Diretor Dr. Mesquita Dois anos de experiência de hernioplastias inguinais em ambulatório com ProGrip

Documentos relacionados
Hernioplastia em ambulatório: resultado de 228 próteses auto-aderentes

Atualmente, a herniorrafia é o procedimento cirúrgico

INCIDÊNCIA DE NÁUSEAS E VÓMITOS NO PÓS-OPERATÓRIO EM PEDIATRIA

Exérese Percutânea de Lesões Benignas de Mama Assistida à Vácuo

Diretor Dr. Mesquita IASIST, o que podemos melhorar em cirurgia de ambulatório

A PTHi PODE PREVER AS VARIAÇÕES DO CÁLCIO APÓS TIROIDECTOMIA TOTAL?

ANDRÉ, Fernando Sanfelice Membro Titular da SBCP. FERNANDO SANFELICE ANDRÉ Hospital Regional Hans Dieter Schmidt

CATÉTERES VENOSOS CENTRAIS DE LONGA DURAÇÃO Experiência com 1000 catéteres

Que importância para os indicadores de resultado? A campanha da OMS Cirurgia Segura, salva vidas

PERCURSO DO DOENTE COM NEOPLASIA DA MAMA OPERADA

i r u r g i a II Série N. 33 Junho 2015

COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS DE SHOULDICE E FALCI- LICHTENSTEIN, NO TRATAMENTO DAS HÉRNIAS INGUINAIS EM HOMENS

Avaliação do desempenho: como comparar os resultados

PerFix TM Light Plug e PHS no reparo das hérnias inguinais: Experiência inicial no sul do Brasil

Artroplastia unicompartimental do joelho Oxford Phase 3 - resultados a médio prazo

REPARO ABERTO VERSUS LAPAROSCÓPICO NA CIRURGIA DE HÉRNIA INGUINAL

PARTE VI. Anestesia para Cirurgia do Ambulatório. Anestesia para Cirurgia do Ambulatório 295

RESUMO. Descritores: hérnia inguinal, cirurgia geral, tela cirúrgica. INTRODUCTION

ESTUDO RETROSPETIVO: AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM DO UTENTE SUBMETIDO A PROCEDIMENTO ENDOSCÓPICO COM SEDAÇÃO/ANESTESIA GERAL

MEDICINA PÓS OPERATÓRIA UNIDADE DE DOR AGUDA

AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA HÉRNIA INGUINAL SOB ANESTESIA LOCAL E SEDAÇÃO EM 1560 PACIENTES

Dra. Deborah de Rosso TCBC

PRÓTESES METÁLICAS AUTOEXPANSÍVEIS NO TRATAMENTO PALIATIVO DA OBSTRUÇÃO GASTRODUODENAL: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS HÉRNIAS INGUINAIS SOB ANESTESIA LOCAL EM AMBULATÓRIO

Telefonema de Acompanhamento Pós-alta à Criança e Família. A Luz Acompanha-te!

PROVA ESCRITA DE CONHECIMENTOS PARTE ESPECIFICA (REF G2)

Programa. 16 de outubro Dia do médico anestesista

I PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E ATUALIZAÇÃO EM ANESTESIOLOGIA E DOR DA SARGS ANESTESIA PEDIÁTRICA: PODEMOS REDUZIR A MORBIMORTALIDADE?

Anexo da Política de Anestesia e Sedação

QUESTIONÁRIO SOBRE TRATAMENTO DA DOR AGUDA PÓS-OPERATÓRIA

RETALHOS ÂNTERO-LATERAL DA COXA E RETO ABDOMINAL EM GRANDES RECONSTRUÇÕES TRIDIMENSIONAIS EM CABEÇA E PESCOÇO

VIGILÂNCIA PÓS-OPERATÓRIA NA SEPTOPLASTIA - REGIME DE AMBULATÓRIO COM OU SEM PERNOITA

Avaliação económica em transplantação renal

A obstrução colônica aguda é uma condição grave que traz risco de vida, e que requer tratamento cirúrgico imediato.

Proposta de Estágio Opcional em. Anestesiologia Oftalmológica / Desenvolvimento da Componente da Anestesia Loco-regional

O desenvolvimento da Cirurgia de Ambulatório como objectivo estratégico do Hospital

PRÁTICA AVANÇADA EM ANESTESIA REGIONAL PERIFÉRICA

Tomografia computadorizada. Análise das Imagens

Cirurgia de Ambulatório

UNIDADE DE CIRURGIA DE AMBULATÓRIO do CENTRO HOSPITALAR DO ALTO AVE, EPE!

EQUIPA DE TRAUMA COMPLEMENTARIDADE E SINERGIA CARLOS MESQUITA CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA JANEIRO 05

ABAULAMENTO EM REGIÃO INGUINAL

Experiência do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Braga no Tratamento de Diabéticos Tipo 1 com Bombas Infusoras de Insulina

(REPERCUSSÃO SOCIAL E HUMANA)

PREVENÇÃO DE RECIDIVA DE ÚLCERA VENOSA: um estudo de coorte

Perceção das crianças e pais sobre a qualidade de vida durante o tratamento oncológico

Cost-effectiveness of n-buthyl-cyanoacrylate for mesh fixation in inguinal hernioplasty under the perspective of Supplementary Healthcare in Brazil

Quality scores of outpatient ENT surgery in Centro Hospitalar V. N. Gaia / Espinho

CH Lisboa Ocidental, EPE - Hospital Egas Moniz

O papel do enfermeiro na minimização dos factores de risco associados ao desenvolvimento de delírium no doente crítico

ULS Matosinhos, EPE - Hospital Pedro Hispano

O Sistema de Triagem de Manchester e a avaliação da pessoa com dor

doi: / v57n2p

1 - Projeto de Intervenção Serviço de Ortopedia ULSN Unidade de Macedo de Cavaleiros.

CH Leiria, EPE - Hospital Distrital de Pombal

ULS Norte Alentejano, EPE - Hospital de Santa Luzia de Elvas

DOENÇA DE GRAVES EM IDADE PEDIÁTRICA: AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DOS ANTITIROIDEUS

PRÁTICA AVANÇADA DE ANESTESIA REGIONAL

COLECISTITE AGUDA TCBC-SP

Capsaícina 8% - O novo desafio na dor crónica

TRATAMENTO DA DOR PÓS OPERATÓRIA. Vernot Garcia Matabula MD. Interno 3º ano Data 08/11/2017

Factores associados ao insucesso do controlo hemostático na 2ª endoscopia terapêutica por hemorragia digestiva secundária a úlcera péptica

COORDENAÇÃO DO NÚCLEO CURRICULAR FLEXÍVEL PRÁTICAS EDUCATIVAS FICHA DE OBSERVAÇÃO - 1

DIFUSÃO DA TÉCNICA DA ARTERIALIZAÇÃO DO ARCO VENOSO DO PÉ PARA SALVAMENTO DE EXTREMIDADE COM ISQUEMIA CRÍTICA SEM LEITO DISTAL

Insulinoterapia no pré per e pós operatório. Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

Hemorroidectomia esraeurope.org/prospect 1

Sarcomas de partes moles do adulto Estudo Populacional/Institucional Regiões do Alentejo e Algarve

Comparação de insuflação com dióxido de carbono e ar em endoscopia e colonoscopia: ensaio clínico prospectivo, duplo cego, randomizado - julho 2017

Surgical or Transcatheter Aortic Valve. Replacement in Intermediate Risk Patients

Unidade de POSOP Actividade 2009

Gilmara Noronha Guimarães 1 Rafaela Campos Emídio 2 Rogério Raulino Bernardino Introdução

Luxação em Prótese Total do Quadril

Pé Diabético Epidemiologia Qual a dimensão do problema?

Complicações da pancreatite crônica cursando com dor abdominal manejo endoscópico - agosto 2016

Postoperative analgesia: pain control scenario*

MESA REDONDA: INDICADORES

APENDICITE AGUDA O QUE É APÊNCIDE CECAL? O QUE É APENDICITE E PORQUE OCORRE

Cirurgias Restritivas Mason /Banda Gástrica Cirurgias Disabsortivas Scopinaro / Duodenal. Cirurgias Mistas. Bypass Gástrico

HERNIOPLASTIA COM TELA PRÉ-PERITONEAL NO TRATAMENTO DE HÉRNIA DE SPIEGEL: Relato de caso

CONJUNTO DE DADOS DUQUE PARA FRACTURA GRAVE DA ANCA

COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM AMBULATÓRIO

UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA (URPA) Maria da Conceição Muniz Ribeiro

Estudo de casos clínicos com Easyspine. Tratamento e Correção de Deformidades Severas Na Coluna

Efeito do Treino de Endurance Intervalado na tolerância ao esforço medido pela Prova de Marcha de 6 minutos

Curso prático de atualização em anticoagulação oral na FANV Casos especiais. Arminda Veiga

Transcrição:

Diretor Dr. Mesquita Dois anos de experiência de hernioplastias inguinais em ambulatório com ProGrip André Goulart, Margarida Delgado, Maria Conceição Antunes, João Braga dos Anjos

INTRODUÇÃO

Metodologia Desenho Estudo observacional prospectivo Período de inclusão do estudo 1 de Janeiro de 2010 a 31 de Dezembro de 2011 Colheita de dados No dia da cirurgia (cirurgião) Telefonicamente às 24h e 30 dias após a cirurgia (enfermeiros) Consulta de reavaliação 1 mês após a cirurgia (cirurgião) Os doentes que aos 30 dias pós-operatórios referiam manter dor no local da incisão foram contactados novamente 3 meses após a cirurgia (cirurgião)

Metodologia Critérios de inclusão Cirurgia em regime de ambulatório Cirurgia realizada pelo Grupo de Cirurgia de Ambulatório de Cirurgia Geral do Hospital de Braga Hernioplastia inguinal unilateral com prótese autoaderente ProGrip Critérios gerais de admissão em cirurgia de ambulatório

Procedimento cirúrgico Sedação e anestesia local (10ml lidocaína 2% e 10mL de ropivacaína 7.5% infiltradas 1cm medial à espinha ilíaca antero-superior, acima do tubérculo púbico e ao longo do trajecto da incisão cirúrgica) Método de Lichtenstein Prótese de ProGrip

DADOS DEMOGRÁFICOS

Tratamento cirúrgico da hérnia inguinal em regime de ambulatório 2010 2011 Sexo (N=378) Masculino Feminino 228 12% 150 7 0 3 1 2 3 2 5 40 6 88% ProGrip Protese 3D Premilene Mesh Plug Premilene Mesh Adeshix Sem prótese

Idade 2010 2011 Total 98 Idade 2010 2011 Total Min 17 20 17 Méd 54,47 56,38 55,23 83 Máx 83 84 84 60 66 63 47 35 37 36 36 32 27 23 18 23 15 17 12 8 7 4 0 5 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-89

RESULTADOS DIA DA CIRURGIA (378 doentes 100%)

Cirurgião principal Especialista Interno 36% 64% Tempo operatório 2010 2011 Total Mínimo 11min 15min 11min Média 32m49s 34m55s 34m03s Máximo 68min 71min 71min

RESULTADOS 24 HORAS (220 inquéritos 58,5%)

Grau de actividade funcional às 24h 12% 5% 8% Não consegue fazer nada Apenas higiene pessoal 10% Movimenta-se pela casa, com limitações Movimenta-se pela casa, sem limitações 65% Sem limitação funcional

Queixas do doente às 24h Não 39% Sim 61% Dor na incisão 99% Náuseas / vómitos 5% Tonturas 3% Sonolência 2% Necessitou de analgesia nas primeiras 24h Não 17% Sim 83% Foi suficiente 97% Não foi suficiente 3%

RESULTADOS 30 DIAS (177 inquéritos 46,8%)

Complicações da cirurgia aos 30 dias 1,70% Sensação de picada Não 86% Sim 14% 6,21% 1,70% Dor Hematoma 3,96% Seroma/infecção Dor crónica 5,65% Recidiva 2,26%

Retomou as actividades de vida diárias habituais aos 30 dias 6% 94% Sim Não Ao fim de (dias) Min 1 Méd 10,75 Máx 31

COMPARAÇÃO COM OUTROS CENTROS

Tipo Estudo Hospital Braga (Portugal) 2012 Descritivo PG Chastan (França) 2009 Descritivo PG Nº hérnias 378 70 (52 doentes) Kapischke (Alemanha) 2010 Comparativo PG vs Licht Esteban (Espanha) 2010 Comparativo PG vs Licht Anadol (Turquia) 2011 Comparativo PG vs Licht 24 45 28 (24 doentes) Idade média (anos) 55,2 60 64,2 60 56 Sexo (M:F) 88% : 12% 100% : 0% 92% : 8% 91% : 9% 100% : 0% Tempo cirúrgico 34min 19min 51min 18min 27min Complicações 13,6% (5,7%) - - 15,4%* - Sensação picada 1,7% - - - - Dor incisão 6,2% 5,8% - - - Hematoma 1,7% - 12% 2,2% - Seroma/infecção 4,0% 1,4% 4% (rejeição prótese) 2,2% 3,6% Dor crónica 5,65% 1,9% - - 21% Recidiva 2,26% - - - 4,1% Retomar actividades normais (dias) 10,8 5,5 - - 3,67 * Não considera a dor/sensação de picada na incisão como complicação

CONCLUSÕES

Conclusões Fácil execução técnica Curva de aprendizagem curta (64% realizadas por internos) Cirurgia segura Morbilidade 13,6% / 5,7% 5,65% dor crónica (10 em 177 doentes) 2,26% recidiva (4 em 177 doentes) Boa recuperação funcional 65% movimentavam-se pela casa às 24h apenas com algumas limitações 11º dia, foi o dia que retomaram, em média, as actividades de vida diárias

Bibliografia 1. Simons MP, Aufenacker T, Bay-Nielsen M, et al. European Hernia Society guidelines on the treatment of inguinal hernia in adult patients. Hernia 2009;13:343-403. 2. Kapischke M, Schulze H, Caliebe A. Self-fixating mesh for the Lichtenstein procedure--a prestudy. Langenbecks Arch Surg 2010;395:317-22. 3. van Hanswijck de Jonge P, Lloyd A, Horsfall L, Tan R, O'Dwyer PJ. The measurement of chronic pain and health-related quality of life following inguinal hernia repair: a review of the literature. Hernia 2008;12:561-9. 4. Chastan P. Tension-free open hernia repair using an innovative self-gripping semi-resorbable mesh. Hernia 2009;13:137-42. 5. Bruna Esteban M, Cantos Pallares M, Artigues Sanchez De Rojas E. [Use of adhesive mesh in hernioplasty compared to the conventional technique. Results of a randomised prospective study]. Cir Esp 2010;88:253-8. 6. Bröckelmann J, Bäcker K. Clinical indicators for ambulatory surgery. Ambulatory Surgery Journal 2010;16:34-7. 7. Anadol AZ, Akin M, Kurukahvecioglu O, Tezel E, Ersoy E. A Prospective Comparative Study of the Effi cacy of Conventional Lichtenstein Versus Self-Adhesive Mesh Repair for Inguinal Hernia. Surg Today 2011; 41:1498 1503