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1 CONSULTA Nº 53.405/05 Assunto: Responsabilidade quanto ao preenchimento da CAT em instituições que prestam serviços de urgência/emergência ao acidentado. Relator: Conselheiro Renato Françoso Filho. Ementa: Do ponto de vista legal, a comunicação do acidente de trabalho é de obrigação da empresa, e, na sua ausência, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública. O consulente, Dr. N.F.C., gerente clínico de centro hospitalar de município do interior de São Paulo, anexa documento que lhe foi encaminhado pelo Dr. J.P.C., médico ortopedista deste centro hospitalar, questionando a conduta de colegas e de outras instituições, particularmente de empresas e do CEREST, que lhe solicitam o preenchimento de CAT, que, no entender do consulente e do colega ortopedista, são de preenchimento competente a essas instituições ou colegas. PARECER A Lei 8.213/91, de 24 de julho de 1991 - (versão original publicada no DOU de 25.07.1991), no seu CAPÍTULO II - DAS PRESTAÇÕES EM GERAL - SEÇÃO I - DAS ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES, versa: Artigo 19 - Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 1º - A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. 2º - Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. 1

2 3º - É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. 4º - O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento. Artigo 20 - Consideram-se acidente de trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. trabalho: 1º - Não são consideradas como doença do a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 2º - Em caso excepcional, constatando-se que a doença não-incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente de trabalho. de trabalho, para efeitos desta Lei: Artigo 21 - Equiparam-se também ao acidente 2

3 I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; que fora do local e horário de trabalho: serviço sob a autoridade da empresa; IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda a) na execução de ordem ou na realização de b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 3

4 1º - Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 2º - Não é considerada agravação ou complicação de acidente de trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior. Artigo 22 - A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. 1º - Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. 2º - Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo. 3º - A comunicação a que se refere o 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo. 4º - Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo. Artigo 23 - Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. que: A Portaria 3.214/78 do MTE, NR-7, determina 4

5 7.4.8. Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de exames médicos que incluam os definidos nesta NR; ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, através dos exames constantes dos Quadros I (apenas aqueles com interpretação SC) e II, e do item 7.4.2.3 da presente NR, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico-coordenador ou encarregado: a) solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT; b) indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho; c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho; As Resoluções 76/96 do CREMESP e 1.488/98 do CFM também abordam a obrigatoriedade da abertura de CAT: A Resolução 76/96 do CREMESP ordena que: Artigo 3º - Aos médicos que atendem o trabalhador, independentemente de sua especialidade ou local em que atuem, cabe: a - Tratar o trabalhador, elaborar seu prontuário médico e fazer todos os encaminhamentos devidos. b - Fornecer atestados de pareceres para os afastamentos do trabalho sempre que necessário, considerando que o afastamento para repouso, para acesso a terapias ou para afastar-se de determinados agentes agressivos, é parte do tratamento. c - Fornecer laudos, pareceres e relatórios de exame médico e dar encaminhamentos, sempre que necessário, para beneficio do paciente e dentro dos preceitos éticos, quanto aos dados de diagnóstico, prognóstico e tempo previsto de tratamento. Quando requerido pelo paciente, deve o médico pôr à sua disposição tudo o que se refira ao seu atendimento (cópia dos exames e prontuário médico). A Resolução CFM 1.488/98 determina que: Art. 1º - Aos médicos que prestam assistência médica ao trabalhador, independentemente de sua especialidade ou local em que atuem, cabe: I - assistir ao trabalhador, elaborar seu prontuário médico e fazer todos os encaminhamentos devidos; II - fornecer atestados e pareceres para o afastamento do trabalho sempre que necessário, CONSIDERANDO que o repouso, o acesso a terapias ou o afastamento de determinados agentes agressivos faz parte do tratamento; III - fornecer laudos, pareceres e relatórios de exame médico e dar encaminhamento, sempre que necessário, para benefício do paciente e dentro dos preceitos éticos, quanto aos dados de diagnóstico, prognóstico e tempo previsto de tratamento. Quando 5

6 requerido pelo paciente, deve o médico por à sua disposição tudo o que se refira ao seu atendimento, em especial cópia dos exames e prontuário médico. Portanto, do ponto de vista legal, a comunicação do acidente de trabalho é de obrigação da empresa, e, na sua ausência, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública - a comunicação a que se refere o 2º do artigo 22 da Lei 8.213/91 não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo. Ou seja, embora de obrigação da empresa, esses outros - o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública - têm a faculdade de fazê-lo no lugar dela. Conforme a determinação do MTE, o médico do trabalho da empresa tem a obrigação legal de solicitar à empresa que abra a CAT, encaminhando o trabalhador para a Previdência Social, cujo perito tem a obrigação legal e de ofício de estabelecer ou não o nexo causal entre a doença e o trabalho do segurado. Já, no que tange à ética, conforme as Resoluções CREMESP 76/96 e CFM 1.488/98, a obrigação do encaminhamento dessa comunicação é do médico que atende o trabalhador, independentemente da especialidade. É óbvio, ainda, que, se o médico do trabalho atende o trabalhador na empresa para depois encaminhá-lo para o ortopedista, ambos os médicos assistentes - médico da empresa e médico ortopedista - respondem pela obrigação de fazer todos os encaminhamentos devidos, fornecer laudos, pareceres, relatórios de exame médico e dar encaminhamento para benefício do paciente, dentro dos preceitos éticos. Isso significa que esses médicos têm, no mínimo, a obrigação ética de solicitar oficialmente da empresa que abra a CAT. Este é o nosso parecer, s.m.j. Conselheiro Renato Françoso Filho APROVADO NA 3.394ª REUNIÃO PLENÁRIA, REALIZADA EM 18.01.2005. HOMOLOGADO NA 3.397ª REUNIÃO PLENÁRIA, REALIZADA EM 22.11.2005. 6