BIODIESEL: UMA NOVA FONTE EM POTÊNCIAL PRODUTIVO E ECONÔMICO



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Transcrição:

BIODIESEL: UMA NOVA FONTE EM POTÊNCIAL PRODUTIVO E ECONÔMICO Sílvia Valeriano Gomes (UFF) silvia.valeriano@dorio.com.br Adriano Augusto Teixeira de Lima (UFF) aatlima@ig.com.br Jorge de Rezende (UFF) rezende@ofr.com.br A conscientização mundial da necessidade de se buscar a viabilização do uso de fontes energéticas renováveis vem proporcionando o desenvolvimento de forma sustentável para soluções que possam além de amenizar questões sóócio-econômicas como ambientais também preservar o planeta. Dentre as inúmeras alternativas em energia renovável existente, no Brasil destaca-se em potencialidade produtiva com relação ao uso da biomassa focalizando o biodiesel como produto final. Nacionalmente é vislumbrado um mercado bastante promissor economicamente e para se obter sucesso neste novo desafio para o Brasil, o Governo vem se empenhando gerando uma série de regulamentações favoráveis a produção de biodiesel. Este Artigo abordará como estão estruturadas essas regulamentações, além de analisar a oferta de matéria-prima para a produção, assim como comparar o custo entre o biosiesel e o petrodiesel e por fim identificar os pontos fortes e fracos no uso do biodiesel. Palavras-chaves: Energias renováveis, Biomassa, Biodiesel, Matériaprima do biodiesel, Custo final do biodiesel, Análise de Swot.

1. Introdução Este artigo apresenta uma análise sobre o contexto da viabilidade econômica e tecnológica na produção de Biodiesel no Brasil. A importância do biocombustível para o País provém principalmente dos seguintes fatores: Ser uma alternativa de minimizar a dependência dos derivados de petróleo, desta forma diversificar a matriz energética brasileira; Ser um componente obrigatório em curto/médio prazo na composição do óleo diesel comercializado; Criar um novo mercado para as oleaginosas, gerando empregos em regiões carentes; e Proporcionar uma perspectiva de redução na emissão de poluentes conforme o acordado no Protocolo de Kyoto. Este estudo divide-se da seguinte forma: Mostrar a estruturação vigente da regulamentação governamental nacional sobre a produção de Biodiesel. Posteriormente analizar oferta de matéria-prima destinadas a produção e a potencialidade de cada região do País. Em seguida comparar o custo do Biodiesel x o custo do Petrodiesel. Complementando em sequência com a aplicação da análise de SWOT, identificando os pontos fracos, fortes, diferenças internas e comparando-as de maneira objetiva e realista com a concorrência levando-se em consideração as oportunidades e ameças no contexto ambiental externo. 2. A história dos combustívéis Em 1859 foi descoberto petróleo na Pensilvânia tendo sido utilizado principalmente para produção de querosene de iluminação (YERGIN,1992). O ano de 1973 representou um verdadeiro marco na história energética do Planeta, pois o homem passou a valorizar as energias oriundas da biomassa, posicionando-as em destaque com relação aos bens de sua convivência (FREITAS, 2006). No mundo todo, muitos esforços foram dedicados à superação da crise de 1973, os quais originaram, basicamente, dois grupos de ações: Conservação ou economia de energia; e Usos de fontes alternativas de energia. Neste período o Brasil na qualidade de paraíso da biomassa, implementou o Programa Nacional do Álcool (PNA), com o objetivo de reduzir a importação de petróleo. Porém quando os preços do petróleo já estavam mais baixos e o governo federal perdeu a motivação inicial para o programa, deixando os produtores de etanol por conta própria. Entretanto o PNA apresentou um saldo positivo, pois as metas, apesar de muito ambiciosas, foram atingidas e superadas, demonstrando as potencialidades da energia provenientes da biomassa no Brasil (FREITAS, 2006). 2.1 Definições associadas ao biodiesel O biodiesel é um biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil conforme a declaração do Ministério de Ciência e Tecnologia (apud HIRICHS, 2003). Podendo ser obtido pelo processamento de sementes de girassol, soja, castanha, buriti, amendoim, 2

mamona, algodão, entre outros vegetais. Além de também ser obtido a partir de gordura animal e de óleo vegetal já utilizado em frituras (HINRICHS, 2003). O biodiesel pode ser usado puro ou em mistura com o óleo diesel em qualquer proporção. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do Biodiesel à mistura. Por exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de Biodiesel, respectivamente. A experiência de utilização do biodiesel no mercado de combustíveis tem ocorrido em quatro níveis de concentração: Puro(B100);Misturas(B20 B30);Aditivo (B5);Aditivo de lubricidade (B2) (HINRICHS, 2003). 3. Biodiesel no Brasil O Brasil, pela sua imensa extensão territorial, associada às excelentes condições climáticas, é considerado um país privilegiado para a exploração da biomassa para fins alimentícios, químicos e energéticos. No campo das oleaginosas, matérias-primas potenciais para a produção de biodiesel, as vocações são bastante diversificadas, dependendo da região considerada. Por outro lado, as diversidades sociais, econômicas e ambientais geram distintas motivações regionais para a produção e consumo de combustíveis da biomassa, especialmente quando se trata do biodiesel (FREITAS, 2006). Em função do novo panorama focado nas energias renováveis o governo federal criou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) é um programa interministerial que objetiva a implementação de forma sustentável, tanto técnica, como economicamente, a produção e uso do Biodiesel, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, via geração de emprego e renda. Principais diretrizes do PNPB: Implantar um programa sustentável, promovendo inclusão social; Garantir preços competitivos, qualidade e suprimento; e Produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes oleaginosas e em regiões diversas (BIODIESEL, 2007). 3.1 Legislação e normas - PNPB Figura 1 - Esquematização das diretrizes do PNPB A seguir é apresentado um quadro evolutivo das legislações e normas sobre o biodiesel vigentes, apresentando-as de uma forma sucinta proporcionando uma visão geral sobre esse aspecto. Leis: Descrição: Nº 11.116, de 18 de maio de 2005 Dispõe sobre o Registro Especial, na Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, de produtor ou importador de biodiesel e sobre a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre as receitas decorrentes da venda desse produto; altera as Leis n os 10.451, de 10 de maio de 2002, e 11.097, de 13 /01/ 2005; e dá outras providências. Nº 10.848, de 15 de março de 2004 Dispõe sobre a comercialização de energia elétrica, altera as Leis nºs 5.655, de 20 de maio de 1971, 8.631, de 4 de março de 1993, 9.074, de 7 de julho de 1995, 9.427, de 26 de dezembro de 1996, 9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.648, de 27 /05/ 1998, 9.991, de 24 de julho de 2000, 10.438, de 26 de abril de 2002, e dá outras providências. Decretos: Descrição: 3

Nº 5.457, de 06 de junho de 2005 Reduz as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a importação e a comercialização de biodiesel. Nº 5.448, de 20 de maio de 2005 Regulamenta o 1 o do art. 2 o da Lei n o 11.097, de 13 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, e dá outras providências. Portarias: Descrição: MME 483, de 3 de outubro de 2005 e ANP nº240, de 25 de agosto de 2003 Resoluções: ANP n º 31, de 04 de novembro de 2005 CNPE n º 3, de 23 de setembro de 2005 ANP nº 42, de 24 de novembro de 2004 ANP nº 41, de 24 de novembro de 2004 BNDES Nº 1.135 / 2004 Instruções Normativas MDA nº 02, de 30 de setembro de 2005 MDA nº 01, de 05 de julho de 2005 SRF nº 526, de 15 de março de 2005 SRF nº 516, de 22 de fevereiro de 2005 3.2 Selo Combustível Social Estabelece a regulamentação para a utilização de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos não especificados no País. Descrição: Regula a realização de leilões públicos para aquisição de biodiesel Reduz o prazo de que trata o 1º do art. 2º da Lei nº 11.097, de 13/01/ 2005, e dá outras providências Estabelece a especificação para a comercialização de biodiesel que poderá ser adicionado ao óleo diesel na proporção 2% em volume. Fica instituída a regulamentação e obrigatoriedade de autorização da ANP para o exercício da atividade de produção de biodiesel. Assunto: Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Biodiesel no âmbito do Programa de Produção e Uso do Biodiesel como Fonte Alternativa de Energia. Descrição: Dispõe sobre os critérios e procedimentos relativos ao enquadramento de projetos de produção de biodiesel ao selo combustível social. Dispõe sobre os critérios e procedimentos relativos à concessão de uso do selo combustível social. Dispõe sobre a opção pelos regimes de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, de que tratam o art. 52 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o art. 23 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, e o art. 4º da Medida Provisória nº 227, de 6 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Registro Especial a que estão sujeitos os produtores e os importadores de biodiesel, e dá outras providências Figura 2 Resumo das Legislações e normas sobre o biodiesel no Brasil Além das vantagens econômicas e ambientais, há o aspecto social, de fundamental importância, sobretudo em se considerando a possibilidade de conciliar sinergicamente todas essas potencialidades.os agricultores familiares também terão acesso a linhas de crédito do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento de Crédito Fundiário), por meio dos bancos que operam com esse Programa, assim como acesso à assistência técnica, fornecida pelas próprias empresas detentoras do Selo Combustível Social, com apoio do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) por meio de parceiros públicos e privados (BIODIESEL, 2007). 3.3 Plano de Trabalho 4

3.4 Marco Regulatório Figura 3 Plano de trabalho (PNPB) O marco regulatório que autoriza o uso comercial do biodiesel no Brasil considera a diversidade de oleaginosas disponíveis no País, a garantia do suprimento e da qualidade, a competitividade frente aos demais combustíveis e uma política de inclusão social. As regras permitem a produção baseando-se em diferentes oleaginosas e rotas tecnológicas, possibilitando a participação do agronegócio e da agricultura familiar. A regulamentação feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), responsável pela regulação e fiscalização do novo produto, cria a figura do produtor de biodiesel, estabelece as especificações do combustível e estrutura a cadeia de comercialização. (BIODIESEL, 2007). 3.5 BB BIODIESEL - Programa BB de Apoio a Produção e Uso de Biodiesel O Programa beneficiará os diversos componentes da cadeia produtiva do biodiesel de forma sistêmica: Na produção agrícola: com linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização, disponíveis para financiamento ao produtor rural familiar e empresarial; e Na industrialização: BNDES Biodiesel, PRONAF Agroindústria, Prodecoop, Crédito Agroindustrial (aquisição de matéria-prima), além das linhas disponíveis para o setor industrial. O principal critério a ser considerado pelo Banco na concessão do crédito, além das exigências específicas de cada linha, é a garantia de comercialização tanto da produção agrícola quanto do biodiesel (BIODIESEL, 2007). 3.6 Desenvolvimento Tecnológico O Brasil desenvolve pesquisas sobre biodiesel há quase meio século e foi um dos pioneiros ao registrar a primeira patente sobre o processo de produção de combustível, em 1980. Os segmentos de pesquisa estão divididos nas seguintes áreas: Agricultura; Bens de Capital e Processos Produtivos; Rotas Tecnológicas; Co-produtos. Na área de agriculturas as ações são planejadas e executadas em conjunto com a EMBRAPA, sendo consideradas as seguintes linhas: zoneamento pedoclimático; variedades vegetais e oleaginosas; economia e modelagem de sistemas; processamento e transformação (BIODIESEL, 2007). 5

4. Matérias-primas, processos de produção e cadeia produtiva do biocombustível 4.1 Máterias Primas : O biodiesel pode ser obtido a partir de : Óleos vegetais; Gorduras de animais; e Óleos e gorduras residuais. 4.2 As principais oleoginosas para o biodiesel no Brasil No Norte, o dendê se configura como a grande opção, pois existe mais de 50 milhões de hectares de áreas desmatadas, grande parte dos quais com aptidão para o seu plantio. A soja, o girassol, o algodão e a canola despontam como as principais alternativas para o Centro Oeste, o Sudeste e o Sul do Brasil. Apesar de todo esse potencial, é necessário efetuar uma avaliação da capacidade de produção de oleaginosas no país, de acordo com a vocação regional, prevendo a expansão de áreas das oleaginosas com domínio tecnológico, o incentivo ao extrativismo sustentável de espécies de palmáceas nativas que ocorrem em imensas reservas naturais, em várias regiões do País, principalmente no Norte e Nordeste bem como o incentivo ao cultivo de oleaginosas perenes, que possuam domínio tecnológico, como é o caso do dendê (FERREIRA, 2006). 4.2.1 Oleaginosas com domínio tecnológico As oleaginosas com domínio tecnológico possuem as técnicas de produção em um patamar no qual se consegue obter uma produtividade em larga escala devido ao conhecimento desenvolvido no cultivo das mesmas. Conseqüentemente a perda por colheita é relativamente baixa (FERREIRA, 2006). Amendoim Soja Figura 4 Produção, área plantada e produtividade do Amendoim Dendê Figura 5 Área, produção e produtividade de soja no Brasil Canola 6

Figura 6 Acréscimo de 15% de óleo de dendê ao óleo diesel Figura 7 Produção, área e produtividade da canola no Brasil Girassol Algodão Figura 8 Área e produção de girassol em 2003 O algodão apresenta um óleo quase todo constituído por ácidos graxos insaturados, casos do oléico e do linoléico e um pouco de saturados, caso do palmítico, o que lhe confere ser uma excelente opção para a produção do biodiesel (FERREIRA, 2006). 4.2.2 Oleaginosas potenciais (sem domínio tecnológico) Existem várias oleaginosas com grandes potencias de produção porém ainda estão em um patamar primitivo em virtude da falta de exploração de suas produtividades. Babaçu O babaçu é uma oleaginosa com exploração extrativista e o seu cultivo ocorre nos Estados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Tocantins (EMBRAPA, 1983). 7

Pinhão-Manso Atualmente ocorre em todas as regiões brasileiras de forma dispersa e em quase todas as regiões intertropicais. Macaúba Figura 9 Composição do fruto de pinhão-manso O potencial da macaúba (Acrocrocamia sclerocarpa Mart.) para os Cerrados é comparável ao do dendê para Amazônia. Ela ocorre formando extensos adensamentos naturais. 4.3 Processos de produção de biodiesel Figura 10 Produtividade agrícola da macaúba Existem duas tecnologias que podem ser aplicadas para a obtenção de biodiesel a partir de óleos vegetais (puros ou de cocção) e sebo animal: a tecnologia de transesterificação e a tecnologia de craqueamento. A tecnologia para a produção de biodiesel predominante no mundo é a rota tecnológica de transesterificação metílica. A opção pelo metanol, principalmente em outros países, se deu pelo alto custo do etanol. No Brasil, os empreendimentos que estão em operação adotam a tecnologia denominada transesterificação com predominância da rota tecnológica metílica, mas já há empreendimentos que adotam a rota etílica. A transesterificação é o processo de separação do glicerol do óleo vegetal. No entanto, a rota de transesterificação é a realidade em curso das usinas em funcionamento em todo o país, mesmo apresentando algumas questões técnicas a superar, em especial, para a rota etílica. Essa rota é mais vantajosa para o Brasil por questões de baixo custo de produção do etanol (ENNES, 2007). Figura 11 Processo de produção 8

Figura 12 Fluxograma do processo de produção de biodiesel Considerando algumas rotas de processo e determinados elos de cadeias produtivas, torna-se oportuno fazer-se os seguintes comentários: Visão em cadeia produtiva (A visão e a abordagem da produção de biodiesel sob a luz das cadeias produtivas, com certeza, é imperativa, pois as interdependências entre os seus elos podem definir o sucesso ou o fracasso dos empreendimentos); Óleos residuais de frituras (Existem alguns problemas técnicos em relação a transformação dos óleos residuais de frituras, face a heterogeneidade da matéria-prima sobre o grau de acidez, do teor de umidade e da presença de certos contaminantes); e Óleos e gorduras residuais de esgotos (Esta possibilidade reveste de extraordinária importância não somente pela abundância dessa matéria-prima, como também como artifício para evitar a transformação dessa matéria graxa em metano, um danoso contribuinte para o efeito estufa); e Processos de extração de óleo. Os processos de extração do óleo de grãos ou amêndoas oleaginosas podem ser definidos nos seguintes estilos ou rotas: Extração mecânica; Extração por solvente; Extração mista (mecânica/solvente). A seleção da rota de extração depende de dois fatores determinantes, a capacidade produtiva e o teor de óleo do grão. 5. Custos: Biodiesel x Petrodiesel 5.1 Estrutura de formação de preço do Biodiesel Segundo Freitas, 2006 a formação do preço do Biodiesel ocorre da forma apresentada abaixo: Composição do custo do Biodiesel, onde temos: A Óleo vegetal; B Álcool; C Catalisador; D Custos Fixos; E Excedente de Produção. Biodiesel = (A + B + C + D) E O governo oferece os seguintes incentivos fiscais: Para a agricultura familiar nas regiões Norte e Nordeste (Cultivo do dendê e de mamona) = Isenção de 100% de PIS/COFINS (Tributo Federal); Para agricultura familiar geral = Isenção de 68% de PIS/COFINS (Tributo Federal); e Para a agricultura mecanizada nas regiões Norte e Nordeste (Cultivo do dendê e de mamona) = Isenção de 32% de PIS/COFINS (Tributo Federal). 9

5.2 Impacto dos valores percentuais de impostos nos preços finais do Biodiesel ao consumidor (R$/Litro) Norte -Dendê (Etílico) Mecanizado (5) Familiar (3) Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Sem impostos 0,77 1,96 1,36 0,77 1,96 1,36 Com impostos (2) 1,35 3,45 2,39 1,20 3,06 2,12 Só c/13% ao consumidor 0,87 2,21 1,54 0,87 2,21 1,54 Nordeste - Mamona (Metílico) Mecanizado (5) Familiar (3) Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Sem impostos 0,90 2,28 1,59 0,90 2,28 1,59 Com impostos (2) 1,58 4,01 2,80 1,40 3,56 2,48 Só c/13% ao consumidor 1,01 2,58 1,80 1,02 2,58 1,80 Óleo de fritura Sebo bovino Mecanizado (Etílico) Mecanizado (Etílico) Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Sem impostos 0,20 0,59 0,39 0,28 0,79 0,54 Com impostos (2) 0,37 1,09 0,72 0,52 1,46 0,99 Só c/13% ao consumidor 0,23 0,67 0,44 0,32 0,89 0,61 Óleo de fritura Sebo bovino Mecanizado (Metílico) Mecanizado (Metílico) Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Sem impostos 0,16 0,51 0,34 0,25 0,71 0,48 Com impostos (2) 0,30 0,94 0,63 0,46 1,31 0,89 Só c/13% ao consumidor 0,18 0,58 0,38 0,28 0,80 0,54 Sudeste - Sul - Centro-Oeste Soja Mecanizado (Etílico) Sudeste - Sul - Centro-Oeste Soja Mecanizado (Metílico) Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Médio Sem impostos 0,54 1,40 0,97 0,50 1,33 0,92 Com impostos (2) 0,99 2,60 1,79 0,92 2,46 1,70 Só c/13% ao consumidor 0,61 1,58 1,10 0,56 1,50 1,04 Figura 13 Impacto dos valores de impostos nos preços finais do Biodiesel Observações: (1) Incidência de impostos: 29% de PIS/COFINS (Tributo Federal) + 43% [ICMS (Tributo Estadual) + MD (Margem do Distribuidor) + L (Logística)] +13% ao consumidor;(2) Preço com impostos = Preço sem impostos x {1 + [(29%PIS/COFINS na Refinaria) + (43% ICMS no Distribuidor + MD + L) + (13% no Consumidor)]}; (3) Para a agricultura familiar nas regiões Norte e Nordeste (Cultivo do dendê e de mamona) = Isenção de 100% de PIS/COFINS (Tributo Federal); (4) Para agricultura familiar geral = Isenção de 68% de PIS/COFINS (Tributo Federal); (5) Para a agricultura mecanizada nas regiões Norte e Nordeste (Cultivo do dendê e de mamona) = Isenção de 32% de PIS/COFINS (Tributo Federal). 5.3 Estrutura formação de preço do Petrodiesel (Óleo Diesel) 10

Segundo ANP, 2007 em seu levantamento de preços do Petróleo e seus derivados temos: Composição do custo de óleo Diesel desde o produtor, onde temos: A Preço de realização (1); B Contribuição de intervenção no domínio econômico CIDE (2); C PIS/PASEP e COFINS (3): C = (PIS + COFINS) x (1 - ÍNDICE DE REDUÇÃO (4)); D Preço de faturamento sem ICMS : D = A + B + C; E ICMS produtor (5): E = [(D / (1 - ICMS%)] D; F Base de cálculo do ICMS cheio (6): F = D / (1 - ICMS%) x ( 1 + MVA%); G Substituição tributária ICMS: G = (F x ICMS%) E; H Faturamento produtor: H = D + E + G. Composição do custo a partir da distribuidora, onde temos: I Frete do óleo Diesel até a base de distribuição (1); J Preço de aquisição da distribuidora: J = H + I; K Margem da distribuição (1); L Frete da base de distribuição até o posto revendedor (1); M CPMF da distribuidora: M = (J + K + L) x CPMF%; N Preço de faturamento da distribuidora: N = J + K + L + M. Composição de preço de venda, onde temos: O Preço da aquisição da revenda: O = N; P Margem da revenda (1); Q CPMF da revenda: Q = (O + P) x CPMF%; R Preço-bomba do óleo Diesel: R = O + P + Q. Observações: (1) Valores não-sujeitos a tabelamento; (2) Decreto nº5.060, de 30/04/04; (3) Lei nº 10.865, de 30/04/04; (4) Decreto nº5.059, de 30/04/04; (5) Alíquotas estabelecidas pelos governos estaduais; (6) Margem de Valor Agregado (MVA) estabelecida em Convênios ICMS, ou Preço Médio ao Consumidor Final (PMPF) estabelecido por Atos COTEPE (Comissão Técnica Permanente). 5.4 Custos de produção do Petrodiesel com impostos O cálculo do preço médio apresentado a seguir na Figura 18 foi baseado nas vendas de combustíveis informadas pelas distribuidoras à ANP no ano de 2004, através do DCP (Demonstrativo de Controle de Produtos) (ANP, 2007). Observações: Síntese dos preços praticados Brasil; e Resumo Diesel R$/Litro. Região Semana Nº de Postos Pesquisado Preço ao Consumidor Preço Distribuidora Preço Preço Preço Preço Preço Mínimo Máximo Médio Mínimo Máximo Centro- Oeste 04/11-10/11 456 1,71 2,33 2,02 1,62 1,99 1,81 Nordeste 04/11-10/11 1083 1,69 2,11 1,90 1,62 1,80 1,71 Preço Médio Norte 04/11-10/11 412 1,74 2,50 2,12 1,42 2,14 1,78 Sudeste 04/11-10/11 2535 1,67 2,15 1,91 1,59 1,82 1,71 Sul 04/11-10/11 1064 1,70 2,10 1,90 1,59 1,83 1,71 Figura 14 Levantamento de preços 5.5 Comparativo por região do País entre o Biodiesel e o Petrodiesel 11

Através dos dados de custos e dos preços finais do biodiesel o senário apresentado na região Norte na qual o cultivo familiar no dendê com o uso do álcool etílico tem-se o preço médio de 2,12 R$/Litro em contrapartida o óleo diesel tem o preço médio de 2,12 R$/Litro, sendo atrativo o biodiesel economicamente para o consumidor. Mais deve-se esse resultado em decorrência que neste momento os incentivos fiscais cedidos aos agricultores pelo Governo vem estimulando a produção familiar e mecânica no Norte do País. A região Nordeste se utiliza o álcool metílico que é de origem fóssil e desta forma tem-se seu preço de custo superior ao álcool etílico, obtido atráves da cana-de-áçucar, gerando como resultado o valor médio de R$2,48 no cultivo familiar e no mecanizado de R$2,80 por litro. Mesmo com os incentivos fiscais o biodiesel nesta região que é baseada na produção do óleo obtido através da mamona, ainda não apresenta um valor médio atrativo para o consumidor se comparado ao petrodiesel (óleo diesel) cujo o valor médio é R$1,90 por litro. Porém a tendência dos preços do biodiesel tendem a declinar, uma vez que vem sendo pesquisado e desenvolvido técnicas produtivas para ampliar a eficiência de extração do óleo de mamona por hectare. Desta forma com a oferta mais elevada de máteria-prima se terá benefícios econômicos na produção do biocombustível. Além da mamona ter um papel social importante já que permite ser consórciada com a cultura do feijão, milho ou amendoim. Nas regiões Sudeste,Sul e Centro-Oeste os cultivos são principalmente basicamente na soja apresentando o preço médio do biodiesel muito atrativo ao consumidor de 1,79 R$/Litro quando utilizado o álcool etílico no processo de produção mecanizado e quando se utiliza o álcool metílico o valor é de 1,70 R$/Litro. Nestas regiões o valor médio do óleo diesel é de 1,94 R$/Litro para o consumidor. A soja já possui um mercado produtor consolidado o que beneficia a produção do biodiesel quando usada como matéria-prima. O óleo de fritura e o sebo bovino quando utilizados para a produção de biodiesel são os que apresentam os valores mais baixos do biodiesel como produto final. Porém ainda não se tem interesse nacionalmente neste momento na produção maciça dos biocombustíveis obitdos através dos mesmos em função do Brasil apresentar um grande potencial produtivo das oleaginosas vegetais. 6. Aplicação da análise de SWOT A análise de DAFO (em Inglês SWOT) que segundo Teixeira (2003) é uma sigla usada para definir uma ferramenta analítica que permite trabalhar com todas as informação que se tenha sobre o seu negócio, útil para examinar as suas debilidades, ameaças, forças e oportunidades. Deve permitir identificar as forças e as fraquezas; diferenças internas; e compará-las de maneira objetiva e realista com a concorrência e com as oportunidades e ameaças no contexto ambiental externo. Isto significa que a análise SWOT consta de duas partes: uma interna e outra externa. A parte interna tem a ver com as forças e as fraquezas do negócio, aspectos sobre os quais o gestor tem algum grau de controle. A parte externa descreve as oportunidades que o mercado oferece e as ameaças que o negócio terá que enfrentar. Nesta parte deverá ser aplicada toda a capacidade e habilidade para aproveitar essas oportunidades e para minimizar ou anular essas ameaças, circunstância sobre as quais se tem pouco ou nenhum controle direto. Oportunidades (Externo) Elevação do preço do Petróleo; Redução/limitação do volume de emissões de gases causadores do efeito- estufa ; Aumento gradual do uso do Biodiesel no combustível fóssil. Pontos Fortes (interno) Ameaças (Externo) Aumento do preço dos alimentos agrícolas; Gerar uma crise no abastecimento de alimentos; Subsídios e protecionismos locais Pontos Fracos (interno) 12

7. Considerações finais Figura 15 - Análise Swot da produção nacional de biodiesel Este artigo mostrou que o Brasil possui grandes chances de vir a ocupar o 1º lugar neste ranking. Entretanto, é necessário que sejam realizadas pesquisas e que existam investimentos por parte do governo e iniciativa privada, no sentido de viabilizar a produção, conseqüentemente a utilização do Biodiesel em larga escala sem por em risco aspectos sociais, ambientais e econômicos. Para que se fosse apurado de forma analítica todos os aspectos inerentes ao Biodiesel nacionalmente na parte de produção fora aplicada a Análise de SWOT, essa análise possibilitou identificar a necessidade no uso do Biodiesel para uma redução na dependência com relação ao combustível fóssil, e contribuir na diminuição do impacto ambiental. Foi identificado a importância de se estabelecer mecanismos para sustentação dos preços das oleaginosas e seus subprodutos, como forma de manutenção da produção agrícola brasileira. Além dos custos do Biodiesel serem atrativo se comparado ao diesel quando a matéria-prima utilizada encontra-se em patamar de domínio tecnológico na sua produção e quando a mesma possui um mercado bem definido com um estruturação eficiente, como é o caso da soja. Com o desenvolvimento de tecnologias capazes de proporcionar a extração máxima de produtividade de cada região, além de gerar inúmeros empregos entorno da produção se terá um panorama cada vez mais estimulador no desenvolvimento sócio-econômico baseados no uso em grande escala do Biodiesel. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANP. Levantamento de preços: Estrutura dos Preços. Disponível: http://www.anp.gov.br/petro/estrutura_preços.asp. Acesso em novembro de 2007. (ANP, 2007). BIODIESEL. Legislação e normas sobre o biodiesel. Disponível em http:// www.biodiesel.gov.br Acesso em junho de 2007. (BIODIESEL, 2007). EMBRAPA. Programa Nacional de Pesquisa de Energia. Brasília. 1983. 195 p. (EMBRAPA, 1983). ENNES, M. W. Biodiesel. SEBRAE, 2007. Disponível em http://www.biblioteca.sebrae.com.br. Acesso em agosto de 2007. (ENNES, 2007). FREITAS,C.; PENTEADO, M. Biodiesel: Energia do Futuro. 1.ª ed. São Paulo: Letra Boreal, 2006. (FREITAS, 2006). FERREIRA, J. R.; CRISTO, C.M.P.N. O futuro da indústria: biodiesel. Coletânia de artigos. Brasília: MDIC STI/IEL, 145 p.: il. (Série Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, 14), 2006. (FERREIRA, 2006). 13

GERPEN, J. V.; KNOTHE, G.; KRAHL, J.; RAMOS, L. P. Manual de Biodiesel. 1. ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. (GERPEN, 2006). HINRICHS, R. A.; KLEINBACH,M. Energia e meio ambiente. Tradução da 3.ª ed. Norte-americana. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. (HINRICHS, 2003). ROSTAND, R. Energias Renováveis: o que são e por que utilizá-las. Disponível em http://www.aondevamos.eng.br/textos/texto08.htm. Acesso em setembro de 2007. (ROSTAND, 2007). TEIXEIRA, M. Apontamentos Gerais sobre Gestão 2003. Disponível: http: //www.manuelteixeira.net/articles. Acesso em Novembro de 2007. (TEIXEIRA, 2003). YERGIN, D. O Petróleo: Uma história de ganância, dinheiro e poder. 2ª. Ed. São Paulo: Scritta Editorial, 1992. (YERGIN, 1992). 14