FACULDADE PITÁGORAS TÓPICOS ESPECIAIS EM NUTRIÇÃO I SOLICITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS Profª. MSc. Karla Vanessa do Nascimento Silva
Exames Bioquímicos Utilizados como complemento das avaliações antropométrica, dietética e exame físico. Fornecem informações objetivas auxiliam no diagnóstico de carências específicas e no acompanhamento de patologias. Permitem detectar possíveis deficiências antes do surgimento de sinais clínicos. Não devem ser analisados de forma isolada.
Amparo Legal Regulamenta a profissão de Nutricionista e determina outras providências. Art. 4º, inciso VIII Atribui-se também aos nutricionistas a solicitação de exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietoterápico, desde que relacionados com a alimentação e nutrição humanas.
Dispõe sobre a solicitação de exames laboratoriais na área de nutrição clínica: Art. 1º. Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do cliente-paciente. Art. 2º. O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes.
Solicitação de Exames Nutricionista (nome) CRN E-mail Endereço Contato Carimbo e data Nome do paciente: Solicito os seguintes exames laboratoriais para acompanhamento nutricional:
Objetivos Identificar o estado nutricional desnutrição energético-proteica Complementar a avaliação nutricional: Identificar carências ou excessos de nutrientes Identificar fatores de risco Acompanhar a evolução do estado geral
Parâmetros de Avaliação do Estado Nutricional Reserva muscular Índice creatinina-altura Balanço nitrogenado Proteínas plasmáticas Albumina Transferrina Pré-albumina Proteína transportadora de retinol Hemoglobina e hematócrito Imunocompetência Contagem total de linfócitos Testes cutâneos
Reserva Muscular
Índice creatinina-altura Reserva Muscular Limitações: - Dificuldade na coleta da urina de 24 horas. - Não deve ser utilizado na insuficiência renal e na fase aguda pós traumática. - Dificuldade na coleta da urina de 24 horas. - Pode ser influenciado pelo exercício físico intenso e ingestão de carnes na dieta. - Idade tendência à diminuição da excreção de creatinina, induzida pela sarcopenia e pelo baixo consumo de carne.
Balanço nitrogenado Reserva Muscular Diferença entre o nitrogênio (N) ingerido e o excretado por dia. Coleta de urina 24h em 3 dias BN = N ingerido (g) N excretado (g) Onde: N ingerido = (proteína consumida (g))/6,25 N excretado = N ureico urinário (g) + 4g 80% do N excretado é proveniente da ureia urinária, restante provem das fezes, N não ureico na urina, pele, cabelo e outros.
Reserva Muscular Interpretação: Balanço nitrogenado = 0 (NI = NE) Equilíbrio Consumo adequado de energia e proteína Balanço nitrogenado positivo (NI > NE) Anabolismo Indivíduo em crescimento (crianças, adolescentes, gestantes, atletas, em recuperação de doenças) Balanço nitrogenado negativo (NI < NE) Catabolismo Consumo inadequado de proteína e/ou energia, catabolismo aumentado (trauma, sepse, queimadura, infecções)
Proteínas Plasmáticas Características: Síntese hepática Proteínas de fase aguda negativa presença de inflamação e infecção doenças hepática crônica Funções: Albumina manter a pressão osmótica no plasma e carrear pequenas moléculas Transferrina transporte de ferro do plasma Pré-albumina transporte de hormônios da tireoide (tiroxina T4) Proteína transportadora de retinol transporte de retinol
Proteína Albumina Transferrina Pré-albumina Proteína transportadora de retinol Valores de referência (g/dl) Normal: > 3,5 Depl. leve: 3,0-3,5 Depl. moderada: 2,4-2,9 Depl. grave: < 2,4 Normal: > 200 Depl. leve: 150-200 Depl. moderada: 100-150 Depl. grave: < 100 Normal: 15-35 Depl. leve: 10-15 Depl. moderada: 5-10 Depl. grave: < 5 Normal: 3 a 5 Vida média Limitação do uso 18 a 20 dias desidratação 7 a 8 dias 10 a 12 horas 10 a 12 horas carência de Fe, gravidez, hepatites agudas e sangramentos crônicos sobrecarga de ferro Influenciada pela disponibilidade de tiroxina. carências de vitamina A e zinco Fonte: Adaptado de Cuppari, 2005. Os valores de normalidade podem sofrer variações de acordo com o método de dosagem.
Proteínas Plasmáticas Hemograma Eritrócitos (glóbulos vermelhos) - Eritrócitos (hemácias); Hemoglobina; Hematócrito; Volume corpuscular médio; Hemoglobina corpuscular média; Concentração de hemoglobina corpuscular média; Amplitude de distribuição de células. Leucócitos (glóbulos brancos) Plaquetas Hemoglobina Diferente das demais proteínas circulantes, sofre transformação mais lenta sua diminuição ocorre mais tardia na depleção proteica.
Elemento/Índice Objetivo Medida Eritrócitos (hemácias Hm) Hemoglobina (Hb) Hematócrito (Ht) VCM (volume corpuscular médio) HCM (hemoglobina corpuscular média) CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) RDW (amplitude de distribuição de células) Análise do número e aspectos (tamanho, forma e coloração). Proteína presente nos eritrócitos, responsável pelo transporte de O 2. Percentual do sangue ocupado pelas hemácias. Mede o tamanho individual das hemácias. Classificação das anemias. Quantifica o peso da hemoglobina dentro das hemácias. Pode estar reduzida na microcitose e aumentada na macrocitose Avalia a concentração de hemoglobina dentro da hemácia. Avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Contagem de hemácias (10 6 /mm 3 ) Dosagem da hemoglobina (g/dl) Quantificação (%) VCM = Ht/Hb (fl) HCM = Hb/Hm (pg) CHCM = HCM/VCM ou Hb/Ht (g/dl) % de variação dos volumes obtidos
Classificações das Anemias VCM (volume corpuscular médio) Reduzido hemácias microcíticas (pequenas) Normal hemácias normocíticas Elevado hemácias macrocíticas (grandes) Distúrbio do metabolismo do ferro Distúrbio da síntese da porfirina, heme e globina Talassemia Anemia por doença crônica Anemia pós hemorrágica Anemia hemolítica Diminuição da produção de eritropoietina Deficiência de vitamina B 12 e ácido fólico (megaloblástica) Não megaloblástica: mielodisplasia, quimioterapia, doença hepática, doenças endócrinas HCM (hemoglobina corpuscular média) CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) Normais normocrômica Reduzido hipocrômica Elevado hipercrômica
Imunocompetência
Imunocompetência Testes cutâneos Administração intradérmica de substâncias específicas (braço, antebraço ou coxa), e após 24 ou 72 horas avalia-se o diâmetro da induração (pápula). Interpretação: Depleção moderada: 5-10 mm de induração Depleção grave: < 5 mm de induração
Exames Complementares Acompanhamento de doenças cardiovasculares: Colesterol total e frações Triglicerídeos Acompanhamento de doenças endócrinas: Glicemia de jejum e pós-prandial Teste oral de tolerância à glicose Insulina Hemoglobina glicada Avaliação da tireóide: Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4) Hormônio estimulador da tireóide (TSH)
Acompanhamento de doenças renais: Creatinina Ureia Ácido úrico Minerais (sódio, cálcio, potássio, fósforo, magnésio) Proteína (proteinúria) Glicose (glicosúria) Acompanhamento de doenças hepáticas: Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico oxalacética (TGO) Alanina amino transaminase (ALT) ou transaminase glutâmica pirúvica (TGP) Gama glutamiltransferase (GGT) Bilirrubinas
Exame de fezes: Presença de parasitas Sangue oculto Esteatorreia Exame de urina: Creatinina Proteína Sangue