Aula 05. O objetivo desse código é criar limitações administrativas leis para proteção das florestas.

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Transcrição:

Turma e Ano: MASTER A 2015 Matéria / Aula: Direito Ambiental Código Florestal e concessão de florestas Professor: Luiz Jungstedt Monitora: Kathleen Feitosa Aula 05 NOVO CÓDIGO FLORESTAL Lei 12.651/12 O objetivo desse código é criar limitações administrativas leis para proteção das florestas. Art. 2º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem. As limitação mais importantes são a APP (Área de Proteção Permanente art. 4º ao 9º) e ARL (Área de Reserva Legal art. 12 ao 24). A principal diferença entre as duas é a área de atuação, sendo a APP em zonas rurais e urbanas, enquanto a ARL corresponde apenas à imóveis rurais. Da mesma sorte, área rural e área urbana se diferenciam, no direito agrário, a partir do critério da destinação, e no direito tributário, com o critério da localização, geralmente definida pelo Município a divisão entre área rural e urbana. Atenção: o Plano Direitor do Rio de Janeiro (LC 111/11) estabelece que TODO Município é composto por área urbana (art. 13), logo, não há o que se falar em ARL no Rio. A AVU (Área Verde Urbana) é uma inovação do Novo Código Florestal que visa proteger as áreas de preservação da expansão urbana. Art. 25. O poder público municipal contará, para ao estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os seguintes instrumentos: II a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansos urbanas Assim, se uma área onde há uma ARL for considerada imóvel urbano, a área não estará desprotegida, pois, ainda que não permaneça sendo ARL, será automaticamente transformada em uma AVU. O instituto será alterado, mas a proteção à área será a mesma. APP (Área de Proteção Permanente art. 4º ao 9º) Art. 3º, II Área de Preservação Permanente: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. Há possibilidade de 20 APPs em todo território nacional 1, contudo, já existem 11, restando apenas 9 a serem criadas. 1 O art. 4º deve ser lido em conjunto com o art. 6º que, somados, chegam ao quantum de 20 APPs.

Art. 6º Consideram se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades. A APP prevista no art. 4º já está constituída e há possibilidade de criação de outras nove, segundo o art. 6º, todavia, apenas se houver declaração do Chefe do Executivo. O professor acha interessante destacar as seguintes APPs: Art. 4º Considera se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais e urbanas 2, para os efeitos desta Lei 3 : I as faixas marginais de qualquer curso d água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 metros, para os cursos d água de menos de 10 metros de largura; (...) O imbróglio nessa questão se dá com o estabelecimento de parâmentro inicial comum para contagem da área, ignorando a existência de regiões especiais de enchentes, como mangues, que perdem uma área de preservação significativa. No código florestal anterior a contagem ocorria a partir do nível mais alto, enquanto no atual comta se desde a borda da calha do leito regular. IV as áreas no entorno das nascentes e olhos d água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 mentros; V as encostas ou partes destas com declividade superior a 45, equivalente a 100% na linha de maior declive; Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, resslavados os usos autorizados previstos nesta Lei. 2º A obrigação prevista no 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. A recuperação de APP em região rural dependerá efetivamente de área consolidada (art. 61 A, ss). Ou seja: se o desmatamento ocorreu até 22 de julho de 2008, a recuperação será menor que o tamanho regularmente determinado no novo código. Essa data remete à promulgação do decreto que versa sobre infrações e sanções administrativas ao meio ambiente 2 Para quem vai prestar concurso para PGM, o professor indica a leitura de Paulo Bessa Antunes, que defende a inconstitucionalidade da APP em área urbana. Trata se de posição isolada que, entretanto, é interessante para esse concurso. 3 Cumpre ressaltar que as áreas de proteção permanecem sendo de propriedade do dono do imóvel. Há o interesse público na região que, por isso, é limitada administrativamente, mas a propriedade permanece sendo sua, uma vez que não é bem público.

(Decreto 6.514/08). Os parágrafos que seguem o art. 61 A dão conta do tamanho das áreas consolidadas e suas respectivas recomposições 4. Atenção: De 1 a 4 módulos fiscais é pequena propriedade rural; superior a 4 e até 15 será média propriedade rural, para fins do art. 185/CF que afirma serem essas propriedades impassíveis de desapropriação para fins de reforma agrária. ARL (Área de Reserva Legal art. 12 ao 24) Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei. I localizado na Amazônia Legal: a) 80%, no imóvel situado em área de florestas; b) 35%, no imóvel situado em área de cerrado; c) 20%, no imóvel situado em área de campos gerais; II localizado nas demais regiões do País: 20% Se um proprietário já possui em sua terra uma APP poderá sobrepor a ARL à área já destinada à APP! É mais uma inovação trazida pelo Novo Código Florestal 5. Art. 15. Será admitido o cômputo de Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que: (...) O CAR (Cadastro Ambiental Rural art. 29 e 30) objetiva o conhecimento (e não o reconhecimento) dos imóveis rurais e exigir que os mesmos identifiquem suas áreas de reserva legal. O cadastro é obrigatório para o acesso a diversos benefícios, como empréstimos e o CRA. Art. 29, 2º O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2º da Lei 10.267/01. Já o CRA (Cota de Reserva Ambiental art. 44 ao 50), que tinha previsão, com outro nome, também no antigo Código Florestal 6, apenas agora foi devidamente regulamentado pela normativa ambiental. Cada CRA corresponde a 1 hectare (art. 46). Art. 44. É instituída a Cota de Reserva Ambiental CRA, título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação. 4 Módulo fiscal é um instituto do direito agrário cujo conceito pode ser encontrado no Estatuto da Terra (Lei nº. 4.504/64). Trata se de unidade de medida criada em respeito ao Princípio do Dimensionamento Eficaz. 5 O professor aconselha a somente fazer essa observação em provas discursivas, uma vez que a possibilidade de aumento do desmatamento não é tratada por nenhum doutrinador, pelo contrário, há quem afirme que não ocorrerá. 6 Art. 44, 3º A Cota de Reserva Florestal CRF emitida nos termos do art. 44 B da Lei 4.771/65, passa a ser considerada, pelo efeito desta Lei, como Cota de Reserva Ambiental.

Art. 47. É obrigatório o registro da CRA pelo órgão emitente, no prazo de 30 dias, contado da data da sua emissão, em bolsas de mercadorias de âmbito nacional ou em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. O lado positivo do CRA reside no incentivo ao aumento da área preservada, mas, por outro lado, também permite que o proprietário que não preserva a parte devida de suas terras possa compensar comprando CRA de outros proprietários do mesmo bioma. O CRA equivale ao CEPAC, previsto no art. 34 do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01) 7 que no Rio de Janeiro, teve aplicação pela primeira vez nas obras do Porto Maravilha, na Praça Mauá. No que se refere às áreas consolidadas em ARL, o art. 67 prevê que será tudo aquilo que tenha restado, ainda que pareça risível (apenas uma árvore, por ex.). Art. 67. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 módulos fiscais e que possuam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo. O PRA (Programa de Regularização Ambiental art. 59 e 60) estabelece o perdão de multa e a extinção da punibilidade de crimes ambientais. Art. 59, 4º No período entre a publicação desta Lei e a implementação do PRA em cada Estado e no Distrito Federal, bem como após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para regularização de imóvel ou posse rural perante o órgão ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei 9.605/98, enquanto o termo estiver sendo cumprido. 2º Extingue se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta Lei. CONCESSÃO DE FLORESTAS Lei 11.284/06 Na verdade, é uma lei sobre a gestão de florestas, sendo a concessão uma das formas de gestão que estão previstas no art. 4º: Art. 4º A gestão de florestas públicas para produção sustentável compreende: I a criação de florestas nacionais, estaduais e municipais, nos termos do art. 17 da Lei 9.985/00, e sua gestão direta; II a destinação de florestas públicas às comunidades locais, nos termos do art. 6º desta Lei; 7 Art. 34. A lei específica que aprovar a operação urbana consorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade determinada de certificados de potencial adicional de construção, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessárias à própria operação.

III a concessão florestal, incluindo florestas naturais ou plantadas e as unidades de manejo das áreas protegidas referidas no inciso I do caput deste artigo. concessões florestais. Conforme previsto no art. 6º, as comunidades locais têm preferência antes das Art. 13, 2º Nas licitações para concessão florestal, é vedada a declaração de inexigibilidade prevista no art. 25 da Lei 8.666/93. A partir de uma leitura ampliada, fica claro o erro do legislador ao usar a palavra inexigibilidade, uma vez que está claro que queria se referir à dispensa. Inexigibilidade não se proíbe, se aceita. Todavia, para fins de concurso, aceita se a vedação à inexigibilidade e a aceitação de dispensa em relação à concessão florestal. Art. 16, A concessão florestal confere ao concessionário somente os direitos expressamente previstos no contrato de concessão. 1º É vedada a outorga de qualquer dos seguintes direitos no âmbito da concessão florestal: I titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição; II acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de coleções; III uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante, nos termos da Lei 9.433/97; IV exploração dos recursos minerais; V exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre; VI comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais. 8 2º No caso de reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas para uso alternativo do solo, o direito de comercializar créditos de carbono poderá ser incluído no objeto da concessão, nos termos de regulamento. Ou seja: crédito de carbono é apenas para áreas reflorestadas! O prazo de duração dos contratos de concessão é estabelecido pelo art. 35: Art. 35. O prazo dos contratos de concessão florestal será estabelecido de acordo com o ciclo de colheita ou exploração, considerando o produto ou grupo de produtos com ciclo mais longo incluído no objeto da concessão, podendo ser fixado prazo equivalente a, no mínimo, um ciclo e, no máximo, 40 (quarenta) anos. Parágrafo único. O prazo dos contratos de concessão exclusivos para exploração de serviços florestais será de, no mínimo, 5 (cinco) e, no máximo, 20 (vinte) anos. 8 Há indicativo de que em dezembro de 2015, na Conferência de Paris, seja extinguido o crédito de carbono.