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Transcrição:

1.1. O BALANÇO DE PAGAMENTOS (BP). CAPÍTULO 1 BALANÇO DE PAGAMENTOS: ESTRUTURA E FORMAS DE FINANCIAMENTO Conceito: Durante um determinado período, geralmente de um ano, um país realiza transações com o exterior, tais como as exportações e importações de bens e serviços, pagamentos e recebimentos dos juros da dívida externa, recebimento e envio de rendas para o exterior, recebimentos e doações de donativos, entrada e saída de capitais, etc. Essas transações que um país realiza com o exterior são registradas contabilmente no Balanço de Pagamentos desse país. Cada país publica anualmente seu Balanço de Pagamentos. 1.2. O CONCEITO DE RESIDENTE EM UM PAÍS. São considerados residentes em um país: (i) as pessoas físicas, sejam nacionais ou não, cujo centro de interesse é o País; (ii) as firmas instaladas nesse país, sejam nacionais ou não; (iii) as embaixadas do país; (iv) os órgãos do Governo do país, a nível federal, estadual e municipal do Executivo, Legislativo e Judiciário. Pôr exemplo são considerados residentes no Brasil: os brasileiros e estrangeiros que trabalham no país, as firmas brasileiras e a filial da IBM no Brasil e outras filiais de multinacionais aqui instaladas, as embaixadas do Brasil em Paris, o ministério da Saúde e o Banco Central, etc. Ser residente não significa fixar moradia, uma pessoa que mora na fronteira pode fixar moradia em um país e trabalhar em outro país e portanto residir nesse último. Dizer que uma pessoa é residente em um país significa que o centro de interesse dessa pessoa é o país, isto é, que essa pessoa ajuda a formar e absorver (consumir) o PIB desse país. 1.4. DEFINIÇÃO DE BALANÇO DE PAGAMENTO (BP). O Balanço de Pagamentos (BP) é o registro sistemático de todas as transações entre residentes e não residentes de um país. Note que só são registradas no BP as transações realizadas entre residentes e não residentes de um país. As transações que envolvem apenas os residentes de um país não são contabilizadas no balanço de pagamento desse país, pôr exemplo: os gastos com turismo interno, os pagamentos de juros da dívida interna e os empréstimos realizados entre residentes de um país não são contabilizados no balanço de pagamento desse país. As únicas exceções à essa regra são as operações de monetização e desmonetização do ouro monetário. Chamasse ouro monetário ao ouro que está em poder do Banco Central. O ouro não monetário é o ouro que não está em poder do banco central( é o ouro utilizado para fins comerciais, artísticos e industriais). As operações de monetização ( quando o Banco Central compra ouro) e desmonetização (quando o Banco Central vende ouro) mesmo que realizada entre residentes é contabilizada no BP. 1.5. OS MEIOS INTERNACIONAIS DE PAGAMENTO. Os meios internacionais de pagamento são as diversas formas de pagamento e/ou recebimento realizadas pêlos bancos centrais dos países nas relações de comércio internacional. O leitor deve estar atento ao fato de que mesmo as operações de comércio internacional realizadas entre agentes privados de países diferentes são controladas pelos respectivos bancos centrais desses países. Os meios internacionais de pagamento são: (i) Haveres a curto prazo no exterior; (ii) Ouro monetário; (iii) Direitos Especiais de Saque; (iv) Posição de Reservas no FMI. Essas são as formas de pagamento das importações de um país. Pôr exemplo: Se o Brasil (algum residente no Brasil) importou uma máquina da França, então o Banco Central do Brasil pode pagar essa máquina ao Banco Central da França na forma de haveres, ouro monetário, DES ou em posição de reservas no FMI HAVERES A CURTO PRAZO NO EXTERIOR São compostos pelas reservas em moeda forte e títulos de curto prazo. É a liquidez imediata de um país, isto é, são os recursos em poder de um país e que possuem liquidez imediata no mercado internacional tais como as reservas cambiais em moeda forte (dólar, euro, iene, e libra, principalmente as reservas em dólar) e os títulos de curto prazo aplicados no exterior. OURO MONETÁRIO É o ouro que está em poder do Banco Central. O ouro que não está em poder do Banco Central é chamado de ouro não monetário ( ouro para fins comerciais, industriais e artísticos). Em outras palavras, chamasse ouro monetário às reservas em ouro do Banco Central. Curso Professor Geraldo Goes Página 1

POSIÇÃO DE RESERVAS NO FMI São as reservas que um país membro do FMI deve manter no FMI como cota parte. É a cota parte de um país no FMI, registrada na conta geral do país no FMI. Todo país membro do FMI é um país quotista, isto é, para ter o direito de pedir empréstimos ao FMI, um país deve integralizar sua cota em um fundo de estabilização. O FMI é um fundo que auxilia seus países membros a regularizarem suas contas quando incorrerem em déficit no balanço de pagamento. Para ser um país membro do FMI ( e consequentemente ter o direito, sob certas condições, de pegar empréstimos de regularização) um país deve entregar ao FMI a sua cota parte, é essa cota parte que chamamos de reservas no FMI. Justamente pôr representar a cota parte de um país, é que, essas reservas são consideradas saques incondicionais, isto é, a cota parte de um país é dinheiro do país e portanto faz parte das reservas internacionais de um país, enquanto que os empréstimos são saques condicionais. Essa cota parte inicialmente era integralizada da seguinte maneira: (i) 25 % em ouro (ii) 75 % em moeda nacional. Após o Acordo da Jamaica em 1976, os 25 % passaram a ser integralizados em DES. DIREITOS ESPECIAIS DE SAQUE (DES) O DES é uma moeda criada pelo FMI com o objetivo de fornecer liquidez ao sistema financeiro internacional. As principais características do DES são: (i) Foi criada pelo FMI na reunião do Rio de Janeiro em 1967, (ii) Foi depositada pela primeira vez em 1970 numa conta chamada conta especial, é conhecida como ouro-papel. (iii) é uma moeda emitida pelo FMI sob a anuência de 85% de seus países membro, (iv) Só é transacionada entre os bancos centrais e os tesouros dos países membros, (v) Possui curso forçado, isto é, todo país membro do FMI é obrigado a receber os DES como forma de recebimento pelas suas exportações de bens e serviços, (vi) É uma moeda escritural, não existem cédulas de DES. Os DES são contabilizados em uma conta chamada conta especial (para diferenciar das reservas registradas na conta geral), (vii) (viii) Não possui lastro, isto é, seu lastro é o FMI através da anuência de seus países membros, Sua paridade, atualmente (a partir de 01/01/1999) é calculada a partir de uma cesta ponderada de quatro moedas: dólar (39%), euro (32%), iene (11%) e libra (18%). 1.6. TIPOS DE CONTAS DO BALANÇO DE PAGAMENTO. No Balanço de pagamento existem duas categorias de contas: (i) as contas de caixa: que registram se efetivamente entrou ou saiu meios internacionais de pagamento no país ( isto é se entrou ou saiu do país haveres, ouro monetário, DES ou reservas no FMI). Só existem quatro contas de Caixa no balanço de pagamento: haveres a curto prazo no exterior, ouro monetário, DES e reservas no FMI. Todas as demais contas do balanço de pagamento são contas operacionais. (ii) as contas operacionais: registram os fatos geradores que dão origem à entrada ou saída de meios internacionais de pagamento (haveres, ouro monetário, DES e reservas no FMI). Pôr exemplo, as operações de exportações de bens, recebimento de juros, recebimento de lucros, entrada de capitais dão origem à entrada de meios internacionais de pagamento no país. Já as operações de importações de bens, pagamentos de juros e investimentos de residentes no exterior dão origem à uma saída de meios internacionais de pagamento. 1.7. CRITÉRIOS DE LANÇAMENTO. Com o objetivo de realizar o método das partidas dobradas (a cada crédito corresponde um débito de mesmo valor e sinal contrário) os critérios de lançamento nas contas de caixa são opostos aos critérios de lançamento nas contas operacionais: (i) contas de caixa: aumentam seu saldo pôr débito e diminuem seu saldo pôr crédito. Isto é, se a operação representou uma entrada de divisas (uma receita) para o país as contas de caixa são debitadas (-). Se a operação representa uma saída de divisas (uma despesa) para o país as contas de caixa são creditadas (+). (ii) contas operacionais: aumentam seu saldo pôr crédito e diminuem seu saldo pôr débito. Se a operação representa uma entrada de divisas para o país a conta operacional será creditada (+),se a operação representa uma saída de divisas para o país as conta operacional será debitada (-). OBS: creditar um valor em uma conta (operacional ou de caixa) significa colocar um sinal positivo (+) nesse valor e debitar um valor em uma conta (operacional ou de caixa) significa colocar um sinal negativo (-) nesse valor. 1.8. ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTO. 1. BALANÇO COMERCIAL (VALOR FOB) 1.1. Exportações: receitas de exportações de bens. 1.2. Importações: despesa com importações de bens. 2. BALANÇO DE SERVIÇOS. 2.1.BALANÇO DE SERVIÇOS NÃO FATORES. Curso Professor Geraldo Goes Página 2

2.1.1. Viagens Internacionais: receita com os gastos de não residentes no país menos ( ) despesa com gastos de residentes em viagens internacionais. 2.1.2. Fretes: fretes recebidos quando se fretam navios que pertencem à residentes para não residentes menos ( ) fretes pagos pêlos residentes quando estes alugam navios que pertencem a não residentes. 2.1.3. Seguros: receitas (prêmios de seguros recebidos pôr seguradoras residentes) menos ( ) despesas (prêmios de seguros pagos pôr residentes à seguradoras não residentes) 2.1.4. Serviços Governamentais: receitas com as embaixadas do país menos ( ) despesas com as embaixadas do país. 2.1.5. Outros Serviços Não Fatores: receitas com outros serviços não fatores menos ( ) despesas com outros serviços não fatores. 2.2 BALANÇO DE SERVIÇOS FATORES 2.2.1. Renda do Capital 2.2.1a. Juros : recebimento de juros da dívida externa (receitas) pagamento de juros da dívida externa(despesas) 2.21b. Lucros : lucros recebidos do exterior (EX: lucros recebidos da filial da Camargo Corrêa em Angola) lucros enviados ao exterior (EX: lucros enviados pela filial da IBM no Brasil para os EUA). 2.2.2. Rendas do Trabalho: renda do trabalho recebidas pôr residentes quando prestam serviços de mão de obra para não residentes renda do trabalho pagas pôr residentes quando contratam serviços de mão de obra de não residentes. 2.2.3. Outros Serviços Fatores: royalties recebidos menos ( ) royalties pagos 3 TRANSFERENCIAS UNILATERAIS (DONATIVOS) : donativos, remessas de imigrantes e reparações de guerra recebidas (receitas) menos os donativos cedidos, remessas de imigrantes enviadas e reparações de guerra recebidas (despesas). 4. SALDO EM CONTA-CORRENTE (OU TRANSAÇÃO CORRENTE) DO BP =1+2+3 5. MOVIMENTO CAPITAIS AUTONOMOS: capitais que livremente entram ou saem do paí 5.1. Investimentos Diretos : entradas de capitais sob a forma de aquisição de propriedades ou de aquisição de ações na bolsa de valores de empresas residentes no país(receitas) menos as saídas de capitais sob a forma de aquisição de propriedades ou de compra de ações de empresas de não residentes (despesas). 5.2. Empréstimos e financiamentos: empréstimos obtidos pôr residentes junto à não residentes (receita) menos os empréstimos cedidos pôr residentes à não residentes. 5.3. Amortização : amortizações do principal da dívida externa recebidas menos amortizações do principal da dívida externa pagas. 5.4. Reinvestimento: contrapartida contábil de lucros reinvestidos. 5.5 Refinanciamento: contrapartida contábil de juros refinanciados. 5.6 Capitais a curto prazo 6. ERROS E OMISSÕES: conta de ajuste dos débitos e créditos 7. SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTO = 4+5+6. 8. MOVIMENTO DE CAPITAIS CONPENSATÓRIOS (Demonstrativo de Resultado). 8.1. Contas de Caixa: Haveres, ouro monetário, DES e Reservas no FMI 8.2. Empréstimos de Regularização : empréstimos obtidos junto ao FMI ou SOB aval do FMI para regularizar as contas do país ( cobrir um déficit no saldo total do Balanço de Pagamento) 8.3. Atrasados: todas os compromissos vencidos e não pagos serão aqui registrados. 1.9.RESUMO DA ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTO. Curso Professor Geraldo Goes Página 3

1. Balanço comercial 2. Balanço de Serviços Balanço de serviços não-fatores Balanço de serviços fatores Exportação Im portação 3. Transferências Unilaterais (donativos) 4. Saldo em transação corrente do BP: 5.Capitais autônomos 6.Erros e Omissões 7.Saldo Total do BP 8.Capitais Compensatórios 8.1Contas de caixa viagens fretes seguros serviços governamentais outros serviços não fatores juros ( refinaciados) lucros ( reinvestidos) rendas do trabalho outros serviços fatores Investimentos Diretos Emprestimos / financiamentos amortização refinanciamento reinvestimento capitais a curto prazo haveres ouro monetário DES reservas no FMI 8.2 Empréstimos de Regularização 8.3. Atrasados 1.10 AS SUBCONTAS DAS CONTAS DE CAIXA: LANÇAMENTOS DE AJUSTES As contas de caixa (haveres, ouro monetário, DES e reservas no FMI) possuem subcontas utilizadas para realizar lançamentos de ajustes tais como: Curso Professor Geraldo Goes Página 4

(i) (ii) (iii) (iv) valorizações e desvalorizações de haveres, do ouro monetário, do DES e das reservas no FMI; monetizações (compra) e desmonetizações (venda) do ouro monetário e alocações(compra) e cancelamentos (venda) de DES. Variação total de haveres, do ouro monetário, do DES e das reservas no FMI: registra o saldo total das respectivas contas, isto é, representa a própria conta As contas de caixa portanto podem ser abertas da seguinte maneira: 1. Haveres 1.1 Variação Total: registra o saldo total da conta haveres 1.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 2. Ouro Monetário 2.1 Variação Total: registra o saldo total da conta ouro monetário 2.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 2.3 Contrapartida para monetização/desmonetização 3. DES 3.1 Variação Total: registra o saldo total da conta DES 3.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 3.3 Contrapartida para alocação/cancelamento 4. Posição de Reservas no FMI 4.1 Variação Total: registra o saldo total da conta reservas no FMI 4.2 Contrapartida para valorização/desvalorização As contrapartidas para valorização, monetização e alocação são sempre creditadas enquanto que as contrapartidas para desvalorização, desmonetização e cancelamento são sempre debitadas. A variação total é utilizada como contrapartida contábil dessas contrapartidas (veja os exemplos 45 à 60 ) 1.11. EXEMPLOS DOS PRINCIPAIS LANÇAMENTOS. 1 Exportação de mercadorias : O Brasil exporta mercadorias no valor de 100 e recebe em moeda forte: exportação: + 100 Haveres: -100 2 Exportação de bens : O Brasil exporta bens no valor de 100 e recebe, metade em moeda forte e metade em DES. Exportação: +100 Haveres: -50 DES: -50 3 Importação de bens: O Brasil importa bens no valor de 100 e paga metade sob a forma de moeda forte e metade em ouro: importação : -100 Haveres: +50 Ouro monetário: +50 4 Permuta de mercadorias: O Brasil importa automóveis, no valor de 100, pagando com madeira de pinho Exportação: +100 Importação: -100 5 Pagamento de juros da dívida externa: O Brasil paga juros de sua dívida externa para credores no exterior no valor de 100, metade sob a forma de reservas no FMI e metade em moeda forte juros: -100 Haveres: +50 reservas no FM: +50 6 Recebimento de juros da dívida externa: O Brasil recebe da Bolívia juros da dívida externa boliviana junto a residentes no Brasil no valor de 100, em moeda forte: Juros: +100 Haveres : -100 7 Recebimento de lucros: A Camargo Corrêa recebe, de sua filial no exterior, lucros no total de 10 milhões de dólares: lucros : +10 haveres: -10 8 Envio de lucros: A IBM do Brasil envia para o exterior 20 milhões de dólares lucros : -20 haveres: +20 9 Pagamento de fretes: A Petrobrás paga frete de navio petroleiro no valor de 100, à vista: fretes: -100 haveres: +100 10 Recebimento de fretes: A Loyd do Brasil recebe frete de navio alugado para a Bolívia no valor de 100, à vista: fretes: +100 haveres: -100 11 Pagamento de seguro: Residentes no Brasil pagam prêmios de seguros para seguradoras no exterior no valor de 20, em moeda forte Seguro: -20 Haveres: +20 Curso Professor Geraldo Goes Página 5

12 Recebimento de seguro: Seguradora residentes no Brasil recebe prêmios de seguros de firma pôr prestar serviços para uma empresa no Paraguai no valor de 20, em moeda forte. Seguro: +20 Haveres: -20 13 Despesas com serviços governamentais: Embaixadas e Consulados brasileiros no exterior gastam 10 milhões de dólares. Serviços governamentais: -10 Haveres: +10 14 Receitas de renda do trabalho: carpinteiro presta serviço de mão de obra para a embaixada americana em Brasília, no valor de 10, recebendo à vista Rendas do trabalho: +10 Haveres: -10 15 Despesas com rendas do trabalho: um trabalhador uruguaio presta serviço de mão de obra para uma firma em Uruguaiana, no valor de 10 e a firma paga em moeda forte. Rendas do trabalho: -10 Haveres: +10 16 Pagamento de royalties: O Brasil paga 10 milhões de dólares em royalties. Outros serviços fatores: -10 Haveres: +10 17 Recebimento de donativos em espécie (em moeda forte): uma ONG no Rio de Janeiro recebe de uma organização da Alemanha 1 milhão de dólares. Transferencias unilaterais: +1 haveres: - 1 18 Doação em espécie (em moeda forte): uma entidade filantrópica no Rio Grande do Sul doa 100 mil dólares para uma ONG no Paraguai. Transferencias unilaterais: -1 haveres: +1 19 Recebimento de donativos em mercadoria: uma ONG no Rio de Janeiro recebe de uma organização da Alemanha 1 milhão de dólares em remédios. Transferencias unilaterais: +1 importação: - 1 20 Doação em mercadorias: O Brasil doa 1 milhão de dólares em remédios e alimentos para socorrer vítimas de terremoto na Nicarágua. Transferencias unilaterais: -1 exportação: +1 21 Recebimento de remessa de imigrantes: Uma família em de Governador Valadares recebe de um parente nos Estados Unidos 3 mil dólares Transferencias unilaterais: +3 haveres: - 3 22 Envio de remessa de imigrantes: Um português, morador do Bairro de São Cristovão no Rio de Janeiro, envia para seus familiares em Beira-Alta 2 mil dólares. Transferencias unilaterais: -2 haveres: +2 23 Recebimento de reparações de guerra: Uma senhora de origem hebraica, residente nos Estados Unidos, recebe do Governo da Alemanha 2 mil dólares como reparação de guerra. Transferencias unilaterais: +2 haveres: - 2 24 Pagamento de reparações de guerra: O Japão paga para famílias na China 10 milhões de dólares como reparação de guerra. Transferencias unilaterais: -10 haveres: +10 25 Repatriações: Um brasileiro ao retornar para o Brasil traz bens no valor de 2, direitos no valor de 3 e obrigações no valor 4. Transferencias unilaterais: +2+3-4 = 1 Importação: -2 Empréstimos : -3 + 4 = 1 26 Migração: Um brasileiro ao emigrar para a Espanha leva consigo bens no valor de 2, direitos no valor de 3 e obrigações no valor 4. Transferencias unilaterais: -2 3 + 4 = -1 Exportação: + 2 Empréstimos : + 3-4 = - 1 27 Aquisição de propriedade no exterior pôr parte de residentes: um brasileiro compra uma vila na Itália pôr 4 milhões de dólares. Investimento direto: - 4 Haveres: +4 28 Aquisição de propriedade no país pôr parte de não residentes: um milionário árabe compra uma fazenda no Brasil pôr 2 milhões de dólares. Investimento direto: +2 Haveres: -2 29 Entrada de investimentos diretos sob a forma de participação acionária: um investidor nova-iorquino compra ações da Vale do Rio Doce no valor de 20 mil dólares. Investimento direto: +20 Haveres: -20 30 Saída de investimentos diretos sob a forma de participação acionária: um investidor brasileiro compra ações da Exxon no valor de 20 mil dólares. Curso Professor Geraldo Goes Página 6

Investimento direto: - 20 Haveres: + 20 31 Entrada (recebimento) de investimentos diretos (de risco): não residentes investem no país 20 milhões de dólares. Investimento direto: +20 Haveres: -20 32 Saída (pagamento) de investimentos diretos (de risco): residentes no país investem no exterior 20 milhões de dólares. Investimento direto: - 20 Haveres: + 20 33 Entrada de investimentos diretos sem cobertura cambial: ingressam no país, sob a forma de investimentos diretos, máquinas e equipamentos no valor de 3 milhões de dólares. Investimento direto: + 3 Importação: - 3 34 Saída de investimentos diretos sem cobertura cambial: saem do país, sob a forma de investimentos diretos, máquinas e equipamentos no valor de 3 milhões de dólares. Investimento direto: - 3 Exportação: + 3 35 Recebimentos de empréstimos de não residentes: residentes no país obtém empréstimos junto à não residentes no valor de 10. Empréstimos/financiamentos: + 10 Haveres: - 10 36 Concessão de empréstimos à não residentes: residentes no país cedem empréstimos à não residentes no valor de 10. Empréstimos/financiamentos: - 10 Haveres: + 10 37 Recebimento de amortização: O Brasil recebe da Bolívia amortização do principal de sua dívida para com o Brasil no valor de 10 milhões de dólares. Amortização: + 10 Haveres: - 10 38 Pagamento de amortização: O Brasil paga para os Estados Unidos amortização do principal de sua dívida no valor de 10 milhões de dólares. Amortização: - 10 Haveres: + 10 39 Reinvestimento: A IBM do Brasil reinveste no país 10 milhões de dólares. Reinvestimento: + 10 Lucro (reinvestido): - 10 40 Refinanciamento: O Brasil refinancia parcela de juros da sua dívida com os Estados Unidos no valor de 10 bilhões de dólares. Refinanciamento: + 10 Juros (refinanciados): - 10 41 Atrasados: O país deixa de pagar juros no valor de 10. Juros: - 10 Atrasados: + 10 42 Atrasados: vencem fretes no valor de 10. O país paga apenas 8, sendo metade em moeda forte e metade em DES. Fretes: - 10 Haveres: + 4 DES: + 4 Atrasados: +2 43 Recebimento de empréstimos de regularização: O país obtém junto ao FMI 6 bilhões de dólares para cobrir déficit no saldo total do Balanço de pagamento. Empréstimo de Regularização: + 6 Haveres: - 6 44 Pagamento de empréstimo de regularização: O país paga em moeda forte empréstimo de regularização obtido junto ao FMI no valor de 4 bilhões de dólares. Amortização: - 4 Haveres: + 4 45 Monetização no mercado interno: Banco Central compra ouro de garimpeiros em Serra Pelada no valor de 10. Variação total de ouro monetário: - 10 Contrapartida para monetização: + 10 46 Desmonetização no mercado interno: Banco Central vende ouro para uma indústria de São Paulo no valor de 10. Variação total de ouro monetário: + 10 Contrapartida para desmonetização: - 10 47 Monetização no mercado externo: O Bacen compra ouro no exterior com o objetivo de aumentar suas reservas em ouro no valor de 10. Variação total de ouro monetário: - 10 Contrapartida para monetização: + 10 Importação: - 10 Haveres: + 10 48 Desmonetização no mercado externo: O Bacen vende ouro no exterior com o diminuindo suas reservas em ouro no valor de 10. Variação total de ouro monetário: + 10 Contrapartida para desmonetização: - 10 Exportação: + 10 Haveres: - 10 Curso Professor Geraldo Goes Página 7

49 Importação de ouro não-monetário: uma indústria do Rio de Janeiro compra ouro no exterior para utilizar como insumo em sua linha de produção no valor de 10. Importação: - 10 Haveres: + 10 50 Exportação de ouro não monetário: um artista da França compra ouro no Brasil para utilizar em suas esculturas. Exportação: + 10 Haveres: - 10 51 Valorização de haveres: o euro se valoriza frente ao dólar em um valor total de 10. Variação total de haveres: -10 Contrapartida para valorização: + 10 52 Desvalorização de haveres: a libra se desvaloriza frente ao dólar no valor total de 10. Variação total de haveres: +10 Contrapartida para desvalorização: - 10 53 Valorização do ouro monetário: o ouro se valoriza frente ao dólar em um valor total de 10. Variação total de ouro monetário: -10 Contrapartida para valorização: + 10 54 Desvalorização do ouro monetário: o ouro se desvaloriza frente ao dólar no valor total de 10. Variação total de ouro moneário: +10 Contrapartida para desvalorização: - 10 55 Valorização do DES : o DES (registrado na conta Especial do Brasil no FMI) se valoriza frente ao dólar em um valor total de 10. Variação total de DES: -10 Contrapartida para valorização: + 10 56 Desvalorização do DES: o DES se desvaloriza frente ao dólar no valor total de 10. Variação total de DES: +10 Contrapartida para desvalorização: - 10 57 Valorização das reservas no FMI: as reservas no FMI (registradas na conta Geral do Brasil no FMI) se valorizam frente ao dólar em um valor total de 10. Variação total de reservas no FMI: -10 Contrapartida para valorização: + 10 58 Desvalorização das reservas no FMI: as reservas no FMI se desvalorizam frente ao dólar no valor total de 10. Variação total de reservas no FMI: +10 Contrapartida para desvalorização: - 10 59 Alocação de DES: Após o FMI realizar uma emissão de DES, o Brasil é designado um comprador compulsório e o Bacen compra DES em um valor total de 10. Variação total de DES: -10 Contrapartida para alocação: + 10 60 Cancelamento de DES: o Bacen vende DES em um valor total de 10. Variação total de DES: + 10 Contrapartida para cancelamento: - 10 1.12 PRINCIPAIS IDENTIDADES DO BALANÇO DE PAGAMENTOS. T = BC + BS + TU O saldo em conta corrente (T)(ou saldo em transação corrente do balanço de pagamento) é igual à soma do balanço comercial (BC), com o balanço de serviço (BS) e das transferencias unilaterais (TU). B = T + K A + EO O saldo total do balanço de pagamento (B) é igual à soma do saldo em conta- corrente do balanço de pagamento (T) mais Capitais Autônomos (K A ) mais Erros e Omissões (EO). K C = CC + ER + A O Capital Compensatório (demonstrativo de resultado) é dado pela soma da conta de caixa (CC), dos Empréstimos de Regularização (ER) e de Atrasados (A). T + K A + K C = 0, considerando EO = 0 A soma algébrica do Saldo em Conta corrente do Balanço de Pagamento (T) mais Capitais Autônomos (K A) mais Capitais Compensatórios ((K C) é igual a zero, salvo erros e omissões. T = - ( K A + K C ), considerando EO = 0 O saldo em Conta Corrente do Balanço de Pagamento (T) é igual à soma de Capitais Autônomos (K A) mais Capitais Compensatórios (K C), com sinal trocado, salvo erros e omissões. B + K C = 0 A soma algébrica do Saldo Total do Balanço (B) com Capital Compensatório (K C) é zero. B = - K C O Saldo Total do Balanço (B) iguala com sinal trocado o Capital Compensatório (K C). T + K A + K C + EO = 0 Curso Professor Geraldo Goes Página 8

A soma algébrica do Saldo em Conta corrente do Balanço de Pagamento (T) mais Capitais Autônomos (K A) mais Capitais Compensatórios ((K C) mais Erros e Omissões (EO) é igual a zero. 1.14 A TRANSFERENCIA LÍQUIDA DE RECURSOS PARA O EXTERIOR E O HIATO DO PRODUTO (H). H = BC +BSNF Onde: BC = Balanço Comercial BSNF = Balanço de Serviços Não Fatores H > 0 : Transferência líquida de recursos para o exterior H < 0 : Hiato do produto 11.17 OUTRA FÓRMULA PARA H. H = X nf - M nf X nf = Exportação de bens e serviços não fatores M nf = Importação de bens e serviços não fatores 1.18. RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RLRE). RLRE = BSF + TU Onde: BSF = Balanço de Serviços Fatores TU = Transferencias Unilaterais (donativos) RLRE = Renda Líquida Recebida do Exterior 1.19 RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLE). RLE = - (BSF + TU) Onde: BSF = Balanço de Serviços Fatores TU = Transferencias Unilaterais (donativos) RLE = Renda Líquida Enviada ao Exterior 1.23 Relação entre o Saldo em Conta (T) e a Renda Líquida Recebida do Exterior(RLRE). T = H + RLRE T = Saldo em Conta Corrente do Balanço de Pagamento. H = Transferencia Líquida de Recursos para o Exterior (H > 0) ou Hiato do Produto (H < 0). RLRE = Renda Liquida Recebida do Exterior. T = H - RLE T = Saldo em Conta Corrente do Balanço de Pagamento. H = Transferencia Líquida de Recursos para o Exterior (H > 0) ou Hiato do Produto (H < 0). RLE = Renda Liquida Enviada ao Exterior. 1.25 FORMAS DE COMBATE AO DÉFICIT NO BALANÇO DE PAGAMENTO. As principais medidas de combate (correção, ajuste) à um déficit no balanço de pagamento são : i. Desvalorização da taxa real de câmbio, isto é, um desvalorização da moeda nacional ii. Redução do nível de atividade econômica, isto é recessão iii. Aumento da taxa de juros iv. Restrições tarifárias e não tarifárias às importações v. Subsídios às exportações vi. Restrições à saída de capitais. 1.26 Termos utilizados como sinônimo de déficit em conta-corrente As afirmações abaixo são utilizadas como sinônimo de um déficit em transação corrente do balanço de pagamento: 1. Saldo em conta-corrente negativo (T < 0) 2. Poupança externa positiva 3. Conta de capitais (autônomos mais compensatórios) positiva 4. Entrada (importação) de capitais 5. Desnacionalização da produção interna 6. Acumulação externa 7. Desacumulação interna 8. Aumento do passivo externo líquido 9. Diminuição do ativo externo líquido 10. H < RLE 11. O país investiu internamente mais do que poupou (I > S i ) 12. A Absorção (Consumo + Investimento) é maior que o Produto Nacional Bruto 1.27 Termos utilizados como sinônimo de superávit em conta-corrente Curso Professor Geraldo Goes Página 9

As afirmações abaixo são utilizadas como sinônimo de um superávit transação corrente do balanço de pagamento: 13. Saldo em conta-corrente positivo (T >0) 14. Poupança externa negativa 15. Conta de capitais (autônomos mais compensatórios) negativa 16. Saída (exportação) de capitais 17. Nacionalização da produção interna 18. Desacumulação externa 19. Acumulação interna 20. Diminuição do passivo externo líquido 21. Aumento do ativo externo líquido 22. H > RLE 23. O país poupou mais do que investiu internamente (I < S i ) 24. A Absorção (Consumo + Investimento) é menor que o Produto Nacional Bruto 1.28 VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS Variação das Reservas Internacionais Re s B ER A C onde: Res = Variação da reservas internacionais B = Saldo total do balanço de pagamento ER = Empréstimos de regularização C = Saldo de Contrapartidas (para valorização/desvalorização, monetização/desmonetização e alocação/cancelamento) A variação das reservas internacionais também podem ser calculadas pôr: Re s CC C onde: CC é o saldo das contas de caixa (haveres, ouro monetário, DES e reservas no FMI) e C é o saldo Contrapartidas. EXERCÍCIOS DE CONCURSOS 1. (AFTN 85) Uma economia apresentou, em determinado ano, o seguinte registro em suas transações com o exterior: Exportações de mercadorias (FOB) = 100 Importações de mercadorias (FOB) = 90 Donativos (saldo líquido recebido) = 5 Saldo do balanço de pagamentos em conta-corrente (déficit) = -50 Movimento de capitais autônomos (entrada líquida) = 10 Então, o saldo do balanço de serviços é igual a: - 65 (déficit) - 70 (déficit) - 65 (déficit) 10 (superávit) - 15 (déficit) 2. (AFTN 89) Quanto ao balanço de pagamento de um país, sabe-se que: o saldo total do balanço de pagamentos [e igual à soma da balança comercial com o pagamento de serviços, salvo erros e omissões o saldo de transações correntes, se positivo (superávit), implica redução em igual medida do endividamento externo bruto, no período Curso Professor Geraldo Goes Página 10

a soma do movimento de capitais autônomos com o de capitais compensatórios iguala (com sinal trocado) o saldo de transações correntes, salvo erros e omissões a soma do movimento de capitais autônomos como de capitais compensatórios igual (com sinal trocado) o saldo total do balanço de pagamentos o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial com balanço de serviços e as transferências internacionais, salvo erros e omissões. 3. (AFTN 94) Em 1992 o Balanço de Pagamentos do Brasil registrou, em milhões de dólares Exportações de mercadorias (FOB) = 36.103,0 Importações de mercadorias (FOB) = 20.557,9 Balanço de serviços = -11.305,7 Movimento de capitais autônomos = 5.524,6 Transferências unilaterais = 2.055,6 Erros e omissões = - 1.123,2 (dados publicados em Boletim Mensal do Banco Central vol. 29 nºs 4, 5 e 6 abril, maio e junho de 1993) Então, naquele ano, o saldo de transações correntes foi: 10.676,4 15.525,1 6.275,0 4.219,4 3.096,2 4. (AFTN 98) Considere que um país tenha realizado, ao longo de um ano, as seguintes transações com o exterior (em unidades monetárias); Exportação de soja: 500 Importações de petróleo: 350 Pagamento de juros da dívida externa: 50 Lucro reinvestido: 30 Remessa de lucros: 40 Refinanciamento de juros: 60 Pagamento de fretes e seguros: 100 Amortização de dívida: 70 Obtenção de empréstimos externos: 120 Temos que a(o): transferência líquida de recursos ao exterior é igual a 150; saldo em conta de capitais autônomos é igual a 50; renda líquida enviada ao exterior é igual a 180; variação de reservas é negativa e igual a - 80; Curso Professor Geraldo Goes Página 11

saldo em transações correntes é igual a - 40. 5. (BACEN 98) Considerando a estrutura do balanço de pagamentos, é correto dizer que: as amortizações de empréstimos figuram na conta "movimento de capitais autônomos"; os atrasados e os empréstimos de regularização figuram na conta "erros e omissões"; as transferências unilaterais não figuram na estrutura do balanço de pagamentos, apesar de serem contabilizadas pelo Banco Central para fins de controle de entrada de recursos no país; o pagamento de seguros, os juros e os lucros fazem parte dos movimentos de capitais autônomos; o saldo do balanço de pagamentos em conta corrente é igual ao saldo do balanço comercial, do balanço de serviços e dos movimentos de capitais autônomos. 6. (BACEN 98) Podem ser considerados como alternativas de correção de déficits no balanço de pagamentos as seguintes políticas: elevação do nível de atividade econômica, elevação das taxas de juros e desvalorização cambial; elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas de juros internas em relação às externas e desvalorização cambial; redução do nível de atividade econômica, elevação das taxas de juros internas em relação às externas e desvalorização cambial; elevação do nível de atividade econômica, restrições à entrada de capitais autônomos e desvalorização cambial; redução do nível de atividade econômica, restrições à entrada de capitais autônomos e valorização cambial. 7. (BACEN 98) Considere as seguintes operações realizadas entre residentes e não residentes num determinado ano (em milhões de dólares): I. o país exporta, recebendo à vista, mercadorias no valor de US$ 100 milhões; II. III. o país importa, pagando à vista, mercadorias no valor de US$ 110 milhões; ingressam no país, sob forma de investimento direto, US$ 70 milhões em forma de bens de capital; IV. ingressam no país, sob a forma de investimentos de curto prazo, em moeda estrangeira, US$ 80 milhões; V. o país paga ao exterior US$ 50 milhões sob a forma de juros e lucros; VI. VII. VIII. o país paga ao exterior US$ 10 milhões sob a forma de fretes; o país recebe de residentes no exterior um total de US$ 25 milhões; as empresas estrangeiras instaladas no país, reinvestem US$ 5 milhões nesse país. Com base nestas operações, pode-se afirmar que o saldo do balanço comercial, o saldo de balanço de serviços, o saldo de balanço de pagamento em cota corrente e o saldo total do balanço de pagamentos são, respectivamente: -80; -65; -120; +35-10; -60; -45; +110-10; -65; -50; +105-80; -60; -115; +40 +80; +60; +165; +320 Curso Professor Geraldo Goes Página 12

14 (AF TN) Um empréstimo feito por um país junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), para cobrir déficit no balanço de pagamentos, deve ser lançado: na conta da dívida externa, como um débito; a débito, na conta de transações correntes; a débito, na conta de capitais; a crédito, na conta de capitais; a crédito, na conta de transferências 15. (AFTN) Um balanço de pagamentos encontra-se em equilíbrio quando: a conta de capitais apresenta somatória zero; os débitos e créditos realizados no período se igualam; a balança comercial e a balança de transferências unilaterais estão em equilíbrio; o saldo das transações correntes e o pagamento de juros no período se eqüivalem; não há empréstimo do tipo compensatório nem variação no nível das reservas externas. 16. (AFTN) Os déficits no balanço de pagamentos de um determinado país: decorrem fundamentalmente de déficits comerciais, mas também dependem do nível de reservas internacionais de que dispõe este país; decorrem de desvalorizações cambiais, que aumentam a competitividade, mas tornam o produto exportado relativamente barato, reduzindo, assim, as receitas líquidas de exportações deste país; ocorrem como conseqüência da elevação das taxas de juros internacionais, que incidem tanto sobre as exportações, reduzindo as receitas, quanto sobre as importações, que se tornam relativamente mais caras para este país;- decorrem, em geral, de déficits nas transações correntes (comércio visível e invisível), mas podem ocorrer, em casos muito particulares, em função de fluxos inesperados nas contas de transferências e/ou de capitais deste país; são conseqüência da falta de proteção adequada ao mercado interno deste país. Por esta razão, países com baixos níveis de proteção tarifária apresentam-se deficitários, enquanto países com níveis mais elevados de proteção dificilmente apresentam este tipo de problema. 17. (AFTN) Os Direitos Especiais de Saque (DES), foram criados como moeda escritural, ou moeda de conta, em razão da grande expansão das economias e do comércio internacional. Na verdade, desde a sua criação, o sistema Bretton Woods mostrou-se incapaz de prover recursos de liquidez necessários ao funcionamento da economia internacional, motivo pelo qual forma criados os DES. A entidade responsável pela administração dos DES era o : Fundo Monetário Internacional (FMI); Banco Mundial CFI (Corporação Financeira Internacional); Banco Interamericano de Desenvolvimento; Export - Imperio - Bank (EXIMBANK) 18. (AFTN) Nos acordos de Bretton Woods, estabeleceu-se uma paridade fixa, com conversibilidade assegurada, de US$ 35,00 por onça de ouro, e cada país, ao ingressar no FMI, era obrigado a declarar o valor de sua moeda em relação ao ouro e ao dólar americano. Assim sendo: o dólar americano passou a ser a principal moeda de reserva; pode-se dizer que, uma vez implementados os acordos, não haveria mais taxas de câmbio; Curso Professor Geraldo Goes Página 13

inevitavelmente, o ouro tenderia a acumular-se no Tesouro americano que era obrigado a efetuar a troca de dólares americanos por ouro; o dólar americano seria apenas uma moeda de conta, enquanto as moedas continuariam tendo seu valor estabelecido em termos de ouro; o novo sistema se afigurava demasiadamente rígido, pois possuir dólares não seria suficiente, seria preciso também possuir ouro, a fim de garantir a moeda nacional. 19. (AFTN) O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi concebido como um fundo de estabilização para o sistema monetário internacional no contexto das instituições de Bretton Woods. Que moedas estariam disponíveis neste fundo? O bancor, que era a moeda específica para ser utilizada pelos países para o pagamento das compensações internacionais; Apenas o dólar americano; Apenas as chamadas "moedas fortes" Todas as moedas dos países-membros do FMI Apenas as moedas garantidas em ouro. GABARITO 1-A 2-C 3-C 4-C 5-A 6-C 7-A 8-E 9-D 10-B 11-A 12-B 13-A 14-D 15-E 16-D 17-A 18-A 19-D CAPÍTULO 2 CONTABILIDADE NACIONAL (CONTABILIDADE SOCIAL) 2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE NACIONAL. A Renda é a remuneração dos fatores de produção na forma de salários, aluguéis, juros (pagos a pessoas) e lucros. A renda, portanto, é composta pela soma dos salários ( que são a remuneração do fator trabalho) mais os juros pagos a pessoas (que são a remuneração do capital financeiro) mais os aluguéis (que são a remuneração do capital físico ou dos recursos naturais) mais os lucros (que são a remuneração do capital de risco ou da capacidade empresarial) mais os royalties e renda de patentes (que são a remuneração da tecnologia). O Produto é o valor, em unidades monetárias, dos bens e serviços finais produzidos pôr uma economia em um determinado período de tempo (geralmente um ano). No período de um ano uma economia produz um grande número de bens e serviços, como é possível mensurar esta produção? Simplesmente adicionando (agregando) em unidades monetárias todos os bens e serviços finais produzidos na economia naquele período de tempo. Portanto o Produto nada mais é do que o total (expresso em unidades monetárias) dos bens e serviços finais produzidos em um país durante um certo tempo. Em1999 o Produto Interno Bruto do Brasil foi de 900 bilhões de reais, isto significa que foram produzidos no país bens e serviços finais num valor total de 900 bilhões de reais. O Consumo é o valor dos bens e serviços adquiridos pelos indivíduos para a satisfação de seus desejos. O Consumo são os gastos realizados para satisfazer desejos individuais. Os gastos que as famílias fazem em alimentação, vestuários, habitação, educação, saúde, lazer, etc. compõe o Consumo. O valor, em unidades monetárias, do total destes gastos nós chamamos de Consumo. A Poupança é a renda que não foi consumida. A poupança é o excesso da renda sobre o consumo ( S = Y-C ). Notamos que as famílias utilizam os rendimentos obtidos da remuneração dos fatores de produção para adquirir os bens e serviços produzidos pelas firmas. Mas será que toda a renda obtida pelas famílias é gasta em consumo? Não, pois as os indivíduos podem tomas a decisão de poupar. A Poupança, portanto, é a renda que não foi consumida, utilizamos a letra S para denotar a Poupança (do inglês saving). Curso Professor Geraldo Goes Página 14

O Investimento é o aumento do estoque físico de capital. O Investimento é o processo de acumulação dos bens de capital. O Investimento é igual a soma da formação bruta de capital fixo (FBKF ) com a variação de estoques ( e ), isto é: I = FBKF + e. Investimento = FBKF + e Gastos do governo: são os gastos com salários de funcionários públicos e os gastos com as compras do governo (bens e serviços que o Governo adquire do setor privado a fim de realizar suas funções tais como saúde pública, educação pública, segurança pública, etc.). Pôr exemplo os gastos do Governo com os salários dos agentes da Polícia Federal, com armamentos, munições, viaturas e instalações da PF são classificados como gastos do Governo. As despesas de capital do Governo também são incluídas na rubrica Gastos do Governo, porém os gastos com transferencias (pensões e aposentadorias) e com subsídios não são incluídas na rubrica Gastos do Governo. Transferências Governamentais: São recursos financeiros que o Governo transfere ao setor privado sem receber algo (bem ou serviço) em troca. As transferencias se dividem em transferencias à pessoas e transferencias à empresas. Transferencias à pessoas: são pensões, aposentadorias, auxílio a população flagelada, salário família, seguro desemprego, etc. Transferencia à empresas: são transferencias em espécie que o Governo realiza a algumas de suas empresas, pôr exemplo quando o governo transferia recursos financeiros para o extintos IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool) e o IBC (Instituto Brasileiro do Café ). Subsídios: quando o Governo financia parte do custo de produção de certos produtos (como leite, álcool ) com o objetivo de que o consumidor adquira mais barato esses produtos. Impostos Diretos: são tributos nos quais o ônus do pagamento recai sobre quem efetivamente deve arcar com o mesmo e portanto são aqueles tributos nos quais o contribuinte se identifica ao pagar o imposto. Os impostos diretos incluem os impostos sobre a renda, sobre o patrimônio e as contribuições parafiscais ( Previdência social, FGTS, PIS- PASEP, ETC). Exemplos: IRPF, IRPJ, IPTU, IPVA. Impostos Indiretos: são tributos nos quais o ônus não recai necessariamente sobre quem deveria pagá-lo ( existe uma transferência da carga tributária) e portanto ocorre naqueles impostos nos quais o pagamento é realizado sem a identificação do contribuinte. Exemplos: ICMS, IPI, ISS,IVA Dispêndio ou Despesa (D): são os gastos que os agentes econômicos realizam para adquirir (comprar) a produção, ou seja, é o destino da produção (é o destino dos bens e serviços produzidos). A despesa é a alocação do produto. A Despesa é dada pela soma do Consumo das famílias (C), do Investimento das empresas (I), dos Gastos do Governo (G) e das Exportações líquidas (X-M). A despesa, portanto é definida pôr C+I+ G+X-M. Despesa = C + I + G + X M CONCEITO 13. O Conceito de OUTRAS RECEITAS DO GOVERNO (ORG). ORG : é dado pela soma das Receitas Imobiliárias do Governo (os aluguéis do Governo) com a Participação Acionária do Governo (os dividendos do Governo). 2.2 PRINCIPAIS IDENTIDADES MACROECONÔMICAS. IDENTIDADE 1: A identidade (tautologia) entre Renda, Produto e Despesa. RENDA PRODUTO DESPESA IDENTIDADE 2 : A identidade(tautologia) entre Poupança e Investimento (I S). Onde: S p é a poupança privada S g é a poupança do governo S e é a poupança externa I = S p + S g + S e Nota: A equação acima mostra que os investimentos podem ser financiados ou pela poupança do setor privado, ou pela poupança do governo ou pela poupança do setor externo. 2.3. OS VÁRIOS CONCEITOS DE PRODUTO. RESUMO Produto Interno: inclui RLE (o que é o mesmo que dizer que exclui RLRE). Curso Professor Geraldo Goes Página 15

Produto Nacional: exclui RLE (o que é o mesmo que dizer que inclui RLRE). Produto Bruto: inclui a depreciação. Produto Líquido: exclui a depreciação. Produto a preço de mercado: inclui Impostos Indiretos e exclui subsídios. Produto a custo de fator: exclui impostos indiretos e inclui subsídios. 2.6. AS TRÊS ÓTICAS DO PIBpm. AS TRÊ ÓTICAS DO PIBpm Já sabemos que os conceitos de renda, despesa e produto são idênticos, portanto podemos calcular o PIBpm de três maneiras diferentes, isto é, podemos calcular o valor do PIB pôr três caminhos diferentes : a ótica da despesa, a ótica do produto e ótica da renda. Porém o resultado encontrado deve ter o mesmo valor numérico. Na ótica da renda devemos somar todas as remunerações pagas aos agentes econômicos para que os mesmos realizem a produção, na ótica da despesa devemos somar todas as despesas realizada pêlos agentes econômicos para poderem adquirir a produção e na ótica do produto devemos somar todos os bens e serviços finais para poder obter o valor em unidades monetárias dessa produção. 2.7 A ÓTICA DA DESPESA. ÓTICA DA DESPESA O PIBpm pela ótica da despesa é dada pela soma do Consumo das famílias (C), do Investimento das empresas (I), dos Gastos do Governo (G) e das exportações líquidas (X M). Ou seja: PIBpm = C + I + G + Xnf Mnf Onde: C- consumo das famílias I investimento das empresas G gastos do governo Xnf exportações de bens e serviços não fatores Mnf importações de bens e de serviços não fatores 2.8. A ÓTICA DA RENDA ÓTICA DA RENDA O PIBpm pela ótica da renda é dado pela soma de todas ao remunerações pagas aos agentes econômicos em um determinado ano, ou seja: PIBpm = salários + aluguéis + juros + lucros distribuídos + lucros retidos + impostos diretos das empresas transferencias à empresas + ORG + RLE + depreciação + Impostos indiretos subsídios. RENDA NACIONAL A Renda Nacional é dada pelo Produto Nacional Líquido a custo de fator, ou seja: PIBpm RLE depreciação- II + subsídios = PNLcf = Renda Nacional COMPONENTES DA RENDA NACIONAL Renda Nacional = (salários + aluguéis + juros + lucros distribuídos) à pessoas + lucros retidos + Impostos diretos das empresas transferencias à empresas + ORG. RENDA PESSOAL (RP) A Renda Pessoal é obtida a partir da Renda nacional através de adições e exclusões. Como no conceito de Renda Pessoal só estamos interessados na renda das pessoas devemos subtrair da Renda Nacional os itens relativos à empresas e ao governo; os itens que não pertencem à Renda Nacional (pôr não remunerarem fatores de produção) mas que pertencem à pessoas devem ser adicionados, assim temos: Renda Pessoal = Renda Nacional lucros retidos das empresas - impostos diretos das empresas - contribuições previdenciárias das empresas - ORG + transferências + juros pagos pelo Governo à pessoas + juros pagos pôr pessoas à pessoas. Nota : as contribuições previdenciárias das empresas fazem parte dos impostos diretos das empresas. Na fórmula acima essas contribuições foram desmembradas dos impostos e portanto aparecem como uma exclusão da Renda Nacional afim de se obter a Renda Pessoal. RENDA PESSOAL DISPONÍVEL (RPD) Curso Professor Geraldo Goes Página 16

A Renda Pessoal Disponível, como o nome indica é aquela que está disponível para as pessoas consumirem ou pouparem, portanto para obtermos a Renda Pessoal Disponível a partir da Renda Pessoal devemos retirar os impostos diretos das pessoas, ou seja : Renda Pessoal Disponível = Renda Pessoal Impostos diretos das pessoas. ALOCAÇÃO DA RENDA PESSOAL DISPONÍVEL (RPD) A Renda Pessoal disponível pode ser alocada em consumo, poupança ou para pagamentos de juros, ou seja: RPD = CONSUMO + POPANÇA + JUROS PIB cf = Remuneração dos empregados + Excedente Operacional Bruto 2.9. A ÓTICA DO PRODUTO. ÓTICA DO PRODUTO Para se calcular o PIBpm pela ótica do produto devemos somar (agregar) toda a produção de bens e serviços finais produzidos pôr um país em um determinado período de tempo, pôr exemplo, um ano. A questão básica no cálculo do PIB pela ótica do produto é não cometer um erro de dupla contagem ao se somar os produtos intermediários, ou seja só devemos contabilizar a produção dos bens e serviços finais. Assim temos: PIBpm = (Produção total de bens e serviços) (Produção intermediária) VALOR ADICIONADO É o valor adicionado pôr cada etapa na produção de um bem. O valor adicionado remunera os fatores de produção em cada uma das tapas de fabricação de um bem. O valor adicionado de uma etapa (ou de um setor) é calculado subtraído-se do valor da produção em cada etapa (ou setor ) do valor da produção da etapa anterior ( ou de outros setores) de maneira que, ao se proceder dessa maneira não cometemos erros de dupla contagem. O PIB COMO SOMA DOS VALORES ADICIONADOS (AGREGADOS) O PIB é a soma dos valores adicionados de todos os setores da economia. Em particular o PIB pela ótica do produto também pode ser calculado como a soma dos valores adicionados pelos setores primário, secundário e terciário. 2.10 VAZAMENTOS E INJEÇÕES. As injeções no fluxo circular da renda são: Investimento ( I ), Gastos do Governo ( G) e as Exportações ( X ). Os vazamentos no fluxo da renda são : Poupança (S ), Tributação (T ) e as Importações (M ) Nota: As injeções representam uma entrada no fluxo circular da renda, assim: ( i ) quanto mais as empresas investirem, isto é, adquirirem máquinas, equipamentos e edificações mais terão que contatar pessoas e remunerar os fatores de produção e estes pôr sua vez, consequentemente poderão comprar mais bens e serviços das empresas, aquecendo a economia (aumentando o nível de atividade econômica); ( ii ) quanto mais o Governo gastar, isto é, quanto mais o Governo contratar pessoas e comprar bens e serviços do setor privado, mais essas pessoas poderão comprar bens e serviços, e portanto aumentando o nível de atividade da economia. As firmas para atender a demanda do Governo irão contatar mais pessoas e outros recursos, aumentando a renda e consequentemente os agentes econômicos poderão consumir mais,aumentando o nível de emprego e de atividade econômica; (iii) quanto mais uma economia exporta mais terá que contratar recursos para atender a demanda externa e portanto aumentará a remuneração dos fatores, aumentando o nível de atividade econômica (aquecendo a economia). Os vazamentos possuem o efeito oposto: ( i ) quanto mais as pessoas pouparem, menor será o consumo e portanto a demanda pôr bens e serviços diminuirá, As firmas irão contratar menos pessoas e o nível de emprego e de atividade econômica diminuirá; (iii) quanto mais o Governo tributar, menos renda as pessoas terão para consumir, portanto o nível de atividade da economia diminuirá; ( iii ) quanto mais uma economia importa, menos irá remunerar os fatores de produção Domésticos e portanto o nível de emprego, renda e de atividade econômica diminuirá. 2.11 A igualdade entre a soma das injeções e a soma dos vazamentos. Em uma economia a soma das INJEÇÕES (Investimento, Gastos do Governo e Exportações) é igual a soma dos VAZAMENTOS (Poupança, Tributação e Importações): I + G + X = S + T + M. 2.12 Os déficit gêmeos. 2.13 FÓRMULAS UTILIZADAS NA ÓTICA DA DESPESA Curso Professor Geraldo Goes Página 17