 4: confusable words. London: Harper Collins, 1993.. English guides: 6: homophones. London: Harper Collins, 1993.. English guides: 8: spelling. London: Harper Collins, 1993. CELCE-MURCIA, Marianne, et al. Teaching pronunciation: a reference for teachers of English to speakers of other languages. New York: Cambridge University Press, 1996. CHRISTOPHERSEN, P. & SANDVED, O. The phoneme. In:. An advanced English grammar. Macmillan, 1969. chap. 1. DALTON, C. & SEIDLHOFER, B. Pronunciation. Oxford University Press, 1994. GILBERT, J. Priorities, if there is no separate pronunciaton class. Speak Out!, Aug., 1995. HOOKE, R. & ROWELL, J. A handbook of English pronunciation. Arnold, 1982. LIEFF, C. D. & NUNES, Z. English pronunciation and the Brazilian learner. Speak Out!, Aug., 1993. MAKRON Books. Ribeirão Preto: MAKRON Books do Brasil, ag./1996. MARKS, J. Phonology in teacher training courses. Speak Out!, April, 1988. 12

NUNAN, David, org. Collaborative language learning and teaching. New York: Cambridge University Press, 1992. ORION, Gertrude F. Pronouncing American English: sounds stress and intonation. Boston: Heinle & Heinle Publishers, 1988.. Pronouncing American English: sounds stress and intonation (set of 16 cassets). Boston: Heinle & Heinle Publishers, 1988. PORTER, D. The testing of pronunciation: some preliminary questions. Speak Out!, Jan., 1989. RICHARDS, Jack C., RODGERS, Theodore S. Approaches and methods in language teaching: a description and analysis. New York: Cambridge University Press, 1986. RIVERS, W. & TEMPERLEY, M. Teaching the sound system. In:. A practical fuide to the teaching of English as a second or foreign language. Oxford University Press, 1978. chap. 5. STEINBERG, Martha. Pronúncia do inglês: norte americano. 2.ed. São Paulo: Ática, 1986. SHEPERD, David. Portuguese speakers. In: SWAN & SMITH. Learn English: a teacher s guide to interference and other problems. Cambridge University Press, 1987. SWAN, M. Integrating pronunciation into the general language class. Speak Out!, Jan., 1993. TAYLOR, Linda P. Proninciation in action. Prentice Hall, 1993. UNDERHILL, Adrian. Sound foundations. Heinemann, 1994.. Training, development and teacher education. International House, /s.d./. (folheto) WATSON, D. What aspects os phonology should be dealt with in a 4-week intensive TTC? Speak Out!. Aug., 1989. WELLS, J C. Longman pronunciation dictionary. England: Longman, 1995. 13