PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA CENTRAL DE ACONDICIONAMENTO DO LIXO, INCLUINDO COLETA SELETIVA, EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SILVA, Karla Magalhães da (Unitri) karla@unitri.edu.br RESUMO Este artigo tem como objetivo relatar sobre a importância da Coleta Seletiva e o Acondicionamento correto dos resíduos sólidos e a influência no cotidiano das pessoas e o meio ambiente. Como proposta para uma Instituição de Ensino Superior, criamos uma Central de Acondicionamento do Lixo onde será destinada a coleta seletiva, a fim de reduzir o risco de animais peçonhentos, minimizar os impactos ambientais e ainda fomentar a conscientização sobre a reciclagem. PALAVRAS-CHAVE: Coleta Seletiva, Resíduos Sólidos, Reciclagem. 1- INTRODUÇÃO A partir da Revolução Industrial e o crescimento da produção, as fábricas começaram a produzir em alta escala, inovando suas matérias primas e gerando assim um altíssimo refugo de resíduos sólidos. (RODRIGUES, 1997) Podemos dizer que a partir desse momento, surgiu a era dos descartáveis, em que podemos destacar o consumo de garrafas pets, guardanapos, sacolinhas plásticas, latarias em geral, que após o uso são descartados ao meio ambiente muitas vezes em lixões ou até mesmo em terrenos baldios. Ainda pode-se destacar o crescimento da população mundial, o crescimento sócio econômico, que respectivamente podemos relacionar a expansão das áreas urbanas, a preferência por produtos comercializados, o alto índice de consumo e a minimização das áreas destinadas ao armazenamento do lixo. No entanto, é necessário a observação sobre a falta de conscientização da população de uma forma geral, pois existem inúmeros registros de descarga de lixo em rios, praças, terrenos, causando assim um desequilíbrio ecológico.
2- OBJETIVO Com base nessas observações, este artigo tem como objetivo auxiliar a Instituição de Ensino a realizar uma correta coleta seletiva, a criação de uma Central de Acondicionamento de Lixo e parcerias de reciclagem, a fim de minimizar o risco de animais peçonhentos, contaminação do solo, e atendimento a legislação ambiental. 3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Resíduos Sólidos Segundo o Manual de Saneamento, resíduos sólidos são: Os resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problema sanitário, econômico e principalmente estético. FUNASA (2004) Os resíduos sólidos são classificados quanto à sua origem: Domiciliar; Comercial; Industrial; Serviços de saúde; Portos, aeroportos, terminais Construção civil; Limpeza pública; Abatedouros de aves; Matadouros; Estábulo. ferroviários e terminais rodoviários; Agrícola; Os resíduos sólidos quando não tratados e não destinados a lugares específicos são apontados como problema sanitário, pois favorecem a proliferação de vetores e roedores, podendo assim disseminar doenças e ainda servir de criadouro e esconderijo para roedores.
Alguns dos animais que são atraídos pelos resíduos sólidos são: Vetores mecânicos de agentes etiológicos que são causadores de: diarréia, amebíase, salmoneloses, teníase, parasitoses entre outras. Ratos que transmitem peste bubônica, leptospirose e tifo murino. E ainda como no caso da Instituição estudada ser atrativo para cobras, pois os resíduos se encontram numa mata. 3.2 Importância econômica dos resíduos sólidos A grande vantagem do correto direcionamento e tratamento dos resíduos sólidos são principalmente a solução de problemas de ordem sanitária, pela redução do risco de doenças. Pode-se destacar ainda, a venda de produtos recicláveis ou ainda a parceria com alguma entidade que recicle para venda e a renda seja destinada as obras de caridade. 3.3 Gerenciamento dos resíduos sólidos Uma vez que é feito o gerenciamento dos resíduos, sejam eles urbanos ou domésticos, o lixo pode ser reaproveitado, como por exemplo: a reciclagem e ainda o reaproveitamento de alguns materiais como o plástico e os metais. O gerenciamento destes resíduos permite alcançar o desenvolvimento sustentável uma vez que reduz a poluição do meio ambiente. Segundo RODRIGUES (1997), Aterro Sanitário é uma obra realizada pela engenharia projetada a fim de receber o lixo domiciliar, uma vez que ela envolve: terraplanagem, forração de terreno com argila, canalização das águas da chuva e do chorume, tubulação para saída de gases, plantio de grama e ainda instalação de uma cerca ao redor da área de serviço. Este método não prejudica o meio ambiente nem tampouco a saúde das pessoas, pois impede que o vento carregue papéis e plásticos, impede a proliferação de insetos e ainda evita mau cheiro. Outro método que pode ser utilizada seria a coleta seletiva do lixo, que embora necessite da conscientização das pessoas envolvidas no meio, é mais prático quando existe a possibilidade de uma coleta externa para um despejo em local apropriado de tratamento.
Ainda existem os famosos lixões que se pode dizer ser o pior método, como existem vários registros e documentários (sendo o mais famoso lha das Flores), eles ficam a céu aberto, sendo um meio de proliferação de insetos, animais peçonhentos, bactérias e fungos. Sendo estes animais grandes vetores de doenças como: cólera, diarréia, leptospirose, entre outras. 3.4 Coleta Seletiva O processo pode ser utilizado em qualquer tipo de estabelecimento, pois consiste basicamente na separação de lixo. É necessário uma orientação das pessoas que circulam pelo local, uma vez que dependerá delas a dispensa no latão específico. Como apresentado na figura abaixo: Fig. 1 Fonte: Google imagens Feito isso, estes resíduos serão acondicionados em lugar específico, para que não seja atrativo de ratos, baratas e outros insetos e ainda fiquem longe das águas da chuva, no período combinado eles serão recolhidos por uma empresa especializada em destinação de lixo. 4 SOBRE A INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR A coleta feita na referida Instituição inicialmente é a coleta seletiva, mas estes resíduos não têm um lugar apropriado para armazenamento. Existe uma área destinada onde os coletores despejam os sacos de resíduos sólidos (orgânicos e recicláveis) (Conforme Fig. 2, 3, 4) e outra ainda para os resíduos biológicos que ficam a espera da empresa que cuida da esterilização para que vire lixo comum. Os resíduos sólidos estão sujeitos aos fatores climáticos
gerando odor, chorume. E os resíduos biológicos ficam fechados em uma sala próxima aos laboratórios, não sendo permitido o acesso para registro. Os resíduos biológicos, oriundos dos laboratórios e clínica de odontologia, são despejados em latões com tampas e ficam distantes do outro lugar reservado para resíduos, o erro neste caso é a proximidade com as clínicas e os alunos. Embora o risco para os coletores seja alto, uma vez que o ambiente se encontra com a proliferação de ratos, estes atraindo animais peçonhentos como cobras venenosas, sem falar nas bactérias e fungos a que estão sendo expostos, não houve ainda registros sobre picadas ou infecção. Esta área se encontra a aproximadamente 1 km da área construída, levando as pessoas que ali frequentam a um risco de contaminação. Segundo Mukai a Lei 11.445, Art. 3 que fala sobre saneamento básico: c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; Ela nos demonstra os princípios básicos de saneamento, sendo assim a Instituição estudada está em falha, pois o local está sem nenhuma higiene e em espaço aberto. 5 Metodologia Inicialmente foi feita uma pesquisa em campo com o técnico de segurança a respeito de como é feito esta coleta e os riscos que tanto os responsáveis por ela e a pessoas que circulam pelo ambiente estariam envolvidas. A segunda pesquisa foi levanta sobre a quantidade de resíduos gerados e a periodicidade da coleta e o acúmulo dos resíduos no tempo com o responsável pela coleta interna. São coletados por mês cerca de 1 tonelada de lixo, sendo muito diversificado, entretanto cerca de 80% deste lixo é especifico de restos de comida oriundos do restaurante. Contudo foram necessárias várias reuniões para análise do ambiente adequado, características que seriam abordadas, pesquisas sobre
saneamento. Então foi apresentada a proposta de um ambiente único que seria projetado para armazenar estes resíduos até o momento da coleta externa. Este ambiente (conforme projeto anexo) apresenta as seguintes características: Canaletas para o caso de haver chorume, ele escorra para um poço, feito em concreto abaixo do solo. Este chorume será retirado por uma bomba pela empresa que esteriliza os resíduos biológicos e é especializada nestes casos; Ambiente arejado, ventilação com telas para impedir a entrada de animais; Resíduos biológicos separados dos demais resíduos com espaço separado por paredes de concreto e portão separado; Depósitos identificados para cada tipo de resíduos; Um funcionário responsável pela correta destinação e abertura do local para entrega a empresa coletora; 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi verificado que pela quantidade de lixo recolhida, o responsável pelo setor deveria apenas se dirigir a ela, nos horários específicos de entrega da coleta, uma vez que este seria o administrador tanto do recebimento quanto da entrega. A produção de chorume é quase inexistente, no entanto deverá ser analisada uma data mensal para que o poço seja sugado. 7 CONCLUSÃO E SUGESTÕES A execução deste projeto por parte da Mantenedora será de grande valia tanto para Instituição quanto ao meio ambiente, pois evitará riscos de contaminação e acidentes tanto de trabalho por funcionários e ainda os alunos que circulam pelo local. Minimizará o aparecimento de animais peçonhentos e transmissores de doenças. Poderá ser feita uma parceria com entidades carentes que reciclam materiais, pois é um grande gerador de resíduos recicláveis como o papel.
Pelo nível de instrução das pessoas que circulam pelo local, a campanha de coleta seletiva será facilitada. A Instituição poderá ainda servir de exemplo e ainda ser reconhecida com grande papel no desenvolvimento sustentável, uma vez que nenhuma Instituição Particular da região utiliza esses métodos. 8 BIBLIOGRAFIA MARQUES, Breno Medeiros. Central de Triagem, Separação e Compostagem de Lixo. Uberlândia: TCC, 2001. RODRIGUES, Luiz Francisco. Lixo: De onde vem, para onde vai? 7.ed.São Paulo: Moderna, 1997. BRASIL. Fundação Nacional de Saúde - FUNASA. Manual de Saneamento. 3.ed. ver. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2004. www.planetaplastico.com.br/literatura/literatura/coletaselet.htm. Acesso em 15/09/2011 às 13h17min. MUKAI, Toshio. Saneamento Básico Diretrizes Básicas. São Paulo: Lúmen Júris, 2007. 9- ANEXOS Fig. 2 Lixão Foto Karla Magalhães
Fig. 3 Lixão Foto Karla Magalhães Fig. 4 Lixão Foto Karla Magalhães