ATIVIDADE ECONÔMICA. Junho de 2009

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a.a. Pessoa Física Pessoa Jurídica 18% 13% 8% 3% 10% -2% -5% -10% -15% a.a. 10% 5,3% -5% -3,3% -10%

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a.a. 15,0% 20% 15% 10,0% 10% 5,0% 1,3% 0,0% -5% -10% -5,0% a.a. Pessoa Física 9% 7% Pessoa Jurídica 3% 1% -1% -3% 4,6% -5% -3,5% -7% -9% -11,7%

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Transcrição:

Principais pontos Relatório de Inflação Banco Central ATIVIDADE ECONÔMICA As medidas anticíclicas vêm se traduzindo em melhoras recentes. A economia brasileira apresenta sinais de gradual recuperação. Embora o desempenho do setor industrial, em especial dos segmentos mais dependentes do dinamismo dos investimentos e do comércio internacional, seguisse evidenciando o ambiente recessivo, indicadores mensais recentes, de modo geral, sugerem que o ciclo de desaceleração econômica no país poderá ser menos acentuado do que em diversas outras economias. Melhoras nos indicadores relacionados à confiança de consumidores e empresários. Seguem pendentes a conclusão do ciclo de ajustes de estoques e a consolidação do processo de sustentação do consumo. O grau da recuperação da economia brasileira nos próximos meses estará condicionado ao impacto do processo de redução das incertezas relacionadas ao desempenho da economia mundial sobre os fluxos de comércio externo e, internamente, sobre as decisões de investimento e consumo. Crédito Trajetória declinante das taxas de juros, reversão da inadimplência e o afrouxamento das condições monetárias deverão fortalecer o mercado de crédito. Comércio Varejista As perspectivas para o setor nos próximos meses consideram a continuidade da retomada das vendas, trajetória consistente com a incorporação de ganhos reais à massa salarial dos trabalhadores. Tanto o rendimento médio real quanto a massa salarial real dos brasileiros apresentaram crescimento no trimestre finalizado em abril. Lavoura A projeção para o IBGE é de queda de 7,5% na produção de grãos em 2009, contra 2008. Produção Industrial Retomada da indústria após forte queda no último trimestre de 2008, sendo sustentada pelo dinamismo do segmento de bens de consumo duráveis, enquanto a produção de bens de capital segue sendo impactada negativamente pelo cenário de contração da demanda e escassez de crédito corporativo. Níveis de utilização da capacidade instalada e índices de confiança do empresário no setor industrial seguem melhorando, contrastando com o emprego industrial que registrou em abril o sétimo mês consecutivo de queda. Recuperação ainda não está sendo vista no comportamento trimestral. Destaque para a indústria de bens de consumo duráveis, que após recuar 33,3% no trimestre finalizado em dezembro de 2008, registrou crescimento trimestral 20,3% em abril (IPI e distensão nas condições de crédito para PF). PIB Recuo menos intenso no PIB do primeiro trimestre, reflete o desempenho da demanda interna, enquanto a demanda externa continuou mostrando retração. 1

Projeções do PIB Foram alteradas para 0,8% em 2009, ante 1,2% nas projeções anteriores. Esta alteração, mesmo em um cenário em que os resultados do PIB relativos ao primeiro trimestre do ano sugerem que a desaceleração econômica que sucedeu a intensificação da crise internacional poderá ser menos intensa do que previsto inicialmente, reflete, em especial, o impacto de projeções menos favoráveis em relação ao desempenho da indústria. Ótica da oferta: perspectivas menos otimistas para os setores primário e secundário e evolução mais favorável estimada para o setor terciário. Atividade industrial deverá recuar 2,2% em 2009 (ante aumento de 0,1% no relatório anterior). Retração nas projeções de todos os segmentos do setor, com exceção da industria extrativa, impulsionada pela produção de petróleo. O desempenho anual do setor de serviços foi re-estimado de 1,7% para 2,1%, evolução associada, em especial, ao desempenho observado no primeiro trimestre do ano. Foram realizadas revisões favoráveis em todos os subsetores, excetuando-se as reduções assinaladas nas estimativas relativas ao comércio, de -0,4% para -0,9%, e transportes, de -0,5% para -1,3%, segmentos impactados, em especial, pela redução da oferta representada pelos desempenhos da indústria e das importações. Tabela 1 FONTE: IBGE e Banco Central Ótica da demanda: ajuste na projeção da formação bruta de capital fixo, que passou de crescimento anual de 0,7% para contração de 5,1% (baixas perspectivas de recuperação dos investimentos em um cenário de ociosidade no nível de utilização da capacidade instalada interno e recuperação incipiente das economias mais desenvolvidas). Consumo das famílias revisado de 1,6% para 1,5%. O consumo está sendo favorecido pela inflação sob controle, programas de transferência de renda, redução nas restrições de crédito e medidas temporárias de afrouxo fiscal. www.maximaasset.com.br contato@maximaasset.com.br Av. Atlântica 1130, 9º andar - Copacabana Rio de Janeiro RJ 22021-000 Tel: 55 21 3820-1777 Fax: 55 21 3820-1795 2

Tabela 2 - Produto Interno Bruto - Variação por componente da demanda FONTE: IBGE e Banco Central Gráfico 1 - Consumo das famílias e Formação Bruta de Capital Fixo 1/ FONTE: IBGE 1/ Dados dessazonalizados Investimentos Os investimentos, excluindo as variações de estoque, reduziram-se 14% no primeiro trimestre, em relação ao primeiro tri de 2008 (primeiro recuo em 20 trimestres, nessa base de comparação). Indicadores relativos a abril, embora sigam evidenciando redução acentuada dos investimentos em relação ao mesmo mês de 2008, registraram recuperação na margem. A retomada sustentada da expansão do nível de atividade econômica nos próximos meses, bem como sua intensidade, estarão condicionados à continuidade da recuperação das expectativas nos mercados interno e externo. Esse movimento poderá ser beneficiado pela manutenção da trajetória de retração do estresse nos mercados financeiros internacionais, expressa em redução de restrições no mercado de crédito, no retorno dos fluxos externos de capitais ao país, na perspectiva das empresas voltarem a obter financiamento no mercado de capitais, bem como nos efeitos defasados e cumulativos da distensão monetária promovida desde janeiro. 3

INFLAÇÃO O IPCA acumulado até maio está abaixo do acumulado no mesmo período de 2008 devido ao recuo do preço das commodities no segundo semestre de 2008 e posteriormente pela desaceleração da economia doméstica no fim do ano passado em decorrência da crise financeira mundial. Mais recentemente, os preços das commodities têm mostrado sinais de recuperação, ao mesmo tempo em que a taxa de câmbio entrou em trajetória de valorização. Apesar da recuperação dos preços das commodities e, principalmente, do petróleo, não há motivos para preocupação com a inflação. Vem se estreitando a diferença entre a inflação de 12 meses de administrados e livres. Acredita-se que os preços administrados deixarão de colaborar positivamente com a inflação este ano, como vinha fazendo há dois anos. O preço de serviços vem se elevando. O relatório considera que efeito líquido da crise tem sido benéfico para a economia nacional, com os efeitos sobre a demanda doméstica se sobrepondo aos impactos da depreciação cambial. Em suma, o comportamento da inflação corroborou a avaliação, incluída no Relatório de Inflação de março, de que, a despeito da expectativa de recuo da inflação em 2009, esta deveria apresentar alguma resistência às condições de demanda. Assim, a despeito de haver margem residual para um processo de flexibilização, a política monetária deve manter postura cautelosa, visando assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas. A previsão central associada ao cenário de referência indica inflação de 4,1% em 2009, patamar 0,1 p.p. superior ao projetado no Relatório de março e abaixo do valor central de 4,5% para a meta estabelecida pelo CMN. Tabela 2 - Inflação do IPCA, com juros constantes de 9,25% a.a. (Cenário de referência) No cenário de mercado, a previsão de 4,2% para a inflação em 2009 é 0,1 p.p. superior à associada ao cenário de referência, bem como ao valor constante do último Relatório. 4

Tabela 3 - Projeção da inflação medida pelo IPCA, com expectativa de mercado para taxas de câmbio e de juros Gráfico 2 - Trajetória das metas e projeções referentes à inflação acumulada em doze meses O relatório destaca ainda que houve aumento no tempo de defasagem entre a adoção da política monetária e sua atuação na demanda e inflação. Considerando que o atual ciclo de afrouxamento monetário teve início em janeiro de 2009, seus efeitos máximos sobre a atividade ocorrerão no próximo semestre e, sobre preços, por volta do final deste ano e início de 2010. 5

Referência Mercado Rel Março Rel Junho Rel Março Rel Junho 2009 2009 2009 2010 2009 2010 Selic 11,25% 9,25% 9,75% 9,61% 9,00% 8,89% Câmbio R$ 2,35 R$ 1,95 R$ 2,30 R$ 2,30 R$ 2,00 R$ 2,09 IPCA 4,00% 4,10% 4,10% 4,40% 4,20% 4,20% 6 www.maximaasset.com.br contato@maximaasset.com.br Av. Atlântica 1130, 9º andar - Copacabana Rio de Janeiro RJ 22021-000 Tel: 55 21 3820-1777 Fax: 55 21 3820-1795