VOTO EM SEPARADO CONTRÁRIO RELATÓRIO FINAL DA CPI DA SABESP



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Transcrição:

VOTO EM SEPARADO CONTRÁRIO RELATÓRIO FINAL DA CPI DA SABESP Voto em separado contrário ao Relatório Final da CPI da Sabesp, Processo RDP nº 08-002/2014, exarado pelo Vereador Mario Covas Neto, conforme prevê o Regimento Interno desta Casa, artigo 77, inciso III. Considerando as Conclusões apresentadas pelo Relator desta Comissão, apresento Voto em Separado CONTRÁRIO ao Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito, Processo RDP nº 08-002/2014, que objetivou averiguar os Contratos firmados entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SABESP e o Município de São Paulo, conforme preconiza o artigo 77, III do Regimento Interno da Câmara Municipal de São Paulo, pelos motivos que se seguem: 1º - Concordo com a criação de uma agência reguladora, desde que seja metropolitana, pois, parte dos reservatórios está fora do município de São Paulo. Discordo de já constar no relatório como deve ser constituída, de que forma e com quais recursos. É um debate precipitado porque depende do entendimento de todos os municípios envolvidos. 2º - Em relação ao Contrato, vigente até 23/06/2040, entre Sabesp e Município de São Paulo, discordo frontalmente da

sugestão de denúncia do referido, pois, isso significará a possibilidade de custo indenizatório por parte do município. 3º - Erra o relatório ao afirmar que houve falta de planejamento da Sabesp para a crise, não há embasamento técnico nesta afirmação. 4º - A responsabilidade pelos hidrantes, sua manutenção, etc., é da P.M.S.P. conforme Lei Estadual 684/1975 e Convênio GSSP/ATP 22/09, documentos acostados a esta Comissão. 5º - O número oficial de perdas de água tratada (furtos, vazamentos, etc.) fornecida pela Sabesp é de 19% conforme relatório enviado a esta comissão. 6º - Esta comissão não possui capacidade técnica para afirmar que o contrato celebrado não atende os interesses do município, ademais nenhuma autoridade envolvida e ouvida fez coro a esta afirmação. 7º - Ao contrário do que consta no relatório final, existe sim um Plano Municipal de Saneamento que, inclusive, recomendo que se transforme em lei futuramente.

8º - Foi a própria Sabesp que encabeçou a redução de pressão e controle de distribuição de água no momento de crise, além de promover campanha de bônus, portanto não há que se falar em omissão da Companhia. 9º - Frise-se que a Sabesp investiu, aproximadamente 10 bilhões de reais em melhoramentos, seja na distribuição, reservação e tratamento de água, nos últimos 11 anos, motivo pelo qual não houve crise hídrica entre o final de 2003 e meados de 2014. 10º - A Agência Nacional de Águas foi a responsável por autorizar a Sabesp a retirar o 2º volume morto, não houve resistência, conforme afirmado em relatório. 11º - Matérias jornalísticas, de opinião do veículo não devem embasar as conclusões deste Relatório. Devemos nos ater aos documentos juntados e as oitivas realizadas. 12º - Sobre racionamento; decisão como esta acarretaria, na visão dos técnicos da companhia, um prejuízo incalculável à rede de distribuição, conforme depoimento dado à CPI pela ex- Presidente Dilma Pena e o atual Presidente da Sabesp, Jerson Kelmann.

13º - Em relação à redução de pressão, o dado correto, em documento juntado à esta CPI, mostra que o efeito desta ação por parte da Sabesp atingiu 2% da população. 14º - Se o contrato foi, até este momento, tão danoso quanto o relatório prega, a P.M.S.P. já teria buscado a rescisão do vínculo, mas nunca o fez. Então, se é verdade esta afirmação deveríamos responsabilizar os gestores do contrato por esta omissão, ou seja, o Secretário Municipal Francisco Macena. 15º - Quanto à competência pelos serviços de saneamento, o Estado é sim titular dos serviços de água e esgotamento sanitário na região metropolitana (que inclui a cidade de São Paulo) conforme reza a Constituição Federal no artigo 25, 3º. 16º - O contrato celebrado entre P.M.S.P x Sabesp é de Prestação de Serviço Público, um consórcio público conforme rege seu título. Sobre licitá-lo ou não a Lei 8.666 de 21 de junho de 1993, artigo 17 é clara a este respeito; os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação: (...) "Art. 24. É dispensável a licitação:... XXVI na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada

nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. 17º - É equivocado afirmar, que o custo de implantação de uma agência municipal é zero. Diante do exposto exaro meu Voto em Separado CONTRÁRIO ao Relatório Final desta Comissão, por oposição a fundamentos apresentados, bem como suas Conclusões (Considerações Finais). Mário Covas Neto Vereador - PSDB