Equilíbrio estático de escolares ouvintes e com perda auditiva sensorioneural



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doi: 10.4181/RNC.2015.23.02.1007.7 Equilíbrio estático de escolares ouvintes e com erda auditiva sensorioneural Static balance in students with normal hearing and with sensorineural hearing loss Renato de Souza Melo 1, Maryelly Evelly Araújo Freire 2, Sônia Elvira dos Santos 3, Hélio Anderson Melo Damasceno 4, Maria Cristina Falcão Raoso 5 RESUMO Objetivo. Comarar o desemenho do equilíbrio estático entre escolares ouvintes e com erda auditiva sensórioneural do mesmo gênero e faixa etária. Método. Estudo de corte transversal que avaliou 96 escolares, sendo 48 ouvintes e 48 com erda auditiva sensórioneural de ambos os gêneros e na faixa etária entre 7-18 anos. A avaliação do equilíbrio estático foi realizada utilizando-se o teste de aoio uniodal, que avalia o equilíbrio estático em quatro condições sensoriais distintas: aoio uniodal sobre o membro inferior direito com os olhos abertos e fechados e aoio uniodal sobre o membro inferior esquerdo com os olhos abertos e fechados. Resultados. Os escolares com erda auditiva aresentaram uma maior ocorrência de alterações no desemenho do equilíbrio estático quando comarado aos ouvintes em todas as condições analisadas (< 0,001). Conclusão. Os escolares com erda auditiva aresentaram maior ocorrência de alterações no desemenho do equilíbrio estático que os ouvintes, ossivelmente, em decorrência de alterações no sistema vestibular, em virtude da lesão na orelha interna. Unitermos. Comortamento Infantil, Destreza Motora, Desemenho Psicomotor, Equilíbrio Postural, Surdez Citação. Melo RS, Freire MEA, Santos SE, Damasceno HAM, Raoso MCF. Equilíbrio estático de escolares ouvintes e com erda auditiva sensorioneural. ABSTRACT Objective. To comare the static balance erformance of students with normal hearing and with sensorineural hearing loss of same gender and age. Method. Cross-sectional study that evaluated 96 students 48 with normal hearing and 48 with sensorineural hearing loss, of both genders, with aged between 7-18 years old. Balance erformance was assessment using the single leg stance test, which assesses static balance in four different ositions: suort with the right leg with eyes oen and closed, and suort with the left leg with eyes oen and closed. Results. Sensorineural hearing loss students showed more changes occurrences in the static balance erformance comared to normal hearing students at all conditions evaluated (<0.001). Conclusion. Sensorineural hearing loss students showed more changes occurrences in the static balance erformance that normal hearing students, ossibly due to disturbances in the vestibular system due to inner ear damage. Keywords. Child Behavior, Motor Skills, Psychomotor Performance, Postural Balance, Deafness Citation. Melo RS, Freire MEA, Santos SE, Damasceno HAM, Raoso MCF. Static balance in students with normal hearing and with sensorineural hearing loss. Trabalho realizado no curso de Fisioteraia do Centro Universitário do Vale do Iojuca (UNIFAVIP DeVry), Caruaru-PE, Brasil. 1.Fisioteraeuta, Doutorando, Professor dos Cursos de Enfermagem e Fisioteraia do Centro Universitário do Vale do Iojuca (UNIFAVIP DeVry). Intérrete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) elo Centro Educacional de Surdos e Audientes de Pernambuco (CESAPE), Caruaru-PE, Brasil. 2.Fisioteraeuta, Esecialista, Professora do Curso de Fisioteraia da Faculdade Maurício de Nassau (UNINASSAU), Caruaru-PE, Brasil. 3.Fisioteraeuta, Esecialista, Unidade de Teraia Intensiva do Hosital da Unimed, Caruaru- PE, Brasil. 4. Fisioteraeuta, Esecialista, Centro de Promoção à Saúde (UNIFISIO), Caruaru-PE, Brasil. 5.Estatística, Doutora, Professora do Deartamento de Estatística da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, Brasil. Endereço ara corresondência: Renato de Souza Melo R. Avelino Cândido, 32 CEP 55018-070, Caruaru-PE, Brasil. e-mail: renatomelo10@hotmail.com Original Recebido em: 20/10/14 Aceito em: 12/05/15 Conflito de interesses: não Rev Neurocienc 2013;21(v):- 241

INTRODUÇÃO O equilíbrio cororal consiste na manutenção do centro de gravidade dentro da área da base de suorte dos és 1. No equilíbrio estático, a base de suorte dos és mantém-se fixa, enquanto que, o centro de gravidade movimenta-se, a fim de manter a estabilidade cororal e o centro de gravidade dentro da base de suorte 2. Para obter-se um equilíbrio cororal satisfatório, é necessário que os sistemas sensoriais resonsáveis or sua regulação, que são o sistema visual, o somatosensorial e o vestibular aresentem uma erfeita integração e regulação 3,4. Situado na orelha interna, o sistema vestíbulo- -coclear aresenta dula função, sendo a cóclea resonsável elas vias de audição e o sistema vestibular elo equilíbrio 5. Entretanto, a caacidade de ouvir é, na verdade, uma característica secundária, visto que, a resonsabilidade rimária do órgão auditivo é a de manutenção do equilíbrio cororal 6. Quando o sistema vestibular aresenta algum tio de distúrbio, o equilíbrio cororal humano ode ser afetado, como é o caso de alguns indivíduos com erda auditiva sensórioneural 7. Uma vez que o sistema vestibular e a cóclea são órgãos anatomicamente muito róximos e odem ser suscetíveis aos mesmos agentes nocivos, resume-se que muitas crianças surdas ossam aresentar déficits vestibulares concomitantes à erda auditiva sensórioneural 8-10. Além disso, estudos têm demonstrado que a hioatividade do sistema vestibular tem sido um achado frequente em avaliações otoneurológicas de crianças com erda auditiva sensórioneural, odendo causar nestas crianças transtornos vestibulares 11,12. Os distúrbios vestibulares na infância não são tão raros, como se suõe e odem afetar a aquisição de habilidades neuro-motoras ou interferir, rincialmente, na integração sensorial do sistema vestibular desta oulação. Crianças com distúrbios vestibulares odem referir a sensação de desequilíbrio, dificuldades ara a marcha e aresentar manifestações como quedas, tonturas, vertigens e esbarrões, dificultando, assim, a aquisição de habilidades motoras tíicas da idade, tais como: andar de bicicleta, ular corda ou amarelinha e, até mesmo, utilizar brinquedos do arque infantil 13. Diante do exosto, as crianças com erda auditiva sensórioneural arecem aresentar alterações nas informações sensoriais rovenientes do sistema vestibular, ossivelmente, em decorrência da lesão na orelha interna14, o que ode favorecer a alterações no equilíbrio cororal nesta oulação. Aesar dessas evidências, são escassos os dados na literatura acerca do desemenho do equilíbrio estático de crianças e adolescentes brasileiros com erda auditiva sensórioneural comarados aos ouvintes, justificando a realização deste estudo, cujo objetivo foi avaliar o equilíbrio estático em escolares ouvintes e com erda auditiva sensórioneural na faixa etária entre 7-18 anos e comarar os dados entre os gruos, considerando gênero e a faixa etária. MÉTODO Amostra Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado no eríodo entre agosto e dezembro de 2012. Para delimitar o tamanho amostral deste estudo, foi realizado um levantamento révio junto à gestora do Centro de Reabilitação e Educação Esecial Rotary, escola voltada ao ensino de crianças e adolescentes com necessidades eseciais, ara identificar o número de escolares com erda auditiva sensórioneural matriculados na faixa etária retendida elo resente estudo, bem como, aqueles que se enquadravam aos critérios de elegibilidade deste estudo. Desse modo, observou-se que a ossibilidade de areamento, de acordo com gênero e com a faixa etária, seria ossível em 48 escolares, visto que, existia uma maior redominância do gênero feminino e de algumas faixas etárias, dificultando a amliação da amostra deste estudo. A mesma quantidade de escolares foi estiulada ara formar o gruo de ouvintes e o areamento entre os gruos. Assim, articiaram deste estudo 96 escolares, sendo 48 ouvintes e 48 com erda auditiva sensórioneural, com faixa etária entre 7 e 18 anos. Os critérios de inclusão ara ambos os gruos foram: estar regularmente matriculado em uma das escolas colaboradoras com a esquisa, encontrar-se na faixa etária entre 7 e 18 anos. Além destes, foram critérios de inclusão ara o gruo com erda auditiva: aresentar diagnóstico clínico de erda auditiva do tio sensórioneural, emitido 242 Rev Neurocienc Rev Neurocienc 2013;21(v):-

or meio de laudo médico e dominar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Este último critério foi utilizado ara assegurar que os comandos referentes às demandas da metodologia seriam realmente comreendidos or todos os escolares com erda auditiva. Vale ressaltar, que todos os escolares tiveram acesso à arendizagem da LI- BRAS na sua instituição de ensino. Como critérios de exclusão ara o gruo de ouvintes considerou-se: a resença de qualquer queixa auditiva, deficiência (neurológica, física, visual ou mental) e discreância em membros inferiores maior que 2cm, obtida or meio dos testes de medida real e medida aarente de membros inferiores, realizado reviamente elos avaliadores. Os critérios de exclusão ara o gruo com erda auditiva constaram de: aresentar qualquer outra deficiência associada e valor maior que 2cm de discreância em membros inferiores, obtido or meio dos testes de medida real e medida aarente dos membros inferiores, realizado reviamente elos avaliadores. Para a aquisição dos dados dos critérios de elegibilidade do resente estudo, foram consideradas as informações obtidas or meio dos relatos dos ais dos escolares, durante a entrevista com os esquisadores, além dos dados obtidos na ficha escolar do aluno, que foram cedidas aos esquisadores elas gestoras das escolas. Os voluntários foram recrutados a artir de uma amostra sequencial or conveniência, areados or gênero e faixa etária, sendo selecionados or meio de sorteios realizados or suas rofessoras, que não tinham conhecimento das características deste estudo. Os sorteios foram realizados na rória sala de aula, diante de todos os alunos e dos esquisadores do resente estudo. Os escolares ouvintes foram recrutados da Escola Duque de Caxias voltada ao úblico ouvinte e os escolares com erda auditiva do Centro de Reabilitação e Educação Esecial Rotary, direcionada ao úblico com necessidades eseciais. Ambas as escolas ertencem à rede estadual de ensino, aresentam um erfil semelhante e estão situadas no municíio de Caruaru-PE. Este estudo foi avaliado e arovado elo Comitê de Ética em Pesquisa do Hosital da Restauração (CEP/ HR), conforme o rotocolo final de número CAAE: 1700.0.000.102-11, de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Procedimento Os rocedimentos que antecederam e a avaliação do equilíbrio estático foram reviamente exlicados elos esquisadores, aos escolares ouvintes, de forma oral e aos escolares com erda auditiva, or meio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), or um dos esquisadores que é intérrete de LIBRAS. Os escolares foram avaliados elos mesmos fisioteraeutas, de modo individual, em uma sala reservada da escola e ara a avaliação do equilíbrio estático foi utilizado o teste de aoio uniodal 15. Para a realização dos testes os escolares foram orientados e osicionados em um local reviamente demarcado, com os és aralelos, mantendo uma distância de 10cm entre a linha média de cada calcâneo. Os membros sueriores ermaneceram ao longo do coro. Os articiantes foram orientados a fixar o olhar em um onto (em forma de X) que estava à altura dos olhos, à distância de 1 metro dos mesmos, afixado na arede. A artir desta osição, os sujeitos foram instruídos a elevar um dos és do solo, realizando uma flexão do quadril. O examinador registrou o temo gasto, em segundos, que cada escolar ermaneceu nesta osição durante o exame, or meio de um cronômetro digital. Inicialmente, o teste foi realizado com os escolares aoiado sobre o membro inferior direito, logo em seguida com o membro inferior esquerdo, em duas condições sensoriais: com olhos abertos e em seguida com os olhos fechados. De acordo com o teste de aoio uniodal 15, os que conseguiram ermanecer em aoio uniodal or até 30 segundos foram classificados como teste normal, já, os que não conseguiram ermanecer nesta osição no temo estabelecido foram classificados com alteração no desemenho do equilíbrio estático. Os dados da avaliação do equilíbrio estático foram registrados em uma ficha adronizada, contendo a identificação do aluno, a data de nascimento, sua série, escola e o desemenho do seu equilíbrio nos testes emregados. Análise Estatística Os dados foram analisados or dois testes estatísticos: o teste qui-quadrado de Pearson ara as variáveis Rev Neurocienc 2013;21(v):- 243

244 cuja distribuição aresentou normalidade dos dados, ou o teste exato de Fisher, ara os casos de não normalidade dos dados. O nível de significância estatística adotado foi de <0,05 e ara a análise estatística dos dados utilizou- -se o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 18.0. RESULTADOS Este estudo avaliou o equilíbrio estático de 96 escolares, sendo 48 ouvintes e 48 com erda auditiva sensórioneural, com média de idade de 12,5±3,5 anos em cada gruo, como mostra a Tabela 1, que traz a caracterização da amostra deste estudo. Os resultados demonstraram que os escolares com erda auditiva aresentaram maior ocorrência de alterações no desemenho do equilíbrio estático comarados aos ouvintes, aontando diferenças ara todas as condições avaliadas, de acordo com a Tabela 2. A mesma diferença foi observada quando os escolares foram agruados elo gênero (Tabela 3) e estratificados de acordo a faixa etária (Tabela 4). DISCUSSÃO No resente estudo observaram-se diferenças entre o desemenho do equilíbrio estático dos escolares avaliados, sendo o gruo com erda auditiva o que demonstrou maior ocorrência de alterações que os ouvintes em todos Tabela 1. Caracterização da amostra estudada. Voluntários 48(100) 48(100) Gênero Feminino 24(50) 24(50) Masculino 24(50) 24(50) Idade (Anos) 12,5±3,5 12,5±3,5 Dominância Lateral Graus da Destros 45(93,7) 41(85,4) 0,181 Canhotos 3(6,3) 7(14,6) Leve e Moderado 4(8,3) Grave e Profundo 44(91,7) Idade aresentada em média±desvio adrão, demais dados em n(%). Tabela 2. Ocorrência de alterações no equilíbrio estático em escolares ouvintes e com erda auditiva sensórioneural. Membro inferior direito Membro inferior esquerdo Membro inferior direito Membro inferior esquerdo Dados aresentados em n(%). os testes emregados. Corroborando com estes achados, um estudo avaliou o equilíbrio estático de 60 crianças, sendo 30 ouvintes e 30 com erda auditiva sensórioneural, na faixa etária entre 6-9 anos 16. Do mesmo modo, uma outra esquisa realizada recentemente, analisou o equilíbrio dinâmico de 48 escolares ouvintes e 48 com erda auditiva sensórioneural, com idades entre 7-18 anos 17. Em ambos os estudos os autores observaram diferenças entre o equilíbrio dos gruos avaliados e as crianças com erda auditiva aresentaram menor equilíbrio que as ouvintes, como também observou este estudo. As alterações no equilíbrio cororal observadas no gruo de escolares com erda auditiva deste estudo odem influenciar, de modo negativo o desemenho de algumas habilidades motoras na infância que deendem de um equilíbrio cororal adequado ara serem executadas, tais como, a marcha, a corrida e o salto, odendo influenciar na sua atidão física e/ou na sua rática recreativa e esortiva. n=48 n=48 0(0) 24(50) <0,001 2(4,2) 21(43,8) <0,001 11(22,9) 42(87,5) <0,001 15(31,3) 46(95,8) <0,001 Nesse contexto, alguns estudos avaliaram a marcha de escolares com erda auditiva sensórioneural e comararam seus resultados com uma amostra de ouvintes 18,19. Os resultados demonstraram diferenças entre os gruos e as crianças com erda auditiva obtiveram menor desemenho na marcha que às ouvintes. Os autores acreditam que tais diferenças odem ter associação com as alterações no equilíbrio cororal das crianças com erda auditiva, concordando com os achados deste estudo. A articiação em ráticas esortivas de 42 crianças com erda auditiva sensórioneural mostrou uma Rev Neurocienc Rev Neurocienc 2013;21(v):-

Tabela 3. Ocorrência de alterações no equilíbrio estático em escolares ouvintes e com erda auditiva sensórioneural de acordo com o gênero. Membro inferior esquerdo Membro inferior esquerdo Dados aresentados em n(%). Feminino (N= 48) Masculino (N= 48) 0(0) 12(50) <0,001 0(0) 12(50) <0,001 2(8,3) 10(41,7) 0,008 1(4,2) 11(45,8) <0,001 5(20,8) 22(91,7) <0,001 4(16,7) 20(83,4) <0,001 10(41,7) 24(100) <0,001 1(4,2) 22(91,7) <0,001 maior limitação nas habilidades: manuais (62%), que envolviam bola (52%) e de equilíbrio cororal (45%) 20. Os autores chamam atenção que melhorar tais habilidades motoras, ainda na infância, oderia contribuir de modo ositivo no contexto escolar, na rática esortiva e na questão social destas crianças. Além dos dados entre os gruos, de modo isolado, algumas variáveis também foram analisadas neste estudo e um dos achados mais relevantes foi observado na faixa etária. O objetivo de utilizar uma extensa faixa etária foi ara observar o desemenho do equilíbrio estático de adolescentes com erda auditiva, tendo em vista que, tais dados são escassos na literatura. Os resultados demonstraram um incremento do equilíbrio estático com a idade, tendo em vista, uma menor frequência de alterações no equilíbrio dos adolescentes com erda auditiva, sobretudo, nas avaliações realizadas com os olhos abertos, entretanto, ainda assim, ersistiram as diferenças entre os gruos. Isso remete que intervenções nesta oulação devem ocorrer na infância e também na adolescência, que oderiam ser incororadas ainda no ambiente escolar. Outra diferença deste estudo foi observada na variável gênero, os gruos aresentaram diferenças e o gruo com erda auditiva aresentou mais alterações que o de ouvintes. Entretanto, as meninas aresentaram mais alterações no equilíbrio cororal que os meninos, divergindo de um recente estudo que avaliou e comarou o equilíbrio cororal entre adolescentes e observou que o gênero feminino aresentou melhor estabilidade no equilíbrio cororal que o masculino 21. No entanto, os esquisadores deste estudo observaram que durante o recreio dos escolares com erda auditiva, os meninos, em sua maioria, Rev Neurocienc 2013;21(v):- brincavam mais em atitudes dinâmicas, tais como: correr, ular corda, jogar futebol, ega-ega, dentre outras. Já as meninas, brincavam mais em atitudes estáticas como, or exemlo: jogo da memória, ega-vareta, bambolês, adoleta, assa-anel e com suas bonecas. Acreditamos que essas atitudes neuro-motoras vivenciadas elos meninos durante o recreio ode ter influenciado nos resultados da variável gênero do resente estudo. Nas avaliações realizadas com a retirada da orientação visual, a frequência de alterações no equilíbrio estático aumentou, remetendo assim, a imortância do sistema visual ara a estabilidade do equilíbrio cororal em crianças. A maior contribuição deste estudo foi fornecer dados acerca do desemenho do equilíbrio estático de adolescentes com erda auditiva em relação aos ouvintes, tendo em vista, a escassez destes dados na literatura. Além disso, este estudo foi comosto or uma amostra bem mais reresentativa que a amostra de estudos resentes na literatura. Sugerimos que as alterações no equilíbrio estático encontradas nos escolares com erda auditiva deste estudo ocorram em virtude de uma inadequada organização sensorial que estas crianças aresentam, em decorrência, de um ossível acometimento do sistema vestibular, devido à lesão na orelha interna destas crianças. Dando suorte a esta hiótese, crianças com graus de erda auditiva grave e rofundo aresentaram, frequentemente, hioatividade do sistema vestibular 22. Crianças com graus de erda auditiva rofundo aresentaram elevada ocorrência de disfunção vestibular 23. Tais dados oderiam justificar os achados deste estudo, tendo em vista que, 91,5% das crianças 245

Tabela 4. Ocorrência de alterações no equilíbrio estático em escolares ouvintes e com erda auditiva sensórioneural de acordo com a faixa etária. Membro inferior esquerdo Membro inferior esquerdo Dados aresentados em n(%). 7-10 anos (N= 32) 11-14 anos (N= 32) 15-18 anos (N= 32) 0(0) 11(68,8) <0,001 0(0) 8(50) 0,002 0(0) 5(31,3) 0,043 2(12,5) 11(68,8) 0,001 0(0) 7(31,3) 0,007 0(0) 3(18,8) 0,026 5(31,3) 14(87,5) 0,001 4(25) 14(87,5) <0,001 2(12,5) 14(87,5) <0,001 5(31,3) 16(100) <0,001 731,3) 15(93,8) 0,002 3(18,8) 15(93,8) <0,001 246 voluntárias do resente estudo aresentavam graus de erda auditiva grave e rofundo. Vale ressaltar, que não foi realizada a avaliação da função do sistema vestibular nos escolares com erda auditiva deste estudo, visto que, a vectoeletronistagmografia comutadorizada é um exame de alto custo, não disonível no sistema úblico de saúde desta cidade e este rojeto não ossuiu financiamento, sendo esta uma limitação, ara qualquer conclusão sobre o acometimento do sistema vestibular no resente estudo. Dessa maneira, ressalta-se a necessidade de rogramas reventivos direcionados à saúde infantil, que reforcem as avaliações eriódicas do equilíbrio cororal e das habilidades motoras, alem de intervenções esecíficas realizadas de modo recoce, bem como, a rática de exercícios físicos esecíficos de modo frequente 24. Tais atuações são atribuições da fisioteraia, refletindo assim, a imortância do fisioteraeuta no ambiente escolar 25. CONCLUSÃO Os escolares com erda auditiva sensórioneural aresentaram maior ocorrência de alterações no equilíbrio estático que ouvintes do mesmo gênero e faixa etária. AGRADECIMENTOS Ao ex-gestor da Gerência Regional de Educação do Agreste Centro-Norte, Caruaru, Antônio Fernando Santos Silva, elo consentimento ara realizar a esquisa; às gestoras e às rofessoras do Centro de Reabilitação e Educação Esecial Rotary e da Escola Duque de Caxias, elo esaço cedido aos esquisadores ara a coleta dos dados; aos ais, que concordaram com a articiação dos seus filhos nesta esquisa e aos escolares que articiaram deste estudo, sem a gentil colaboração de vocês nenhuma ágina deste artigo oderia ser escrita. REFERÊNCIAS 1.Wiener-Vacher SR. Vestibular disorders in children. Int J Audiol 2008;47:578-83. htt://dx.doi.org/10.1080/14992020802334358 2.Woollacott MH, Tang P. balance control during walking in the older adult: research and its imlications. Phys Ther 1997;77:646-60. 3.Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 8th ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992, 1264. 4.Ganança MM, Caovilla HH, Munhoz MS, Ganança FF. Tonturas na criança e no adolescente. Rev Bras Med Otorrinolaringol 1995;2:217-42. 5.Mangabeira-Albernaz PL, Ganança MM, Caovilla HH, Ito YI, Novo NF, Juliano Y. Asectos clínicos e teraêuticos das vertigens. Acta AWHO 1986;5:49-109. 6.Northern JL, Downs MP. Hearing in children. 4a. ed. São Paulo: Manole, 1991,.418-21. 7.Mor R, Taguchi KC, Figueiredo JFFR. Vestibulometria e fonoaudiologia: como realizar e interretar. São Paulo: Lovise, 2001,.54. 8.Gheysen F, Loots G, van Waelvelde H. Motor develoment of deaf children with and without cochlear imlants. J Deaf Stud Deaf Educ 2008;13:215-24. htt://dx.doi.org/10.1093/deafed/enm053 9.Suarez H, Angeli S, Suarez A, Rosales B, Carrera X, Alonso R. Balance sensory organization in children with rofound hearing loss and cochlear imlants. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 2007;71:629-37. htt://dx.doi.org/10.1016/j. ijorl.2006.12.014 10.Cushing SL, Pasin BC, Rutka JA, James AL, Gordon KA. Evidence of vestibular and balance dysfunction in children with rofound sensorioneural hearing loss using cochlear imlants. Laryngoscoe 2008;118:1814-23. htt:// dx.doi.org/10.1097/mlg.0b013e31817fadfa 11.Kaga K, Shinjo Y, Jin Y, Takegoshi H. Vestibular failure in children with congenital deafness. Int J Audiol 2008;47:590-9. htt://dx.doi. org/10.1080/14992020802331222 12.Angeli S. Value of vestibular testing in young children with sensórioneural hearing loss. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 2003;129:478-82.htt:// dx.doi.org/10.1001/archotol.129.4.478 Rev Neurocienc Rev Neurocienc 2013;21(v):-

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