O Programa Viva Mulher : Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo Uterino e de Mama

Documentos relacionados
ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 3. Profª. Lívia Bahia

AVALIAÇÃO DE AÇÃO PROGRAMÁTICA DE SAÚDE DA MULHER DURANTE A VIVÊNCIA DA PRÁTICA EM SAÚDE PÚBLICA 1. INTRODUÇÃO

ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DA MULHER

Palavras-chave: Enfermagem. Teste Papanicolau. Câncer de colo uterino.

AÇÕES DE CONTROLE DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS

POLÍTICA DE SAÚDE DA MULHER

DENOMINAÇÃO: Capacitação em Urgência e Emergência para o Pré -Hospitalar fixo na Atenção Básica da Coordenadoria Regional de Saúde Leste.

Pacto de Gestão do SUS. Pacto pela Vida. Pacto em Defesa do SUS

AVALIAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA DAS MULHERES QUE PARTICIPARAM DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO EM PONTA GROSSA

A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE E O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

PACTO PELA VIDA. A definição de prioridades deve ser estabelecida por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais.

Presença de células endocervicais no rastreamento do câncer do colo do útero por Unidade de Saúde em Ponta Grossa-PR

Curso Teórico Prático para Profissionais de Saúde em Ações de Prevenção do Câncer de Colo Uterino e de Mama

Unidade Básica Amiga da Saúde LGBT

Mulheres da região da Grande Florianópolis.

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM SAÚDE. Sistema Único de Saúde - SUS: Constituição Federal, Lei Orgânica da Saúde - Lei nº de 1990 e outras normas

Curso de Graduação em Medicina

Brasília, 27 e 28 de outubro de 2010.

IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NO BRASIL

Universidade Federal de Pelotas

A DESCENTRALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE NO PSF DE PIRIPIRI

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE AULA 5

CARTEIRA DE SERVIÇO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE. Desafios e Potencialidades para Integralidade do Cuidado no Município de Rosário da Limeira-MG

Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus no Brasil

MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO DE ÚTERO, CARACTERÍSTICAS SÓCIODEMOGRÁFICAS E COBERTURA DO EXAME PAPANICOLAU NA PARAÍBA,

PACTUAÇÃO DE METAS PARA O MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO

RELATÓRIO FINAL DA 10ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BARRA DO PIRAI DIA 07 DE JUNHO DE 2014 ATENÇÃO BÁSICA GRUPO 1

Gestão do Programa de Arboviroses do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas

PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PID/2019 FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO PARA SELEÇÃO DE PROJETO DE DISCIPLINA

Ministério da Saúde Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, 24 de abril de 2008

PROJETO DE SOLICITAÇÃO DE DISCIPLINA NO PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PID/2017

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO Subsecretaria de Unidades de Saúde Superintendência de Atenção Básica

POLÍTICA DAS DANT Doenças e Agravos Não Transmissíveis Coordenação Geral das Políticas Públicas em Saúde - SMS/PMPA

PRÓ-SAÚDE E PET SAÚDE: DE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. Assessor Nacional do Pró-Saúde

Processo de Trabalho no contexto da Atenção Básica de Boa Vista

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2009

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

Seminário Para Elas Por elas, por eles, por nós. Projeto: Atenção Integral à Saúde da Mulher em Situação de Violência

PRÁ-SABER DIGITAL: Informações de Interesse à Saúde SISCOLO Porto Alegre 2007


COORDENAÇÃO ACADÊMICA NÚCLEO DE GESTÃO DE ATIVIDADES DE PESQUISA COORDENAÇÃO ACADÊMICA. Projeto de Pesquisa Registrado Informações Gerais

PALAVRAS-CHAVE: Estratégia de Saúde da Família, Câncer de colo uterino, Saúde da Família, Exame de prevenção e Colpocitologia.

Memorias Convención Internacional de Salud Pública. Cuba Salud La Habana 3-7 de diciembre de 2012 ISBN

Prestação de Contas 1º trimestre Indicadores de Saúde

Luiz Augusto Facchini

Das Diretrizes Políticas às Estratégias

Direcção-Geral da Saúde Circular Normativa

Saúde Coletiva Prof (a) Responsável: Roseli Aparecida de Mello Bergamo

PROGRAMA DAS ATIVIDADES PROJETO DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA CRM-PR

Política Nacional de Atenção Básica. Portaria nº 648/GM de 28 de Março de 2006

Memorias Convención Internacional de Salud Pública. Cuba Salud La Habana 3-7 de diciembre de 2012 ISBN

A Correlação entre a Faixa Etária e a Incidência de Vaginites em mulheres: Projeto Coleta de Papanicolaou

RESOLUÇÃO Nº 32, DE 31 DE OUTUBRO DE 2013.

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

POLÍTICA NACIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA: Carlos Leonardo Cunha

EDITAL DE PROCESSO SELETIVO nº 01/2013

GBECAM. O Câncer de Mama no Estado de São Paulo

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA. Carlos Leonardo F. Cunha

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS JATAÍ

JUVENTUDE, ESCOLARIZAÇÃO E PODER LOCAL RELATÓRIO DA PRIMEIRA FASE DA PESQUISA

LIGA ACADÊMICA DA MAMA NA 9º CORRIDA E CAMINHADA DO ISPON CONTRA O CÂNCER

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO CONSULTOR NACIONAL OPAS/OMS

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 4. Profª. Lívia Bahia

ATRIBUTOS E PROCESSO DE TRABALHO PNAB 2017 TERRITORIALIZAÇÃO

Estratégias de Enfrentamento à Sífilis Bahia- 2018

Augusto Américo (Cogead) Alex Lima (Cogead) Luiz Antonio Ferreira (Escola Corporativa) Priscila Lucas (Cogepe) Eliane Távora (Cogead) Maria Luisa

As atribuições dos profissionais das Equipes de Saúde da Família, de saúde bucal e de acs

Aumento da oferta dos Exames Citopatológicos do Colo Uterino (Preventivo) e Mamografias pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Estado que terão o

MATRIZ 4: ESTRATÉGIA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL

ÁREAS TEMÁTICAS COMUNICAÇÃO CULTURA DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA EDUCAÇÃO MEIO AMBIENTE SAÚDE TECNOLOGIA E PRODUÇÃO TRABALHO

Educação permanente em saúde no tratamento supervisionado da tuberculose: um estudo descritivo

Aracaju. Avanços e Desafios da Saúde da Família no município de Aracaju: a experiência do Modelo Saúde Todo Dia

CERTIFICAÇÃO OCUPACIONAL 2012 Dirigente Máximo de Unidade Regional de Saúde

Vida Você Mulher. O que é. Proteção. Público Alvo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA MAYSA DE OLIVEIRA SILVA CALIMAN CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

O TRABALHO POR LINHAS PROGRAMÁTICAS

MATRICIAMENTO PELOS NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA

EDITAL DE SELEÇÃO PARA MONITORIA VOLUNTÁRIA ENFERMAGEM /1

Teste Legislação do SUS Concurso Saúde Maceió Prof.: Rafael Azeredo

Soraia Santos Francelino Gonçalves

Acesso ao Diagnóstico: discutindo os problemas reais para se garantir um diagnóstico precoce, exato e de qualidade.

31º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo

SEMANA DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA, COLO DE ÚTERO E BOCA 2 a 6 de outubro de 2017 PIRAÍ 2017

Apresentação da Equipe Estadual. Coordenadora: Terezinha de Jesus Pinheiro Franco

RESULTADO DO LIRAa JANEIRO FEVEREIRO/15

Nivaldo Vieira. Oncologista Clínico

ARTIGOS. INTEGRALIDADE: elenco de serviços oferecidos

Almir Aguiar Marques Neto TURMA E Bárbara Rachel Lima Barreto TURMA E

DISTRITOS SANITÁRIOS

REGISTRO DE PROJETO PROPONENTE PROJETO APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA

O Programa de Triagem Neonatal no Estado de Minas Gerais. Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG

A construção do Curso de Especialização em Saúde da Família / UFJF 1996 a 2003

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SÉCULO XXI FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE FAVENI

ESTRUTURA DO SETOR DE SAÚDE BRASILEIRO. Laís Caroline Rodrigues Economista Residente Gestão Hospitalar

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL NO ÂMBITO DO PLANO BRASIL SEM MISÉRIA

PROGRAMA DAS ATIVIDADES PROJETO DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA CRM-PR

O Programa Saúde da Família nasceu oficialmente no Brasil em1994, fundamentado em algumas experiências municipais que já estavam em andamento no

Transcrição:

O Programa : Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo Uterino e de Mama Sérgio Martins Bicalho 1 José Lucas Magalhães Aleixo 2 1 Médico ginecobstetra, coordenador estadual do Programa em Minas Gerais 2 Médico sanitarista, professor licenciado da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais e coordenador técnico do Núcleo de Capacitação e Assessoria em Saúde da Família (Nucasf/ESP-MG) Endereço para correspondência: Escola de Saúde Pública de Minas Gerais Avenida Augusto de Lima, 2.061, Belo Horizonte/MG CEP 30190-002 nucasf@esp.mg.gov.br Resumo O artigo apresenta o Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo Uterino e de Mama Programa e o projeto de capacitação de recursos humanos elaborado pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG), para atender à implementação do Programa em Minas Gerais. Palavras-chave Câncer de colo uterino; câncer de mama; prevenção; Programa ; Programa de Saúde da Família; projeto de capacitação Summary This article represents a preliminary exposition about the development of the National Program for Cervic-Uterine and Breast Cancer Control ( Program) in the State of Minas Gerais, Brazil, and its intensification during 2001, under a cooperation with the Minas Gerais School of Public Health, trough the Basic Course for Prevention of Uterine and Breast Cancer, which was largely applied. Key-words Cervic-uterine cancer; breast cancer; prevention; Program; Family Health Program; qualifying project REVISTA MINEIRA DE SAÚDE PÚBLICA, Nº 01, ANO 01 JANEIRO 1 A JUNHO/2002

A problemática do câncer na mulher O Ministério da Saúde (MS), através do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estimava, para o ano 2000, a incidência de 284.205 casos novos de câncer no Brasil e 113.959 óbitos. Entre as mulheres, o câncer de mama ocupa o primeiro lugar em incidência e mortalidade, respectivamente com 28.340 novos casos e 8.245 mortes previstas naquele ano. O câncer de colo de útero detém o terceiro lugar em incidência e o quarto lugar em mortalidade, respectivamente com 17.251 casos novos e 3.606 mortes em 2000. Por si, os números dimensionam bem a gravidade do problema, principalmente se levarmos em conta a disponibilidade de recursos e meios técnicos, com boa relação custo-benefício, para a assistência e o controle do câncer na mulher. Antes tarde do que nunca, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer decidiram enfrentar a questão, criando o Programa, com o objetivo de intensificar o controle do câncer de colo uterino e de mama. Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo Uterino e de Mama: Em 1997, o MS e o Inca iniciaram um projeto-piloto de controle do câncer uterino a partir de Curitiba, Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Belém e em todo Estado de Sergipe. No ano seguinte, implantou-se o Sistema de Informações de Controle do Câncer de Colo Uterino (Siscolo), importante instrumento de avaliação e planejamento. No mesmo período, o Programa foi estendido a todo o País, pela primeira vez incluindo o Estado de Minas Gerais. Desde então, a Coordenação Estadual do Programa vem implementando ações de prevenção secundária, com importante proposta de intensificação no decorrer de 2001. Em termos de prevenção primária, o enfoque do Programa concentrase no controle das doenças sexualmente transmissíveis, importante fator de risco para o câncer de colo, numa perspectiva de participação intersetorial. Em termos de prevenção secundária, concentra-se na realização periódica do exame citopatológico (Papanicolaou), sob a responsabilidade direta do Viva Mulher. Para o tratamento específico, propõe-se a formação de uma rede nacional integrada, com base em um núcleo geopolítico gerencial sediado nos municípios, a fim de assegurar acessibilidade ao sistema. Já as ações de controle do câncer de mama, intensificadas no ano 2000, estão direcionadas para a prevenção secundária, por meio do auto-exame das mamas (AEM), do exame clínico das mamas (ECM) e da mamografia. Para intervir sobre uma problemática dessa magnitude, com a perspectiva de estender a cobertura, gradualmente, a 100% da clientela-alvo, a sensibilização e a capacitação em escala de profissionais de saúde insere-se como condição necessária para o sucesso do intento. É neste ponto que a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) é chamada a prestar sua colaboração, traduzindo as necessidades de capacitação de recursos humanos do Programa em um projeto educacional específico para os seus objetivos. O Projeto de Capacitação de Recursos Humanos para o Programa em Minas Gerais A Escola de Saúde Pública de Minas Gerais elaborou, no início de 2001, um projeto pedagógico específico para a capacitação de profissionais 2

de saúde necessários ao desenvolvimento do Programa. Para tanto, estabeleceu com a Coordenação Estadual do Programa as bases programáticas das atividades educacionais teóricas e práticas, selecionou e organizou os temas abordados, propôs critérios e regulamentos para avaliação de ensino e certificação oficial. A clientela-alvo foi determinada priorizando-se municípios estratégicos e profissionais de atenção básica ligados ao Programa de Saúde da Família (PSF), conjugando-se critérios de impacto e extensão de cobertura. Além disso, adotou-se metodologia que permitisse a formação de multiplicadores e a descentralização do projeto educacional. Segue um resumo da proposta de capacitação elaborada pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais. Capacitação integrada em Atenção Básica da Saúde Curso Básico para Prevenção de Câncer Uterino e de Mama Promoção: Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES/MG) e Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG/Funed) Núcleo de Capacitação e Assessoria em Saúde da Família (Nucasf) Apoio: Ministério da Saúde (MS) e Instituto Nacional do Câncer (Inca) Coordenação geral: SES/MG Coordenação didática: ESP-MG/Nucasf Material instrucional: Inca e ESP-MG/Nucasf Clientela-alvo: s de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e do Programa de Saúde da Família (PSF) Objetivo geral: - Capacitar médicos e enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde para realizar a coleta do exame de Papanicolaou, para realizar o exame clínico de mama e para proceder às condutas básicas e aos referenciamentos necessários, segundo protocolos do Ministério da Saúde. Objetivos específicos: - Capacitar monitores para multiplicação do Curso Básico nos níveis regional e municipal; - Estabelecer a coleta do exame de Papanicolaou de maneira rotineira e sistematizada, a fim de atingir a meta anual de exames, correspondente a 10% do total de mulheres adscritas à UBS; - Estabelecer, de maneira rotineira e sistematizada, o exame clínico de mamas por médicos e enfermeiros das UBS, além da adequada orientação das usuárias para a realização do auto-exame mensalmente; - Estabelecer, junto aos agentes comunitários de saúde, um plano de informação e sensibilização da população sobre a prevenção do câncer uterino e de mama; 3

- Estabelecer, junto aos agentes comunitários de saúde, um plano de vigilância continuada para a prevenção do câncer uterino e de mama. Metodologia: Curso teórico-prático com utilização de pedagogia problematizadora e estágios práticos em ambulatórios especializados ou unidades básicas. Locais de realização: - Capacitação de multiplicadores: Níveis central (Belo Horizonte), regional ou município-pólo - Capacitação de equipes básicas: Nível municipal Duração: - Capacitação de multiplicadores regionais e em municípios-pólo = 28 horas - Capacitação de multiplicadores no nível municipal = 20 horas - Capacitação das equipes de UBS = 20 horas - Treinamento dos agentes comunitários de saúde = 8 horas Programação e operacionalização: - Capacitação de multiplicadores - Capacitação das equipes locais do PSF - Treinamento de agentes comunitários de saúde Regulamentação: Normas de Funcionamento, Critérios de Avaliação e Certificação Médicos e enfermeiros participam de curso na ESP-MG sobre exame clínico das mamas e coleta de material para o Papanicolaou: multiplicação do conhecimento 4

Estratégia de Multiplicação Capacitação de coordenador/multiplicador regional ou município-pólo (Treinamento no nível central) DRS 1 DRS 2 DRS 3 DRS 4 DRS 5 DRS 6 Treinamento programado para nível central em Belo Horizonte Capacitação de coordenadores/multiplicadores municipais (Treinamento no nível regional) Município A DRS A Município B Município C Município D Município E Município F Treinamento programado preferencialmente para nível regional ou, excepcionalmente, para nível central, em Belo Horizonte Curso Básico para Prevenção de Câncer Uterino e Mama (Treinamento da equipes no nível local) Município A PSF A PSF B PSF C PSF D PSF E PSF F Treinamento programado preferencialmente para nível local ou, excepcionalmente, para nível regional (DRS) ou central, em BH PSF => Treinamento dos agentes comunitários de Saúde (ACS) ACS 1 ACS 2 ACS 3 ACS 4 ACS 5 ACS 6 Treinamento programado para nível local 5

Curso Básico para Prevenção de Câncer Uterino e de Mama Conteúdo Programático NÍVEL III: Capacitação de coordenador/ multiplicador regional NÍVEL II: Capacitação de coordenador/ multiplicador municipal NÍVEL I: Capacitação das equipes de Unidades Básicas de Saúde NÍVEL ACS: Treinamento dos agentes comunitários de saúde Discussão de caso-problema Câncer de Colo (vídeo) Auto-exame de mama (vídeo) Primeiro período: (4 horas) Discussão de caso-problema Câncer de Colo (vídeo) Segundo período: (4 horas) Terceiro período: (4 horas) Câncer de Colo (vídeo) e e auto-exame (vídeo) Siscolo Quarto período: (4 horas) Auto-exame de mama (vídeo) Discussão de caso-problema Câncer de Colo (vídeo) Auto-exame de mama (vídeo) Mobilização social Estratégias de Vigilância à Saúde T = 08 HORAS Câncer de Colo Uterino: Câncer de Colo Uterino: Câncer de Colo Uterino: Nível municipal e ambulatórios básicos Legislação (atribuições Legislação (atribuições Legislação (atribuições legais de cada legais de cada legais de cada profissional de saúde) profissional de saúde) profissional de saúde) Quinto período: (4 horas) Sistema de Avaliação Sistema de Avaliação do Programa (Siscolo) do Programa (Siscolo) Sexto período: (4 h) Infra-estrutura nas UBS Infra-estrutura nas UBS Sistema de Avaliação do Estratégias para Estratégias para Programa (Siscolo) multiplicação do curso multiplicação do curso Infra-estrutura para o Estratégias de Estratégias de exame nas UBS mobilização social mobilização social Estratégias para T = 20 HORAS T = 20 HORAS multiplicação do Curso Estratégias de Nível municipal e Nível municipal e ambulatórios básicos mobilização social ambulatórios básicos 012345678901212345 Sétimo período: (4h) 012345678901212345 012345678901212345 012345678901212345 e 012345678901212345 012345678901212345 Encerramento 012345678901212345 012345678901212345 012345678901212345 T = 28 HORAS 012345678901212345 012345678901212345 6

Avaliação preliminar e perspectivas do Programa e do Projeto de Capacitação de Recursos Humanos em Minas Gerais No decorrer de 2001, o Programa de Controle de Câncer de Colo Uterino e de Mama intensificou a capacitação específica para o exame preventivo de Papanicolaou e para o exame de mama, dando prioridade ao treinamento de equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), em municípios com cobertura inferior a 70% de exames preventivos e com população superior a 10.000 habitantes. De acordo com a estratégia de descentralização, foram capacitados, em 12 cursos, os primeiros grupos de multiplicadores, totalizando 101 médicos e enfermeiros. Nessa primeira etapa, contemplamos 66 municípios mineiros, distribuídos em 13 Diretorias Regionais de Saúde. Complementarmente, dentro da estratégia de informação e sensibilização de gestores regionais e municipais para o Programa, foram realizados dois seminários em Belo Horizonte, nos meses de abril e agosto de 2001, contando com a participação de 250 representantes municipais. Para o ano de 2002, além de realizarmos mais uma campanha de intensificação, de âmbito nacional, concentrada no primeiro semestre, esperamos ainda ser possível formar igual número de multiplicadores e implementar os cursos descentralizados, nos níveis regional e municipal em Minas Gerais. Referências bibliográficas MINISTÉRIO DA SAÚDE. Viva Mulher; Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo Uterino e de Mama. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Câncer/Pro-Onco, 1997. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estimativas de incidência e mortalidade por câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, Instituto Nacional do Câncer/Conprev, 2001. 7