Guia de Conduta em Nefropatia por poliomavírus em Transplante Renal. Grupo de Infecção em Transplante da UNIFESP. Camila Pinheiro Fernando Menezes

Documentos relacionados
Infecções virais no rim transplantado

Polioma vírus e Transplante Renal

INVESTIGAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL DE INFECÇÃO POR POLIOMAVÍRUS EM TRANSPLANTE RENAL

Review Article. BK poliomavírus em receptores do transplante renal: rastreamento, monitoramento viral e manuseio clínico.

Casos Clínicos Sessão 5. Caso 6

Infecção por Poliomavírus: tratamento com Cidofovir e Imunoglobulina Inespecífica, um esquema promissor?

Artigo de Revisão Review Article

Detecção quantitativa de vírus BK em receptores de transplante renal: um estudo prospectivo de validação

Poliomavírus um patógeno emergente para receptores de transplantes

NEFROTOXICIDADE MEDICAMENTOSA. Dr. Carlos Alberto Balda Professor afiliado da Disciplina de Nefrologia da EPM - UNIFESP

Trabalho Académico de Investigação

Original Article Artigo Original

Avaliação Clínica do Paciente com Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Rejeições em transplantes renais. Henrique Machado de Sousa Proença Médico Patologista

Avaliação da viremia pelo BKPyV pós-transplante renal e determinação do ponto de corte para predição de nefropatia associada ao vírus

Particularidades no reconhecimento da IRA, padronização da definição e classificação.

Caso Clínico. (abordagem de Glomerulopatias pós-transplante)

NÚMERO: 008/2011 DATA: 31/01/2011 Diagnóstico Sistemático da Nefropatia Diabética

RENATO DOS REIS OLIVEIRA. Determinação da incidência e caracterização molecular do. poliomavírus humano BK em pacientes submetidos a

Comparação de biópsia renal guiada ou não por ultrassom em transplantados renais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE UFCSPA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE. José Antonio Tesser Poloni

INFECÇÃO URINÁRIA EM ADULTO

XXII WORSHOP UROLOGIA ONCOLÓGICA Março 2017 Hotel Solverde, Espinho

COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO

PAULA CRISTINA MONTEIRO DA FONSECA VALE POLIOMAVIRUS BK: COMPARAÇÃO ENTRE CITOLOGIA E HIBRIDIZAÇÃO IN SITU

Aplicação do teste do HPV na citologia LSIL/ASC. Flávia de Miranda Corrêa

Lesão intraepitelial de baixo grau: como seguir? Fábio Russomano IFF/Fiocruz Paranacolpo 25 a 27 de julho de 2013

ELVIANI BASSO MOURA AVALIAÇÃO DA PREDISPOSIÇÃO E IMPACTO CLÍNICO DA REPLICAÇÃO DO VÍRUS BK EM TRANSPLANTADOS RENAIS

IMUNOSSUPRESSORES E NEFROTOXICIDADE. São Paulo, 16 de Abril de 2018 Layon S Campagnaro

INFECÇÕES VIRAIS NO RIM TRANSPLANTADO

INFECÇÕES NO TRANSPLANTE DE FÍGADO. Edson Abdala 2016

Clostridium difficile NA REALIDADE BRASILEIRA. Maria Beatriz S. Dias Hospital Sírio Libanês, HC-FMUSP

O papel do farmacêutico no transplante renal Alexandra Nicolau Ferreira Brígido, MD

Assessment of minimum detection limit of Nested-PCR

DHGNA Transplante de Fígado

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Avaliação e Seguimento de Doadores Renais após a Doação

PROCESSO-CONSULTA CFM nº 36/2017 PARECER CFM nº 5/2018. Programa de doação renal pareada ou troca de doadores vivos para transplante renal

GESF no Transplante. Introdução

Introdução: O transplante renal é a melhor forma de substituição da função. renal em termos de esperança de vida e qualidade de vida.

Caso Clínico 1. HD: Síndrome Retroviral Recente

JULIANA T. DOMINGUES 1 FERNANDA DE PARIS 2 VIRGÍNIA M. SCHMITT 3

INTRODUÇÃO LESÃO RENAL AGUDA

Diagnosis and prevention of chronic kidney allograft loss

Insuficiência Renal Crônica

Guia de Condutas em Infecção do Trato Urinário em Transplante de Rim e Rim Pâncreas 2010

Transplante de pâncreas

Análise de custo do uso oral de Valganciclovir para tratamento de viremia por citomegalovírus

TRATAMENTO PREEMPTIVO NA HEPATITE B: QUEM DEVERIA SER TRATADO?

ATIVAÇÃO ENDOTELIAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS CCV

ANÁLISE CRÍTICA DAS VACINAS QUADRIVALENTE E BIVALENTE CONTRA HPV. Fábio Russomano IFF/Fiocruz - 15 Ago 2012

Câncer de Ovário (Epitelial)

Retrovírus Felinos. Fernando Finoketti

PARECER COMISSÃO FORMADA POR: Valter Duro Garcia, Roberto C. Manfro, Mário Abbud, Hélio Tedesco Silva Jr. e Lucio Moura

Glomerulopatia do Transplante. C4d - Transplante Renal

Vale a pena tratar o Imunotolerante na Hepatite Crônica B? Patrícia LofêgoGonçalves HUCAM-UFES

Protocolos de dessensibilização em transplantação renal

Prof. Dr. Marcelo Nascimento Burattini

Hepatite C: Resultados na vida real (Hepatitis C: Real Life Results)

Dacarbazina (DTIC)* Dacarbazina: 250 mg/m²/dia IV durante minutos D1 ao D5 a cada 21 ou 28 dias

Controle da hepatite C no pós-transplante hepático

Indicador: Incidência de mucosite em Unidades de Internação e em pacientes Ambulatoriais

Tratamento do linfoma difuso de grandes células B do paciente idoso. Rony Schaffel Universidade Federal do Rio de Janeiro

Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos

O Custo do Mau Controle do Diabetes para a Saúde Pública

Seguimento após tratamento das Neoplasias Intraepiteliais Cervicais. Fábio Russomano --IFF/Fiocruz Maio de de 2014

Controvérsias e Avanços Tecnológicos sobre Hemoglobina Glicada (A1C)

Quando parar o tratamento da hepatite B nos cirróticos e não-cirróticos? Deborah Crespo

5-Fluorouracil + Radioterapia 5-Fluorouracil: 500 mg/m 2 /dia IV D1 a 3 e D29 a 31 seguido de 5-Fluorouracil semanal iniciando no D71 Ref.

COMO PREVENIR RECIDIVA DO HBV NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO

Atualização do tratamento das vasculites ANCA associadas

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE MUCOSA TRATADOS COM ANTIMONIAL

Falência Hepática Aguda. Carlos Bento Unidade de Transplantação Hepática de Coimbra

TALITA DE CASTRO ALVES

Protocolo de Vancocinemia

Doença Residual Mínima (DRM) e Transplante de Células Tronco Hematopoéticas (TCTH)

Incidência e impacto da infecção e doença citomegálica diagnosticada pela antigenemia na sobrevida em longo prazo de transplantados

O fardo atual da infecção por citomegalovírus em receptores de transplante renal que não recebem profilaxia farmacológica

Evidências científicas da efetividade da detecção e tratamento das lesões precursoras para a prevenção do câncer do colo do útero

Disfunção crónica em 771 transplantes renais sob terapêutica com ciclosporina

Anatomia patológica da rejeição de transplantes

Detecção precoce de cardiotoxicidade no doente oncológico deve ser efectuada sistematicamente? Andreia Magalhães Hospital de Santa Maria

Presença de hematúria macro ou microscópica secundaria a sangramento vesical de causa infecciosa ou não-infecciosa.

Ministério da Educação Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG Disciplina de Patologia Geral. Transplante Renal

Ampliação de uso do exame para tipificação do alelo HLA-B, para. com indicação de uso do antirretroviral Abacavir (ABC)

PROTOCOLO MÉDICO DIARRÉIA AGUDA. Área: Médica Versão: 1ª

Glomerulonefrite Crescêntica

TOXOPLASMOSE. Agente Toxoplasma gondii (protozoário) CID 10 B58 (ocular) e B58.2 (Neurológica)

INFECÇÕES RELACIONADAS A CATETERES VASCULARES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA. Nome do Candidato Caderno de Prova 15, PROVA DISSERTATIVA

Nefropatia crônica do alotransplante renal. Fatores co-mórbidos

Merkel Cell Carcinoma Tratamento imunológico

Complicações da Transplantação Renal em Idade Pediátrica

REJEIÇÃO AGUDA EM TRANSPLANTAÇÃO RENAL Análise dos Factores de Risco e sua Influência na Disfunção Crónica

HEPATITE C & INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. Maio Curitiba

INDICADORES BIOQUÍMICOS DA FUNÇÃO RENAL EM IDOSOS

Cam ila L a ú L c ú ia D a e D di d vitis T i T ossi

O teste do HPV contribui na triagem para a colposcopia?

Transcrição:

Guia de Conduta em Nefropatia por poliomavírus em Transplante Renal Grupo de Infecção em Transplante da UNIFESP Camila Pinheiro Fernando Menezes

Introdução A nefropatia associada ao poliomavírus (NPV) é considerada hoje uma importante causa de disfunção do enxerto. Na grande maioria dos casos é causada pelo poliomavírus humano tipo 1 ou vírus BK, com o poliomavírus humano tipo 2 ou vírus JC sendo responsável por menos de 3% dos casos. A NPV é assintomática, manifestando-se apenas por alteração da função renal. A infecção pelo vírus BK no paciente submetido a transplante renal pode manifestar-se também como estenose ureteral e cistite hemorrágica. A infecção primária pelo poliomavírus ocorre ainda na infância e um estado de latência é estabelecido no epitélio tubular renal e urotélio, com a soroprevalência em adultos nos EUA atingindo mais de 80%. Tipicamente as partículas virais são inicialmente isoladas na urina, com a incidência de virúria atingindo 30 a 60% no terceiro mês pós-transplante renal. A viremia por sua vez ocorre em 10 a 28% dos pacientes ao final do primeiro ano. A virúria precede a viremia e a nefropatia em uma média de 4 e 12 semanas respectivamente. A incidência da NPV varia de 1 a 10%, com perda do enxerto ocorrendo em 10 a >80% dos casos, podendo ser menor com a realização de vigilância para infecção e intervenção precoce. A carga de imunossupressão é o principal fator de risco para NPV e nenhuma outra associação foi uniformemente demonstrada nos estudos realizados até o momento. Os principais fatores de risco encontrados estão listados abaixo: 1. Associação de tacrolimo + micofenolato 2. Nível de tacrolimo > 8 ng/dl (dose diária FK >0,1 mg/kg/dose) 3. Episódios prévios de RAC e tratamento com pulsos de corticosteróide 4. Dose de MMF >1,5 g/dia 5. Sexo masculino 6. Idade superior a 50 anos 7. Etnia caucasiana 8. Incompatibilidade HLA 9. Diabete mellitus 10. Infecção CMV 11. Uso de cateter Duplo J 12. Lesão de isquemia e reperfusão 13. Título de anticorpo anti-bkv pré-transplante 14. Soropositividade do doador 15. Disfunção precoce do enxerto

Guia de condutas em Infecção por poliomavírus (BKV) no Transplante Rim e Rim Pâncreas 2011 1.Quando suspeitar de nefropatia associada ao BKV? A nefropatia associada ao BKV é assintomática. Deve-se considerar este diagnóstico na presença de alteração da função renal sem uma causa identificada (excluída infecção bacteriana ou fúngica, desidratação, toxicidade por droga, estenose de artéria renal e rejeição). 2. Como é feito o diagnóstico? Biópsia renal com demonstração dos efeitos citopáticos virais, confirmada pela pesquisa do anticorpo Sv40 na imunohistoquímica. Devido a natureza focal da NPV, recomenda-se obtenção de no mínimo 2 fragmentos na biópsia de preferência contendo tecido medular (erro amostral 10% - 30%). Classificação histológica da nefropatia associada ao poliomavírus: A alterações citopáticas no parênquima renal, sem atrofia ou fibrose ou inflamação tubular; B combinação de alterações citopáticas no parênquima renal com áreas focais ou multi-focais de atrofia tubular, fibrose intersticial e inflamação; B1 - < 25% do parênquima com atrofia tubular, fibrose intersticial e inflamação; B2 26 50% do parênquima com atrofia tubular, fibrose intersticial e inflamação; B3 - > 50% do parênquima com atrofia tubular, fibrose intersticial e inflamação; C extensa área do parênquima com atrofia tubular, fibrose intersticial e inflamação 3.Há outros métodos diagnósticos disponíveis? A replicação viral pode ser detectada precocemente por métodos não invasivos, podendo-se realizar diagnóstico presuntivo de NPV na presença de viremia elevada persistente. 4.Quem deve realizar pesquisa de replicação pelo BKV? Dado a heterogeneidade dos fatores de risco, a replicação viral é um evento comum após o transplante de rim e TODOS os pacientes submetidos a transplante renal deverão realizar pesquisa rotineira de evidência de replicação BKV.

5. Quais exames pedir? a. Citologia urinária pesquisa de decoy cell na urina (S:100%/ E:71%) b. PCR quantitativo DNA BKV no sangue para pacientes com pesquisa positiva de decoy cell. Número de cópias 10.000cópias/mL. (S: 94.9%/ E:100%) 6. Quando solicitar citologia urinária? a. Mensalmente do primeiro ao 12 mês após o transplante; b. Trimestral no 2 ano e semestral do 3º ao 5 ano após o transplante; c. Na investigação de disfunção do enxerto, sempre que houver aumento inexplicável da creatinina (excluída infecção bacteriana ou fúngica, desidratação, toxicidade por droga, estenose de artéria renal e rejeição); d. Na investigação de estenose ureteral e cistite hemorrágica; e. Mensalmente por 6 meses após tratamento para RAC. * O protocolo de vigilância está sumarizado em anexo (Figura 1). 7. Quando solicitar PCR quantitativo no sangue? Quando a pesquisa de decoy cell for positiva. O valor acima de 10.000 cópias/ml tem alto VPP para nefropatia e redução da imunossupressão está indicada. Quando o PCR for positivo deve ser repetido a cada 2 a 4 semanas até a negativação (monitorização do tratamento e evolução pacientes com viremia < 10.000 cópias/ml). 8. Quando a biópsia renal está indicada? Quando houver viremia 10.000 cópias/ml com alteração da creatinina ou na presença de alteração inexplicável da função renal. 9. Qual é o tratamento da NPV? Consiste na redução da intensidade da imunossupressão. Nenhuma droga foi aprovada pelo FDA para tratamento de NPV, porém há diversos relatos bem sucedidos do uso de agentes antivirais adjuvantes como cidofovir, leflunomide, imunoglobulina, fluorquinolonas. 10. Como deve ser feita a redução na imunossupressão? Não há um protocolo definido para redução na imunossupressão. Estratégias utilizadas são sumarizadas na tabela em anexo (Tabela 1). 11. Terapia adjuvante. Quando utilizar? Devem ser consideradas em pacientes que mantém elevados níveis de viremia após a redução da imunossupressão ou com NPV com perda de função renal. As terapias sugeridas consitem em leflunomide ou cidofovir associados a imunoglobulina. Doses sugeridas

12.É seguro retransplantar pacientes com NPV? Sim, desde que o paciente não apresente mais viremia positiva para BK vírus. 13. Como tratar os casos de NPV e RAC concomitantes? A RAC deve ser tratada com pulso de corticosteróides e imunoglobulina humana associada.

Tabela 1. Modificação da imunossupressão no tratamento da NPV Mudança Redução Descontinuação(FK ou MMF) Terapia dupla FK CsA (100-150 ng/ml) ( *B-III) MMF aza (dose 100 mg/d) (B-III) FK SRL (nível < 6 ng/ml) (*C-III) MMF SRL (nível < 6 ng/ml) (C-III) MMF leflunomide (C-III) FK (níveis < 6 ng/ml) ( B-III) Dose MMF 1g/dia ( B-III) CsA ( 100-150 ng/ml) ( B-III) CsA/prednisona ( B-III) FK/prednisona ( B-III) SRL/prednisona (C-III) MMF/prednisona (C-III) *B-III: moderada evidência suporta recomendação de uso, baseada em relatos, estudos descritivos e opinião de especialista C-III: pobre evidência suporta a recomendação, baseada em relatos, estudos descritivos e opinião de especialista

Figura 1: Protocolo para vigilância de nefropatia associada ao vírus BK. Citologia Urina Negativa Positiva 2-4 semanas PCR Sangue Quantitativo Positiva Negativa < 10 4 cópias/ml! 10 4 cópias/ml Cr alterada Cr normal Redução ISS (PCR Controle) Redução ISS (PCR Controle) Biópsia Positiva Negativa Considerar terapia adjuvante

Referências Bibliográficas Aaron D, Sundaram H. BK Virus nephritis after renal transplantation. Clin J Am Soc Nephrol. 2008 March; 3(Supplement_2): S68 Alméras C, Vetromile F, Garrigue V, et al. Monthly screening for BK viremia is an effective atrategy to prevent BK virus nephropathy in renal transplant recipients. Transplant Infectious Disease 2011; 13: 101. Benavides CA, Pollard VB, Mauiyyedi S, Podder H, Knight R Kahan BD. BK Virus-Associated Nephropathy in Sirolimus-Treated Renal Transplant Patients: Incidence, Course, and Clinical Outcomes. Transplantation. 2007; 84(1): 83 88. Bjorang O, Tveitan H, Midtvedt K, Broch LU, Scott H, Andresen PA. Treatment of polyomavirus infection with cidofovir in a renal-transplant recipient. Nephrol Dial Transplant. 2002; 17: 2023 2025. Blanckaert K, Vriese ASD. Current recommendations for diagnosis and management of polyoma BK virus nephropathy in renal transplant recipients. Nephrol Dial Transplant. 2006; 21: 3364 3367. Bohl DL, Storch GA, Ryschkewitsch C, Gaudreault-Keener M, Schnitzler MA, Major EO, et al. Donor Origin of BK Virus in Renal Transplantation and Role of HLA C7 in Susceptibility to Sustained BK Viremia. Am J Transplant. 2005; 5: 2213 2221. Bonvoisin C, Weekers L, Xhignesse P, Grosch S, Milicevic M, Krzesinski JM.: Polyomavirus in renal transplantation: A hot problem. Transplantation 85: S42 S48, 2008. Boudreault AA, Courtemanche C., Latulippe É, et al. Screening for polyomavirus associated nephropathy in renal transplantation with blood viral load measurement. Jounal of Clinical Virology 2009; 45: 318. Bracamonte E, Leca N, Smith KD, Nicosia RF, Nickeleit V, Kendrick E, et al. Tubular Basement Membrane Immune Deposits in Association with BK Polyomavirus Nephropathy. Am J Transplant. 2007; 7: 1552 1560. Brennan DC, Agha I, Bohl DL, Schnitzler MA, Hardinger KL, Lockwood M, et al. Incidence of BK with Tacrolimus Versus Cyclosporine and Impact of Preemptive Immunosuppression Reduction. Am J Transplant. 2005; 5: 582 594. Chakera A, Dyar O-J, Hughes E, et al. Detection of polyomavirus BK reactivation after renal transplantation using an intensive decoy cell surveillance program is cost-effective. Transplantation, no prelo.

Dadhania D, Snopkowski C, Ding R, et al. Validation of Noninvasive Diagnosis of BK Virus Nephropathy and Identification of Identification of Prognostic Biomarkers.Transplantation 2010; 90:189. Dadhania D, Snopkowski C, Ding R, Muthukumar T, Chang C,Aull M, et al. Epidemiology of BK Virus in Renal Allograft Recipients: Independent Risk Factors for BK Virus Replication. Transplantation. 2008; 86: 521 528. Drachenberg CB, Hirsch HH, Ramos E, Papadimitriou JC. Polyomavirus disease in renal transplantation - Review of pathological findings and diagnostic methods. Human Pathol. 2005; 36: 1245 1255. Drachenberg CB, Papadimitriou JC, Hirsch HH, Wali R, Crowder C, Nogueira J, et al. Histological Patterns of Polyomavirus Nephropathy: Correlation with Graft Outcome and Viral Load. Am J Transplant. 2004; 4: 2082 2092. Drachenberg CB, Papadimitriou JC, Mann D, Hirsch HH, Wali R, Ramos E. Negative Impact of Human Leukocyte Antigen Matching in the Outcome of Polyomavirus Nephropathy. Transplantation. 2005; 80(2): 276-278. Drachenberg CB, Papadimitriou JC, Wali R, Cubitt CL, Ramos E. BK Polyoma Vírus Allograft Nephropathy: Ultrastructural Features from Viral Cell Entry to Lysis. Am J Transplant. 2003; 3: 1383 1392. Drachenberg CB, Papadimitriou JC, Wali R, Nogueira J, Mendley S, Hirsch HH, et al. Improved Outcome of Polyoma Virus Allograft Nephropathy With Early Biopsy. Transplant Proc. 2004; 36: 758 759. Drachenberg RC, Drachenberg CB, Papadimitriou JC, Ramos E, Fink JC, Wali R, et al. Morphological Spectrum of Polyoma Virus Disease in Renal Allografts: Diagnostic Accuracy of Urine Cytology. Am J Transplant. 2001; 1: 373 381. Dugan AS, Eash S, Atwood WJ. Update on BK virus entry and intracellular trafficking. Transpl Infect Dis. 2006; 8: 62 67. Fioriti D, Videtta M, Mischitelli M, Degener AM, Russo G, Giordano A, et al. Human Polyomavirus BK: Potential Role in Cancer. J Cell Physiol. 2005; 204: 402 406. Fogeda M, Muñoz P, Luque A, Morales MD, Bouza E. Cross-sectional study of BK vírus infection in pediatric kidney transplant recipients. Pediatr Transplant. 2007; 11: 364 401. Funk GA, Gosert R, Hirsch HH. Viral dynamics in transplant patients: implications for disease. Lancet Infect Dis. 2007; 7: 460 472. Garces JC. BK Virus-associated nephropathy in Kidney transplant recipients. Ochsner J. 2010; 10(4): 245.

Geddes CC, Gunson R, Mazonakis E, et al. BK viremia surveillance after kidney transplant: single-center experience during a change from cyclosporine-based to lower-dose tacrolimus-based primary immunosuppression regimen. Transplant Infectious Disease 2011; 13: 109. Halim MA, Al-Otaibi T, El-Kholy, et al. Active management of post-renal transplantation BK virus nephropathy: Preliminary report. Transplantation Proceedings 2009; 41: 2850. Hardinger KL, Koch MJ, Bohl DJ, et al. BK-virus and the impact of preemptive immunosuppression reduction: 5-year reasults. American Journal of Transplantation 2010; 10: 407. Hirsch HH, Brennan D, Drachenberg CB, Ginevri F, Gordon J, Limaye AP, et al. Polyomavirus-Associated Nephropathy in Renal Transplantation: Interdisciplinary Analyses and Recommendations. Transplantation. 2005; 79: 1277 1286. Hirsch HH, Knowles W, Dickenmann M, Passweg J, Klimkait T, Mihatsch MJ, et al. Prospective Study of Polyomavirus Type BK Replication and Nephropathy in Renal-Transplant Recipients. N Engl J Med. 2002; 347(7): 488 496. Hirsch HH, Steiger J. Polyomavirus BK. Lancet Infect Dis. 2003; 3: 611 623. Hirsch HH. BK Virus: Opportunity Makes a Pathogen. Clin Infect Dis. 2005; 41: 354 360. Johnston O, Jaswal D, Gill JS, et al. Treatment of Polyomavirus Infection in Kidney Transplant Recipients: A Systematic Review. Transplantation 2010; 89: 1057. Kazory A, Ducloux D. Renal transplantation and polyomavirus infection: recent clinical facts and controversies. Transpl Infect Dis. 2003; 5: 65 71. Keller LS, Peh CA, Nolan J, Bannister KM, Clarkson AR, Faull RJ. BK transplant nephropathy successfully treated with cidofovir. Nephrol Dial Transplant. 2003; 18: 1013 1014. Khaled AS. Polyomavirus (BK Virus) Nephropathy in Kidney Transplant Patients: A Pathologic Perspective. Yonsei Med J. 2004; 45(6): 1065 1075. Kiberd BA. Screening to prevent polyoma virus nephropathy: a medical decision analysis. Am J Transplant. 2005; 5: 2410 2416. Kiberd BA. Screening to prevent polyoma virus nephropathy: A medical decision analysis. American Journal of Transplantation 2005; 5: 2410.

Koleilat I, Kushnir L, Gallichio M, et al. Initiation of a screening protocol for polyoma virus results in a decreased rate of opportunistic non-bk viral disease after renal transplantation. Transplant Infectious Disease 2011; 13: 1. Koukoulaki M, Apostolou T, Hadjiconstantinou V, Drakopoulos S.: Impact of prophylactic administration of ciprofloxacin on BK polyoma virus replication. Transpl Infect Dis 10: 449 451, 2008. Koukoulaki M, Grispou E, Pistolas D, Balaska K, Apostolou T, Anagnostopoulou M, Tseleni-Kotsovili A, Hadjiconstantinou V, Paniara O, Saroglou G, Legakis N, Drakopoulos S.: Prospective monitoring of BK virus replication in renal transplant recipients. Transpl Infect Dis 11: 1 10, 2009. Lacey SF. BK Viral Loads and Immune Monitoring in Renal Transplant Recipients. Am J Transplant. 2007; 7: 1039 1040. Leung AYH, Chan MTL, Yuen KY, Cheng VCC, Chan KH, Wong CLP, et al. Ciprofloxacin Decreased Polyoma BK Virus Load in Patient Who Underwent Allogeneic Hematopoietic Stem Cell Transplantation. Clin Infect Dis. 2005; 40: 528 537. Liacini A, Seamone ME, Muruve DA, et al. Anti-BK Virus Mechanisms of Sirolimus and Leflunomide Alone and in Combination: Toward a New Therapy for BK Virus Infection. Transplantation 2010; 90: 1450. Maddirala S, Pitha JV, Cowley Jr BD, Haragsim L. End-stage renal disease due to polyomavirus in a cardiac transplant patient. Nat Clin Pract Nephrol. 2007; 3(7): 393 396. Manitpisitkul W, Drachenberg C, Ramos E, et al. Maintenance Immunosuppressive Agents as Risk Factors for BK Virus Nephropathy: A Case-Control Study. Transplantation 2009; 88: 83. Midtvedt K, Bjorang O, Letting AS. Successful pregnancy in renal transplant recipient with previous known polyomavirus nephropathy. Clin Transplant. 2007; 21: 571 573. Moens U, Van Ghelue M, Johannessen M. Oncogenic potentials of the human polyomavirus regulatory proteins. Cell Mol Life Sci. 2007; 64: 1656 1678. Moriyama T, Marquez JP, Wakatsuki T, Sorokin A. Caveolar Endocytosis Is Critical for BK Virus Infection of Human Renal Proximal Tubular Epithelial Cells. J Virol. 2007; 81(16): 8552 8562. Moriyama T, Sorokin A. Repression of BK Virus Infection of Human Renal Proximal Tubular Epithelial Cells by Pravastatin. Transplantation. 2008; 85: 1311 1317.

Narayanan M, Szymanski J, Slavcheva E, Rao A, Kelly A, Jones K, et al. BK Virus Associated Renal Cell Carcinoma: Case Presentation with Optimized PCR and Other Diagnostic Tests. Am J Transplant. 2007; 7: 1666 1671. Nickeleit V, Hirsch HH, Zeiler M, Gudat F, Prince O, Thiel G, et al. BK-virus nephropathy in renal transplants tubular necrosis, MHC-class II expression and rejection in a puzzling game. Nephrol Dial Transplant. 2000; 15: 324 332. Nickeleit V, Klimkait T, Binet I, Dalquen P, Zenero VD, Thiel G, et al. Testing for Polyomavirus Type BK DNA in Plasma to Identify Renal-Allograft Recipients with Viral Nephropathy. N Engl J Med. 2000; 342(18): 1309 1315Nickeleit V, Mihatsch MJ. Polyomavirus nephropathy in native kidneys and renal allografts: an update on an escalating threat. Transpl Int. 2006; 19: 960 973. Nickeleit V, Singh HK, Mihatsch MJ. Polyomavirus nephropathy: morphology, pathophysiology, and clinical management. Current Opin Nephrol Hypertens. 2003; 12: 599 605. Pahari A, Rees L. BK virus-associated renal problems clinical implications. Pediatr Nephrol. 2003; 18: 743 748.. Pallet N, Burgard M, Quamouss O, et al. Cidofovir may be deleterious in BK virus-associated nephropathy. Transplantation 2010; 89: 1542. Pérez-Torres D, Bertrán-Pasarell J, Santiago-Delpín E, et al. Factors and outcome in BK virus nephropathy in a Hispanic kidney transplant population. Transplant Infectious Disease 2010; 12: 16. Pollara CP, Corbellini S, Chiappini S, et al. Quantitative viral load measurement for BKV infection in renal transplant recipients as a predictive tool for BKVAN. New Microbiologica 2011; 34:165. Rajpoot DK, Gomez A, Tsang W, Shanberg A. Ureteric and urethral stenosis: A complication of BK virus infection in a pediatric renal transplant patient. Pediatr Transplant. 2007; 11: 433 435. Ramos E, Drachenberg CB, Papadimitriou JC, Hamze O, Fink JC, Klassen DK, et al. Clinical Course of Polyoma Vírus Nephropathy in 67 Renal Transplant Patients. J Am Soc Nephrol. 2002; 13: 2145 2151. Ramos E, Drachenberg CB, Wali R, Hirsch HH.: The decade of polyomavirus BK-associated nephropathy: State of affairs. Transplantation 87: 621 630, 2009. Ramos E, Vincenti F, Lu WX, Shapiro R, Trofe J, Stratta RJ, et al. Retransplantation In Patients With Graft Loss Caused By Polyoma Vírus Nephropathy. Transplantation. 2003; 77(1): 131 133.

Randhawa P, Brennan DC. BK Virus Infection in Transplant Recipients: An Overview and Update. Am J Transplant. 2006; 6: 2000 2005. Reploeg MD, Storch GA, Clifford DB. BK Virus: A Clinical Review. Clin Infect Dis. 2001; 33: 191 202. Schaub S, Hirsch HH, Dickenmann M, et al. Reducing Immunosuppression Preserves Allograft Function in Presumptive and Definitive Polyomavirus- Associated Nephropathy. American Journal of Transplantation 2010; 10: 2615. Schaub S, Mayr M, Egli A, Binggeli S, Descoeudres B, Steiger J, et al. Transient allograft dysfunction from immune reconstitution in a patient with polyoma BK-virus-associated nephropathy. Nephrol Dial Transplant. 2007; 22: 2386 2390. Schmid H, Nitschko H, Gerth J, Kliem V, Henger A, Cohen CD, et al. Polyomavirus DNA and RNA Detection in Renal Allograft Biopsies: Results from a European Multicenter Study. Transplantation. 2005; 80(5): 600 304. Smith F, Panek R and Kiberd BA. Screening to Prevent Polyoma Virus Nephropathy in Kidney Transplantation: A Cost Analysis. American Journal of Transplantation 2009; 9: 2177. Teschner S, Gerke P, Geyer M, et al. Leflunomide Therapy for Polyomavirus- Induced Allograft Nephropathy: Efficient BK Virus Elimination Without Increased Risk of Rejection. Transplantation Proceedings 2009; 41: 2533. Thomas A, Dropulic LK, Rahman MH, Geetha D. Ureteral Stents: A Novel Risk Factor for Polyomavirus Nephropathy. Transplantation. 2007; 84: 433 436. Tognon M, Corallini A, Martini F, Negrini M, Barbanti-Brodano G. Oncogenic transformation by BK vírus and association with human tumors. Oncogene. 2003; 22: 5192 5200. Tong CYW, Bakran A, Peiris JSM, Muir P, Herrington CS. The Association Of Viral Infection and Chronic Allograft Nephropathy with Graft Dysfunction After Renal Transplantation. 2002; 74(4): 576 578. Vilchez RA, Kusne S. Molecular and Clinical Perspectives of Polyomaviruses: Emerging Evidence of Importance in Non-Kidney Transplant Populations. Liver Transplant. 2006; 13: 1457 1463. Viscount HB, Eid AJ, Espy MJ, Griffin MD, Thomsen KM, Harmsen WS, et al. Polyomavirus Polymerase Chain Reaction as a Surrogate Marker of Polyomavirus-Associated Nephropathy. Transplantation. 84(3): 340 345.

Williams JW, Javaid B, Kadambi PV, Gillen D, Harland R, Thistlewaite JR, et al. Leflunomide for Polyomavirus Type BK Nephropathy. N Engl J Med. 2005; 352: 1157 1158. Wiseman AC. Polyomavirus nephropathy: A current perspective and clinical considerations. Am J Kidney Dis 54: 131 142, 2009.