ANÁLISE DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS VOLTADO À EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

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Transcrição:

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS VOLTADO À EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS BÄR, Maira Vanessa (UNIOESTE) MALACARNE, Vilmar (UNIOESTE) Apresentação do problema de pesquisa Uma das questões problemáticas encontradas nos âmbitos educacionais está relacionada à formação inicial dos professores. Alguns autores como Moura (2005), Maraschin e Bellhochio (S. d), falam sobre a qualidade de ensino inicial que o professor vem se formando, o qual em alguns pontos está se mostrando falho, especialmente quando voltado para o ensino da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Trazendo a questão da formação inicial dos professores em especial de ciências, será que estes estão possuindo um preparo na graduação para trabalhar com a EJA? Essa indagação é objeto central do projeto de pesquisa buscando-se investigar se a formação inicial de professores do curso de Ciências Biológicas contempla para além do Ensino Regular, um preparo referente ao ensino para EJA, abordando-o em alguma disciplina, matéria ou módulo, preparando o futuro professor a trabalhar com esse público distinto do público do ensino regular, pois algumas literaturas afirmam que isto não vem ocorrendo. Justificativa No cenário da Educação, muitos são os problemas enfrentados pelos professores como: situações adversas, problemas estruturais da escola entre outros. Tais problemas têm sido discutidos por meio de pesquisas, indicando falhas na formação do professor. Em relação à EJA, as pesquisas confirmam a existência de lacunas na formação do professor embora, ainda sejam insuficientes para se traduzirem na adoção de medidas para melhorias. 1

Em decorrência da participação em Programas de Iniciação Científica, com projetos na área da EJA, tive a oportunidade de analisar seu Histórico, examinar o Currículo e adentrar nas investigações relacionadas à Formação Continuada do Professor. Por essas razões continuarei a pesquisar sobre esse assunto, pois, a partir de estudos e contato com professores da EJA, constatei sérias dificuldades que os mesmos enfrentam nessa modalidade de ensino, principalmente logo após sua graduação. Assim, refletindo-se sobre a importância de uma formação inicial adequada e concretamente alinhada com a realidade deste perfil escolar, acredita-se que a partir de uma análise criteriosa sobre como está sendo a formação dos docentes para a EJA na área de ciências, possa contribuir significativamente para ampliar os conhecimentos e melhorar tal realidade de ensino. Objetivos Pesquisar e analisar dados coletados em artigos e revistas científicas nacionais, sobre a formação inicial dos professores de ciências e seu desempenho com a EJA. Verificar se, na perspectiva dos autores analisados, há necessidade de mudança curricular na formação inicial do professor. Analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Ciências Biológicas Licenciatura e os Projetos Políticos Pedagógicos Institucionais (PPPI) das Universidades do Oeste do Paraná que ofertam o curso. Pesquisar nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos - Ensino Fundamental a desenvoltura que o professor da EJA deve apresentar para atuar nessa modalidade. Por meio de entrevistas com os coordenadores do curso de Ciências Biológicas Licenciatura das Universidades da Região Oeste do Paraná, verificar se em 2

algum momento da graduação o curso prepara os futuros professores também a trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos. Revisão de Literatura As atividades do dia-dia do professor compõem um leque de encargos, onde o mesmo precisa entre outros, conhecer as questões do cotidiano escolar, ter a responsabilidade de ensinar novas gerações e ainda administrar a sua formação profissional. Entretanto, diversos conflitos são encontrados nas situações corriqueiras dos professores, em que estes, devem se embasar na própria formação inicial para tentar solucioná-los (Malacarne, 2011). Em se tratando da formação do professor, ocorre algumas vezes, que muitos alunos (os futuros professores) acabam não se interessando por determinadas disciplinas do currículo, muitas vezes devido à falta de uma didática mais apropriada do docente, que pode, ele também, não estar devidamente preparado para tal situação. Perante os fatos, muitos graduados ao saírem para o mercado de trabalho sentem-se despreparados diante de em algum momento serem colocados em situações, as quais não foram contempladas no curso de licenciatura, tendo dificuldades em exercer a atividade de ser professor. Trabalhos como o de Maraschin e Belhochio (s. d), apontam para os profissionais atuantes da Educação de Jovens e Adultos, como sendo em sua maioria despreparado ou sem formação acadêmica específica para trabalhar com esse público, ou seja, ausência de disciplinas durante a graduação que permeiem a discussão de ensino para alunos jovens e adultos, público esse que possui suas especificidades. analisando a formação do profissional que atua na EJA percebe-se a importância de um olhar especial, já que, diferentemente das outras modalidades de ensino, ele não vem tendo uma formação acadêmica específica (S. d, p.02). Neste sentido, é oportuno que os docentes, os formadores dos professores, busquem, (também), aprimorar, da melhor maneira possível, sua rotina de sala de aula, observando quais são suas dificuldades e facilidades pedagógicas para com os alunos e 3

conteúdos abordados, buscando assim que sua própria prática pedagógica se constitua em um processo de ensino e de aprendizagem eficaz. Em certas situações, o professor depara-se com problemas na própria metodologia empregada em sala de aula, devido limites encontrados na formação inicial, comprometendo o ensino-aprendizagem do aluno, tendo o professor de procurar auxílio em outros programas como pós-graduação, cursos de capacitação oferecidos pelo Governo tentando subsidiar essa falha de conteúdos referente à própria graduação. Como Sessa e Aragão (2009) e Moura (2005) destacam, existem muitas preocupações por parte do professor, pelo conhecimento científico e a construção do mesmo na sala de aula, dadas algumas restrições e a qualidade da própria formação inicial. Direcionando esse olhar em específico ao curso de Ciências Biológicas, o qual compreende as modalidades licenciatura e bacharelado, formando profissionais um pouco para docência e um pouco para pesquisa (Malacarne, p.28), o mesmo possui as próprias características de formação profissional baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para este curso, estabelecidas em 2001 pelo Ministério de Educação (MEC) e Conselho Nacional de Educação. (CNE). Analisando as Diretrizes Nacionais para o curso de Ciências Biológicas na área de ensino, ou seja, modalidade licenciatura, mais precisamente os Conteúdos Específicos (item 4.2), é solicitado ao curso à inclusão, (...) no conjunto dos conteúdos profissionais, os conteúdos da Educação Básica, consideradas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores em nível superior, bem como as Diretrizes Nacionais para a Educação Básica e para o Ensino Médio. (Diretrizes Nacionais para o curso de Ciências Biológicas, 2001, s. p). Palavras que merecem destaque na citação acima é Educação Básica. A mesma é verificada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, Capítulo II, remetendo-se à Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional Técnica de Nível Médio e a Educação de Jovens e Adultos. Subentende-se assim, que o futuro profissional da educação em algum momento de sua formação inicial deve possuir em sua grade curricular um ensino 4

voltado para a Educação Básica a qual contempla todas as modalidades de ensino a pouco descritas. Focando para o programa de Educação de Jovens e Adultos implantado pelo Governo Federal, o mesmo está ganhando destaque em nosso país com o retorno de milhões de jovens e adultos para as salas de aulas. Entretanto, é muito simples também, perder um aluno jovem ou adulto por diversos motivos, sendo alguns deles: Considera-se que as altas taxas de evasão estejam relacionadas à utilização de material inadequado para a faixa etária, aos conteúdos sem significado, às metodologias utilizadas por professores despreparados para trabalhar com esta modalidade de educação e aos horários de aula que não respeitam a rotina daqueles que trabalham e estudam. (Muenchen e Auler, 2007, p. 05). Assim, fica evidenciado que muitos professores atuantes na EJA possuem um déficit na sua graduação, em relação ao ensino de jovens e adultos o qual é distinto do ensino regular (fundamental e médio). Eventuais relatos são apontados por outros professores do ensino de EJA como diz Bueno (2009, p. 54), em uma de suas falas sobre o trabalho do professor com jovens e adultos (...) existem dificuldades, por parte dos educadores, em trabalhar nesta perspectiva cultural de ensino e que os motivos para isso são diversos. Podemos dizer que a origem se dá na formação inicial (...). Constata-se com a fala, que não somente professores em exercício no ensino regular carregam consigo uma lacuna em sua formação inicial, mas também, professores atuantes com o ensino de jovens e adultos. Há muito a se fazer nesse campo da Educação, como afirmam Pereira e Fare, em uma pesquisa realizada sobre a Formação de Professores para EJA no Brasil e Argentina, os mesmos declaram: Em síntese, o breve panorama apresentado assinala que nos dois países as pesquisas sobre formação de professores para a EJA são escassas, mesmo tendo aumentado a visibilidade dos estudos nessa modalidade em geral. (Pereira e Fare, 2011, p.76). Os mesmos também ressaltam no decorrer do texto que os estudos referentes à formação dos docentes em geral e os docentes da EJA são raríssimos, ou seja, da se 5

importância a outros assuntos como: investigações históricas; esquecendo se de contemplar adequadamente os professores e seus espaços de formação específica. Nessa perspectiva, a proposta dessa pesquisa objetiva analisar se as Universidades da região Oeste do Paraná ofertantes do curso de Ciências Biológicas Licenciatura, abordam em suas disciplinas de licenciatura, a modalidade de Educação de Jovens e Adultos, investigando por meio de pesquisa bibliográfica, análise documental e entrevistas com os coordenadores do curso em questão, se há uma formação inicial capacitando os licenciandos para uma possível atuação nessa modalidade de Educação Básica. Fundamentação Teórica - Metodológica A pesquisa abrangerá três tipos de procedimentos para a coleta de dados: a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e a pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica, mencionada por diversos autores como Cervo e Bervian (1996) estará envolvida em todo trabalho por meio de leituras críticas de publicações sobre o tema. Estas auxiliarão compreender e identificar se existem lacunas na formação inicial do professor, como os mesmos lidam com a situação, se buscam subsídios para complementar sua formação profissional, analisar as dificuldades dos professores enfrentadas na sala de aula com alunos jovens e adultos de diferentes faixas etárias e conhecimentos prévios. A leitura de autores que discutem o tema da Formação de Professores, em particular, no Ensino de Ciências na Educação de Jovens e Adultos, (EJA) contribuirá para a construção de novas concepções sobre o tema proposto. A pesquisa documental, discutida, entre outros, por Ludke e André (1989) e Lakatos e Marconi (2010), permite buscar informações sobre como se constitui o Projeto Político - Pedagógico Institucional (PPPI) das Universidades do Oeste do Paraná que ofertam o Curso de Ciências Biológicas Licenciatura módulo presencial. A região Oeste do Paraná é composta por cinquenta municípios, totalizando seis Núcleos Regionais de Educação. Através de um breve levantamento de dados, a princípio, quatro Universidades foram encontradas ofertando o Curso de Ciências Biológicas Licenciatura nessa região. 6

Outros aspectos a serem destacados na pesquisa documental são as Diretrizes Curriculares utilizadas bem como a Legislação da Educação de Jovens. A pesquisa de campo será utilizada por meio de entrevistas semi-estruturadas, a qual segundo Lakatos e Marconi (2010), permite ao entrevistador direcionar a conversa para qualquer lado que ele considere adequado, explorando melhor o assunto. Com esse instrumento pretende-se analisar, o que os coordenadores em questão, dizem sobre o Projeto Político - Pedagógico Institucional do curso de Ciências Biológicas Licenciatura, as Diretrizes Curriculares do curso, se os mesmos estão abordando a Educação Básica em suas disciplinas, incluindo um preparo para atuação com alunos Jovens e Adultos. O presente projeto será encaminhado ao Comitê de Ética da Universidade Estadual do Oeste do Paraná Campus Cascavel /PR, assegurando os indivíduos participantes da pesquisa, com um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido/ TCLE tendo a identidade preservada. A partir da pesquisa bibliográfica, da pesquisa documental e da pesquisa de campo, serão analisadas as informações coletadas, almejando mostrar resultados significativos para enriquecer a discussão que cerca os saberes dos futuros professores do ensino de ciências do Oeste do Paraná, voltados para a Educação de Jovens e Adultos. REFERÊNCIAS CERVO, Amado Luiz e BERVIAN, Pedro. A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996. BRASIL, Presidência da República, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 01 set. 2011., Presidência da República. Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Ciências Biológicas. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces1301.pdf>. Acesso em: 01 set. 2011. BUENO, Marco Aurélio Pereira. Os Olhares sobre a EJA: Um Estudo de caso com Educadores de Biologia. Dissertação de Mestrado, UFPR. Curitiba, 2009. 7

LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1989. MALACARNE, Vilmar. Caminhos e descaminhos na formação e na atuação dos professores de ciências. Cascavel: Coluna do Saber, 2001. MARASCHIN, Mariglei Severo e BELLHOCHIO, Cláudia Ribeiro. Uma proposta colaborativa de Formação de professores na Educação de Jovens e Adultos. S. d. p. 01-10. MELO MOURA, Tania Maria de. A formação de professores (as) para a educação de jovens e adultos em questão. Maceió: EDUFAL, 2005. MUENCHEN, Cristiane e AULER, Décio. Abordagem temática: desafios na Educação de Jovens e Adultos. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, nº 3, v.7, 2007. p. 01-17. SESSA, Patrícia e ARAGÃO Rosália. M. R de. A formação de professores das ciências no século XXI: Compreendendo o significado de ensinar e aprender ciências da natureza. In: Anais da VII ENPEC. Florianópolis, 2009. p. 01-10. PEREIRA, Marcos Villela e FARE, Mónica de la. A formação de professores para Educação de Jovens e Adultos (EJA): as pesquisas na Argentina e no Brasil. R. bras. Est. Pedag., Brasília, v. 92, n. 230, p. 70-82, jan./abr. 2011. 8