HIPERTENSÃO ARTERIAL: ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR NA ATENÇÃO BÁSICA UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1 BRONDANI, Stefania 2 ; CADÓ, Thaís 3 ; GENEHR, Simone 4 ; PEREIRA, Leilane 5 ; PILONETO, Andressa 6 ; SILVA M. Ruth 7; FRIGO F. Letícia 8. 1 Trabalho de revisão bibliográfica Hipertensão arterial, uma revisão bibliográfica 2 Acadêmica, Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria,RS, Brasil. 3 Acadêmica, Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. 4 Orientadora, Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil membro do pró-saúde UNIFRA. 5 Acadêmica, Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 6 Acadêmica, Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 7 Acadêmica, Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 8 Orientadora, Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS. thaíss_cado@hotmail.com RESUMO A hipertensão arterial sistêmica, também conhecida como pressão alta, é conceituada como uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos, que consistem na hipertrofia cardíaca e vascular. O presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica referente à hipertensão arterial, bem como verificar o grupo etário mais propenso para ao desenvolvimento desta patologia, identificar os fatores de risco, apontar as medidas de prevenção no contexto interdisciplinar e da atenção básica. Sendo caracterizado como revisão bibliográfica, realizada com artigos publicados a partir de 2004 publicados em bases indexadas como Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Lilacs, entre outros e em livros referentes à temática abordada. Para busca de informações sobre a temática foram utilizados os seguintes termos: Hipertensão arterial, fatores associados, prevalência, cuidados. Conclui-se que a atenção primária a saúde reflete diretamente na prevenção de doenças como a hipertensão arterial. Palavras chave: Hipertensão arterial, saúde pública, atenção básica. 1.INTRODUÇÃO A hipertensão arterial sistêmica, também conhecida como pressão alta, é conceituada pela V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial como uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos, que consistem na hipertrofia cardíaca e vascular. Ela é considerada uma síndrome de origem multifatorial, sendo
considerado os valores, a partir de 139mmHg para a Pressão Arterial Sistólica (PAS) e 89mmHg para a Pressão Arterial Diastólica (PAD) para indivíduos adultos (V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2007). Trata-se, portanto, de um agravo de etiologia multifatorial que, devido à grande variedade de consequências, constitui a origem de várias doenças cardiovasculares, sendo o principal fator de risco para agravos comuns na saúde coletiva, como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio. Dessa forma, assume um papel fundamental dentro da saúde pública no Brasil e no mundo, trazendo grande impacto econômico, pelo ônus imposto ao sistema de saúde, e social, pelo reflexo na qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. (ALMEIDA et al., 2011). Desde 1978, com a realização da Conferência de Alma-Ata, a Atenção Básica à Saúde tem sido considerada um dos pilares da organização do sistema de saúde. Sendo que o primeiro contato do usuário com este sistema através do nível básico de atenção à saúde tem grande potencial de resolver parte significativa das patologias ali existentes. Para que este nível básico de atenção à saúde seja capaz de oferecer uma atenção integral é fundamental a interação entre provedor e usuário, sob forma de acolhimento do profissional e da equipe de receber, escutar e tratar de forma humanizada os usuários (ARAÚJO et al., 2009). Os sistemas de saúde baseados no fortalecimento da atenção básica estão organizados para atender a maior parte dos problemas de saúde e a enfatizar ações de promoção da saúde e de prevenção. Sua utilização é resultante da interação do comportamento do indivíduo que procura cuidados, do profissional e dos recursos disponibilizados (DILÉLIO et al.,2011). Ainda outro fator importante em todos os níveis de atenção à saúde, é a necessidade do trabalho interdisciplinar, uma vez que é justamente a partir de tal trabalho que se almeja alcançar uma abordagem integral sobre os fenômenos que interferem na saúde da população (CREPALDI et al, 2009). O presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica referente à hipertensão arterial, bem como verificar o grupo etário mais propenso para ao desenvolvimento desta patologia, identificar os fatores de riso, apontar as medidas de prevenção no contexto interdisciplinar e da atenção básica. 2. METODOLOGIA O presente trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica, realizada em artigos publicados a partir de 2004 publicados em bases indexadas como Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Lilacs, entre outros e em livros referentes à temática
abordada. Para busca de informações sobre a temática foram utilizados os seguintes termos: Hipertensão arterial, fatores associados, prevalência, cuidados. 3. REFERÊNCIAL TEÓRICO 3.1 Hipertensão: Prevalência e fatores de risco Estudos realizados com este tema apontam que fatores como idade, sexo e estado nutricional atuam como determinantes para o desenvolvimento da hipertensão arterial, sendo que o risco é maior em indivíduos do sexo masculino, acima dos 40 anos e que encontram-se com excesso de peso (BERTIM et al, 2011; BANDONI, JAIME, SARNO, 2008). Segundo estudo realizado por Bertim et al (2011), concluiu-se que a partir dos quarenta anos de idade verifica-se aumento na prevalência de indivíduos com pressão arterial elevada para ambos os sexos, principalmente entre os considerados com sobrepeso e obesidade. Estudo similar a este encontrou prevalência geral de excesso de peso de aproximadamente 46% (30,0% sexo feminino (F) e 56,0% masculino(m)), prevalência geral de hipertensão arterial de aproximadamente 30% (18,7% F e 38,1% M), e a hipertensão arterial foi diretamente associada à idade em ambos os sexos ( 40 < 50 38,6% F e 65,8% M; 50 54,3% F e 63,7% M) (BANDONI, JAIME, SARNO, 2008). Existem ainda fatores de risco como a idade, sexo, raça/cor e história familiar e fatores de risco ambientais como sedentarismo, sobrepeso/obesidade, bem como consumo de alimentos insalubres (excesso de sal, gordura animal, ingestão diária acima de 100ml de café ou de bebidas que contém cafeína, uso abusivo de álcool), estresse não gerenciado e tabagismo (CAETANO, MOREIRA, SANTOS, 2011). Logo a identificação de fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial é de fundamental importância, uma vez que se tem demonstrado que vários aspectos e lesões atribuídos à hipertensão são, na realidade, concomitantes ou antecedentes a ela (ALMEIDA et al., 2011). 3.2 Prevenção e atenção básica á saúde: A doença pode ser controlada com tratamento não farmacológico que inclui a restrição de alimentos ricos em sódio, lipídios e carboidratos simples; abandono do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas, controle do peso e do estresse, bem como a realização de atividade física e ainda o aumento da ingestão de potássio, controle das dislipidemias, suplementação de cálcio e magnésio e atividade anti estresse (ALMEIDA et al, 2010).
Para que aconteçam essas mudanças na vida dos hipertensos, é imprescindível o envolvimento dos profissionais da saúde, cabendo a todos abordar aspectos de prevenção e de promoção à saúde, prestar informações ao público, implementar programas educativos e avaliá-los periodicamente, visando à melhoria das ações desenvolvidas e à adequação das mesmas às novas realidades, além de desenvolver pesquisas sobre a prevenção e o controle da hipertensão arterial (FENSTERSEIFER, GASPERIN, 2006). Uma das maneiras mais eficientes para estimular a adesão ao tratamento da hipertensão arterial é a Educação em Saúde. Nesse sentido, a abordagem multiprofissional, através dos diversos saberes dos profissionais envolvidos, e a realização de Grupos Educativos têm se mostrado um instrumento de grande valor no controle da doença hipertensiva, por se tratar de uma forma de interação entre profissionais e usuários, fazendo com que estes possam refletir e expor a sua realidade, observar os problemas mais comuns entre eles, trocar experiências e propor mudanças de hábitos (ALMEIDA et al., 2011). A atenção básica tem papel central na rede de serviços no que diz respeito à implementação do cuidado à hipertensão arterial. Pois, as diretrizes clínicas para o cuidado à hipertensão recomendam que ações de prevenção e de promoção de estilos de vida mais saudáveis sejam realizados. Estas estratégias evitam o surgimento da doença e também a detectam precocemente, com isto minimiza-se os danos, incapacidades, riscos e gastos (BRITO et al., 2009). Ainda o processo de interdisciplinariedade, através do compartilhamento de experiências pode acelerar o crescimento profissional de cada um, e ao mesmo tempo é possível prestar assistência de qualidade a clientela hipertensa. Dessa forma, isso repercute positivamente na redução da taxa de morbimortalidade por doenças associadas à hipertensão arterial refletindo na minimização dos custos com assistência (SANTOS, 2004). Dentro da equipe multidisciplinar cada profissional possui um papel importante no atendimento ao paciente. Quando ocorre este trabalho interdisciplinar, a atenção à saúde ocorre de forma eficaz (ALENCAR; FERNANDES, 2010). 4. CONCLUSÃO Logo pode-se concluir que a atenção primária a saúde pertence diretamente na prevenção de doenças como a hipertensão arterial que vem aumentando de forma geral na população. Juntamente a isso a interdisciplinaridade age de forma concomitante nessas ações, lutando pelo combate de doenças, de forma que cada
área acaba influenciando com suas funções ajudando assim na diminuição de prevalências patológicas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR AKB, FERNANDES TG. Asistência de Enfermagem aos Indivíduos com transtornos mentais: uma revisão de literatura por Metassíntese. Sau. & Transf. Soc. v.1, n.1, p.148-153, 2010. ALMEIDA MEF, et al. Fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial entre motoristas caminhoneiros. Cogitare Enferm. v.15, n.4, p.652-8, Out/Dez. 2010. ALMEIDA AB, et al. Significado dos grupos educativos de hipertensão arterial na perspectiva do usuário de uma unidade de atenção primária à saúde. Rev APS. v. 14, n.3, p. 319-326, jul/set. 2011. ARAÚJO EC, et al. Desafios da Atenção Básica em Saúde: a experiência de Vila Mariana, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2009 jun; v.25, n. 6, p.1316-1324, jun. 2009. BANDONI DH, JAIME PC, SARNO F. Excesso de peso e hipertensão arterial em trabalhadores de empresas beneficiadas pelo Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Rev. Bras. Epidem. v.11, n.3, p.453-462, 2008. BERTIM RL, et al. Associação do estado nutricional com hipertensão arterial de adultos. Rev. Motriz. v.17, n.3, p.424-430, 2011. BRITO C, et al. Utilização de diretrizes clínicas e resultados na atenção básica à hipertensão arterial. Cad. Saúde Pública. v. 25, n. 9, p.2001-2011, set. 2009. CAETANO JA, MOREIRA FGA, SANTOS ZMSA. Atuação dos pais na prevenção da hipertensão arterial uma tecnologia educativa em saúde. Rev. Ciência & Saúde Coletiva. v.16, n.11, p.4385-4394, 2011. CREPALDI MA, et al. Desafios para a ação interdisciplinar na atenção básica: implicações relativas à composição das equipes de saúde da família. Rev. Ciência & Saúde Coletiva. v.14, n.1, p.1463-1472, 2009.
DILÉLIO AS, et al. Características da utilização de serviços de Atenção Básica à Saúde nas regiões Sul e Nordeste do Brasil: diferenças por modelo de atenção. Rev. Ciência & Saúde Coletiva. v.16, n.11, p.4395-4404, 2011. FENSTERSEIFER LM, GASPERIN D. As modificações do estilo de vida para hipertensos. Rev. Gaúcha Enferm. v.27, n.3, p.372-378, set. 2006. SANTOS ZMSA. Atendimento multiprofissional e interdisciplinar à clientela hipertensa relato de experiência. Rev. Bras. Prom. da Saúde. v.17, n.001, p.86-91, 2004. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. 2007; 89(3): e-24-e-79.