PESCA DESPORTIVA EM ALBUFEIRAS DO CENTRO E SUL DE PORTUGAL: CONTRIBUIÇÃO PARA A REDUÇÃO DA EUTROFIZAÇÃO POR BIOMANIPULAÇÃO

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Transcrição:

PESCA DESPORTIVA EM ALBUFEIRAS DO CENTRO E SUL DE PORTUGAL: CONTRIBUIÇÃO PARA A REDUÇÃO DA EUTROFIZAÇÃO POR BIOMANIPULAÇÃO Relatório Final de Protocolo de Investigação Lisboa, Outubro 2010

EQUIPA TÉCNICA Profª Maria Teresa Ferreira (Coordenadora), ISA Engº Adolfo Franco, AFN Engª Susana Amaral, ISA Engº António Albuquerque, ISA Com a colaboração do Prof Ramiro Neves (IST) Engº David Brito (IST)

Índice Índice de Figuras... iii Índice de Gráficos... iii Índice de Tabelas... iv Capítulo IV. Resultados do Inquérito às Entidades Gestoras de Concessões de Pesca Desportiva realizado pela Direcção Geral dos Recursos Florestais em 2008 4.1. Introdução... IV.1 4.2. Contextualização do Inquérito às Entidades Gestoras de Concessões de Pesca Desportiva... IV.2 4.3. Apreciação dos resultados obtidos no inquérito... IV.10 I. Características da concessão... IV.10 II. Pescadores desportivos que frequentam a concessão... IV.16 III. Espécies piscícolas presentes... IV.21 4.4. Considerações finais... IV.26 ii

Índice de Figuras Figura 4.1. Modelo de tabuleta de sinalização de concessão de pesca desportiva... IV.2 Figura 4.2. Localização das concessões de pesca desportiva em... IV.4 Figura 4.3. Localização das concessões de pesca desportiva existentes em águas classificadas como de salmonídeos... IV.7 Índice de Gráficos Gráfico 4.1. Entidades gestoras de concessões de pesca desportiva (n.º e % de entidades)... IV.5 Gráfico 4.2. Concessões de pesca desportiva por região (n.º e % de concessões)... IV.5 Gráfico 4.3. Tipos de massas de água concessionadas por região (%)... IV.6 Gráfico 4.4. Concessões de pesca em águas salmonídeas e em águas ciprinídeas (%)... IV.8 Gráfico 4.5. Área (em ha) das diversas concessões de pesca desportiva, agrupadas por intervalos de áreas e por região (%)... IV.9 Gráfico 4.6. Percentagem de questionários recebidos na DGRF, por região... IV.9 Gráfico 4.7 Características predominantes da zona envolvente das concessões de pesca desportiva (%)... IV.11 Gráfico 4.8. Tipos de estruturas de retenção de água presentes nas concessões de pesca desportiva (%)... IV.12 Gráfico 4.9. Estado das margens, construção de acessos à massa de água e realização de obras de manutenção nas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.13 Gráfico 4.10. Existência de bens imóveis na área das concessões de pesca desportiva (%)... IV.14 Gráfico 4.11. Existência de técnicos ou funcionários auxiliares afectos às concessões de pesca desportiva (%)... IV.15 Gráfico 4.12. Períodos de maior afluência dos pescadores às concessões de pesca desportiva (%)... IV.16 Gráfico 4.13. Residência dos pescadores que frequentam as concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.17 Gráfico 4.14. Estatuto dos pescadores que frequentam as concessões de pesca desportiva em relação às entidades concessionárias Sócios/Não sócios (%)... IV.18 Gráfico 4.15. Faixa etária dos pescadores desportivos que costumam frequentar as concessões de pesca desportiva (%)... IV.19 Gráfico 4.16. Entidades organizadoras dos concursos de pesca desportiva realizados nas diversas concessões tendo em conta a sua sede (%)... IV.20 Gráfico 4.17. Número de concursos de pesca desportiva realizados nas diversas concessões por ano (%)... IV.21 Gráfico 4.18. Espécies piscícolas assinaladas como as existentes nas concessões de pesca desportiva, por região (%)... IV.22 Gráfico 4.19. Espécies piscícolas assinaladas como existentes a nível nacional (n.º de concessões). IV.23 Gráfico 4.20. Espécies piscícolas assinaladas como as mais capturadas nas concessões de pesca desportiva, por região (%)... IV.24 Gráfico 4.21. Espécies piscícolas assinaladas como as mais capturadas a nível nacional (n.º de concessões)... IV.24 Gráfico 4.22. Existência de registos das espécies e quantidades capturadas nas diversas concessões de pesca desportiva, e sua periodicidade (%)... IV.25 Gráfico 4.23. Existência de áreas reservadas para fins reprodutivos nas diversas concessões de pesca desportiva (%)... IV.26 iii

Índice de Tabelas Tabela 4.1. Tipos de massas de água concessionadas por região (n.º de concessões)... IV.6 Tabela 4.2. Concessões de pesca em águas salmonídeas e em águas ciprinídeas (n.º de concessões)iv.8 Tabela 4.3. Área (em ha) das diversas concessões de pesca desportiva, agrupadas por intervalos de áreas e por região (n.º de concessões)... IV.8 Tabela 4.4. Número de questionários recebidos na DGRF, por região... IV.9 Tabela 4.5 Características predominantes da zona envolvente das concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.11 Tabela 4.6. Presença de estruturas de retenção de água ao longo dos troços concessionados (n.º de concessões)... IV.12 Tabela 4.7. Tipos de estruturas de retenção de água presentes nas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.12 Tabela 4.8. Estado das margens, construção de acessos à massa de água e realização de obras de manutenção nas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.13 Tabela 4.9. Bens imóveis presentes na área das concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.14 Tabela 4.10. Existência de técnicos ou funcionários auxiliares afectos às concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.15 Tabela 4.11. Períodos de maior afluência dos pescadores às concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.16 Tabela 4.12. Residência dos pescadores que frequentam as concessões de pesca desportiva, e sua relação com as entidades concessionárias (n.º de concessões)... IV.17 Tabela 4.13. Faixa etária dos pescadores desportivos que costumam frequentar as concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.18 Tabela 4.14. Realização de concursos de pesca desportiva nas concessões (n.º de concessões)... IV.19 Tabela 4.15. Entidades organizadoras dos concursos de pesca desportiva realizados nas concessões tendo em conta a sua sede (n.º de concessões)... IV.19 Tabela 4.16. Número de concursos de pesca desportiva realizados nas diversas concessões por ano (n.º de concessões)... IV.20 Tabela 4.17. Espécies piscícolas assinaladas como as existentes nas diversas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.22 Tabela 4.18. Espécies piscícolas assinaladas como as mais capturadas nas diversas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.23 Tabela 4.19. Existência de registos das espécies e quantidades capturadas nas diversas concessões de pesca desportiva, e sua periodicidade (n.º de concessões)... IV.25 Tabela 4.20. Existência de áreas reservadas para fins reprodutivos nas diversas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões)... IV.26 iv

Capítulo IV. Resultados do Inquérito às Entidades Gestoras de Concessões de Pesca Desportiva realizado pela Direcção Geral dos Recursos Florestais em 2008 Para ficar a conhecer, um pouco mais, a estrutura das concessões de pesca desportiva existentes em, bem como o universo da pesca desportiva em águas interiores, a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF) realizou durante o ano de 2008 um Inquérito às Entidades Gestoras de Concessões de Pesca Desportiva. O presente capítulo tem como objectivo divulgar as informações recolhidas no referido inquérito. 4.1. Introdução No âmbito das suas atribuições relativas à pesca nas águas interiores, a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), actual Autoridade Florestal Nacional (AFN), realizou, durante o ano de 2008, um inquérito às entidades detentoras de concessões de pesca desportiva, de forma aumentar o conhecimento acerca da organização, funcionamento e medidas de gestão praticadas nessas zonas específicas de ordenamento da pesca nas águas interiores. No presente capítulo são divulgados os resultados obtidos no Inquérito às Entidades Gestoras de Concessões de Pesca Desportiva. Assim, no ponto 4.2 é feita uma contextualização do inquérito às entidades gestoras de concessões de pesca, apresentando-se a metodologia utilizada na consecução do mesmo e uma breve caracterização das concessões de pesca desportiva de. No ponto 4.3, apreciação dos resultados obtidos no inquérito, encontram-se compiladas as informações recolhidas com o questionário enviado às entidades concessionárias, bem como as conclusões auferidas. Por fim, apresentam-se as conclusões finais do relatório (ponto 4.4). Para efeitos bibliográficos o presente capítulo deve ser citado como: Amaral, S.; Ferreira, M.T.; Sacadura, M.G. (2010). Resultados do Inquérito às Entidades Gestoras de Concessões de Pesca Desportiva realizado pela Direcção Geral dos Recursos Florestais em 2008. Pesca Desportiva em Albufeiras do e de : Contribuição para a redução da eutrofização. Instituto Superior de Agronomia. Autoridade Florestal Nacional. Lisboa: IV.1-IV.27 IV.1

4.2. Contextualização do Inquérito às Entidades Gestoras de Concessões de Pesca Desportiva As concessões de pesca desportiva são zonas com regulamento próprio, onde só é permitida a pesca recreativa. São geridas por entidades concessionárias, a quem o exclusivo de pesca é autorizado pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, por determinado período de tempo, constituindo actualmente a única forma de participação efectiva dos pescadores na gestão dos recursos, participação essa que se pretende seja cada vez maior (DGF, 2001). Estas zonas de ordenamento da pesca recreativa nas águas interiores deverão estar sinalizadas com tabuletas, de acordo com o esquematizado na Figura 4.1, e, para pescarem nestas áreas, os pescadores desportivos têm de possuir, para além da licença geral de pesca desportiva, uma licença especial diária, cujos tipos e custos são definidos no respectivo regulamento da concessão. No caso dos pescadores desportivos estrangeiros, não residentes no país, podem pescar nas concessões de pesca desportiva apenas com a licença especial. Figura 4.1. Modelo de tabuleta de sinalização de concessão de pesca desportiva Com o intuito de melhor ficar a conhecer a organização, funcionamento e medidas de gestão praticadas nas concessões de pesca desportiva existentes no nosso país, a DGRF realizou, durante o ano de 2008, um inquérito às entidades concessionárias dessas zonas. Para tal, estabeleceu-se como âmbito geográfico deste projecto e, como universo estatístico, considerou-se a totalidade das concessões de pesca desportiva com número de alvará emitido até Abril de 2008, e que se encontram em vigor. A metodologia escolhida para recolher a informação desejada no universo das concessões de pesca desportiva, foi a técnica do inquérito por questionário, referente a cada uma das concessões de pesca desportivas do universo estatístico, e de auto-administração pelas entidades gestoras. IV.2

Relativamente à distribuição dos questionários sobre as concessões de pesca desportiva às respectivas entidades gestoras, optou-se pelo envio através dos CTT, em correio normal, durante o mês de Abril de 2008. No caso das entidades que, até Junho de 2008, não tinham remetido à DGRF o(s) questionário(s) preenchido(s), foi enviado um segundo pedido de colaboração, e respectivo(s) questionário(s), de forma a reforçar a importância da sua participação para o desenvolvimento do conhecimento destas zonas de ordenamento. Os dados recolhidos, dos questionários remetidos pelas diversas entidades concessionárias à DGRF, foram tratados e compilados em quadros de resultados para e para as regiões, e, considerando como delimitação destas regiões o ordenamento das anteriores Circunscrições Florestais (CF, CF e CF ). Assim, com o objectivo de incrementar a informação acerca da organização, funcionamento e das medidas de gestão praticadas nas concessões de pesca desportivas do nosso país, o questionário enviado era constituído por três partes principais, e as variáveis, ou dados, perscrutados foram as seguintes: Identificação da concessão - Nome da concessão - Número de Alvará - Localizada em rio ou albufeira/açude - Concelho a que pertence I) Características da concessão - Características da zona envolvente - Estruturas de retenção de água - Estado das margens, acessibilidade, manutenção e melhoramento do espaço - Bens imóveis - Técnicos ou funcionários auxiliares - Afluência à concessão de pesca desportiva II) Pescadores desportivos que frequentam a concessão - Quanto à residência - Associativismo - Faixa etária - Ocorrência de concursos de pesca desportiva - Licenças especiais diárias emitidas III) Espécies piscícolas presentes - Espécies existentes na área concessionada - Espécies mais capturadas - Registos de capturas - Existência de área reservada para fins reprodutivos IV.3

Até Abril de 2008 existiam, em, 161 concessões de pesca desportiva em vigor (Figura 4.2), que estão a cargo de 136 entidades concessionárias diferentes, maioritariamente representadas por Clubes de caça e pesca e por Associações de caça e pesca, bem como pelas Câmaras Municipais e outras entidades gestoras (Gráfico 4.1). Concessões do Concessões do Concessões do Figura 4.2. Localização das concessões de pesca desportiva em IV.4

Gráfico 4.1. Entidades gestoras de concessões de pesca desportiva (n.º e % de entidades) 19 (14%) 9 (7%) 24 (18%) 37 (27%) 8 (6%) Clubes de pesca Clubes de caça e pesca Associações de pesca Associações de caça Associações de caça e pesca Câmaras Municipais Outros 33 (24%) 6 (4%) Das 161 concessões de pesca desportiva consideradas para a realização deste questionário, 45 estão localizadas na região, 49 pertencem ao do país e as restantes 67 estão espalhadas pela zona (Gráfico 4.2). Relativamente ao tipo de massa de água concessionada, verifica-se uma predominância das albufeiras/açudes na região, facto estritamente relacionado com a existência destas massas de água em maior número nessa zona do país, e na região e predominam os troços de rio concessionados. Apreciando os valores totais para, podemos concluir que existe uma certa paridade entre os tipos de massas de água concessionadas; no entanto, é evidente o contributo das regiões e para o número total de troços de rio concessionados, e o contributo da região no caso das albufeiras/açudes (Tabela 4.1 e Gráfico 4.3). Gráfico 4.2. Concessões de pesca desportiva por região (n.º e % de concessões) 45 (28%) 67 (42%) 49 (30%) IV.5

Tabela 4.1. Tipos de massas de água concessionadas por região (n.º de concessões) Total Albufeira/Açude 9 10 63 82 Rio 36 39 4 79 Gráfico 4.3. Tipos de massas de água concessionadas por região (%) Albufeira/Açude Rio Ainda em relação ao tipo de massa de água concessionado, outro factor relevante diz respeito à classificação de alguns troços de rio como águas de salmonídeos. Assim, pela Portaria n.º 251/2000, de 11 de Março, consideram-se águas de salmonídeos as massas de água, ou seus troços, onde existem, ou possuem potencial ecológico para suportar, espécies da família Salmonidae, nomeadamente truta fário. Nestas águas, verificam-se algumas restrições específicas à pesca, aplicando-se o período de defeso da truta a todas as espécies piscícolas. Durante a época em que é livre a pesca dos salmonídeos é também livre a pesca de quaisquer outras espécies piscícolas, não sendo permitido engodar com larvas naturais. As massas de água, ou troços, considerados como salmonídeos são enumerados no anexo à Portaria n.º 462/2001, de 8 de Maio (Figura 4.3). Tendo em conta as concessões de pesca desportiva estudadas, verifica-se que existem, no total, 48 concessões em águas salmonídeas 21 na zona e 27 no (Tabela 4.2 e Gráfico 4.4). IV.6

Concessões do Concessões do Águas Salmonídeas Figura 4.3. Localização das concessões de pesca desportiva existentes em águas classificadas como de salmonídeos IV.7

Tabela 4.2. Concessões de pesca em águas salmonídeas e em águas ciprinídeas (n.º de concessões) Total Concessões em águas salmonídeas 21 27-48 Concessões em águas ciprinídeas 24 22 67 113 Gráfico 4.4. Concessões de pesca em águas salmonídeas e em águas ciprinídeas (%) Concessões em águas salmonídeas Concessões em águas ciprinídeas No que toca a dimensões, e de forma a simplificar a análise deste parâmetro, procedeu-se à compilação das áreas das diversas concessões de pesca desportiva de cada região, em hectares (ha), agrupando-as por intervalos de áreas (Menos de 1ha; [1 5[; [5 10[; [10 20[; [20 30[; [30 50[; Mais de 50ha). Assim, verifica-se uma maior predominância de concessões com áreas entre 1 a 5ha, nas três regiões; concessões de pesca com mais de 50ha estão presentes nas regiões e, 7 e 8 concessões respectivamente, existindo na região apenas uma concessão com 50ha, na Albufeira do Alto Cávado (Tabela 4.3 e Gráfico 4.5). Tabela 4.3. Área (em ha) das diversas concessões de pesca desportiva, agrupadas por intervalos de áreas e por região (n.º de concessões) Menos de 1ha 1 1 2 4 [1-5[ 22 17 19 58 [5-10[ 11 8 5 24 [10-20[ 5 10 11 26 [20-30[ 1 4 14 19 [30-50[ 4 2 8 14 Mais de 50ha 1 7 8 16 IV.8

Gráfico 4.5. Área (em ha) das diversas concessões de pesca desportiva, agrupadas por intervalos de áreas e por região (%) Menos de 1ha [1-5[ [5-10[ [10-20[ [20-30[ [30-50[ Mais de 50ha Tal como mencionado anteriormente, durante o mês de Abril de 2008 foram enviados às 136 entidades concessionárias os respectivos questionários sobre as suas concessões de pesca desportiva (161 questionários). Desses 161 questionários enviados, foram remetidos à DGRF, durante os meses de Maio a Outubro de 2008, 138 questionários devidamente preenchidos (Tabela 4.4). A maior percentagem de resposta verificou-se por parte das entidades gestoras da zona do país, com uma taxa de 92%, seguindo-se a zona, com 87%, e por último o, com uma taxa de resposta de 78%; no cômputo geral, obteve-se uma taxa de resposta de 86%, como é possível constatar no Gráfico 4.6. Tabela 4.4. Número de questionários recebidos na DGRF, por região Total Questionários recebidos 35 45 58 138 Questionários sem resposta 10 4 9 23 Gráfico 4.6. Percentagem de questionários recebidos na DGRF, por região Questionários recebidos Questionários sem resposta IV.9

Seguidamente, apresentam-se os resultados auferidos no inquérito às concessões de pesca desportiva, para as seguintes partes constituintes do questionário: II) Características da concessão, III) Pescadores desportivos que frequentam a concessão e IV) Espécies piscícolas presentes, tendo em conta as variáveis, ou dados, enunciados anteriormente. 4.3. Apreciação dos resultados obtidos no inquérito Neste ponto estão compilados os resultados obtidos no inquérito realizado às entidades gestoras de concessões de pesca desportiva. De forma a facilitar a exploração dos dados, está subdividido em 3 pontos, correspondentes às 3 principais partes que integram o questionário sobre concessões de pesca desportiva distribuído: I) Características da concessão, II) Pescadores desportivos que frequentam a concessão e III) Espécies piscícolas presentes. Os resultados auferidos são apresentados, através de tabelas e gráficos, para e para as regiões, e. I. Características da concessão Pela análise das respostas obtidas nos questionários sobre concessões de pesca desportiva, é possível constatar que estas zonas apresentam características bastante distintas entre si. Assim, relativamente às características da zona envolvente das diversas concessões de pesca, verifica-se que na região predominam as concessões de pesca com campos agricultados e vegetação ribeirinha em redor, bem como na região, em que predominam, igualmente, a vegetação ribeirinha e os campos agricultados e vegetação ribeirinha; no do país é evidente a preponderância da envolvente composta por campos agricultados. Portanto, considerando os valores para, constata-se que 84% das concessões de pesca desportiva têm como zona envolvente campos agricultados ou vegetação ribeirinha, e campos agricultados e vegetação ribeirinha, em simultâneo; cerca de 9% das concessões apresentam uma zona envolvente mais heterogénea, formada por campos agricultados, zonas urbanizadas e zonas com vegetação ribeirinha (Tabela 4.5 e Gráfico 4.7). IV.10

Tabela 4.5 Características predominantes da zona envolvente das concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Campos agricultados 5 5 35 45 Vegetação ribeirinha 7 16 12 35 Zona urbanizada - 1-1 Campos agricultados e vegetação ribeirinha 20 13 3 36 Campos agricultados e zonas urbanizadas - 1 2 3 Campos agricultados, zonas urbanizadas e vegetação ribeirinha 3 7 2 12 Sem resposta - 2 4 6 Gráfico 4.7 Características predominantes da zona envolvente das concessões de pesca desportiva (%) Campos agricultados Vegetação ribeirinha Zona urbanizada Campos agricultados e vegetação ribeirinha Campos agricultados e zonas urbanizadas Campos agricultados, zonas urbanizadas e vegetação ribeirinha Sem resposta No que diz respeito à presença de estruturas de retenção de água, a maioria das concessões de pesca desportiva, alvo de questionário, assinalaram a existência de dispositivos que proporcionam a retenção da água ao longo dos troços concessionados, principalmente no caso das regiões e, em que 89% e 91%, respectivamente, das concessões têm estruturas com essa finalidade, ao longo dos seus troços, sendo que na zona do país existem apenas em 57% das concessões; considerando os valores para o território, 76% das concessões apresentam estruturas que proporcionam a retenção de água (Tabela 4.6). Relativamente aos tipos de estruturas presentes em cada concessão de pesca desportiva, é evidente a existência de vários dispositivos, e com diferentes características, ao longo dos troços concessionados, excepto no caso da região, em que as estruturas de retenção de água assinaladas foram, unicamente, do tipo açude ou barragem de betão e açude rústico consolidado (Tabela 4.7 e Gráfico 4.8). IV.11

Tabela 4.6. Presença de estruturas de retenção de água ao longo dos troços concessionados (n.º de concessões) Sem estruturas de retenção de água 4 4 25 33 Com estruturas de retenção de água 31 41 33 105 Tabela 4.7. Tipos de estruturas de retenção de água presentes nas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Açude ou barragem de betão 8 10 17 35 Açude rústico consolidado 8 10 16 34 Açude rústico desagregado 3 6-9 Açude rústico consolidado e desagregado 5 4-9 Açude rústico consolidado e de betão 3 7-10 Açude rústico desagregado e de betão 3 - - 3 Açude rústico consolidado, desagregado e de betão 1 4-5 Sem estruturas de retenção de água 4 4 25 33 Gráfico 4.8. Tipos de estruturas de retenção de água presentes nas concessões de pesca desportiva (%) Açude ou barragem de betão Açude rústico consolidado Açude rústico desagregado Açude rústico consolidado e desagragado Açude rústico consolidado e de betão Açude rústico desagregado e de betão Açude rústico consolidado, desagragado e de betão Sem estruturas de retenção de água Analisando as respostas obtidas acerca do estado das margens, da construção de acessos à massa de água e da realização de obras de manutenção no espaço da concessão de pesca desportiva, verifica-se que apenas 16 entidades gestoras (cerca de 12%) responderam que as margens das suas concessões estão alteradas, registando-se no do país o maior número de ocorrências (7%). No entanto, no que toca a construção de acessos à massa de IV.12

água, bem como à realização de obras de manutenção do espaço, denota-se uma aproximação entre o número de respostas afirmativas e negativas, por todo o país (Tabela 4.8 e Gráfico 4.9). Tabela 4.8. Estado das margens, construção de acessos à massa de água e realização de obras de manutenção nas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Margens alteradas Construção de acessos Obras de manutenção Sim 5 9 2 16 Não 30 36 56 122 Sim 14 25 27 66 Não 21 20 31 72 Sim 20 27 31 78 Não 15 18 27 60 Gráfico 4.9. Estado das margens, construção de acessos à massa de água e realização de obras de manutenção nas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) 140 120 100 80 60 40 20 0 Sim Não Sim Não Sim Não Margens alteradas Construção de acessos Obras de manutenção Considerando os valores presentes no Gráfico 4.10, relativo à existência de bens imóveis na área da concessão de pesca desportiva, é possível constatar que a maioria das concessões do e têm bens imóveis (63% e 60%, respectivamente), ao contrário do que acontece na zona do país, em que apenas 24% (14 concessões de pesca) assinalou a presença destes bens nas suas áreas. Assim, nas regiões do e encontram-se em maior número concessões onde existem, separadamente ou em conjunto, azenhas, lagares, casas tradicionais e outros tipos de construções; no, nas 14 concessões de pesca que IV.13

assinalaram a presença de bens imóveis, predominam as casas tradicionais e outros tipos de construções (Tabela 4.9). Gráfico 4.10. Existência de bens imóveis na área das concessões de pesca desportiva (%) Com bens imóveis na concessão Sem bens imóveis na concessão Tabela 4.9. Bens imóveis presentes na área das concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Azenhas 6 5 1 12 Azenhas e casas tradicionais 1 1-2 Azenhas e lagares 1 1-2 Azenhas e outros 1 1-2 Azenhas, casas tradicionais e lagares 1 2-3 Azenhas, casas tradicionais e outros 1 1-2 Azenhas, casas tradicionais, lagares e outros 1 2-3 Casas tradicionais - 2 5 7 Casas tradicionais e lagares 1 2-3 Casas tradicionais e outros 1 3 1 5 Lagares 1 1-2 Outros 7 6 7 20 Sem bens imóveis na concessão 13 18 44 75 Em relação ao funcionamento das concessões de pesca desportiva, podemos concluir que, tanto na região, como na e, mais de metade destas zonas (aproximadamente 60 %) não têm técnicos ou funcionários auxiliares com qualquer tipo de vínculo. Nas restantes concessões, que referem ter técnicos/funcionários afectos ao seu funcionamento, denota-se que nas regiões e predominam os que cumprem funções maioritariamente de forma temporária, ao contrário do que se verifica no do país, em que existem mais técnicos IV.14

ou funcionários a exercerem as suas funções de forma permanente (Tabela 4.10 e Gráfico 4.11). Em termos de número de funcionários, das 138 respostas ao questionário recebidas, apenas em 14 assinalaram a presença de mais do que um técnico ou funcionário auxiliar (em 1 concessão de pesca desportiva do, em 9 concessões do e em 4 do ), o que corresponde a cerca de 10% das concessões. Tabela 4.10. Existência de técnicos ou funcionários auxiliares afectos às concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Sem técnicos/funcionários 22 24 36 82 Com técnicos/funcionários permanentes 5 5 19 29 Com técnicos/funcionários temporários 8 13 3 24 Com técnicos/funcionários permanentes e temporários - 3-3 Gráfico 4.11. Existência de técnicos ou funcionários auxiliares afectos às concessões de pesca desportiva (%) Sem técnicos/funcionários Com técnicos/funcionários permanentes Com técnicos/funcionários temporários Com técnicos/funcionários permanentes e temporários A afluência dos pescadores desportivos a estas zonas, quer no, ou do país, é maior durante os meses de Primavera e Verão (Tabela 4.11 e Gráfico 4.12); no entanto, relativamente a este ponto, deve ainda salientar-se que existe uma grande discrepância na afluência de algumas destas zonas, facto esse que poderá explicar-se pela localização e acessibilidade da concessão de pesca desportiva, atractividade da zona envolvente, pelas espécies piscícolas presentes no local e seu interesse desportivo, pela divulgação da concessão e seus atractivos pelos pescadores desportivos, etc. IV.15

Tabela 4.11. Períodos de maior afluência dos pescadores às concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Primavera e Verão 28 35 41 104 Outono e Inverno - 2 1 3 Todo o ano 3 2 6 11 Pouca afluência 1 2 1 4 Não tem afluência 1 2 7 10 Sem resposta 2 2 2 6 Gráfico 4.12. Períodos de maior afluência dos pescadores às concessões de pesca desportiva (%) Primavera e Verão Outono e Inverno Todo o ano Pouca afluência Não tem afluência Sem resposta II. Pescadores desportivos que frequentam a concessão No que concerne aos pescadores desportivos que costumam frequentar as diversas concessões de pesca, é possível constatar que estas zonas são maioritariamente procuradas pelos pescadores residentes na freguesia, ou freguesias limítrofes, ou residentes no concelho, facto que deverá estar relacionado com as distâncias a percorrer pelos pescadores desde as suas residências até à massa de água e com o melhor conhecimento das características locais, quer a nível de espécies piscícolas quer em termos de acessibilidade. Relativamente aos pescadores estrangeiros, apenas 3 concessões de pesca desportiva situadas na região assinalaram a preferência deste grupo pelas suas áreas, e o grupo dos outros é mais indicado nas concessões do e do país (Tabela 4.12 e Gráfico 4.13). IV.16

Quanto ao estatuto dos pescadores desportivos que frequentam as concessões de pesca em relação às entidades concessionárias, de sócios ou não sócios, verifica-se que existe um maior associativismo nas regiões e, uma vez que em cerca de 50% destas concessões a maioria dos indivíduos que para lá vão pescar são sócios; nas concessões de pesca da região, apenas 13 (22%) assinalaram a presença de sócios (Tabela 4.12 e Gráfico 4.14). Tabela 4.12. Residência dos pescadores que frequentam as concessões de pesca desportiva, e sua relação com as entidades concessionárias (n.º de concessões) Pescadores das freguesias 8 9 4 21 Pescadores dos concelhos 14 15 25 54 Pescadores das freguesias e concelhos 6 7 12 25 Pescadores das freguesias, concelhos e outros 3 3 2 8 Pescadores das freguesias e outros - - 1 1 Pescadores dos concelhos e outros - - 3 3 Estrangeiros - 3-3 Outros 2 5 2 9 Sem resposta 2 3 9 14 Sócios 17 20 13 50 Gráfico 4.13. Residência dos pescadores que frequentam as concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) 60 50 40 30 20 10 0 Pescadores das freguesias Pescadores dos concelhos Pescadores das freguesias e concelhos Pescadores das freguesias, concelhos e outros Pescadores das freguesias e outros Pescadores dos concelhos e outros Estrangeiros Outros Sem resposta IV.17

Gráfico 4.14. Estatuto dos pescadores que frequentam as concessões de pesca desportiva em relação às entidades concessionárias Sócios/Não sócios (%) Não sócios Sócios A faixa etária dominante, dos pescadores desportivos que costumam aceder a estas zonas ordenadas, em todo o país, é a dos 36 aos 63 anos (46% na região, 51% no e 35% no do país), seguindo-se a dos 21 anos até aos 35, principalmente nas concessões do (22%). Em 9 concessões da região (26%) e 5 da região (11%), as entidades gestoras assinalaram uma afluência de pescadores com idades compreendidas entre os 21 e os 63 anos, maioritariamente, e em 3 concessões do (9%) e 4 do (9%) constatase uma maior afluência por parte de pescadores com mais de 63 anos; em 5 concessões de pesca desportiva localizadas na zona (9%) foi registada a afluência de pescadores desportivos de todas as idades. As faixas etárias de 16 a 20 anos e menos de 16 anos não foram assinaladas por nenhuma entidade gestora, em separado, e muitos dos questionários recebidos não tinham este campo preenchido (11% no, 20% e 35% ), facto que estará relacionado com a falta de informação, por parte de quem preencheu o questionário, em relação a este ponto (Tabela 4.13 e Gráfico 4.15). Tabela 4.13. Faixa etária dos pescadores desportivos que costumam frequentar as concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Mais de 63 anos 3 4-7 De 36 a 63 anos 16 23 20 59 De 21 a 35 anos 3 4 13 20 De 16 a 20 anos - - - - Menos de 16 anos - - - - De 21 a 63 anos 9 5-14 Todas as idades - - 5 5 Sem resposta 4 9 20 33 IV.18

Gráfico 4.15. Faixa etária dos pescadores desportivos que costumam frequentar as concessões de pesca desportiva (%) Mais de 63 36 a 63 21 a 35 21 a 63 Todas as idades Sem resposta Relativamente à realização de concursos de pesca desportiva nestas zonas ordenadas, verifica-se que prevalecem as concessões onde não ocorrem estas provas organizadas (Tabela 4.14). Nas concessões de pesca em que assinalaram a realização de concursos, salienta-se o facto destes eventos serem, maioritariamente, organizados pelos clubes ou associações locais, o que poderá estar relacionado com as distâncias a percorrer pelos participantes na prova, bem como pelo conhecimento das características locais, quer a nível de espécies piscícolas quer em termos de acessibilidade, e relações existentes entre organização/participantes na prova e entidade gestora da concessão de pesca desportiva (Tabela 4.15 e Gráfico 4.16). Tabela 4.14. Realização de concursos de pesca desportiva nas concessões (n.º de concessões) Com concursos de pesca desportiva 11 16 23 50 Sem concursos de pesca desportiva 22 24 27 73 Sem resposta 2 5 8 15 Tabela 4.15. Entidades organizadoras dos concursos de pesca desportiva realizados nas concessões tendo em conta a sua sede (n.º de concessões) Clubes locais 7 10 15 32 Outros 1 4 1 6 Clubes locais e outros 3 2 7 12 IV.19

Gráfico 4.16. Entidades organizadoras dos concursos de pesca desportiva realizados nas diversas concessões tendo em conta a sua sede (%) Clubes locais Outros Clubes locais e outros Não tem concursos Sem resposta Em termos numéricos, em cerca de 70% das concessões de pesca desportiva das regiões, e, os concursos de pesca realizados, por ano, não costumam exceder as 5 provas (Tabela 4.16 e Gráfico 4.17). Registos de mais de 50 concursos foram assinalados apenas na Concessão de Pesca Desportiva do Rio Tâmega (alvará n.º 190/2007), no concelho de Cabeceiras de Basto, e na Concessão de Pesca Desportiva da Albufeira dos Patudos (alvará n.º 55/2000), concelho de Alpiarça, ambas a cargo das respectivas Câmaras Municipais. Na região, realçam-se ainda mais 2 concessões de pesca onde ocorrem, anualmente, entre 31 a 50 concursos a Concessão de Pesca Desportiva de Santa Margarida da Coutada (alvará n.º 143/2005), no concelho de Constância, e a Concessão de Pesca Desportiva do Rio Sorraia (alvará n.º 51/2000), no concelho de Coruche, que estão, igualmente, a cargo das suas Câmaras Municipais. Tabela 4.16. Número de concursos de pesca desportiva realizados nas diversas concessões por ano (n.º de concessões) Até 5 concursos 8 11 16 35 De 5 a 15 concursos 1 4 1 6 De 16 a 30 concursos 1 1 3 5 De 31 a 50 concursos - - 2 2 Mais de 50 concursos 1-1 2 IV.20

Gráfico 4.17. Número de concursos de pesca desportiva realizados nas diversas concessões por ano (%) Até 5 concursos De 5 a 15 concursos De 16 a 30 concursos De 31 a 50 concursos Mais de 50 concursos Todas as entidades concessionárias assinalaram possuir registos das licenças especiais diárias que são passadas aos pescadores, ao longo do ano. Assim, analisando as quantidades de licenças registadas, em média, no questionário de cada concessão de pesca desportiva, denota-se uma grande variação numérica, que é representativa da heterogeneidade de características das diversas concessões de pesca estudadas (localização, acessibilidade, condições físicas do local, espécies piscícolas presentes, etc.), bem como dos diferentes interesses dos pescadores desportivos por estas zonas de pesca ordenada. III. Espécies piscícolas presentes No que diz respeito às espécies piscícolas presentes nas diversas concessões de pesca desportiva estudadas, verifica-se uma certa similaridade nas concessões pertencentes à região e nas da região, sendo as espécies mais referidas as seguintes: bogas, barbos e trutas fário, seguindo-se as enguias, os escalos e as trutas arco-íris. Nas concessões da zona destaca-se ainda a presença de bordalos, em 29 concessões de pesca, e de achigãs, em 14. Nas concessões de pesca do do país, assinala-se a predominância de achigãs e carpas, quase na totalidade das concessões, seguindo-se algumas percas-sol, pimpões e barbos, com menor expressão (Tabela 4.17 e Gráficos 4.18 e 4.19). IV.21

Tabela 4.17. Espécies piscícolas assinaladas como as existentes nas diversas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Achigã 7 14 53 74 Alburno 5 4 4 13 Barbo 21 22 10 53 Boga 26 26 7 59 Bordalo 2 29 5 36 Carpa 10 11 41 62 Enguia 15 18 9 42 Escalo 26 14 2 42 Góbio 5 5 1 11 Pardelha 1 5 4 10 Perca - Sol 7 10 15 32 Pimpão 9 5 11 25 Ruivaco 2 8-10 Taínha - 3 1 4 Tenca 1 3 1 5 Truta Arco - Íris 13 12-25 Truta Fário 20 34-54 Outras 4 4 4 12 Gráfico 4.18. Espécies piscícolas assinaladas como as existentes nas concessões de pesca desportiva, por região (%) Achigã Alburno Barbo Boga Bordalo Carpa Enguia Escalo Góbio Pardelha Perca - Sol Pimpão Ruivaco Taínha Tenca Truta Arco - Íris Truta Fário Outras IV.22

Gráfico 4.19. Espécies piscícolas assinaladas como existentes a nível nacional (n.º de concessões) Taínha Tenca Pardelha Ruivaco Góbio Outras Alburno Pimpão Truta Arco - Íris Perca - Sol Bordalo Enguia Escalo Barbo Truta Fário Boga Carpa Achigã 4 5 10 10 11 12 13 25 25 32 36 42 42 53 54 59 62 74 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Consequentemente, como espécies piscícolas mais capturadas nas diversas concessões de pesca desportiva distribuídas pelo país, assinalam-se: nas concessões da zona, as bogas, escalos, trutas fário e barbos; nas concessões do, as trutas fário, bogas e bordalos; e finalmente nas concessões do, os achigãs e carpas (Tabela 4.18 e Gráficos 4.20 e 4.21). Tabela 4.18. Espécies piscícolas assinaladas como as mais capturadas nas diversas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Achigã 2 8 42 52 Alburno 2 1 1 4 Barbo 12 8 6 26 Boga 15 11 3 29 Bordalo 1 10-11 Carpa 4 5 38 47 Enguia 1 2-3 Escalo 13 1-14 Góbio 1 1-2 Pardelha - - 1 1 Perca - Sol 4 1 6 11 Pimpão 3 1 3 7 Ruivaco 1 2-3 Taínha - 1-1 Tenca - 1 2 3 Truta Arco - Íris 6 6-12 Truta Fário 13 27-40 Outras 2 1 2 5 IV.23

Gráfico 4.20. Espécies piscícolas assinaladas como as mais capturadas nas concessões de pesca desportiva, por região (%) Achigã Alburno Barbo Boga Bordalo Carpa Enguia Escalo Góbio Pardelha Perca - Sol Pimpão Ruivaco Taínha Tenca Truta Arco - Íris Truta Fário Outras Gráfico 4.21. Espécies piscícolas assinaladas como as mais capturadas a nível nacional (n.º de concessões) Pardelha Taínha Góbio Enguia Ruivaco Tenca Alburno Outras Pimpão Bordalo Perca - Sol Truta Arco - Íris Escalo Barbo Boga Truta Fário Carpa Achigã 1 1 2 3 3 3 4 5 7 11 11 12 14 26 29 40 47 52 0 10 20 30 40 50 60 Em relação à existência de registos relativos às espécies e quantidades capturadas pelos pescadores desportivos que acedem a estas zonas ordenadas, verificou-se que são poucas as entidades concessionárias que possuem essas informações sistematizadas, representando IV.24

apenas 20% da totalidade das concessões de pesca desportiva. Contudo, é de salientar a maior adesão por parte das entidades concessionárias da região do país à realização destes tipos de controlos (26%), facto que estará relacionado com a predominância de capturas de espécies salmonídeas nestas zonas. Nas concessões de pesca da região que assinalaram o preenchimento de registos de capturas (cerca de 19%), verifica-se que a espécie mais pescada é o achigã, condição que poderá estar na base da realização destes registos por parte das entidades que gerem estas áreas. Quanto à periodicidade com que informações recolhidas são sistematizadas, denota-se uma ligeira preferência pelos registos de carácter diário; contudo, foram assinalados todos os tipos de registos (diários, semanais, mensais e anuais) (Tabela 4.19 e Gráfico 4.22). Tabela 4.19. Existência de registos das espécies e quantidades capturadas nas diversas concessões de pesca desportiva, e sua periodicidade (n.º de concessões) Com registos de capturas 5 12 11 28 Sem registos de capturas 28 31 42 101 Sem resposta 2 2 5 9 Registo diário 1 4 5 10 Registo semanal 2 3 1 6 Registo mensal 1 3 1 5 Registo anual 1 2 4 7 Gráfico 4.22. Existência de registos das espécies e quantidades capturadas nas diversas concessões de pesca desportiva, e sua periodicidade (%) Com registo diário Com registo semanal Com registo mensal Com registo anual Sem registos de capturas Sem resposta Relativamente à delimitação de áreas destinadas à reprodução dos espécimes piscícolas, nas quais é interdita a prática da pesca, verifica-se, igualmente, uma maior preocupação no estabelecimento desses espaços nas concessões com espécies salmonídeas, localizadas no IV.25

e do país (cerca de 31 a 38%, respectivamente). No caso das concessões do, apenas 12% têm áreas de reprodução, estando esta medida conservacionista, principalmente, relacionada com a preservação do achigã nessas massas de água (Tabela 4.20 e Gráfico 4.23). Tabela 4.20. Existência de áreas reservadas para fins reprodutivos nas diversas concessões de pesca desportiva (n.º de concessões) Com área de reprodução 11 17 7 35 Sem área de reprodução 22 27 46 95 Sem resposta 2 1 5 8 Gráfico 4.23. Existência de áreas reservadas para fins reprodutivos nas diversas concessões de pesca desportiva (%) Com área de reprodução Sem área de reprodução Sem resposta 4.4. Considerações finais Analisando a informação existente e as respostas fornecidas pelas entidades gestoras das 161 concessões de pesca desportiva estudadas, pode concluir-se que estas zonas ordenadas apresentam características bastante distintas entre si, quer a nível do meio envolvente, quer em termos de afluência por parte dos pescadores desportivos, bem como em relação a medidas de gestão implementadas, fazendo-se essas diferenças sentir tanto a nível regional como de forma mais localizada. Relativamente às características físicas das diversas concessões de pesca, verifica-se a predominância de concessões em que a zona envolvente está ocupada por campos agricultados e/ou vegetação ribeirinha, sendo poucas as concessões inseridas em áreas urbanizadas. Poucas entidades gestoras responderam que as margens das suas concessões IV.26

estão alteradas; no entanto, referem a construção de acessos à massa de água, bem como a realização de obras de manutenção. No que diz respeito ao funcionamento das concessões de pesca desportiva, podemos concluir que mais de metade (aproximadamente 60%) destas concessões não têm técnicos ou funcionários com qualquer tipo de vínculo. As restantes, que referem ter funcionários afectos ao seu funcionamento, declaram que estes cumprem funções maioritariamente de forma temporária (principalmente nas concessões do e do do país), sendo muito poucas as entidades que têm mais de um funcionário ao serviço (cerca de 10%). A afluência dos pescadores desportivos a estas zonas é maior durante os meses de Primavera e Verão, sendo principalmente procuradas pelos pescadores da freguesia ou do concelho, ou das freguesias ou concelhos limítrofes e com idades compreendidas entre s 21 e os 63 anos. No caso das regiões e, verifica-se uma afluência em maior número de pescadores com estatuto de associado das entidades concessionárias. No que toca à realização de concursos de pesca lúdica ou desportiva, a maioria fica a cargo dos clubes e associações locais, sendo que em grande parte destas zonas não se verifica a ocorrência destas provas organizadas. É ainda de salientar, relativamente ao item afluência, a discrepância verificada na afluência de algumas destas zonas, facto esse que se poderá explicar pela localização e acessibilidade da concessão, pelas espécies aquícolas presentes e pelo seu interesse desportivo, pela divulgação da concessão e atractividade da zona envolvente. Quanto às espécies aquícolas predominantes, as mais referidas foram as seguintes: achigãs, carpas, trutas fário e trutas arco-íris, barbos, bogas, alburnos ou abletes e góbios. Poucas são as concessões de pesca que têm registos das espécies e das quantidades capturadas. As que possuem esses registos, maioritariamente diários, são concessões predominantemente salmonídeas (nas regiões e ) ou algumas concessões do onde predomina a pesca do achigã, denotando-se assim uma maior preocupação por parte das entidades concessionárias em implementar algumas medidas de gestão dos recursos aquícolas presentes. Relativamente à delimitação de áreas destinadas à reprodução dos indivíduos, nas quais é interdita a prática da pesca, verifica-se, igualmente, uma maior preocupação no estabelecimento dessas áreas nas concessões com espécies salmonídeas. Em suma, de forma a conseguir uma gestão sustentável dos recursos aquícolas, é necessário, cada vez mais, para além de estudar as características intrínsecas dos ecossistemas, aprofundar o conhecimento das dimensões humanas inerentes à pesca desportiva nas águas interiores (actividade recreativa que tem vindo a sofrer alterações ao longo dos anos, acompanhando os avanços tecnológicos que proporcionam novos e melhores materiais, melhores técnicas, novas práticas, maior especialização dos praticantes, etc.), ocupando os pescadores desportivos de águas interiores um lugar preponderante na gestão do património natural. IV.27