UNIVERSIDADE CAMILO CASTELO BRANCO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL ÉRICA OGURO IVAN DE JESÚS RICARDO LIMA DA SILVA SILVIA REGINA BATISTA MORAES SOLANGE MORENO RAMIREZ DA SILVA DISSERTAÇÃO SOBRE ESTUDO DA EXCLUSÃO SOCIAL NA CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2013
Apresentação A construção de conhecimento que apresentamos neste texto é a expressão das aulas da disciplina de Territorialidade e Geoprocessamento Aplicados ao Serviço Social sob orientação do professor Carlos Roberto Libonati Machado, mais precisamente no segundo bimestre de 2013. Neste período utilizamos as ferramentas 1 Microsoft Excel e Esri ArcGis para a construção do Mapa de Exclusão da Cidade de São Paulo utilizando como referencial estatístico o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. Ao final do texto apresentamos o mapa da exclusão que foi fruto dos trabalhos no laboratório de informática da Universidade Camilo Castelo Branco. Trabalho com dados estatísticos Utilizando o Censo IBGE de 2010 no primeiro momento, trabalhamos os conceitos de população total, favelada, situação de rua, domicílios, coleta de lixo e esgoto, renda, empregos, analfabetismo, mortalidade infantil, homicídios, equipamentos de esporte, centros culturais, teatrais e cinema e por fim a cobertura vegetal dos distritos de Moema, Moóca, Morumbi, Parelheiros, Pari, Parque do Carmo, Pedreira, Penha e Perdizes. Após consolidarmos os dados, a planilha foi transportada para a geral, onde os noventa e seis distritos da Cidade de São Paulo foram mesclados com os demais dados dos outros grupos dos/as alunos/as do curso de Serviço Social para a consolidação dos dados estatísticos para chegarmos ao denominador comum do que representa a exclusão social. Para alcançar estes resultados, consolidamos os dados utilizando fórmulas matemáticas de média e desvio padrão e a consolidação por categoria foi conseguida pelo cálculo de cada característica dos bairros subtraída pela média e dividida pelo desvio padrão e a exclusão social foi obtida pela soma de cada um destes resultados onde um número positivo indica uma qualidade de vida melhor ao passo que um resultado negativo é indicativo para uma menor qualidade de vida, já que há falta de alguns ou vários elementos característicos de inclusão social que 1 Ferramentas disponíveis para os alunos no Laboratório de Informática da Universidade Camilo Castelo Branco em Itaquera, São Paulo, Capital. 2
permitem aos indivíduos terem acesso às políticas públicas que garantem tal qualidade de vida. Percebemos também que a exclusão social não se dá apenas por fatores como renda como geralmente nos é apresentado como fator primordial para o entendimento dos temas ligados à exclusão na sociedade, mas sim é a soma de um grande conjunto de fatores que a geram onde cabe ressaltar que são expressões da desigualdade social. O Mapa da Exclusão conclusões Após todos os apontamentos efetuados nas planilhas elaboradas no Microsoft Excel partimos para a importação dos resultados prontos da coluna exclusão social para a ferramenta Esri ArcGis onde nos propiciou entender espacialmente onde de fato se encontra a exclusão social na cidade de São Paulo e pudemos enxergar a real dimensão de como está a cidade de São Paulo nos dados divulgados pelo Censo de 2010 do IBGE. Para o Assistente Social, conhecer o espaço onde vai atuar proporciona para que a intervenção seja mais efetiva e eficaz e para isso o mapa espacial é de suma importância, pois traz informações essenciais às ações necessárias além de ser mais fácil e rápida sua visualização. As formas como as relações sociais acontecem são mais claras quando expressas no mapa espacial. Em um primeiro momento, percebemos que as regiões central e sul são as que oferecem a melhor qualidade de vida e a exclusão social se dá nas regiões periféricas e visualmente falando o degradê social partindo do amarelo (baixa exclusão) para o vermelho (alta exclusão) percorre um caminho ao se afastar da região central da cidade. Analisando o mapa, mais precisamente na região sul, Jardim Ângela, Jardim São Luis, Parelheiros, Grajaú, Pedreira, Cidade Ademar e Cidade Dutra percebemos uma constatação de TASCHNER (2003 apud Davis, 2011, p.141) onde metade das favelas de São Paulo fica às margens dos reservatórios que fornecem água à cidade. Isso põe em risco a saúde pública 2 e equivale dizer que os moradores destas áreas estão vivendo à beira da vulnerabilidade e que há falta de muitos quesitos indicativos de uma melhor qualidade de vida. 2 DAVIS, Mike. Planeta Favela. Boitempo Editorial. 3
Na zona norte de São Paulo, há uma grande área de vegetação, mais precisamente na área da Serra da Cantareira onde os bairros Tremembé, Cachoeirinha, Brasilândia, Jaraguá, Perus e Anhanguera também sofrem os mesmos efeitos e as pessoas que vivem nestes bairros não dispõem dos elementos que proporcionam uma melhor qualidade de vida. Ressalta-se que as áreas em questão também sofrem os mesmos efeitos das demais periferias que se encontram em locais de área de preservação de manancial ou ambiental e pode-se presumir que tais fatores sejam preponderantes para o não direcionamento de recursos inclusivos para estas populações. Finalmente falando sobre a exclusão social temos os bairros periféricos da Zona Leste de São Paulo, onde no mapa representam os distritos de Vila Jacuí, Vila Curuçá, Jardim Helena, Itaim Paulista, Lajeado, Guaianases, Cidade Tiradentes, Iguatemi, São Rafael, Sapopemba e Parque do Carmo. Estas localidades mais ao norte temos uma vasta área nas margens do Rio Tietê onde em ocasiões de fortes chuvas há incidentes ambientais que causam muitos estragos nos bairros citados acima, mais precisamente Vila Jacuí, Itaim Paulista e Vila Curuçá e, portanto mais uma vez percebemos que a ocupação desordenada do espaço urbano e a falta de infraestrutura influenciaram diretamente na exclusão social da localidade. Nos demais bairros também há únicas especificidades que influenciam para uma maior exclusão social como por exemplo em Cidade Tiradentes que é um bairro criado com a finalidade própria de bairro dormitório em sua concepção e está distante do grande centro metropolitano. Sobre as áreas que há um baixo índice de exclusão social destacamos a região da Barra Funda, Consolação, Butantã até Santo Amaro e, como apontamos se trata de uma região central, um núcleo onde há serviços diversos de inclusão social desde os culturais, saúde, melhores salários entre outros aspectos e no meio termo desta área destacamos uma área intermediária entre a alta e a baixa exclusão social que compreende desde a zona norte, uma vasta área desde o Tucuruvi, Santana; zona leste seguido pelas áreas do Belém, Tatuapé, Vila Prudente, Ipiranga e Saúde até o Campo Belo na zona sul. Tais áreas intermediárias são as que apresentam alguns elementos básicos 4
para incluir a população nos segmentos apresentados anteriormente e que por definição, proporcionam alguma melhora na qualidade de vida da população. Segue em anexo o mapa da exclusão social elaborado pelos alunos em sala. Bibliografia DAVIS, Mike. Planeta Favela. 1ª edição revista. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011. 5