Agente Físico Vibração

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Transcrição:

Agente Físico Vibração Professor Autor: Alexandre da Silva 1. Objetivos da Disciplina O objetivo principal dessa disciplina é conhecer o que é o agente físico Vibração, quais os danos que esse agente pode causar ao trabalhador, como ele deve ser avaliado, quais os documentos e programas de prevenção esse agente deve ser referenciado e quais são as medidas de controle que devem ser adotadas. A exposição ocupacional à vibração não é tão estudada quanto os outros agentes, todavia, sua ocorrência nos locais de trabalho é bastante frequente. Os efeitos desse agente na saúde humana são consideráveis, sendo necessários, portanto, avaliação e controle. Desse modo, nessa apostila, será abordado o fator de risco vibração, sua avaliação e seus respectivos controles. A Convenção n 158 da OIT ratificada pelo Brasil e promulgada por meio do Decreto 93413 de 15/10/86 determina que a legislação nacional deva dispor sobre a adoção de medidas no local de trabalho para prevenir e limitar os riscos profissionais à vibração e, para proteger os trabalhadores contra tais riscos. O Ministério do Trabalho e Emprego - MTE nas NR-15 e NR-09 tratam desse fator de risco, além das Normas de Higiene Ocupacional NHO 09 E 10 da FUNDACENTRO. Veremos que atualmente, estamos muito bem norteados para a avaliação ocupacional à vibração, qoe que não acontecia até agosto de 2014, quando o anexo 8 da NR-15, determinava que a avaliação da exposição ocupacional de vibração deverá ser feita com base nas normas ISO 2631:1997 Vibração de Corpo Inteiro e 5349 Vibração Transmitida a Mão, e suas substitutas. Considerando que essas normas não estabelecem limites certos e determinados, os profissionais da área encontravam muita dificuldade no procedimento de avaliação e interpretação correta da caracterização do risco de exposição ocupacional a esse agente. Assim, quanto foi esbabelecida essa regra, o MTE e nem a FUNDACENTRO se preocuparam alguma orientação baseada nas normas da ISO, a ser disponibilizada para os profissionas de saúde e segurança no trabalho. No ano de 2013 a FUNDACENTRO editou a NHO 09 Avaliação ocupacional a vibrações de corpo inteiro e NHO 10 Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços. Desse modo, essa omissão do poder público competente em normalizar de forma clara a matéria torna a avaliação ocupacional da vibração começou a ser resolvida. Com isso, o PPRA e PCMSO das empresas começaram a não mais omitirem o agente físico vibração. Isso trouxe reflexo também para as ações trabalhistas de insalubridade, bem como nos processos administrativos de aposentadoria especial, pois antes essa caracterização era prejudicada, sendo que hoje está com limites de tolerância perfeitamente estabelecidos. PUC Minas Virtual 1

Antes de 2014, quando ainda era previsto apenas as normas da ISO para a avaliação ocupacional da vibração, o higienista IRLON CUNHA emitiu a seguinte opinião: a ausência de quaisquer abordagens em relação à exposição dos trabalhadores à vibração, conforme verificado junto às empresas avaliadas e seus respectivos PPRAs, indica a necessidade de intervenção por parte dos diversos fatores que atuam no âmbito dessas empresas de forma a dar visibilidade ao agente e promover à sua prevenção e controle. Do ponto de vista legal, o agente deveria ser abordado nos PPRAs. A sua ausência resulta em falha grave no processo de reconhecimento do risco 1. Com tudo isso, o maior prejudicado é o trabalhador, vez que dificilmente consiguia conseguir o benefício de aposentadoria especial e adicional de insalubridade por esse agente e, mais grave ainda, a falta de regulamentação adequada, resulta em omissão e ausência de ações preventivas da exposição ao agente vibração nos PPRAs e PCMSOs. Atualmente, estamos com todos os limites definidos no anexo 8 da NR 15, além de metodologias e critérios previstos nas NHOs 09 e 10 da FUNDACENTRO, além de diretrizes sobre o controle da vibração ocupacinal previsto no anexo 1 da NR 9 PPRA. 2. Introdução A vibração está presente já nos primeiros tempos da História da Humanidade. Instrumentos rudimentares, como apitos e tambores, têm no seu princípio de funcionamento um problema vibratório como essência. Estes instrumentos tiveram muita importância entre os povos primitivos como meios de comunicação. Mais tarde, instrumentos musicais (percussão, cordas, metais, etc.) foram concebidos aproveitando movimentos vibratórios, geradores de ondas sonoras. A maioria das atividades humanas envolve alguma forma de vibração. Ouve-se porque o tímpano vibra, vê-se porque ondas luminosas se propagam. A respiração está associada à vibração dos pulmões, os batimentos cardíacos são movimentos vibratórios do coração, a fala se fundamenta na vibração das cordas vocais e os movimentos humanos envolvem oscilações de braços e pernas. Em muitos outros campos da atividade humana, fenômenos apresentam variáveis cujo comportamento é oscilatório (economia, biologia, química, física, etc.). No campo tecnológico, as aplicações de vibrações na engenharia são de grande importância nos tempos atuais. Projetos de máquinas, fundações, estruturas, motores, turbinas, sistemas de controle e outros, exigem que questões relacionadas a vibrações sejam levadas em conta. A vibração pode ser utilizada com proveito em várias aplicações industriais, testes de materiais, processos de usinagem e soldagem. Nas aplicações industriais destacam-se as esteiras transportadoras, as peneiras, os compactadores, os misturadores, as máquinas de lavar, que utilizam a vibração em seu princípio PUC Minas Virtual 2

de funcionamento. A Figura abaixo mostra uma gama de situações onde a presença da vibração é um fato. Em muitos sistemas de engenharia, o ser humano atua como parte integrante do mesmo. A transmissão de vibração para o ser humano resulta em desconforto e perda de eficiência, podendo constituir um risco em potencial para os trabalhadores, uma vez que as vibrações podem desencadear perturbações neurológicas ou musculares, vasculares e lesões ósteo-articulares, no caso das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço e patologias na região lombar e lesões da coluna vertebral, para o caso das vibrações transmitidas a todo o organismo. 3. Conceitos Básicos No passado, até poucos anos atrás, a avaliação do agente físico vibração no corpo humano era muito pouco realizada, devido a vários fatores, principalmente a falta de equipamentos adequados para avaliação e a falta de normas e informações sobre este agente no Brasil. É certo que, Nesses ambientes, quando era reconhecido o agente vibração, o ruído também já estava presente, e sendo o mesmo avaliado, pois já possui sua avaliação bastante sedimentada entre os profissionais de saúde e seguranção no trabalho, era suprimida a vibração, em se tratando de insalubridade. Com várias mudanças recentes, a necessidade de avaliação da vibração vem aumentando, pois caso haja um laudo com embasamento técnico, baseado na legislação e normas disponiveis, pode-se afirmar se esses valores encontrados são ou não prejudiciais à saúde, podendo inclusive propor as medidas de controle adequados. PUC Minas Virtual 3

Como não havia medição da vibração, não houve acompanhamento dos trabalhadores, que passaram a apresentar doenças sem saber da origem dessas. Como exemplo, podemos citar os operadores de empilhadeiras, que apresentavam problemas de coluna, sendo desviados para outras funções, sem receber nenhum benefício, pois não se estabelecia nexo causal com a atividade exercida. Recentemente, através das Instruções Normativas 99 e 100 de 2004, a Previdência Social, vem exigindo das empresas Laudos Ambientais das condições de trabalho nas atividades onde pode ocorrer exposições à vibrações. 3.1. Classificação das Vibrações a) Vibração de Corpo Inteiro: São vibrações transmitidas ao corpo com o inidíduo sentado (reclinado ou não), em pé ou deitado. Normalmente ocorrem em trabalho com máquinas pesadas, como por exemplo: Tratores; Caminhões; Ônibus; Aeronaves; Máquinas de terraplanagem; Grandes compressores; Máquinas industriais em geral. b) Vibração Localizada ou Vibração de Mão e Braço: São Vibrações que atingem certas regiões do corpo, principalmente as mãos, braços e ombros. Normalmente ocorrem em operações com ferramentas manuais vibratórias, como por exemplo: Marteletes; Britadores; Rebitadeiras; Compactadores; Politrizes; Motosserras; Lixadeiras; Furadeiras. PUC Minas Virtual 4

3.2. Efeitos da vibração no homem Os efeitos da vibração no homem, dependem, entre outros aspectos, das frequências que compõe a vibração e são transmitidas ao corpo humano. As chamadas Baixas Frequência são as mais prejudiciais, sendo consideradas de 1 Hz até AS BAIXAS FREQUÊNCIAS SÃO AS MAIS PREJUDICIAIS DE 1 ATÉ 80-100 HZ. Nessas faixas de frequência, ocorre À ressonância das partes do corpo humano, que pode ser considerado um sistema mecânico complexo. Acima da frequência de 100 Hz, normalmente às partes do corpo humano absorvem à vibração, não ocorrendo a ressonância. 3.3. Aceleração Os valores da avaliação ocupacional à vibração normalmente são expresso em m/s², sendo essa a aceleração ponderada em frequência equivalente. A análise da exposição à vibração está baseada na exposição diária a esse agente. Segundo a norma ISO 2631-1:1997, quando a exposição à vibração ocorrer em diferentes acelerações e duração variável, deve-se calcular a aceleração equivalente correspondente a duração total, de acordo com a seguinte fórmula: O valor de Aeq é fornecido pelo instrumento durante o tempo de duração da medição. Assim, por exemplo, em uma medição de um caminhão durante uma hora, o medidor fornecerá o valor de Aeq durante esse PUC Minas Virtual 5

tempo. Com esse valor deve-se calcular a exposição diária A(8) ou aren, expressa como aceleração equivalente para jornada de 8 horas. Portanto, se a exposição à vibração durante a jornada de trabalho for diferente de 8 horas, o valor do aren é que deverá ser comparado com os limites de tolerância. 3.4. Interpretação Então, antes de agosto de 2014, considerando a ausência de limite legal para a exposição à vibração na legislação brasileira, concluia-se que a interpretação mais razoável era a adoção do valor de 0,86 m/s² como referência para fins de caracterização de insalubridade, pois a aceleração aren superior a esse valor acarreta riscos prováveis, de acordo com a norma ISO 2631. Vale destacar que a Diretiva 2002/44/CE, de 25 de junho de 2002, recomenda o limite de exposição ocupacional para 8 horas igual a 1,15 m/s², todavia, como explicado anteriromente, a NR 15 não autorizava a aplicação dessa norma. Por outro lado, a utilização dos valores das acelerações compreendidas na zona de precaução (0,43 a 0,86 m/s²) contraria o conceito legal de insalubridade estabelecido no Artigo 189 da CLT, combinado com a regulamentação da NR 15 (subitens 15.1 e 15.1.5), tendo em vista que essas normas jurídicas determinam que a insalubridade é resultante da exposição a agente nocivo à saúde acima do limite de tolerância. Ora, limite de tolerância, de acordo com o subitem 15.1.5 da NR 15, é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral. Logo, não se podia considerar que a exposição a acelerações situadas na zona de precaução era nociva ou passível de causar dano à saúde do trabalhador, vez que a própria ISO 2631 determina que a exposição nessa zona enseja mera cautela em relação aos riscos potenciais. A zona de precaução, do ponto de vista legal, pode ser equiparada ao nível de ação definido na NR 9, o qual não se confunde com o limite de exposição ocupacional. E foi com grande satisfação e alívio que em 13 de agosto de 2014, o anexo 8 da NR 15 ganhou nova redação, com a publlicação pelo MTE da Portaria nº 1.297, que definiu claramente quais são os limites de exposições que devem ser obedecidos, para que a atividade com exposição à vibração não seja caracterizada como uma atividade insalubre, ou seja, prejudicial ao trabalhador. PUC Minas Virtual 6

4. A Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO Em 2013, a Fundacentro publicou duas novas Normas de Higiene Ocupacional (NHO). A NHO-9 dispõe sobre a Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração de Corpo Inteiro e a NHO-10, identificada como NHO VIB/VMB, refere-se à Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração em Mãos e Braços. Ambas são de autoria dos higienistas ocupacionais certificados Irlon de Ângelo da Cunha e Eduardo Giampaoli. Segundo o pesquisador Walter Pedreira Filho, que foi o responsável pela coordenação de Higiene do Trabalho da Fundacentro no período de elaboração das normas, os procedimentos técnicos ora publicados poderão efetivamente contribuir como ferramenta na identificação e na quantificação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro e de mãos e braços, com o intuito de colaborar no controle da exposição e na prevenção de doenças ocupacionais. Esse agente físico atinge motoristas e operadores de empilhadeiras, de equipamentos de mineração e florestal, além dos que trabalham com ferramentas manuais vibratórias. No mês de janeiro, a Fundacentro publicou duas normas de higiene ocupacional atualizadas em seu portal. A NHO 09 apresenta procedimento técnico para a avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro. Já a NHO 10 estabelece critérios para avaliar a exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços. Em ambas, o foco é a prevenção e o controle dos riscos, trazendo uma abordagem preliminar do risco de caráter qualitativo e a medição quantitativa quando necessária. As vibrações de corpo inteiro são geradas por máquinas, veículos e equipamentos. Motoristas de ônibus e caminhões, operadores de empilhadeiras presentes em diversos setores, operadores de equipamentos da área florestal e da mineração estão entre os expostos. A NHO 09 estabelece o valor de nível de ação, que mostra quando medidas preventivas devem ser tomadas. É preciso monitorar periodicamente a exposição, informar e orientar os trabalhadores, além de implementar controle médico com foco no agente. Adotar velocidades adequadas no uso de veículos; evitar, dentro do possível, superfícies irregulares; e ajustar o assento do veículo em relação ao posicionamento e ao peso do usuário são outras ações necessárias. Quando se ultrapassa o valor do nível de ação, as vibrações de corpo inteiro podem causar problemas de saúde, principalmente os relacionados à coluna vertebral, como as lombalgias. A ocorrência do adoecimento depende das condições dos equipamentos e veículos, da pavimentação, do modo de operação e das susceptibilidades individuais. Já as vibrações de mãos e braços são responsáveis pela ocorrência da Síndrome da Vibração em Mãos e Braços - SVMB, que se refere a um conjunto de sintomas de ordem vascular, neurológica, osteoarticular e muscular. Esse agente está presente em atividades que utilizam ferramentas manuais vibratórias. É o caso de ferramentas manuais motorizadas para limpeza e acabamento de peças, furação, rebarbação, corte e polimento utilizadas na metalurgia, mecânica, atividades florestais, eletroeletrônica, mineração e construção civil. São lixadeiras, politrizes, rebitadeiras, parafusadeiras, marteletes, motosserras, britadores, compactadores e serras. PUC Minas Virtual 7

A NHO 10 mostra a necessidade de se orientar os trabalhadores sobre cuidados e procedimentos recomendáveis para redução da exposição. Deve-se, por exemplo, utilizar o mínimo de força de preensão na sustentação e no deslocamento da ferramenta. Também é importante que o operador procure ajuda médica sempre que sentir nas mãos, de forma contínua, formigamentos, dormências intensas ou dor. As Normas de Higiene Ocupacional (NHO) são uma continuação da série de normas técnicas denominadas anteriormente de Normas de Higiene do Trabalho (NHT), iniciada na década de 1980. Na época, a vibração não foi retratada. A abordagem atual desse agente alia a experiência acumulada por técnicos da Fundacentro a conceitos utilizados internacionalmente. "Essas normas não têm caráter legal, exceto quando citadas em lei. São orientativas e ajudam os profissionais na avaliação e prevenção de riscos", explica o tecnologista sênior da Fundacentro, Irlon de Ângelo da Cunha. Ele, que é engenheiro de segurança, escreveu as normas com o físico e tecnologista Eduardo Giampaoli. 4.1. NHO 09 Avaliação Ocupacional a Vibração de Corpo Inteiro Essa NHO tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro (VCI) que implique possibilidade de ocorrência de problemas diversos à saúde do trabalhador, entre os quais aqueles relacionados à coluna vertebral. Aplica-se à exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro, em quaisquer situações de trabalho em que a vibração seja transmitida ao corpo, tanto na posição em pé, quanto na sentada. Não é intenção nessa apostila copiar todos os dizeres desta norma, haja visto que a mesma está muito bem escrita, mas apenas alguns tópicos serão destacados: Aceleração média resultante (amr): corresponde à raiz quadrada da soma dos quadrados das acelerações médias, medidas segundo os três eixos ortogonais x, y e z, definida pela expressão que segue: Sendo: amj = aceleração média; fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado (f = 1,4 para os eixos x e y e f = 1,0 para o eixo z ); Esses valores são obtidos diretamente em uma apareclho digital de medição de vibração PUC Minas Virtual 8

Aceleração resultante de exposição normalizada (aren): correspondeà aceleração resultante de exposição (are) convertida para uma jornada diária padrão de 8 horas, determinada pela seguinte expressão: Sendo: are = aceleração resultante de exposição; T = tempo de duração da jornada diária de trabalho expresso emhoras ou minutos; T0 = 8 horas ou 480 minutos. Para fins desta norma, o parâmetro tempo pode ser expresso em horas, minutos ou segundos em função da conveniência de cálculo, desde que seja mantida a coerência na análise dimensional. Valor da dose de vibração resultante (VDVR): corresponde ao valor da dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária, considerando a resultante dos três eixos de medição, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: Sendo: VDVexpj = valor da dose de vibração da exposição, representativo da exposição ocupacional diária no eixo j, sendo j igual a x, y ou z. Esses são os principais parâmetros que devem ser observados na NHO 09. Existem vários outros fatores a serem esplorados nessa norma, cabendo ao aluno a leitura completa da mesma para a sedimentação dos conhecimentos, além dos estudos dos slides da aula de vibração. 4.2. NHO 10 Avaliação Ocupacional a Vibração em Mãos e Braços Esta NHO tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços que implique risco à saúde do trabalhador, entre os quais a ocorrência da síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB). PUC Minas Virtual 9

Aplica-se à exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços em quaisquer situações de trabalho. Aqui também alguns fatores devem ser observados, como segue: Aceleração média resultante (amr) : corresponde à raiz quadrada da soma dos quadrados das acelerações médias, medidas segundo os três eixos ortogonais x, y e z, definida pela expressão que segue: Sendo: amj = aceleração média; fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado (f = 1,0 para os três eixos); Aceleração resultante de exposição (are): corresponde à aceleração média resultante representativa da exposição ocupacional diária, considerando os três eixos ortogonais e as diversas componentes de exposição identificadas, definida pela expressão que segue: Sendo: arepi = aceleração resultante de exposição parcial; ni = número de repetições da componente de exposição i ao longo da jornada de trabalho; Ti = tempo3 de duração da componente de exposição i ; m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária; T = tempo de duração da jornada diária de trabalho. Aceleração resultante de exposição normalizada (aren): corresponde à aceleração resultante de exposição (are) convertida para uma jornada diária padrão de 8 horas, determinada pela seguinte expressão: PUC Minas Virtual 10

Sendo: are = aceleração resultante de exposição; T = tempo de duração da jornada diária de trabalho, expresso em horas ou minutos; T0 = 8 horas ou 480 minutos. Da mesma form que a NHO 09, esses são os principais parâmetros que devem ser observados na NHO 10. Existem vários outros fatores a serem esplorados nessa norma, cabendo ao aluno a leitura completa da mesma para a sedimentação dos conhecimentos, além dos estudos dos slides da aula de vibração. 5. História da Caracterização da Insalubridade Até agosto de 2014, antes da publicação pelo MTE da Portaria nº 1.297, A caracterização da possível insalubridade por exposição à vibração de corpo inteiro gerava muita controvérsia, especialmente quanto ao limite de tolerância adotado. Até 1983, a perícia de insalubridade por exposição à vibração era realizada pelo método qualitativo, já que a NR 15 não estabelecia limites de tolerância para esse agente. Em 6 de junho de 1983, a Portaria 12 do MTE deu nova redação ao Anexo 8 da Norma, determinando a avaliação quantitativa para fins de caracterização da insalubridade por vibração. Por sua vez, a norma ISO 5349 estabelece critério de avaliação de vibração de mão e braço ou localizada e a norma ISO 2631 trata da avaliação de corpo inteiro. Portanto, a caracterização da possível insalubridade por exposição ocupacional de vibração de corpo inteiro deve ser feita pelo método quantitativo, com base na norma ISO 2631 e suas alterações em 1997 e 2010. Considerando que a NR 15, anexo 8, remetia expressamente à aplicação da referida norma para fins de avaliação da possível insalubridade, apresenta-se a seguir uma sugestão de interpretação da Norma combinada com as outras regras pertinentes, a fim de determinar o valor de referência da aceleração a ser adotado em perícias de insalubridade. 5.1. ISO 2631 Vibração de Corpo Inteiro (VCI) A norma ISO 2631-1:1997, com alterações em 2010, não define limite de tolerância para a exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro. Em seu anexo B, a norma fornece um guia com as zonas de precaução dos efeitos da vibração sobre a saúde em função da aceleração ponderada nas frequências e da duração da exposição, conforme a Figura abaixo, Guia das zonas de precaução, que deve ser interpretada da seguinte forma: PUC Minas Virtual 11

Abaixo da zona de precaução: os efeitos à saúde não tem sido claramente documentados; Dentro da zona de precaução: devese ter cautela em relação aos riscos potenciais à saúde; Acima dessa zona de precaução: os riscos à saúde são prováveis. Em termos numéricos, a alteração da norma ISO 2631 em 2010 definiu os valores que delimitam a zona de precaução, nas linhas tracejadas representadas pela equação explicada a seguir. Os valores definidos para 24 horas de exposição são 0,25m/s² e 0,5m/s². Com esses dados fornecidos pela norma, pode-se obter o valor exato das acelerações que delimitam a zona de precaução na equação para oito horas de exposição. De acordo com a norma ISO 2631-1:1997, a equação é expressa da seguinte forma: Considerando o valor da aceleração de 0,25m/s² e duração de 24 horas, o valor da aceleração para 8 horas é igual a: Para o valor de aceleração de 0,5m/s2 e duração de 24 horas, aplica-se a mesma equaçãoe obtém-se o seguinte valor para aren: Logo, para 8 horas de exposição, a zona de precaução está contida entre os valores de aceleração de 0,43 e 0,86m/s2. Por conseguinte, o valor de aceleração ponderada aren acima de 0,43 m/s² demanda cautela (precaução) em relação a possíveis riscos à saúde, enquanto o valor acima de 0,86 m/s² significa que os riscos à saúde são prováveis. PUC Minas Virtual 12

5.2. Limites de Exposição para VCI até Agosto de 2014 A NR 15, anexo 8, determinava expressamente que a insalubridade será caracterizada com base nos critérios estabelecidos pela norma ISO 2631 e suas substitutas. Vale lembrar que apenas as normas expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, como é o caso da NR 15, são competentes para estabelecer os critérios que serão usados nas perícias judiciais de insalubridade (Súmula 460 do STF). Súmula 460 Para efeito do Adicional de Insallubridade, a perícia judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadamento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e da Previdência Social. A NR 15 remetia o critério de caracterização da insalubridade por vibração à norma ISO 2631, sendo que esta não define limite tolerância para a exposição a esse agente. Entretanto, a norma ISO 2631, em seu anexo B, fornece um guia de precaução dos efeitos da vibração sobre a saúde, conforme a equação da referida norma e alterações de 2010. Esse guia, como visto, estabelece que a exposição à aceleração ponderada entre 0,43 a 0,86 m/s², demandando precaução (cuidado) em relação ao risco potencial à saúde. A exposição superior a 0,86 m/s², por sua vez, significa que os riscos à saúde são prováveis. Assim, para fins de caracterização da insalubridade, era adotado pela maioria dos profissionais o valor de 0,86 m/s² como referência, tendo em vista os seguintes fundamentos: a) De início, é importante destacar o conceito legal de insalubridade na época. Segundo o Artigo 189 da CLT, insalubridade é a exposição a um agente agressivo nocivo à saúde do trabalhador acima do limite de tolerância. A NR 15, ao regulamentar a matéria, define limite de tolerância como a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral (subitem 15.1.5 da NR 15). De acordo com o guia dos efeitos sobre a saúde da norma ISO 2631-1:1997, na exposição à aceleração de vibração entre 0,43 a 0,86 m/s² é preciso ter precaução (cuidado) em relação ao risco potencial. Ou seja, nesse intervalo a norma não reconhece que a exposição seja nociva à saúde ou passível de causar dano à saúde do trabalhador. Aliás, nem mesmo na exposição ocupacional superior a 0,86 m/s² a norma ISO reconhece a existência de risco, mencionando apenas a probabilidade de risco. Apesar disso, esse valor deve ser tomado como referência para a caracterização da insalubridade por força do princípio fundamental do Direito do Trabalho que determina a prevalência da norma mais favorável ao empregado. b) O item 7.2.2 da ISO 2631-1:1997 (alteração em 2010) sugere que os resultados das medições sejam comparados com o limite de tolerância estabelecido pela Diretiva Europeia 2002/44/CE, que é de 1,15 m/s² para a exposição ocupacional à vibração em uma jornada de 8 horas. Contudo, a norma ISO apenas menciona o limite da comunidade européia a título de exemplo, não determinando efetivamente a sua aplicação. É importante destacar também que a Diretiva 2002/44/CE, de 25 de junho de 2002, considera como nível de ação a exposição superior a 0,50 m/s². PUC Minas Virtual 13

No entanto, não se deve confundir nível de ação com limite de tolerância. Conforme definição legal, nível de ação é o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição (subitem 9.3.6.1 da NR-9). A NR 9 determina ainda que deverão ser adotadas medidas de controle quando os resultados das medições excederem os limites de exposição (NR 9, subitem 9.3.5.1). Portanto, não era possível sustentar o valor de 0,50 m/s² como nível de ação para a exposição ocupacional à vibração. Ademais, a própria norma ISO 2631 considera que a exposição ocupacional de 0,50 m/s² enseja apenas precaução em relação ao risco potencial à saúde. c) Outro critério técnico a ser destacado é o recomendado pela ACGIH (American Conference of Industrial Hygienists), cujos limites de tolerância para vibração de corpo inteiro tomam como base a norma ISO 2631 de 1985. Essa norma recomenda o tempo máximo de exposição de vibração em cada frequência. No entanto, a norma ISO 2631 foi alterada em 1997 e 2010. Não bastasse todo o expendido, o principal óbice para a adoção dos critérios estabelecidos pela Comunidade Europeia e pela ACGIH, como já mencionado, era o fato de a NR 15, em seu anexo 8, determinar expressamente que a perícia para comprovação da insalubridade por exposição à vibração deve tomar como base as normas da ISO. Desse modo, a adoção dos limites da Comunidade Europeia e da ACGIH para fins de caracterização da possível insalubridade em pericias judiciais ou extrajudiciais era equivocada, pois carecia de amparo legal. 5.3. Limites de Exposição para VCI após Agosto de 2014 Em 13 de agosto de 2014, foi publicada pelo MTE a Portaria nº 1.297, que trouxe uma nova redação para o anexo 8 da NR 15, conforme abaixo: 1. Objetivos 1.1 Estabelecer critérios para caracterização da condição de trabalho insalubre decorrente da exposição às Vibrações de Mãos e Braços (VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI). 1.2 Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB são os estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO. 2. Caracterização e classificação da insalubridade 2.1 Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocupacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. 2.2 Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites de exposição ocupacional diária a VCI: PUC Minas Virtual 14

a) valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2; b) valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75. 2.2.1 Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve comprovar a avaliação dos dois parâmetros acima descritos. 2.3 As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de exposição ocupacional são caracterizadas como insalubres em grau médio. 2.4 A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções. 2.5 A caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico que contemple, no mínimo, os seguintes itens: a) Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos; b) Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada de acordo com o item 3 do Anexo 1 da NR-9 do MTE; c) Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da exposição e representatividade da amostragem; d) Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de calibração; e) Dados obtidos e respectiva interpretação; f) Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação; g) Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente existentes e indicação das necessárias, bem como a comprovação de sua eficácia; h) Conclusão Então, a partir da publicação dessa portaria, os limites foram muito bem defidos, sendo os mesmos valores praticados em alguns países da Europa, cabendo ao profissional usar esses limites para a avaliação ocupacional tanto de vibração de mão e braço como de corpo inteiro. PUC Minas Virtual 15

6. O Anexo 1 da NR 9 PPRA A Portaria 1,297, publicada em 13 de agosto de 2014, além de fornecer uma redação para o anexo 8 da NR 15, definindo os limites de tolerância para a caracterização da insalubridade, inseriu o anexo 1 na NR 9 PPRA, com o objetivo de definir critérios para a prevenção de doenças e distúrbios oriundos da exposição ocupacional à vibração, localizada e de corpo inteiro, focando na prevenção no âmbito do Programa de Proteção de Riscos Ambientais: 1. Objetivos 1.1 Definir critérios para prevenção de doenças e distúrbios decorrentes da exposição ocupacional às Vibrações em Mãos e Braços - VMB e às Vibrações de Corpo Inteiro - VCI, no âmbito do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 2. Disposições Gerais 2.1 Os empregadores devem adotar medidas de prevenção e controle da exposição às vibrações mecânicas que possam afetar a segurança e a saúde dos trabalhadores, eliminando o risco ou, onde comprovadamente não houver tecnologia disponível, reduzindo-o aos menores níveis possíveis. 2.1.1 No processo de eliminação ou redução dos riscos relacionados à exposição às vibrações mecânicas devem ser considerados, entre outros fatores, os esforços físicos e aspectos posturais. 2.2 O empregador deve comprovar, no âmbito das ações de manutenção preventiva e corretiva de veículos, máquinas, equipamentos e ferramentas, a adoção de medidas efetivas que visem o controle e a redução da exposição a vibrações. 2.3 As ferramentas manuais vibratórias que produzam acelerações superiores a 2,5 m/s2 nas mãos dos operadores devem informar junto às suas especificações técnicas a vibração emitida pelas mesmas, indicando as normas de ensaio que foram utilizadas para a medição. 3. Avaliação Preliminar da Exposição 3.1 Deve ser realizada avaliação preliminar da exposição às VMB e VCI, no contexto do reconhecimento e da avaliação dos riscos, considerando-se também os seguintes aspectos: a) ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição; b) características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos de trabalho; c) informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados por ferramentas, veículos, máquinas ou equipamentos envolvidos na exposição, quando disponíveis; d) condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equipamentos e ferramentas, incluindo componentes ou dispositivos de isolamento e amortecimento que interfiram na exposição de operadores ou condutores; e) características da superfície de circulação, cargas transportadas e velocidades de operação, no caso de VCI; PUC Minas Virtual 16

f) estimativa de tempo efetivo de exposição diária; g) constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento dos efeitos decorrentes da exposição; h) esforços físicos e aspectos posturais; i) dados de exposição ocupacional existentes; j) informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores expostos. 3.2 Os resultados da avaliação preliminar devem subsidiar a adoção de medidas preventivas e corretivas, sem prejuízo de outras medidas previstas nas demais NR. 3.3 Se a avaliação preliminar não for suficiente para permitir a tomada de decisão quanto à necessidade de implantação de medidas preventivas e corretivas, deve-se proceder à avaliação quantitativa. 4. Avaliação Quantitativa da Exposição 4.1 A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções. 4.1.1 Os procedimentos de avaliação quantitativa para VCI e VMB, a serem adotados no âmbito deste anexo, são aqueles estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional publicadas pela FUNDACENTRO. 4.2 Avaliação quantitativa da exposição dos trabalhadores às VMB 4.2.1 A avaliação da exposição ocupacional à vibração em mãos e braços deve ser feita utilizando-se sistemas de medição que permitam a obtenção da aceleração resultante de exposição normalizada (aren), parâmetro representativo da exposição diária do trabalhador. 4.2.2 O nível de ação para a avaliação da exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços corresponde a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 2,5 m/s2. 4.2.3 O limite de exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços corresponde a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. 4.2.4 As situações de exposição ocupacional superior ao nível de ação, independentemente do uso de equipamentos de proteção individual, implicam obrigatória adoção de medidas de caráter preventivo, sem prejuízo do disposto no item 9.3.5.1 da NR9. 4.2.5 As situações de exposição ocupacional superior ao limite de exposição, independentemente do uso de equipamentos de proteção individual, implicam obrigatória adoção de medidas de caráter corretivo, sem prejuízo do disposto no item 9.3.5.1 da NR9. 4.3 Avaliação quantitativa da exposição dos trabalhadores às VCI PUC Minas Virtual 17

4.3.1 A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deve ser feita utilizando-se sistemas de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do valor da dose de vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador. 4.3.2 O nível de ação para a avaliação da exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 0,5m/s2, ou ao valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 9,1m/s1,75. 4.3.3 O limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde ao: a) valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2; ou b) valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75. 4.3.3.1 Para fins de caracterização da exposição, o empregador deve comprovar a avaliação dos dois parâmetros acima descritos. 4.3.4 As situações de exposição ocupacional superiores ao nível de ação implicam obrigatória adoção de medidas de caráter preventivo, sem prejuízo do disposto no item 9.3.5.1 da NR9. 4.3.5 As situações de exposição ocupacional superiores ao limite de exposição ocupacional implicam obrigatória adoção de medidas de caráter corretivo, sem prejuízo do disposto no item 9.3.5.1 da NR9. 5. Medidas Preventivas e Corretivas 5.1 As medidas preventivas devem contemplar: a) Avaliação periódica da exposição; b) Orientação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposição à vibração e à utilização adequada dos equipamentos de trabalho, bem como quanto ao direito de comunicar aos seus superiores sobre níveis anormais de vibração observados durante suas atividades; c) Vigilância da saúde dos trabalhadores focada nos efeitos da exposição à vibração; d) Adoção de procedimentos e métodos de trabalho alternativos que permitam reduzir a exposição a vibrações mecânicas. 5.1.1 As medidas de caráter preventivo descritas neste item não excluem outras medidas que possam ser consideradas necessárias ou recomendáveis em função das particularidades de cada condição de trabalho. 5.2 As medidas corretivas devem contemplar, no mínimo, uma das medidas abaixo, obedecida a hierarquia prevista na NR9: a) No caso de exposição às VMB, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver: a substituição de ferramentas e acessórios; a reformulação ou a reorganização de bancadas e postos de trabalho; a alteração das rotinas ou dos procedimentos de trabalho; a adequação do tipo de ferramenta, do acessório utilizado e das velocidades operacionais; PUC Minas Virtual 18

b) No caso de exposição às VCI, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver: o reprojeto de plataformas de trabalho; a reformulação, a reorganização ou a alteração das rotinas ou dos procedimentos e organização do trabalho; a adequação de veículos utilizados, especialmente pela adoção de assentos antivibratórios; a melhoria das condições e das características dos pisos e pavimentos utilizados para circulação das máquinas e dos veículos; c) Redução do tempo e da intensidade de exposição diária à vibração; d) Alternância de atividades ou operações que gerem exposições a níveis mais elevados de vibração com outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis. 5.2.1 As medidas de caráter corretivo mencionadas não excluem outras medidas que possam ser consideradas necessárias ou recomendáveis em função das particularidades de cada condição de trabalho. O interessante que a vibração, anteriormente não tinha muitos parãmetros para sua avaliação, sendo que atualmente, é o único agente que possui um anexo ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, com todas as diretrizes para a sua prevenção e controle. 7. Medidas de Controle A questão das medidas de controle em relação a exposição ocupacinal À vibração é extremamente delicada, pois requerem um estudo de engenharia extremamente restrito, sendo que as medidas de controle deverão ser adotadas sempre que for verificado risco potencial e/ou evidente à saúde. Tais medidas deverão, de preferência, ser de proteção coletiva e terão caráter construtivo, operacional, organizacional e a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI). As medidas de caráter construtivo têm a ver com o projeto de máquinas, equipamentos e veículos, tal que os níveis de vibração gerados sejam baixos, estabelecendo-se uma técnica de controle na fonte. Por outro lado, as medidas de caráter operacional apóiam-se na técnica de controle na trajetória e fazem a utilização de isoladores e absorvedores dinâmicos de vibração. Algumas medidas de carater coletivo podem ser eficazes, como por exemplo: Melhoria nos equipamentos, reduzindo-se a vibração transmitida ao trabalhador Isso implica reprojeto do equipamento. Melhoria nos assentos, incluindo projetos de suspensão hidropneumática regulável. Pavimentação das vias de empilhadeiras, evitando-se os pisos de bloquetes e paralelepípedos. Manuseio do equipamento. Redução do tempo de exposição. PUC Minas Virtual 19

Não é uma solução trivial alterar um projeto de uma máquina ou equipamento já adquirido junto ao fabricante. Deve sempre ser exigido junto ao mesmo que o equipamento obedeça a legislação brasileira vigente. No que diz respeito às medidas de caráter organizacional podemos citar: reorganização do trabalho; alteração do tempo de exposição; promover treinamento para formação de consciência crítica por parte do trabalhador; uso de técnicas de manutenção preditiva por análise de vibração das máquinas e ações de correção, como por exemplo, balanceamento estático e dinâmico; etc. Finalmente, usar as medidas de proteção individual, destacando-se a vigilância médica e o uso de EPI. Entretanto, uma vez que não há EPI com fator de atenuação capaz de reduzir a intensidade de vibração abaixo do limite de tolerância, como ocorre, por exemplo, com o ruído, isto deverá ser o último recurso. Mesmo assim, em relação ao EPI para atenuar os efeitos da vibração, ainda não há comprovado que luvas, por exemplo, possuam alguma eficácia satisfatória nessa atenuação. 8. Aposentadoria Especial O agente físico vibração, caso comprovada a exposição ocupacional acima dos limites previstos, enseja o trabalhador o direito ao benefício da aposentadoria especial. O Decreto n. 3.048/98 em seu anexo IV dispõe sobre a vibração: 2.0.0 AGENTES FÍSICOS Exposição acima dos limites de tolerância especificados ou às atividades descritas. 2.0.2 VIBRAÇÕES a) trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos 25 anos De acordo com as normas já estudas, que prevêm limites de exposição para a vibração ocupacional, esses valores possuem força de lei, e a aposentadoria especial será concedida quando esses limites forem ultrapassados. PUC Minas Virtual 20

A Instrução Normativa nº 77, publicada em 21 de janeiro de 2015, que estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de direitos dos segurados e beneficiários da Previdência Social, adota as regras do anexo 8 da NR 15, sendo que a aposentadoria especial será devida, quando a exposição ocupacional à vibração superar os limites previstos neste anexo. Anteriormente, a aposentadoria especial se baseava nas normas da ISO 2.631 para vibração de corpo inteiro e ISSO/DIS 5.349 para vibração de mão e braço, ou suas substitutas. Atualmente a IN 77 da Previdência Social em seu artigo 283 diz: Art. 283. A exposição ocupacional a vibrações localizadas ou no corpo inteiro dará ensejo à caracterização de período especial quando: I - até 5 de março de 1997, véspera da publicação do Decreto nº 2.172, de 5 de março de 1997, de forma qualitativa em conformidade com o código 1.0.0 do quadro anexo ao Decretos nº 53.831, de 25 de março de 1964 ou Código 1.0.0 do Anexo I do Decreto nº 83.080, de 1979, por presunção de exposição; II - a partir de 6 de março de 1997, quando forem ultrapassados os limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para Normalização - ISO, em suas Normas ISO nº 2.631 e ISO/DIS nº 5.349, respeitando-se as metodologias e os procedimentos de avaliação que elas autorizam; e III - a partir de 13 de agosto de 2014, para o agente físico vibração, quando forem ultrapassados os limites de tolerância definidos no Anexo 8 da NR-15 do MTE, sendo avaliado segundo as metodologias e os procedimentos adotados pelas NHO-09 e NHO-10 da FUNDACENTRO, sendo facultado à empresa a sua utilização a partir de 10 de setembro de 2012, data da publicação das referidas normas. Veja que até março de 1997, em uma orientação muito antiga, é referenciado o Decreto nº 2.172. A partir dessa data, até agosto de 2014, quando foi publicada pelo MTE a Portaria nº 1.297, os critérios definidos pela Previdência Social para a concessão da aposentadoria especial era referenciados às normas da ISO, da mesma forma que o antigo anexo 8 da NR 15, mas com a metodologia da FUNDACEN- TRO, de acordo com as NHOs 09 e 10. E a partir de 13 de agosto de 2014, com os novos limites definidos pelo anexo 8 da NR 15, que são os mesmos referenciados nas NHOs da FUNDACENTRO. O laudo técnico visando à comprovação da exposição à vibração deverá avaliar e analisar os dados com base nas normas e critérios mencionados anteriormente, além de fundamentar seu parecer de maneira a fornecer ao perito do INSS elementos técnicos e científicos para formar seu convencimento sobre a situação concreta e tomar sua decisão de definir ao benefício de aposentadoria especial, pois atualmente esses limites estão muito bem definidos, ao contrário do que existia anteriormente. PUC Minas Virtual 21

Com relação às atividades com perfuratriz e marteletes pneumáticos, a referência feita determina que o direito à aposentadoria especial ocorrerá quando a exposição for acima do limite ou nas atividades descritas. Desse modo, considerando que as atividades com esses equipamentos (perfuratrizes e marteletes pneumático) são mencionadas expressamente no anexo IV do Decreto n.3.048/99, nesse caso o direito a aposentadoria especial será inerente à atividade, ou seja, não depende de limites de exposição, mas apenas para essas duas atividades. Cabe salientar, que a intensidade de vibração nos marteletes pneumáticos é bastante elevada e, na maioria das vezes, supera o limite de tolerância. Entretando, nas perfuratrizes, a intensidade de vibração não supera o limite de tolerância. Assim, na avaliação ocupacional da vibração nesses equipamentos, também é fundamental a realização da avaliação quantitativa. Em relação à eliminação ou neutralização dos riscos, somente a eliminação por meio das medidas coletivas ou administrativas afasta o direito ao benefício da aposentadoria especial. Mais uma vez, deve ser ressaltado o quão importante foi para os profissionais de saúde e segurança do trabalho a definião pelo MTE dos limites de tolerância para a exposição ocupacional localizada e de corpo inteiro, facilitando a caracterização do direito ou não à aposentadoria especial. PUC Minas Virtual 22

Leitura Obrigatória Norma Regulamentadora Nº 9 PPRA, MTE, 2014. Norma Regulamentadora nº15 Atividades e Operações Insalubres, Anexo 8 Vibração 2014. Norma de Higiene Ocupacional 09, Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibrações de Corpo Inteiro, FUNDACENTRO 2013. Norma de Higiene Ocupacional 10, Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibrações em Mãoes e Braços, FUNDACENTRO 2013. PUC Minas Virtual 23